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FromMessage
pereicel

12/02/2003
11:58:51

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Subject: ----------> Conex�o Macaxeira (7a.p�gina)

Message:
Pessoal

Iniciamos mais uma p�gina.

Gostaria que voces consultassem as ultimas mensagens deixadas na 6a. p�gina pelo brunosergiom.

Um abra�o e Boa sorte.

Celso


pereicel

12/02/2003
15:58:33

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MATCH - The Motley Fools

Message:
Pessoal

Iniciamos mais um match:

board #1301189 Conex�o itapetininga (1643) vs Motley nevilhutchinson (1561)
board #1301190 Conex�o itapetininga (1643) vs Motley nevilhutchinson (1561)
board #1301191 Conex�o piresrod (1494) vs Motley uguagliare (1540)
board #1301192 Conex�o piresrod (1494) vs Motley uguagliare (1540)
board #1301193 Conex�o duck (1432) vs Motley dutch12 (1495)
board #1301194 Conex�o duck (1432) vs Motley dutch12 (1495)

Boa sorte a todos os escalados.

Celso


brunosergiom

12/03/2003
07:33:37

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Capablanca

Message:
Jos� Raoul Capablanca Y Graupera nasceu em 1888 e faleceu em 1942. Quando tinha 4 anos aprendeu os movimentos do xadrez observando o seu pai a jogar. Sabemos isto porque uma vez Capablanca gracejou durante uma partida que o pai fazia com um amigo. Quando lhe perguntaram por que ria o rapaz respondeu "porque moveste o teu cavalo para uma casa incorrecta". O pai de Capablanca come�ou imediatamente lev�-lo ao clube Central de Xadrez de Cuba, em Havana, onde tiveram que empilhar livros na cadeira para que Capablanca pudesse alcan�ar o tabuleiro. Quando Capablanca tinha 11 anos tornou-se Campe�o de Xadrez de Cuba, vencendo Juan Corzo em 1900.
Capablanca recusou-se a estudar xadrez e nunca leu um livro de xadrez ou sequer estudou aberturas. Incrivelmente, apesar disto, tornou-se Campe�o Mundial de Xadrez. Portanto ele era obviamente o maior jogador nato que alguma vez existiu.

Em 1905, com 17 anos, entrou na Universidade de Columbia, nos EUA, e visitou o Clube de Xadrez de Manhattan vencendo o seu campe�o. Em 1906 o campe�o mundial de xadrez, o Dr. Lasker, fez ali uma exibi��o de simult�neas e Jos� Capablanca ganhou contra ele num jogo fulminante.

Em 1908, Capablanca partiu pela primeira vez em tourn� pelos EUA e bateu todos os recordes, tanto com os seus resultados como com a rapidez do seu jogo de simult�neas. Fez 168 partidas em 10 sess�es consecutivas antes de ter a sua primeira derrota. No total, a sua pontua��o era de 703 vit�rias, 19 empates e 12 derrotas.

Ent�o, em 1909, Capablanca deixou o mundo xadrez�stico de boca aberta. (E tamb�m a mim, que ainda nem sequer tinha nascido!) Ele participou no Campeonato Americano Frank Marshall e ganhou 8-1, com 14 empates.

O Torneio de San Sebastian de 1911 ficou na hist�ria por duas raz�es: primeiro, Capablanca foi convidado para o Torneio � �ltima hora, sendo este o seu primeiro torneio internacional; segundo, Nimzowitch queixou-se que um jogador t�o fraco como o Capablanca n�o devia sequer ter sido convidado. Capablanca n�o s� venceu Nimzowitch na primeira volta, como venceu o torneio. Isto fez de Capablanca o mais s�rio candidato ao t�tulo mundial de Lasker.

Em 1913, Capablanca obteve um cargo no Gabinete dos Assuntos Externos de Cuba com o t�tulo de "Embaixador Geral plenipotenci�rio do Governo de Cuba para o Restante Mundo". Este t�tulo foi-lhe conferido apenas com o prop�sito de permitir que ele viajasse pelo mundo e participasse em torneios de Xadrez, Mas, infelizmente, depois do div�rcio da sua primeira mulher, a sua fam�lia foi relegada para o cargo de "Adidos Comerciais".

Apenas para ilustrar a sua for�a, em certa ocasi�o Capablanca obrigou o Presidente da C�mara de Havana a retirar toda a gente da sala do torneiro para que ningu�m presenciasse a sua desist�ncia numa partida frente a Frank Marshall, em 1913. Certa vez, Capablanca at� recusou posar com uma beldade do cinema dizendo: " por que � que eu lhe hei-de dar publicidade?"

No entanto, o Dr. Lasker ganhou o grande Torneio de S. Petersburgo de 1914, onde Capablanca se classificou em 2� lugar, tornando-se assim um dos cinco Grandes- Mestres iniciais nomeados pelo Czar Nicholas. Entre 1916 e 1924 o primeiro jogo que Capablanca perdeu foi com Richard Reti no magn�fico torneio Internacional de Nova Iorque de 1924. Esta derrote correu o mundo. Este feito de oito anos foi o melhor dos melhores. � o imortal dos imortais.

Passaram-se dois acontecimentos interessantes no Grande Torneio de Moscovo, em 1925. numa exibi��o de simult�neas, Capablanca ganhou todas as partidas excepto um empate contra o rapaz de �culos de 12 anos a quem ele disse de pois da partida: "Um dia ser�s um campe�o". Esse rapaz era Mikail Botvinnik que, n�o s� venceu Capablanca em AVRO 13 anos depois, como tamb�m veio a tornar-se Campe�o mundial. A certa altura nesse torneio, a maravilhosa mulher de Capablanca entrou no �trio ele ficou aparentemente t�o encantado que deixou o seu cavalo en prise. Perdeu o cavalo e a partida.

Em 1927, Capablanca, o g�nio n�o estudioso de xadrez, perdeu o seu t�tulo mundial para o estudioso g�nio de xadrez Alekhine. Com o recorde de quebrar 25 empates, Alekhine venceu 6-4. � a mais longa partida num campeonato mundial da hist�ria.

Triste � que, naqueles tempos, o campe�o mundial tinha uma dica sobre quem ele haveria de defrontar para o t�tulo. Apesar de Capablanca ser o candidato �bvio para o Campeonato do Mundo, Alekhine recusou o desafio e, em vez disso, jogou para o t�tulo com Bogoljubov e com Euwe. Isto foi 100% injusto. (Estou a bater com o punho na mesa neste momento!)

Em 567 jogos, Capablanca apenas perdeu 36 em toda a sua carreira. N�o perdeu um �nico jogo entre 1916 e 1924. Capablanca nunca teve um tabuleiro de xadrez em casa. Morreu enquanto analisava uma partida no Clube de Xadrez de Manhattan. Esta era provavelmente a maneira como ele gostaria de ter morrido. O Presidente de Cuba, o General Batista, encarregou-se pessoalmente da cerim�nia f�nebre.


-----Terry Crandal

Fonte: www.aac.uc.pt/~xadrez/Devaneios/Biografias/capablanca.html


brunosergiom

12/03/2003
07:40:07

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Topalov,V (2745) - Bareev,E (2726) / Def. Francesa

Message:

Topalov,V (2745) - Bareev,E (2726)
[C11] Defesa Francesa
Sparkassen sf Playoff Dortmund GER (2), 17.07.2002

Bareev vinha "atropelando" literalmente todos os advers�rios, enquanto Topalov demonstrava sua principal caracter�stica, o esp�rito de luta. Quem sairia vencedor deste duelo de t**�s? Veja abaixo.

1.e4 e6
Nenhuma surpresa, j� que Bareev joga normalmente a Francesa contra 1.e4.

2.d4 d5 3.Cc3 Cf6 4.Bg5
Esta e uma das linhas principais desta abertura, tendo sido jogada em diversas partidas importantes.

4...dxe4 5.Cxe4 Cbd7
A linha mais popular � 5. ... Be7. Mas o lance 5... Cbd7, favorito de Bareev, � perfeitamente jog�vel.

6.Cf3 Be7 7.Cxf6+ Bxf6 8.h4 c5 9.Dd2 cxd4 10.Cxd4 h6
Este sim � um lance praticamente desconhecido, sendo que, na imensa maioria das partidas desta linha, joga-se comumente 10. ... 0-0. Uma continua��o comum seria 11.0-0-0 Db6 12.Th3 e5 13.Cb3 Cc5 14.Bxf6 Cxb3+.

11.Bxf6 Cxf6 12.Db4 Cd5 13.Da3 De7
As Pretas n�o t�m maiores problemas depois dos primeiros dez lances. Mas este � o tipo de posi��o trai�oeira, onde um erro pode ser fatal.

14.Bb5+
E Topalov vai atr�s de uma pequena vantagem - eliminar o Roque das Pretas.

14. ... Bd7 15.Bxd7+ Rxd7 16.Da4+ Dc7
O �nico problema da posi��o das Pretas � a falta do Roque. Mas como as Brancas podem tirar proveito da desconfort�vel posi��o deste "Rei Errante"?

17.Th3!
Bom lance. A id�ia � incorporar a Torre ao ataque, sem perda de tempo.

17...a6 18.Tb3 Dc5 19.0-0-0
Se formos parar para analisar a posi��o, veremos que Topalov tem todas as pe�as voltadas para a Ala da Dama do advers�rio, na qual o Rei desabrigado se encontra. Por outro lado, n�o existe linha for�ada para a vit�ria, portanto o que vai decidir a sorte da partida s�o os pr�ximos lances de Bareev.

19...b5?!
Olha, serei sincero numa coisa: � imposs�vel, neste momento, vislumbrar o golpe que definir� a partida. O fato concreto e que este Pe�o "boi de piranha" de b5 � um ponto ideal para se sacrificar... resta saber quando e como! Seria melhor 19...Cb6, e a troca das Damas facilita a defesa das Pretas

20.Da5+ Db6 21.De1
Logicamente, a troca das Damas s� facilitaria a defesa das Pretas. Agora, as Brancas t�m a id�ia bastante agrad�vel de levar sua Dama para o Centro do tabuleiro, atrav�s da casa e5.

21...Rb7
Aqui, j� n�o sobram bons lances para as Pretas. Seu Rei est� inseguro e a posi��o das pe�as Brancas � ideal. Dif�cil � fazer algum lance que n�o perca!

22.De2
E agora, todas as pe�as est�o prontas para o ataque final!

22...Ra7 (D)
E este lance � aquele popular "quero ver se tem homem pra isso!"

23.Cxb5+!!
Lance brilhante de Topalov. Aqui, o Fritz7 d� imediatamente mais de 1,25 de vantagem para as Brancas, ou seja, vantagem suficiente para o ganho. E Topalov refor�a a m�xima "estou ganho... at� que provem o contrario".

23...axb5 24.Txb5 Dc6 25.Tdxd5!
Isto � que � inspira��o! O GM Topalov cria uma pequena obra-prima. � realmente impressionante o desfecho da partida!

25...exd5 26.De7+ Ra6 27.Tb3
E aqui Bareev abandonou. Para n�o levar mate, as Pretas t�m que trocar sua Dama pela Torre das Brancas, e o final � totalmente perdido. Uma partida super-inspirada do GM b�lgaro Veselin Topalov !!

1-0




Rodrigo Teodoro
editor de Xadrez Barbarense


Fonte: www.firew.org/xb/mes001.php


brunosergiom

12/03/2003
07:52:20

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EMANUEL LASKER

Message:
EMANUEL LASKER

Lasker viveu em Berlim grande parte de sua vida, mas, na velhice, emigrou primeiro para Moscou, depois para Nova York. Foi campe�o mundial por 27 anos (1894-1921) e sua longevidade no xadrez foi excepcional: sua primeira partida brilhante foi um duplo sacrif�cio de bispos em 1889 e sua �ltima grande conquista foi o terceiro pr�mio de Moscou em 1936, quase aos setenta anos de idade. Apesar de seus in�meros sucessos em torneios e matches, seu estilo tem permanecido objeto de pol�micas e � considerado um mist�rio. Segundo uma das opini�es sobre Lasker, ele teria sido um estrategista refinado que adicionou uma nova dimens�o t�tica a seu jogo, combinando-a com uma habilidade superlativa nos finais. Outra vis�o o descreve como um lutador, que jogava tanto com o homem quanto com o tabuleiro, deliberadamente aceitando posi��es inferiores mas complexas para fazer crescer a tens�o. Entretanto, evitou advers�rios fortes em matches e gozava de uma sorte fenomenal em partidas cr�ticas. Sugeriram at� que seu gosto peculiar por charutos fortes visava minar a resist�ncia f�sica do oponente. A verdade � que nenhum enxadrista poderia permanecer tanto tempo com o t�tulo mundial ou atingir tanto e repetidos sucessos em torneios sem uma grande dose de capacidade geral. Na maioria das partidas, Lasker derrubava os advers�rios por sua familiaridade com o xadrez estrat�gico e posicional, no qual, em certos aspectos, estava bem adiante de seu tempo. Seu dom�nio das casas fracas, do jogo de ataque frontal e de como desviar o ataque entre duas frentes foi alcan�ado muito antes de Nimzovitch formular esses conceitos em seu cl�ssico livro My system. Lasker aplicou os princ�pios de Steinitz e aperfei�oou-os para enfrentar as batalhas do xadrez competitivo. Lasker tinha um vigor excepcional e exibia uma postura calma e pragm�tica em suas partidas mais cr�ticas. Sua reputa��o de "magia negra" surgiu devido ao fato de ele mostrar-se mais forte e seguro que o advers�rio em algumas das partidas mais cr�ticas de sua carreira - por exemplo, em sua vit�ria contra Schlechter na �ltima partida do match de 1910, que Lasker precisava vencer para manter o t�tulo mundial; em sua vit�ria contra Capablanca em S�o Petersburgo, 1914, que lhe deu o primeiro pr�mio na frente de seu principal rival, e na segunda partida do seu match de 1908 com Tarrasch. Em todas essas vit�rias, Lasker demonstrou sua habilidade em criar tens�o nos advers�rios, que acabavam n�o jogando o que sabiam. Sua perseveran�a transparece tamb�m nos bons resultados que obtinha em �ltimas rodadas e na freq��ncia com que superava os rivais na segunda metade de um torneio - por exemplo, em Hastings, 1895, e nos tr�s torneios de S�o Petersburgo em 1896, 1909 e 1914. A perseveran�a de Lasker fornece uma li��o importante para o enxadrista amador ou de clubes e para o jovem ambicioso. Na teoria, todas as partidas de xadrez t�m peso id�ntico e uma vit�ria na primeira rodada tem o mesmo valor de uma vit�ria na final - mas isso n�o ocorre na pr�tica. Por exemplo, nos torneios que seguem o sistema su��o, os enxadristas enfrentam advers�rios com resultados semelhantes, e um in�cio pobre ou uma derrota nas rodadas intermedi�rias podem ser compensados com vit�rias contra advers�rios mais fracos nas fases finais do torneio. As vit�rias nas rodadas finais de um torneio su��o - principalmente na �ltima delas t�m, na verdade, um peso extra, pois decidem os pr�mios. Pela carreira de Lasker, vemos que ele levava em conta a import�ncia das partidas na final de torneios. Nas rodadas de abertura de uma competi��o, todo jogador briga por um bom resultado, mas quando o torneio avan�a alguns perdem o interesse ou a autoconfian�a enquanto outros, lutando pelos primeiros lugares, sofrem uma tens�o excessiva. Em tal situa��o, o enxadrista forte e experiente, acostumado ao sucesso, pode utilizar sua t�cnica superior ou seus poderes t�ticos para levar o advers�rio a cometer erros. Assim, uma das qualidades mais importantes de Lasker, apesar de praticamente esquecida em todos os in�meros coment�rios sobre seu estilo, era saber dar o ritmo de jogo durante os torneios e decis�es de longa dura��o. Lasker conquistou um recorde inigual�vel em matches, vencendo dezenove, empatando dois e perdendo apenas para seu sucessor no t�tulo mundial, Capablanca. Isso se deu em parte por sua habilidade na escolha dos advers�rios, principalmente no per�odo entre 1900 e 1914, quando - por tr�s vezes - aceitou o comparativamente fraco Jan�vski, que tinha um patrocinador rico, enquanto driblava os perigosos desafiantes Maroczy, Rubinstein e Capablanca. Mas, nos matches que jogou, demonstrou sua habilidade no combate corpo a corpo, especialmente nas vit�rias de 8 a 0 contra Marshall e Jan�vski e 6 a 0 contra Blackburne. Na sua concep��o simples das aberturas, Lasker estabeleceu um modelo que foi seguido por alguns de seus sucessores no t�tulo mundial, como Capablanca, Petrossian e Karpov, adeptos tamb�m de um enfoque de base nos est�gios iniciais da partida. J� vimos seu tratamento da abertura Ruy L�pez, e na defesa Francesa com as brancas preferia linhas como 1. e4 e6 2. d4 d5 3. Cc3 Bb4 4. Ce2 ou 1. e4 e6 2. d4 d5 3. Cc3 Cf6 4. Bg5 Bb4 5. exd5 Dxd5 6. Bxf6 gxf6. Um dos problemas de uma postura t�o antite�rica com as pe�as brancas � como enfrentar a defesa Siciliana 1. e4 c5, a mais aguda e a mais analisada de todas as aberturas, mas Lasker tamb�m soube lidar com ela nos �ltimos anos de sua carreira. Jogando com as pretas, preferia um desenvolvimento r�pido e simples com o m�nimo poss�vel de lances com os pe�es, como na defesa de Lasker ao gambito da Dama 1. d4 d5 2. c4 e6 3. Cc3 Cf6 4. Bg5 Be7 5. e3 0-0 6. Cf3 h6 7. Bh4 Ce4, ou como na defesa "� moda antiga" contra a abertura Ruy L�pez, que muitas vezes lhe serviu bem. Lasker teria sido o maior enxadrista de todos os tempos, como querem certos comentaristas? Certamente - de acordo com as avalia��es hist�ricas de Elo ele inclui-se entre a meia d�zia de principais campe�es mundiais junto com Capablanca, Alekhine, Botvinnik, Fischer e provavelmente Karpov e Kasparov. Parece razo�vel supor, tamb�m, que os principais grandes mestres da atualidade saberiam explorar o rotineiro repert�rio de aberturas de Lasker melhor do que o fizeram seus contempor�neos. Algumas de suas vit�rias que partiram de posi��es duvidosas teriam sido improv�veis contra enxadristas familiarizados com o xadrez psicol�gico. Mas seu conhecimento das posi��es e sua capacidade anal�tica deram muito trabalho a jogadores contempor�neos na d�cada de 30; n�o importa se Lasker era ou n�o "o maior", ele pode ser considerado o primeiro dos enxadristas modernos e o expoente m�ximo do xadrez pr�tico.

Fonte: pessoal.onda.com.br/carvalhovisk/lasker.htm



brunosergiom

12/03/2003
09:48:51

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Primeira partida jogada no espa�o.

Message:
A primeira partida de Xadrez jogada entre o espa�o e a Terra realizou-se no dia 9 de Junho de 1970 e foi jogada entre a tripula��o do Soyuz-9 contra os seus companheiros na Terra. Os cosmonautas jogaram sobre um tabuleiro desenhado para a ocasi�o, tendo em conta a aus�ncia de gravidade. A partida terminou empatada.

Fonte: www.maisxadrez.com/oxadrez/


brunosergiom

12/03/2003
11:06:38

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Grandes Jogadores...

Message:

Grandes Jogadores, Rankings, Listas...
de Arlindo Vieira

Tudo o que for escrito neste artigo � subjectivo, pol�mico at�...mas � meu, � a minha opini�o, como tal "falaciosa", parcial, enfermada pelo meu v�cio do gosto de an�lise e reflex�o sobre a hist�ria do xadrez e jogadores de xadrez! Como ser� evidente, muitos n�o concordar�o com esta an�lise, outros sim , e, outros ainda nem ser�o a favor nem contra!
Escrevo este artigo, em primeiro lugar, para recordar certos jogadores-grandes jogadores - esquecidos hoje na voragem das figuras omnipresentes nas capas das revistas de xadrez, ou nas partidas das bases de dados. � bom para mim, faz-me bem recordar esta gente a quem devo muito da minha paix�o pelo xadrez, � bom para os "velhinhos" do Luso Xadrez, recordar e re-ouvir estes nomes familiares, � bom para os jovens descobrir, grandes jogadores, para al�m dos Kaspa, dos Moro, dos Chuky, dos Kram...!

Neste artigo v�o estar os grandes Campe�es do Mundo, ou grandes jogadores, mas tamb�m, aquilo que podemos apelidar de segundos planos, que n�o deixaram de ser grandes jogadores, mas que, por raz�es, que a hist�ria do xadrez desconhece est�o, est�o remetidos a uma qualquer entrada de uma enciclop�dia xadrez�stica, pese terem sido fabulosos jogadores de xadrez!

Que fique claro: Os nomes escolhidos s�o op��o minha e a sua coloca��o na lista em muitos casos aleat�ria, por exemplo: colocar 1.� Fischer e depois Kasparov, para mim � indiferente colocar ao contr�rio. Tamb�m a �poca, ou a escola de xadrez me � indiferente! Um grande jogador de ataque foi, � e ser� um jogador de ataque independentemente da �poca Rom�ntica, Hipermoderna, Cl�ssica, Inform�tica, etc! Tamb�m a classifica��o dos jogadores em categorias de estilo de jogo n�o pode deixar de ser problem�tica e pol�mica! Petrosyan foi um g�nio da defesa , mas querem dezenas de partidas deste genial jogador com ataques sensacionais? Tal foi para mim o maior g�nio de ataque do xadrez do s�culo XX , mas querem dezenas e dezenas de partidas em que o " Mago De Riga " mostrou uma mestria defensiva de alto gabarito? � evidente que para a minha classifica��o , procuro seguir a tend�ncia, a regra, embora todos os grandes jogadores tivessem e tenham a capacidade da valoriza��o posicional, associado a capacidades de c�lculo concreto de variantes, e vis�o t�ctica apuradas! Quem quiser estat�sticas e an�lises rebuscadas s� para agradar ao patr�o e, mostrar que Kasparov foi o maior jogador de todos os tempos, fa�a o favor v� ler os artigos de um tal Jeff Sonas, no site do Kasparov.

Ent�o o enquadramento dos jogadores em categorias de estilo que proponho � o seguinte:

A- Jogadores de ATAQUE

Isto �, jogadores que procuravam e procuram a iniciativa desde cedo, e que na primeira oportunidade, sacrificavam material, ou para obter um ataque directo ao rei, ou para obter vantagem duradoura e significativa de posi��o que lhes permitia a vit�ria. Geralmente uma boa maioria de partidas destes jogadores, s�o caracterizadas por sacrif�cios espectaculares, ou ataques ao rei advers�rio de uma enorme beleza. N�o interessa, aqui discutir, se muitos desses sacrif�cios eram ou n�o formalmente correctos, se eram ou n�o refutados, por uma defesa correcta, ou an�lises profundas � posteriori ! N�o estamos a falar de Fritz 6, ou Junior, ou outros programas! Quem foram ent�o os maiores jogadores de ataque da Hist�ria do xadrez?

1.� Mikhail TAL ( 1936 - 1992 )
2.� Leonid STEIN ( 1934 - 1973 )
3.� Adolf ANDERSSEN ( 1818 - 1879 )
4.� Johannes ZUKERTORT ( 1842 - 1888 )
5.� Paul KERES ( 1916 - 1975 )
6.� Alexei SHIROV ( 1972 - )
7.� Alexander MOROZEVITCH ( 1977 - )
8.� Frank MARSHALL ( 1877 - 1944 )
9.� Henry BLACKBURNE ( 1841 - 1924 )
10.� David JANOWSKY ( 1868 - 1927 )
11.� Rudolf SPIELMANN ( 1883 - 1942 )
12.� Jacques MIESES ( 1865 - 1954 )
13.� Veselin TOPALOV ( 1975 - )
14.� Saviely TARTAKOWER ( 1887 - 1956 )
15.� Rudolf CHAROUSEK ( 1873 - 1900 )
16.� Rashid NEZHMETDINOV ( 1912 - 1974 )
17.� Alexander TOLUSH ( 1910 - 1969 )
18.� Viktor KUPREICHIK ( 1949 - 1991 )
19.� Igor BONDAREVSKY ( 1913 - 1979 )
20.� Vladimir SIMAGIN ( 1919 - 1968 )
21.� Ignatz KOLISCH ( 1837 - 1889 )
22.� Leonid SHAMKOVICH ( 1923- )
23.� Max WEISS ( 1857 - 1927 )
o 16.�, 17.� e 18.� s�o meus" her�is secretos " e hei-de escrever um artigo sobre eles!



B- Os Grandes Jogadores de estilo defensivo-DEFESA

Estes jogadores caracterizavam e caracterizam o seu jogo, atrav�s de uma apurada t�cnica defensiva, prevendo os planos advers�rios, solucionando de forma por vezes brilhante, ataques violentos dos seus advers�rios, tendo sempre em aten��o formas de contra-ataque, que muitas vezes lhes davam a vit�ria. Muitos deles eram , e s�o, n�o ser� por acaso, excepcionais jogadores de finais, pelo que usavam-usam, n�o raras vezes a t�cnica da simplifica��o para salvar posi��es aparentemente comprometidas. Tenho uma ternura especial por estes jogadores, pois numa �poca, em que se lauda o xadrez de ataque, d�-me vontade de rir, muita gente n�o perceber que a defesa no xadrez � das coisas mais dif�ceis de apreender e estudar! � um estilo , n�o muito adequado a muitos jogadores, mas todos os grandes jogadores defensivos t�m em comum, uma eloborada concep��o estrat�gica da posi��o, bem como uma excelente capacidade de previs�o t�ctica, aliada a uma n�o menos �ptima capacidade de c�lculo, independentemente de gostarem de posi��es mais ou menos restringidas.

1.� Emanuel LASKER ( 1868 - 1941 )
2.� Tigran PETROSYAN ( 1929 - 1984 )
3.� Carl SCHLECHTER ( 1874 - 1918 )
4.� Geza MAROCZY ( 1870 - 1951 )
5.� Oldrich DURAS ( 1882 - 1957 )
6.� Richard TEICHMANN ( 1868 - 1925 )
7.� Ulf ANDERSSON ( 1951-)
8.� Peter LEKO ( 1979 - )
9.� Amos BURN( 1848 - 1925 )



C- Jogadores de ESTILO UNIVERSAL -" all around "

S�o geralmente grandes jogadores que se movimentam em qualquer tipo de posi��o. O seu jogo, � por assim dizer universal, mostrando em todas as fases de jogo um alto dom�nio t�cnico, conforme os conhecimentos da �poca, claro! Muitos dos grandes campe�es do mundo, coloco-os neste grupo. As suas grandes partidas, s�o exemplos acabados de uma profunda compreens�o posicional, a sua vis�o t�ctica era e � apuradissima, bem como a sua capacidade de jogar os finais , extremamente desenvolvida. Por vezes as partidas destes jogadores ( dos grandes, dos outros grupos tamb�m-� �bvio! ) mostram um grau de consecu��o e perfei��o, que quase poderiamos dizer perfeito e, quando analisamos as suas partidas, muitas vezes existe nelas uma l�gica, um encadeamento estrat�gico-t�ctico not�veis, que por vezes nos d�o a sensa��o de tudo aquilo ser muito f�cil, os lances parecem fluir com naturalidade, tal como a l�gica da partida! Aviso desde j�, que dentro desta universalidade, existem varia��es bem marcadas entre o estilo dos jogadores: ningu�m poder� comparar, a cristalinidade do jogo de Fischer, com a beleza obscura e "arvorizada" das concep��es estrat�gicas e t�cticas de Kasparov! Apesar de tudo, podemos comparar, quase o mesmo grau de pesquisa e perfei�onamento dos dois jogadores a n�vel de aberturas! Posso tamb�m referir que os cinco primeiros jogadores desta lista, est�o ordenados s� pela ordena��o, isto �, n�o corresponde a um "finca-p�" meu numa ordem rig�da. Eu explico: Fischer, Kasparov, Capablanca, Alekhine, Morphy-podem coloc�-los na ordem que bem quiserem, que eu concordo! E se lhes quiserem acrescentar Tal e Lasker dos outros grupos, tamb�m n�o est� mal! E at� podem perguntar porque n�o Alekhine como g�nio de ataque? Foi-o, como tamb�m o foram Fischer, e o � Kasparov, todavia a classe em todas as fases do jogo, a forma como se afirmaram durante anos numa �lite mundial, torna-os dif�ceis de catalogar numa s� categoria.

1.�- Bobby FISCHER ( 1943 - )
2.�-Garry KASPAROV ( 1963 - )
3.� Jos� Raul CAPABLANCA ( 1888 - 1942 )
4.� Alexander ALEKHINE ( 1892 - 1946 )
5.� Paul MORPHY ( 1837 - 1884 )
6.� Anatoli KARPOV ( 1951 - )
7.� Wilhelm STEINITZ ( 1836 - 1900 )
7.� Mikhail BOTVINNIK ( 1911 - 1995 )
8.� Vladimir KRAMNIK ( 1975 - )
9.� Boris SPASSKY ( 1937 - )
10.�Viswanathan ANAND ( 1969 - )
11.� Viktor KORCHNOI ( 1931 - )
12.� Vasily SMYSLOV ( 1921 - )
13.� Mykhail CHIGORIN ( 1850 - 1908 )
14.� Akiba RUBINSTEIN ( 1882- 1961 )
15.� David BRONSTEIN ( 1924 - )
16.� Siegbert TARRASCH ( 1862 - 1934 )
17.�Aaron NIMZOWITSCH ( 1886 - 1935 )
18.� Harry Nelson PILLSBURY ( 1872 - 1906 )
19.� Max EUWE ( 1901 - 1981 )
20.� Samuel RESHEVSKY ( 1911 - 1992 )
21.� Lajos PORTISCH ( 1937 - )
22.� Svetozar GLIGORICH ( 1923 - )
23.� Vasily IVANCHUK ( 1969 - )
24.� Reuben FINE ( 1914 - 1993 )
25.� Jan TIMMAN ( 1951 - )
26.� Bent LARSEN ( 1935 - )
27.� Richard RETI ( 1889 - 1929 )
28.� Gyula BREYER ( 1893 - 1921 )
29.� Efim BOGOLJUBOW ( 1889 - 1952 )
30.� Efim GELLER ( 1925 - )
31.� Lev POLUGAYEVSKY ( 1934 - 1995 )
32.� Alexander BELYAVSKY ( 1953 - )
33.� Isaak BOLESLAVSKY ( 1919 - 1977 )
34.� Mark TAIMANOV ( 1926 - )
35.� Miguel NAJDORF ( 1910 - 1997 )
36.� Yuri AVERBAKH ( 1922 - )
37.� Salo FLOHR ( 1908 -83 )
38.� Ljubomir LJUBOJEVICH ( 1950 - )
39.� Gata KAMSKY ( 1974 - )
40.�Alexander KOTOV ( 1913 - 1981 )
41.� Henrique MECKING ( 1952 -)
42.� Gideon STAHLBERG ( 1908 - 1967 )
43.� Howard STAUTON ( 1810 - 1874 )
44.� Milan VIDMAR ( 1885 - 1962 )
45.� Szymon WINAWER ( 1838 - 1920 )
46.� Ossip BERNSTEIN ( 1882 - 1962 )

D- Jogadores -categoria " N�O SEI ONDE OS COLOCAR "

S�o jogadores fabulosos, em que algumas das suas partidas osa colocam na galeria de grandes jogadores...mas sinceramente onde os colocar? Um ou outro nos jogadores de ataque, ou defesa, mas a maioria na de jogadores universais, todavia, confesso que esta �ltima � t�o grandiosa e pol�mica, que me � dif�cil tirar um e por outro! Mas santo Deus, onde colocar jogadores do calibre de:

PAULSEN
BIRD
KHALIFMAN
GELFAND
SALOV
OLAFSSON
IVKOV
SEIRAWAN
RAGOZIN
SHOWALTER
ELISKASES
SULTAN KHAN
MARCO
PHILIDOR
LABOURDONNAIS
WALBRODT
LEVENFISH
LILIENTHAL
GUNSBERG
HUBNER
ALAPIN
ALBIN
KOSTICH
ETC. , ETC. , ETC...


E pronto...desculpem a "lonjura" do artigo, que at� � curto em fun��o da imensid�o da grandeza da Hist�ria do xadrez ! Repito, que esta ordena��o � subjectiva, quer no n�mero, quer na pr�pria cataloga��o dos jogadores em categorias e, por isso dizerem -me que o 9,� � melhor que o 10.�, ou que Pillsbury, podia ser enquadrado num dos jogadores de ataque mais brilhantes do s�culo XX, ter� como resposta minha: aceito! O que pretendia � que me chamassem � aten��o sobre o esquecimento de algum importante jogador, principalmente do passado, sobre a escrita incorrecta de algum nome, ou das datas assinaladas! Espero que esta lista de nomes vos abra a curiosidade, para explorar as partidas de alguns destes jogadores! Sem presun��o, mas com certa vaidade, posso afirmar que possuo livros de partidas ou biografias sobre estes jogadores na propor��o de quase 70% desta lista! Qualquer informa��o bibliogr�fica ser� dada com todo o gosto!

Sauda��es xadrez�sticas para todos!

Fonte: br.groups.yahoo.com/group/LusoXadrez/message/275?source=1



brunosergiom

12/04/2003
02:26:34

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Regras e comportamentos

Message:
Data: Qua Out 15, 2003 7:16 am
Assunto: Regras e comportamentos, de Vitor Guerra.


Ol� a todos ,

Esta recente abordagem ao tema das penaliza��es , deu-me alento para escrever
sobre uma coisa que me tem torturado ao longo destes �ltimos tempos .

Refiro-me �s inumeras cenas de comportamentos errados no tabuleiro , a que tenho
assistido , em que n�o s� as regras de xadrez n�o t�m sido respeitadas , mas
tamb�m as mais elementares '' regras '' do bom senso , e educa��o , t�m sido
esquecidas , muitas vezes convenientemente .

Enquanto jogador e �rbitro , especialmente desde que comecei a arbitrar , tenho
percebido melhor , o total desconhecimento das regras que existe por parte dos
jogadores . A verdade � que apenas uma muito pequena percentagem dos jogadores
conhece vagamente as regras de xadrez .

Mas o que me incomoda acima de tudo , � que os jogadores mesmo n�o sabendo as
regras de xadrez , deviam saber como se comportar durante uma partida de xadrez
, e como se comportar em face do jogador que est� � nossa frente , advers�rio ,
mas colega jogador !

Por vezes fico pasmo , e at� irritado com certas atitudes , como levar comida
para a mesa , comer sentado em frente ao advers�rio , dia ap�s dia permitir que
o telemovel toque , como se n�o fosse nada connosco , propor empate quando o
outro jogador est� a pensar , propor empate v�rias vezes , arrumar as pe�as
quando o outro est� a pensar , h� ainda os que se ''esquecem'' de anotar as
jogadas em apuros , os que falam com os advers�rios em apuros de tempo .... etc
... etc .... , os que mastigam pastilha elastica ou rebu�ados e parece que fazem
quest�o em ser ouvidos do outro lado da sala , e h� tamb�m os que tentam voltar
atr�s com a jogada , umas vezes calados , outras at� pedem ... os que mandam com
as pe�as quando perdem ....sei l� , � s� estar com aten��o em qualquer torneio
para assistir a casos destes .

O tocar do telemovel aqui discutido , � talvez , o desrespeito mais visivel ,
mas nem por isso o mais prejudicial para o advers�rio . qualquer uma destas
coisas , que atr�s referi me deixa muito mais irritado e desconcentrado do que o
telemovel . imagino que acontecer� o mesmo com muitos jogadores .

A pergunta � , o que fazer para mudar esta situa��o . Como educar os jogadores ?

Porque ningu�m quer ter o trabalho de ler as regras !

� uma chatice ... parece que aquilo tem para a� umas 10 ou 12 paginas , e nem
sequer tem quadradinhos , como � que querem que a malta leia aquilo !

Por incrivel que pare�a , num destes �ltimos nacionais de Sub-18 que arbitrei ,
depois de perceber que n�o sabiam capturar na passagem , passei a ensinar uma
regra por dia . Antes de dar inicio � sess�o , l� explicava mais um regra : ''
.... n�o se pode usar as duas m�os para jogar .... , pode-se rocar grande se a
casa b1 ou b8 estiver atacada .... '' etc ...

Mas al�m do processo me deixar infeliz e ser de efic�cia duvidosa , � pouco
abrangente .

Pode parecer ridiculo , mas em primeiro lugar sugeria que se fizesse uma coisa
que at� vem nas regras , e deixo um apelo a todos os organizadores de provas ,
oficiais ou n�o .

POR FAVOR , PASSEM A AFIXAR AS REGRAS NA SALA DO TORNEIO !!

Em segundo , uma sugest�o que j� fiz a algumas pessoas , durante as pr�ximas
provas de jovens , como os nacionais , ou o recente torneio no Barreiro , em que
se conseguir reunir um grande n�mero de jogadores jovens , penso que a FPX ou o
CNA deve elaborar um documento do tipo '' As regras de xadrez e comportamentos a
ter , vers�o para crian�as '' .

No Associa��o de Xadrez de Lisboa , j� est� em marcha uma iniciativa desse tipo
por parte da �rbitra Ilda Miranda e respectivo Conselho distrital de arbitragem
,

mas como n�o seria fant�stico se todos n�s , agentes desportivos tom�ssemos
medidas activas no sentido de melhor educar .

talvez , com uma melhor educa��o e conhecimento das regras , algumas das
noticias de jornal que envergonham o xadrez n�o existissem ...


Sobre o caso da atribui��o de derrota a um jogador por ter tocado o seu
telemovel , j� vi casos em que eu como �rbitro dava derrota imediatamente ,
devido � repetitividade do acto , e outros em que percebi perfeitamente que fora
esquecimento , sempre achei que devia ser dada liberdade ao �rbitro para avaliar
caso a caso , pois acima de tudo o jogo deve ser ganho por quem pratica melhor
xadrez e n�o porque o outro se esqueceu de desligar o seu telefone.

Existe at� a possibilidade de eu perceber que o telefone do meu advers�rio est�
ligado e fazer com que algu�m lhe telefone ...

Se a derrota for a puni��o adotada para essa infra��o ( como regra ) , tamb�m
n�o fico escandalizado, preferia de outra maneira , mas aceito . Sugiro s� que
se afixe essa puni��o ou regra em v�rios sitios bem visiveis para todos na sala
de jogo .

POR FAVOR , PASSEM A AFIXAR AS REGRAS NA SALA DO TORNEIO !!
POR FAVOR , RESPEITEM O TEMPO DE REFLEX�O DO ADVERS�RIO !!

Um abra�o .
Vitor Guerra.

Fonte: br.groups.yahoo.com/group/LusoXadrez/message/2818
Nota de brunosergiom:

Devemos observar que o texto apresenta uma cr�tica sobre o comportamento de jogadores portugueses. Contudo, a realidade brasileira n�o � diferente... Creio que o texto � oportuno. Os jogadores do Conex�o Macaxeira que participam de torneios em clubes ou abertos, com certeza, possuem muitas hist�rias sobre "advers�rio de comportamento estranho ou dif�cil" para serem relatadas.

Um abra�o,
Bruno



brunosergiom

12/04/2003
02:29:05

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Da �tica desportiva

Message:
Data: Qui Out 16, 2003 1:37 pm
Assunto: Da �tica desportiva, de Dinis Lameira


Gostaria apenas de recordar que a �tica ou a moral n�o s�o um problema
espec�fico do xadrez de competi��o mas um problema social alargado e
multifacetado.
Quanto aos casos espec�ficos de telem�veis a tocar volto a dize-lo, o
problema reside nos reincidentes e nos que o atendem em vez de o desligar j�
que estes �ltimos apenas o fazem para n�o gastar dinheiro na chamada de
volta, como penalidades proponho apenas as desportivas, desde retirar 0.5 a
1 ponto por cada caso at� destituir qualquer falador de qualquer pr�mio caso
venha a merece-lo pela classifica��o no final do torneio.
A mensagem � simples, se falas ent�o n�o mamas.
No entanto em Portugal a FPX tem seguido a dura linha das san��es
pecuni�rias para equipas faltosas, n�o me admiraria se o mesmo “rem�dio”
fosse aplicado para outros problemas.
Aos Kibitzers faladores um am�vel convite para desaparecerem da sala de jogo
de uma vez por todas at� que estejam bem longe e sem vontade de retornar,
para isso l� est�o os �rbitros.
A afixa��o de cartazes com as regras do jogo ou regras de comportamento �
bem intencionada mas parece-me ineficaz, j� vi folhas que mais pareciam
sinais de tr�nsito a proibir o uso de telem�veis na sala de jogo mas estes
tocam na mesma.
Aqueles que comem as suas refei��es na mesa de jogo penso que deveriam pelo
menos ter o consentimento do advers�rio, e a raz�o � simples uma pessoa com
apetite que v� outra a mastigar tem tend�ncia para come�ar a salivar
imediatamente o que � um pouco desagrad�vel.
Como exemplo posso dar o meu, quando era mais jovem costumava receber todas
as pessoas que me batiam � porta de mensagens religiosas em punho, com uma
ma�� ou uma p�ra que comia ruidosamente � frente delas, n�o me orgulho disso
mas n�o ficava satisfeito enquanto n�o as via engolir em seco, ou seja a
alimenta��o � frente de outra pessoa pode ser tomada como uma ofensa mesmo
quando sem inten��o .


Um abra�o
Dinis Lameira

Fonte: br.groups.yahoo.com/group/LusoXadrez/message/2825


brunosergiom

12/05/2003
01:28:49

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ABERTURAS DO PE�O DO REI

Message:

ABERTURAS DO PE�O DO REI


Abertura do Bispo - 1. P4R/P4R 2. B4B

Variante - 2. .../C3BR 3. P4D/PxP 4. C3BR/CxP 5. DxP/C3BR

Variante - 2. .../P3BD


Contra Gambito do Pe�o da Dama - 1. P4R/P4R 2. C3BR/P4D 3. PxP/DxP 4. C3B/D3R 5. B5C+/B2D 6. 0-0

Gambito do Rei - 1. P4R/P4R 2. P4BR

Contra Gambito Falkbeer - 2. .../P4D 3. PRxP/P5R 4. P3D/C3BR 5. C2D 5. .../P6R

Gambito do Rei Aceito - 2. .../PxP

Gambito do Bispo do Rei - 3. B4B/P4D 4. BxP/C3BR 5. C3BD/B5CD

Gambito do Cavalo do Rei - 3. C3BR/C3BR 4. P5R/C4TR 5. P4D/P4D

Gambito Muzio - 3. C3BR/P4CR 4. B4B/P5C 5. 0-0

Gambito Kieseritski - 3. C3BR/P4CR 4. P4TR/P5C 5. C5R

Variante - 2. .../B4B 3. C3BR/P3D 4. C3B/C3BR 5. B4B/C3B



Gambito Let�o (Contra G�mbito Grego) - 1. P4R/P4R 2. C3BR/P4BR

Variante - 3. CxP/D3B 4. P4D/P3D 5. C4B/PxP 6. C3B/D3C

Variante - 3. P4D/PBxP 4. CxP/C3BR 5. B4BD/P4D 6. B3C/B3R



Partida Alekhine - 1. P4R/C3BR

Variante Principal - 2. P5R/C4D 3. P4BD/C3C 4. P4D/P3D 5. P4B/PxP

Variante - 2. C3BD/P4D 3. PxP/CxP 4. B4B/C3C 5. B3C/P4BD

Variante - 2. P5R/C4D 3. P4BD/C3C 4. P4D/P3D 5. C3BR/B5C

Variante - 2. P5R/C4D 3. P4BD/C3C 4. P4D/P3D 5. PxP/PRxP

Variante - 2. P5R/C4D 3. P4BD/C3C 4. P5B/C4D 5. C3BD/CxC 6. PDxC 6. .../P3D

Variante - 2. P5R/C4D 3. P4D/P3D 4. C3BR/B5C 5. B2R/P3BD



Partida Berlinesa - 1. P4R/P4R 2. B4B/C3BR

Variante - 3. C3BR/CxP 4. C3B/CxC 5. PDxC/P3BR

Variante - 3. P3D/B4B 4. C3BD/P3D

Variante - 3. P3D/C3B 4. P4B/PxP

Variante - 3. P4D/P3BD 4. PxP/CxP 5. C2R

Variante - 3. P4D/PxP 4. C3BR/CxP



Partida Caro-Kann - 1. P4R/P3BD 2. P4D/P4D 3. PxP/PxP 4. P4BD

Variante Burguesa - 2. P4D/P4D 3. C3BD/PxP 4. CxP

Variante das Trocas - 2. P4D/P4D 3. PxP/PxP 4. B3D

Variante Tartakower - 2. P4D/P4D 3. P3BR

Variante - 2. C3BD/P4D 3. C3B/P3R 4. P4D

Variante - 2. C3BD/P4D 3. C3B/PxP 4. CxP/B5C

Variante - 2. P4D/P4D 3. P5R/B4B 4. B3D/BxB 5. DxB/P3R



Partida do Centro - 1. P4R/P4R 2. P4D/PxP

Defesa Berger - 3. DxP/C3BD 4. D3R/C3B

Gambito do Centro - 3. C3BR

Gambito N�rtico - 3. P3BD/PxP 4. B4BD/PxP

Gambito N�rtico Recusado - 3. P3BD/P4D 4. PRxP

Variante - 3. DxP/C3BD 4. D3R/B5C+

Variante - 3. P4BR/B4B 4. C3BR/C3BD



Partida dos Tr�s Cavalos - 1. P4R/P4R 2. C3BR

Variante - 2. .../C3BD 3. C3B/B5C 4. C5D/C3B 5. B4B/0-0

Variante - 2. .../C3BR 3. C3B/B5C 4. B4B/0-0 5. P3D/P3B



Partida dos 4 Cavalos - 1. P4R/P4R 2. C3BR/C3BD 3. C3B/C3B 4. B5C

Defesa Rubinstein - 4. .../C5D

Variante sim�trica - 4. .../B5C 5. 0-0/0-0



Partida Escandinava - Contra Gambito do Centro - 1. P4R/P4D 2. PxP

Sistema Kiel - 2. .../C3BR

Variante - 2. .../DxP

Variante - 3. B5C+/B2D 4. B4B/B5C

Variante - 3. C3BD/D1D 4. P4D

Variante - 3. C3BD/D4TD 4. P4D

Variante - 3. P4D/CxP 4. P4BD



Partida Escocesa - 1. P4R/P4R 2. C3BR/C3BD 3. P4D

Gambito Escoc�s - 3. .../PxP 4. B4BD

Gambito G�ring - 3. .../PxP 4. P3B

Gambito Relfson - 3. .../PxP 4. B5CD

Variante - 3. .../PxP 4. CxP/B4B 5. B3R/D3B 6. B3BD/CR2R

Variante - 3. .../PxP 4. CxP/C3B 5. C3BD/B5C 6. CxC/PCxC

Variante - 3. .../PxP 4. CxP/C3B 5. CxC/PCxC 6. P5R/D2R

Variante - 3. .../P3D 4. PxP/PxP 5. DxD+/RxD 6. C3B/P3B



Partida Espanhola (Ruy Lopes) - 1. P4R/P4R 2. C3BR/C3BD 3. B5C

Sistema Alapin - 3. .../B5C

Sistema Berlin�s - 3. .../C3B

Sistema Bird - 3. .../C5D

Sistema Cordeli defesa cl�ssica - 3. .../B4B

Sistema Cozio - 3. .../CR2R

Sistema Jaenish - 3. .../P4B

Sistema Morphy - 3. .../P3TD

Variante Aberta - 4. B4T/C3B 5. 0-0/CxP

Variante Fechada - 4. B4T/C3B 5. 0-0/B2R

Variante da Troca - 4. BxC

Variante Siesta - 4. B4T/P3D

Defesa M�ller - 4. B4T/C3B 5. 0-0/B4B

Sistema Steinitz - 3. .../P3D



Partida Francesa - 1. P4R/P3R 2. P4D/P4D

Variante Cl�ssica - 3. C3BD

Ataque Chatard - 3. .../C3BR 4. B5CR/B2R 5. P5R/CR2D 6. P4TR

Variante - 6. .../0-0 7. B3D/P4BD 8. C3T

Variante - 6. .../P3BR 7. B3D/P4BD 8. D5T+/R1B

Variante - 6. .../P4BD 7. BxB/RxB 8. P4B/C3BD

Ataque English - 3. .../C3BR 4. B5CR/B2R 5. P5R/CR2D 6. BxB/DxB 7. D2D

Variante Mac Cutcheon - 3. .../C3BR 4. B5CR/B5C 5. P5R/P3TR

Variante Rubinstein - 3. .../PxP 4. CxP/C2D 5. C3BR/CR3B

Variante Rubinstein Atrasada - 3. .../C3BR 4. B5CR/PxP 5. CxP/B2R 6. BxC/PxB

Variante Winawer - 3. .../B5C

Variante - 4. B2D/C2R 5.PxP/PxP

Variante - 4. B3D/P4BD 5. PRxP/DxP 6. B2D/BxC

Variante - 4. C2R/PxP 5. P3TD/B2R 6. CxP/C3BD ou C3BR

Variante - 4. C2R/PxP 5. P3TD/BxC+ 6. CxB/C3BD

Variante - 4. D4C/C3BR 5. DxPC/T1C 6. D6T

Variante - 4. P3TD/BxC+ 5. PxB/PxP

Variante - 4. P5R/P4BD 5. P3TD/BxC+ 6. PxB

Variante - 4. PxP/PxP 5. B3D/C3BD 6. C2R/CR2R

Variante das Trocas - 3. PxP

Variante Nimzowitch - 3. P5R/P4BD

Variante - 4. D4C/C3BD 5. C3BR/CR2R

Variante - 4. P3BD/C3BD 5. C3BR/D3C

Variante - 4. P3BD/C3BD 5. P4BR/PxP

Variante Tarrasch - 3. C2D

Variante - 3. .../C3BR 4. P5R/CR2D 5. B3D/P4BD 6. P3BD/C3BD

Variante - 3. .../P4BD 4. PxPD/PRxP 5. B5C+/B2D 6. D2R+/D2R



Partida H�ngara - 1. P4R/P4R 2. C3BR/C3BD 3. B4B/B2R 4. P4D

Variante - 4. .../P3D 5. P5D/C1C

Variante - 4. .../PxP 5. CxP



Partida Italiana (Giuoco Piano) - 1. P4R/P4R 2. C3BR/C3BD 3. B4B/B4B

Ataque Max Lange - 4. 0-0/C3B 5. P4D/PxP 6. P5R

Ataque M�ller - 4. P3B/C3B 5. P4D/PxP 6. PxP/B5C+ 7. C3B/CxPR 8. 0-0/BxC 9. P5D

Gambito Evans - 4. P4CD

Gambito Evans Aceito - 4. .../BxP 5. P3B/B4T 6. P4D/P3D

Gambito Evans Recusado - 4. .../B3C 5. B2C/P3D 6. P4TD/P3TD

Variante Canal - 4. P3B/C3B 5. C3B/P3D 6. B5CR

Variante Greco - 4. P3B/C3B 5. P4D/PxP 6. PxP/B5C+ 7. C3B/CxPR 8. 0-0/CxC



Partida Nimzovitch - 1. P4R/C3BD 2. P4D/P4D

Variante - 3. C3BD/P3R 4. C3B/B5C

Variante - 3. C3BD/PxP 4. P5D/C4R

Variante - 3. P5R/B4B 4. P3BD/P3B



Partida Phillidor - 1. P4R/P4R 2. C3BR/P3D 3. P4D

Variante - 3. .../B5C 4. PxP/BxC 5. DxB

Variante - 3. .../C2D 4. B4BD/P3BD

Variante - 3. .../C3BR 4. C3B/CD2D

Variante - 3. .../C3BR 4. PxP/CxP 5. D5D



Partida Ponziani - 1. P4R/P4R 2. C3BR/C3BD 3. P3B

Variante - 3. .../C3B 4. P4D/P4D

Variante - 3. .../P4D 4. D4T/C3B 5. CxP/B3D



Partida Prussiana (2 cavalos) - 1. P4R/P4R 2. C3BR/C3BD 3. B4B/C3B

Ataque Fegatello - 4. C5C/P4D 5. PxP/C4TD 6. CxPB

Variante Canal - 4. P4D/PxP 5. 0-0/CxP 6. T1R/P4D 7. BxP/C3B



Partida Russa (defesa Petroff) - 1. P4R/P4R 2. C3BR/C3BR

Variante Cl�ssica - 3. CxP/P3D 4. C3BR/CxP 5. P4D/P4D

Variante Lasker - 3. CxP/P3D 4. C3BR/CxP 5. D2R

Variante Steinitz - 3. P4D/PxP 4. P5R/C5R 5. DxP/P4D



Partida Siciliana - 1. P4R/P4BD

Defesa Boleslavsky - 2. C3BR/C3BD 3. P4D/PxP 4. CxP/C3B 5. C3BD/P3D 6. B2R/P4R

Variante - 7. C3B/P3TR 8. 0-0/B2R 9. T1R/0-0 10. P3TR/P3T

Variante - 7. C3C/B2R 8. 0-0/0-0 9. P4B/P4TD 10. P4TD/C5CD

Defesa Bolesllavsky Najdorf - 2. C3BR/P3D 3. P4D/PxP 4. CxP/C3BR 5. C3BD/P3TD 6. B2R/P4R

Variante - 7. C3B

Variante - 7. C3C

Gambito Wing - 2. P4CD

Sistema Fechado - 2. C3BD/C3BD 3. P3CR/P3CR 4. B2C/B2C 5. CR2R

Variante Becker - 2. C3BR/C3BD 3. P4D/PxP 4. CxP/C3B 5. C3BD/P3D

Variante Draconiana - 2. C3BR/C3BD 3. P4D/PxP 4. CxP/C3B 5.C3BD/P3D

Ataque Richter - 6. B5CR/P3R 7. D2D

Variante Principal - 6. B2R/P3CR

Variante Nimzowitch - 2. C3BR/C3BR

Variante Scheveningen - 2. C3BR/P3R 3. P4D/PxP 4. CxP/C3BR 5. C3BD

Defesa Pausen - 5. .../P3D 6. B2R/P3TD 7. 0-0/D2B

Variante Principal - 5. .../P3D 6. B2R/C3B 7. 0-0/B2R

Variante - 5. .../B5C 6. P5R/C4D 7. B2D/CxC

Variante Tartakower - 2. C3BR/P3R 3. P4D/PxP 4. CxP/C3BR 5. C3BD



Partida Viesense - 1. P4R/P4R 2. C3BD/C3BR

Variante - 3. P4B/P4D 4. PxPR/CxP 5. D3B

Variante - 3. P4B/P4D 4. PBxP/CxP 5. C3B

Variante - 5. .../B5CD 6. D2R/CxC 7. PDxC/B2R 8. B4B/P4BD

Variante - 5. .../B4BD 6. P4D/B5CD 7. D3D/P4BD 8. PxP/CxP

Variante - 5. .../B2R 6. P3D/CxC 7. PxC/0-0 8. B2R/P3BR

Variante - 5. .../B5CR 6. D2R/CxC 7. PCxC/P4BD

Variante - 5. .../C3BD 6. D2R/B4BR 7. D5C/P3TD

Variante - 3. B4B/CxP 4. D5T/C3D 5. B3C/B2R

Variante - 3. P4B/P4D 4. PxPR/CxP 5. C3B/B2R

Variante - 3. B4B/CxP 4. D5T/C3D 5. B3C/B2R

Variante - 3. B4B/C3B 4. P3D/B5C 5. B5CR/P3TR

Fonte: geocities.yahoo.com.br/xadrezvirtual/aberturas



brunosergiom

12/05/2003
01:28:50

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ABERTURAS DO PE�O DO REI

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ABERTURAS DO PE�O DO REI


Abertura do Bispo - 1. P4R/P4R 2. B4B

Variante - 2. .../C3BR 3. P4D/PxP 4. C3BR/CxP 5. DxP/C3BR

Variante - 2. .../P3BD


Contra Gambito do Pe�o da Dama - 1. P4R/P4R 2. C3BR/P4D 3. PxP/DxP 4. C3B/D3R 5. B5C+/B2D 6. 0-0

Gambito do Rei - 1. P4R/P4R 2. P4BR

Contra Gambito Falkbeer - 2. .../P4D 3. PRxP/P5R 4. P3D/C3BR 5. C2D 5. .../P6R

Gambito do Rei Aceito - 2. .../PxP

Gambito do Bispo do Rei - 3. B4B/P4D 4. BxP/C3BR 5. C3BD/B5CD

Gambito do Cavalo do Rei - 3. C3BR/C3BR 4. P5R/C4TR 5. P4D/P4D

Gambito Muzio - 3. C3BR/P4CR 4. B4B/P5C 5. 0-0

Gambito Kieseritski - 3. C3BR/P4CR 4. P4TR/P5C 5. C5R

Variante - 2. .../B4B 3. C3BR/P3D 4. C3B/C3BR 5. B4B/C3B



Gambito Let�o (Contra G�mbito Grego) - 1. P4R/P4R 2. C3BR/P4BR

Variante - 3. CxP/D3B 4. P4D/P3D 5. C4B/PxP 6. C3B/D3C

Variante - 3. P4D/PBxP 4. CxP/C3BR 5. B4BD/P4D 6. B3C/B3R



Partida Alekhine - 1. P4R/C3BR

Variante Principal - 2. P5R/C4D 3. P4BD/C3C 4. P4D/P3D 5. P4B/PxP

Variante - 2. C3BD/P4D 3. PxP/CxP 4. B4B/C3C 5. B3C/P4BD

Variante - 2. P5R/C4D 3. P4BD/C3C 4. P4D/P3D 5. C3BR/B5C

Variante - 2. P5R/C4D 3. P4BD/C3C 4. P4D/P3D 5. PxP/PRxP

Variante - 2. P5R/C4D 3. P4BD/C3C 4. P5B/C4D 5. C3BD/CxC 6. PDxC 6. .../P3D

Variante - 2. P5R/C4D 3. P4D/P3D 4. C3BR/B5C 5. B2R/P3BD



Partida Berlinesa - 1. P4R/P4R 2. B4B/C3BR

Variante - 3. C3BR/CxP 4. C3B/CxC 5. PDxC/P3BR

Variante - 3. P3D/B4B 4. C3BD/P3D

Variante - 3. P3D/C3B 4. P4B/PxP

Variante - 3. P4D/P3BD 4. PxP/CxP 5. C2R

Variante - 3. P4D/PxP 4. C3BR/CxP



Partida Caro-Kann - 1. P4R/P3BD 2. P4D/P4D 3. PxP/PxP 4. P4BD

Variante Burguesa - 2. P4D/P4D 3. C3BD/PxP 4. CxP

Variante das Trocas - 2. P4D/P4D 3. PxP/PxP 4. B3D

Variante Tartakower - 2. P4D/P4D 3. P3BR

Variante - 2. C3BD/P4D 3. C3B/P3R 4. P4D

Variante - 2. C3BD/P4D 3. C3B/PxP 4. CxP/B5C

Variante - 2. P4D/P4D 3. P5R/B4B 4. B3D/BxB 5. DxB/P3R



Partida do Centro - 1. P4R/P4R 2. P4D/PxP

Defesa Berger - 3. DxP/C3BD 4. D3R/C3B

Gambito do Centro - 3. C3BR

Gambito N�rtico - 3. P3BD/PxP 4. B4BD/PxP

Gambito N�rtico Recusado - 3. P3BD/P4D 4. PRxP

Variante - 3. DxP/C3BD 4. D3R/B5C+

Variante - 3. P4BR/B4B 4. C3BR/C3BD



Partida dos Tr�s Cavalos - 1. P4R/P4R 2. C3BR

Variante - 2. .../C3BD 3. C3B/B5C 4. C5D/C3B 5. B4B/0-0

Variante - 2. .../C3BR 3. C3B/B5C 4. B4B/0-0 5. P3D/P3B



Partida dos 4 Cavalos - 1. P4R/P4R 2. C3BR/C3BD 3. C3B/C3B 4. B5C

Defesa Rubinstein - 4. .../C5D

Variante sim�trica - 4. .../B5C 5. 0-0/0-0



Partida Escandinava - Contra Gambito do Centro - 1. P4R/P4D 2. PxP

Sistema Kiel - 2. .../C3BR

Variante - 2. .../DxP

Variante - 3. B5C+/B2D 4. B4B/B5C

Variante - 3. C3BD/D1D 4. P4D

Variante - 3. C3BD/D4TD 4. P4D

Variante - 3. P4D/CxP 4. P4BD



Partida Escocesa - 1. P4R/P4R 2. C3BR/C3BD 3. P4D

Gambito Escoc�s - 3. .../PxP 4. B4BD

Gambito G�ring - 3. .../PxP 4. P3B

Gambito Relfson - 3. .../PxP 4. B5CD

Variante - 3. .../PxP 4. CxP/B4B 5. B3R/D3B 6. B3BD/CR2R

Variante - 3. .../PxP 4. CxP/C3B 5. C3BD/B5C 6. CxC/PCxC

Variante - 3. .../PxP 4. CxP/C3B 5. CxC/PCxC 6. P5R/D2R

Variante - 3. .../P3D 4. PxP/PxP 5. DxD+/RxD 6. C3B/P3B



Partida Espanhola (Ruy Lopes) - 1. P4R/P4R 2. C3BR/C3BD 3. B5C

Sistema Alapin - 3. .../B5C

Sistema Berlin�s - 3. .../C3B

Sistema Bird - 3. .../C5D

Sistema Cordeli defesa cl�ssica - 3. .../B4B

Sistema Cozio - 3. .../CR2R

Sistema Jaenish - 3. .../P4B

Sistema Morphy - 3. .../P3TD

Variante Aberta - 4. B4T/C3B 5. 0-0/CxP

Variante Fechada - 4. B4T/C3B 5. 0-0/B2R

Variante da Troca - 4. BxC

Variante Siesta - 4. B4T/P3D

Defesa M�ller - 4. B4T/C3B 5. 0-0/B4B

Sistema Steinitz - 3. .../P3D



Partida Francesa - 1. P4R/P3R 2. P4D/P4D

Variante Cl�ssica - 3. C3BD

Ataque Chatard - 3. .../C3BR 4. B5CR/B2R 5. P5R/CR2D 6. P4TR

Variante - 6. .../0-0 7. B3D/P4BD 8. C3T

Variante - 6. .../P3BR 7. B3D/P4BD 8. D5T+/R1B

Variante - 6. .../P4BD 7. BxB/RxB 8. P4B/C3BD

Ataque English - 3. .../C3BR 4. B5CR/B2R 5. P5R/CR2D 6. BxB/DxB 7. D2D

Variante Mac Cutcheon - 3. .../C3BR 4. B5CR/B5C 5. P5R/P3TR

Variante Rubinstein - 3. .../PxP 4. CxP/C2D 5. C3BR/CR3B

Variante Rubinstein Atrasada - 3. .../C3BR 4. B5CR/PxP 5. CxP/B2R 6. BxC/PxB

Variante Winawer - 3. .../B5C

Variante - 4. B2D/C2R 5.PxP/PxP

Variante - 4. B3D/P4BD 5. PRxP/DxP 6. B2D/BxC

Variante - 4. C2R/PxP 5. P3TD/B2R 6. CxP/C3BD ou C3BR

Variante - 4. C2R/PxP 5. P3TD/BxC+ 6. CxB/C3BD

Variante - 4. D4C/C3BR 5. DxPC/T1C 6. D6T

Variante - 4. P3TD/BxC+ 5. PxB/PxP

Variante - 4. P5R/P4BD 5. P3TD/BxC+ 6. PxB

Variante - 4. PxP/PxP 5. B3D/C3BD 6. C2R/CR2R

Variante das Trocas - 3. PxP

Variante Nimzowitch - 3. P5R/P4BD

Variante - 4. D4C/C3BD 5. C3BR/CR2R

Variante - 4. P3BD/C3BD 5. C3BR/D3C

Variante - 4. P3BD/C3BD 5. P4BR/PxP

Variante Tarrasch - 3. C2D

Variante - 3. .../C3BR 4. P5R/CR2D 5. B3D/P4BD 6. P3BD/C3BD

Variante - 3. .../P4BD 4. PxPD/PRxP 5. B5C+/B2D 6. D2R+/D2R



Partida H�ngara - 1. P4R/P4R 2. C3BR/C3BD 3. B4B/B2R 4. P4D

Variante - 4. .../P3D 5. P5D/C1C

Variante - 4. .../PxP 5. CxP



Partida Italiana (Giuoco Piano) - 1. P4R/P4R 2. C3BR/C3BD 3. B4B/B4B

Ataque Max Lange - 4. 0-0/C3B 5. P4D/PxP 6. P5R

Ataque M�ller - 4. P3B/C3B 5. P4D/PxP 6. PxP/B5C+ 7. C3B/CxPR 8. 0-0/BxC 9. P5D

Gambito Evans - 4. P4CD

Gambito Evans Aceito - 4. .../BxP 5. P3B/B4T 6. P4D/P3D

Gambito Evans Recusado - 4. .../B3C 5. B2C/P3D 6. P4TD/P3TD

Variante Canal - 4. P3B/C3B 5. C3B/P3D 6. B5CR

Variante Greco - 4. P3B/C3B 5. P4D/PxP 6. PxP/B5C+ 7. C3B/CxPR 8. 0-0/CxC



Partida Nimzovitch - 1. P4R/C3BD 2. P4D/P4D

Variante - 3. C3BD/P3R 4. C3B/B5C

Variante - 3. C3BD/PxP 4. P5D/C4R

Variante - 3. P5R/B4B 4. P3BD/P3B



Partida Phillidor - 1. P4R/P4R 2. C3BR/P3D 3. P4D

Variante - 3. .../B5C 4. PxP/BxC 5. DxB

Variante - 3. .../C2D 4. B4BD/P3BD

Variante - 3. .../C3BR 4. C3B/CD2D

Variante - 3. .../C3BR 4. PxP/CxP 5. D5D



Partida Ponziani - 1. P4R/P4R 2. C3BR/C3BD 3. P3B

Variante - 3. .../C3B 4. P4D/P4D

Variante - 3. .../P4D 4. D4T/C3B 5. CxP/B3D



Partida Prussiana (2 cavalos) - 1. P4R/P4R 2. C3BR/C3BD 3. B4B/C3B

Ataque Fegatello - 4. C5C/P4D 5. PxP/C4TD 6. CxPB

Variante Canal - 4. P4D/PxP 5. 0-0/CxP 6. T1R/P4D 7. BxP/C3B



Partida Russa (defesa Petroff) - 1. P4R/P4R 2. C3BR/C3BR

Variante Cl�ssica - 3. CxP/P3D 4. C3BR/CxP 5. P4D/P4D

Variante Lasker - 3. CxP/P3D 4. C3BR/CxP 5. D2R

Variante Steinitz - 3. P4D/PxP 4. P5R/C5R 5. DxP/P4D



Partida Siciliana - 1. P4R/P4BD

Defesa Boleslavsky - 2. C3BR/C3BD 3. P4D/PxP 4. CxP/C3B 5. C3BD/P3D 6. B2R/P4R

Variante - 7. C3B/P3TR 8. 0-0/B2R 9. T1R/0-0 10. P3TR/P3T

Variante - 7. C3C/B2R 8. 0-0/0-0 9. P4B/P4TD 10. P4TD/C5CD

Defesa Bolesllavsky Najdorf - 2. C3BR/P3D 3. P4D/PxP 4. CxP/C3BR 5. C3BD/P3TD 6. B2R/P4R

Variante - 7. C3B

Variante - 7. C3C

Gambito Wing - 2. P4CD

Sistema Fechado - 2. C3BD/C3BD 3. P3CR/P3CR 4. B2C/B2C 5. CR2R

Variante Becker - 2. C3BR/C3BD 3. P4D/PxP 4. CxP/C3B 5. C3BD/P3D

Variante Draconiana - 2. C3BR/C3BD 3. P4D/PxP 4. CxP/C3B 5.C3BD/P3D

Ataque Richter - 6. B5CR/P3R 7. D2D

Variante Principal - 6. B2R/P3CR

Variante Nimzowitch - 2. C3BR/C3BR

Variante Scheveningen - 2. C3BR/P3R 3. P4D/PxP 4. CxP/C3BR 5. C3BD

Defesa Pausen - 5. .../P3D 6. B2R/P3TD 7. 0-0/D2B

Variante Principal - 5. .../P3D 6. B2R/C3B 7. 0-0/B2R

Variante - 5. .../B5C 6. P5R/C4D 7. B2D/CxC

Variante Tartakower - 2. C3BR/P3R 3. P4D/PxP 4. CxP/C3BR 5. C3BD



Partida Viesense - 1. P4R/P4R 2. C3BD/C3BR

Variante - 3. P4B/P4D 4. PxPR/CxP 5. D3B

Variante - 3. P4B/P4D 4. PBxP/CxP 5. C3B

Variante - 5. .../B5CD 6. D2R/CxC 7. PDxC/B2R 8. B4B/P4BD

Variante - 5. .../B4BD 6. P4D/B5CD 7. D3D/P4BD 8. PxP/CxP

Variante - 5. .../B2R 6. P3D/CxC 7. PxC/0-0 8. B2R/P3BR

Variante - 5. .../B5CR 6. D2R/CxC 7. PCxC/P4BD

Variante - 5. .../C3BD 6. D2R/B4BR 7. D5C/P3TD

Variante - 3. B4B/CxP 4. D5T/C3D 5. B3C/B2R

Variante - 3. P4B/P4D 4. PxPR/CxP 5. C3B/B2R

Variante - 3. B4B/CxP 4. D5T/C3D 5. B3C/B2R

Variante - 3. B4B/C3B 4. P3D/B5C 5. B5CR/P3TR

Fonte: geocities.yahoo.com.br/xadrezvirtual/aberturas



brunosergiom

12/05/2003
01:34:47

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Mieczslaw Mendel Najdorf

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Mieczslaw Mendel Najdorf (1910 a 1997)



A INF�NCIA

Nasceu na Pol�nia e antes de completar seu "Bar-Mitzv�" ( 13 anos), impressionava toda congrega��o da sinagoga de sua cidade pela memoriza��o impressionante de trechos completos do Talmud ( livro sagrado dos judeus). Anos depois entre (1948 e 1950) visitando Recife, � convite do brilhante enxadrista Dr. Lu�s Tavares, cirurgi�o not�vel que alcan�ou o titulo de campe�o brasileiro, esteve no Clube de Xadrez do Recife onde tive o prazer de conhecer-lo. Duma simplicidade e cavalheirismo impressionantes, jogou um por um com os presentes, espantados por ter-lo entre n�s.

Ap�s pediu um jornal local, passando a vista pausadamente, entregou-nos e fechando os olhos, repetiu os t�tulos de pagina por pagina sem erros. Possivelmente foi o enxadrista de maior poder de memoriza��o.

A JUVENTUDE
Seguindo sua extraordin�ria voca��o para o Xadrez, defendeu seu pais natal nas olimp�adas de 35,37 e 39 a �ltima em Buenos Aires. A Europa incendiada pela barb�rie nazista n�o permitiu que voltasse, sua esposa e filha foram exterminadas, apesar de poloneses eram de religi�o judia.

O AP�S GUERRA


Em 1947 no Brasil na cidade de S�o Paulo joga as cegas contra 45 tabuleiros durante 23 horas e meia. 39 vit�rias 4 empates e 2 derrotas e ap�s reproduziu, uma por uma todas as partidas.

Conforme declarou esperava que com esta extraordin�ria fa�anha, a noticia da mesma seria publicada em todos os jornais do mundo e soubesse o paradeiro de sua fam�lia.

Entretanto o silencio foi a resposta do terr�vel exterm�nio da mesma.

Quando na mencionada visita � Recife, tocou no assunto n�o havia mais nenhuma esperan�a em seu cora��o. Era uma extraordin�ria grandeza espiritual.

A NATURALIZA��O ARGENTINA


Torna-se cidad�o argentino e dedica-se aos neg�cios onde prosperou com uma empresa de seguros e transformou-se pelo resto da vida um patrocinador de torneios de xadrez, fugindo da mis�ria que ceifou outros brilhantes enxadristas, de religi�o judaica, foragidos da besta nazista. De 1950 a 1976, integrou as equipes Argentinas nos mundiais por equipes , onze ao todo jogando com o 1o tabuleiro em dez delas, foram 171, vencendo 66 empatando 88 e somente perdendo 18!

A VELHICE GLORIOSA

Aos 70 anos com elo de 2510 venceu o torneio "Clarim" de Buenos Aires frente a Spassky e Petrosian.

Aos 76 anos desafia o grande mestre e campe�o Argentino Raimundo Garcia.

A variante Najdorf da Defesa Siciliana permanecer� na mente de todos enxadristas.

e4 c 5
Cf3 d6
d4 cxd4
Cxd4 a6

OS �LTIMOS ANOS

Torna-se o mecenas do xadrez Argentino dando bolsas substanciais aos torneios que patrocinou.

Um dos mais importantes foi o torneio em homenagem a variante Polugaievsky em Buenos Aires.

e4 c 5
Cf3 d6
d4 cxd4
Cxd4 Cf6
Cc3 a6
Bg5 e6


Cria��o do genial Lev Polugaievsky o grande mestre judeu russo, que faleceria poucos meses ap�s.

A MORTE


Mendel Najdorf faleceu em 4 de julho do corrente ano na Espanha.

Fonte: www.cex.org.br/html/sobre/Biografias/najdorf.htm



brunosergiom

12/05/2003
01:47:07

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Pintando o Sete (I)

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Pintando o Sete (I)

O nosso leitor (no singular mesmo, talvez s� exista um) pode ficar tranq�ilo: n�o pretendemos elaborar nenhuma an�lise numerol�gica do xadrez. Para n�s, tanto faz que as palavras, SMYSLOV, SPASSKY, KRAMNIK e FISCHER contenham, cada uma, sete (7) letras. Estamos longe de bancarmos o Paulo Coelho para lembrar que o reinado de Capablanca durou 7 anos (e terminou no ano de 1927), que Mequinho venceu Korchnnoi depois de um intervalo de 7 anos (1967-1974), que Kasparov e Karpov se encontraram pela primeira vez sete anos depois que Karpov ocupou o trono de Fischer, que Alekhine retomou o t�tulo em 1937. Sem falar das torres na s�tima, do pe�o na s�tima, e o mais estarrecedor: que Kasparov conquistou o t�tulo mundial numa semana de sete dias! (Espantado, amigo leitor? Tanto quanto Macbeth, quando descobriu que n�o tinha nascido de mulher...)

Duzentos e cinq�enta e dois anos depois da publica��o do primeiro volume da Enciclop�dia de Diderot e D’Alembert, reafirmamos o compromisso com as luzes da Raz�o no combate �s trevas da ignor�ncia, do fanatismo, da intoler�ncia e da supersti��o!

Por que ent�o o n�mero sete? Por um motivo simples: resolvemos dar um passeio pelas partidas que terminaram em apenas sete. Os erros s�o bastante instrutivos e todas t�m final bonitinho.

Nosso primeiro exemplo � a repeti��o de uma velha e sempre instrutiva cilada da variante drag�o da defesa siciliana que volta e meia apanha algum incauto:



Springer,P - Felder,M

Campeonato da Su��a, Luzern, 1994

1.e4 c5 2.Cf3 d6 3.d4 cxd4 4.Cxd4 Cf6 5.Cc3 g6 [come�o da variante drag�o. Dizem que a posi��o das pretas lembra vagamente a forma de um drag�o chin�s.] 6.Be3 Cg4?? [Talvez pensando: "Agora, Herr Springer, d� o seu salto!". O correto � um lance simples como 6...Bg7. As pretas n�o precisavam conhecer a cilada para respeitar o velho princ�pio de n�o mover duas vezes a mesma pe�a na abertura.] 7.Bb5+ e as pretas abandonaram porque depois de 7...Bd7 as brancas jogam 8.Dxg4! ganhando a pe�a. 1-0

Alguns amadores preferem aberturas e defesas menos adotadas pelos bons jogadores. Entretanto, deveriam estar cientes dos motivos pelos quais os mestres evitam determinadas linhas:



Grass,R - Agustoni,M

Campeonato da Su��a, 1994

1.e4 e5 2.Cf3 d6 [A defesa Philidor n�o goza de boa reputa��o entre os GMs porque as pretas ficam com posi��o restringida e sem muita compensa��o.] 3.d4 Cd7 4.Bc4 Be7 [Esse lance n�o � bom. As pretas deveriam ter jogado 4...c6 para seguir com 5.Cc3 Be7.] 5.0-0 [� melhor jogar logo 5.dxe5 Cxe5 6.Cxe5 dxe5 7.Dh5 g6 8.Dxe5 Cf6 9.Bh6 com vantagem inquestion�vel. De qualquer modo, esse lance, o roque, j� foi a op��o de um bom GM como o peruano J. Granda, precocemente afastado do xadrez.] 5...h6? [Perda de tempo injustificada. O correto teria sido 5...Cf6 6.Cc3 O-O.] 6.dxe5 dxe5? [A emenda pior do que o soneto. Depois de 6...Cxe5 7.Cxe5 dxe5 8.Dh5 g6 9.Dxe5 as brancas teriam pe�o a mais e posi��o superior, com grandes chances de vit�ria. Mas o que as pretas escolheram na partida leva � derrota imediata.] 7.Dd5 e as pretas abandonaram. Com efeito, depois de 7...Cdf6 8.Dxf7+ tem in�cio a ca�a ao rei preto: 8...Rd7 9.Cxe5+ Rd6 10.Td1+ Rc5 11.Be3+ Rb4 (solit�rio, o rei monarca atravessa o campo inimigo sob ataque implac�vel dos advers�rios) 12.a3+ Ra4 (12...Ra5 13.b4+ Ra4 14.Cc3#) 13.b3+ Ra5 14.b4+ Bxb4 15.axb4+ Rxb4 16.c3# 1-0

Mais importante do que decorar os lances da abertura, � conhecer os temas principais, o porqu� de cada seq��ncia. S� ent�o � que deveremos memorizar os cachos de variantes... Um exemplo simples � encontrado na partida abaixo (os n�meros entre par�ntesis indicam o valor do Rating Fide):



Boeven,M (2140) - Kristiansen,E (2260)

Campeonato mundial de Seniors , Grieskirchen 1998

1.d4 Cf6 2.Cc3 g6 3.e4 d6 [Por transposi��o, as pretas entram na Defesa Pirc.] 4.f4 c5? [Esse avan�o de pe�o s� deve ser feito depois que o bispo foi para g7. Por exemplo: 4...Bg7 5.Cf3 c5 (tamb�m � bom 5...0-0 6.Bd3 Ca6) 6.Bd3 Cc6 lances t�picos do chamado Ataque Austr�aco.] 5.dxc5 Da5 [A� est� a diferen�a: esse lance s� � forte quando est� combinado com o Bg7, amea�ando ...Cxe4 com triplo ataque sobre c3.] 6.cxd6 Cxe4?? [Era preciso se conformar com 6...exd6 7.Dd3 (defende os pontos e4 e c3, prepara o roque grande, impede ...d5) 7...Cc6 8.Bd2 com enorme superioridade das brancas.] 7.Dd5 e as pretas abandonaram ao perceber que depois de 7...Dxd5 8.Cxd5 Ca6 (n�o h� como evitar 10.Cc7+) 9.Bxa6 bxa6 10.Cc7+ Rd8 11.Cxa8 exd6 12.Be3 Bb7 13.Bxa7 Bxa8 e a vantagem da qualidade + pe�o garante a vit�ria branca. 1-0

Pode ser uma receita conservadora para a vida di�ria, mas � ainda v�lida para o jogo de xadrez: no come�o da partida, a dama deve ser recatada, n�o ousando passear para longe de casa (veja a se��o anterior de miniaturas). Na partida abaixo, a dama preta parte em dire��o do campo inimigo sem qualquer prote��o, rodeada de s�ditos que em vez de proteg�-la a impedem de retornar � casa abrigada:



Keskisarja,T (2290) - Pitkanen,S (2175)

Espoo We MatSK Espoo 1998

1.e4 d5 2.exd5 Dxd5 3.Cc3 Da5 [As pretas jogam a defesa escandinava. O lance 3...Dd8 tamb�m � v�lido, mas nesta partida as pretas preferiram manter a dama numa casa supostamente ativa.] 4.d4 Cf6 5.Bc4 Cc6 [A variante mais utilizada nos torneios de mestres atuais �: 5...c6 6.Bd2 Bf5 que admite duas possibilidades: A) 7.Cf3 e6 8.Ce4 (8.Cd5 Dd8 9.Cxf6+ gxf6) 8...Dd8 9.Cg3 Bg4 10.c3 Cbd7; e B) 7.De2 7...e6 8.0-0-0 Bb4 9.Cf3 Cd5 10.Cxd5 Bxd2+ 11.Cxd2 cxd5 12.Cb3 Dd8 13.Bb5+ Rf8] 6.Bd2 [Preparando uma cilada para a dama. Repare que o Cc6 impede o retorno da dama preta. De qualquer modo, o usual aqui � 6.Cge2 Bg4 7.f3 Bf5 8.Be3 ou ent�o 6.d5 Ce5 7.Bb3] 6...a6?? [As pretas poderiam ter despreocupadamente tomado o pe�o, como nesta antiga partida de dois GMs inimigos do empate r�pido: 6...Cxd4 7.Cb5 Db6 8.Be3 Da5+ 9.Bd2 Db6 10.Be3 Da5+ 11.Bd2 �-� Spielmann,R-Mieses,J/St Petersburg 1909, ou ent�o 6...Db4 7.b3 e5 (seria horr�vel 7...Dd6? por causa de 8.Cb5 Dd7 9.Bf4 e as brancas est�o ganhas, Kvicala,J-Mieses,Jm Praga 1908) 8.dxe5 Cxe5 9.Cd5 Dd6 10.Bb4 c5 11.Cxf6+ Dxf6 12.Bc3 De7= Przepiorka,D-Mieses,J, Duesseldorf 1908] 7.Cd5 e as pretas abandonaram porque a dama simplesmente n�o tem casa para onde fugir! 1-0

Nos contos de fada, as damas aprisionadas s�o resgatadas pelos cavaleiros. Mas na sangrenta realidade do tabuleiro, isso nem sempre acontece. A pobre mocinha � devorada pelo b�rbaro inimigo:



Both,H - Engel,W

Rheinland-S Heimbach Weis, 1997

1.d4 g6 2.c4 Bg7 3.Cc3 d6 4.e4 c5 [As pretas jogam uma linha que n�o � exatamente a defesa �ndia do rei porque n�o colocaram o cavalo em f6.] 5.Be3 [Aqui normalmente se joga 5.d5 e6 6.Bd3 Ce7 ou ent�o 5.Cge2 Cc6 6.d5 Cd4 7.Be3] 5...Db6 [5...Da5!?] 6.Ca4 [6.Cd5 Dc6=] 6...Db4+?? [A dama � insaci�vel na busca por xeque! A partida estaria igualada depois de 6...Da5+ 7.Bd2 Dc7 8.d5 Cf6=] 7.Bd2 e a dama preta n�o tem para onde fugir. Sendo assim, as pretas abandonaram. 1-0

A timidez pode fazer algum sucesso na arte do amor, por�m Caissa (a deusa indiana do xadrez) n�o ama os t�midos. Aqui, o excesso de conten��o das brancas leva � perda da dama e da partida. Infeliz no amor, infeliz no jogo:



De Mol,F - Van Hengel,H

Soest op 1995

1.e4 Cf6 2.d3 [Maneira pusil�nime de enfrentar a defesa Alekhine. Os mestres preferem 2.e5] 2...d5 3.f3? [Esse lance � ruim por v�rios motivos elementares: retira uma boa casa para o cavalo branco (f3), n�o contribui para o desenvolvimento de nenhuma pe�a, e ainda deixa enfraquecida a diagonal e1-h4. Teria sido melhor jogar 3.Cd2] 3...e5 [As pretas se expandem com vigor no centro.] 4.Bg5 Bc5 5.Ce2 dxe4 6.fxe4?? [Era for�ado 6.Bxf6 Dxf6 7.dxe4 (7.fxe4?? Be3 (amea�a o mate 8...Df2#) 8.Cf4 exf4) 7...Db6 8.Dc1 (defende o pe�o b2) 8...Bf2+ 9.Rd1 0-0 e a posi��o preta � muito melhor.] 6...Cxe4! 7.dxe4 [Se 7.Bxd8 Bf2#; Tamb�m perde, embora demore um pouquinho mais 7.d4 Dxg5 8.dxc5 Df5 9.Dd5 c6 10.Db3 Df2+ 11.Rd1 Re7! (para poder jogar logo 12...Td8. O rei preto n�o corre qualquer perigo porque as brancas n�o t�m pe�as desenvolvidas nem o centro est� totalmente aberto.) 12.Cd2 Td8 ganhando.] 7...Bf2+ e as brancas abandonaram porque depois de 8.Rxf2 Dxd1 as pretas ganhariam a dama. 0-1

Parece que ganha, mas n�o ganha. A dama que vai � a dama que fica. E o cavalo s� salta para depois poder galopar. Eis aqui, � gajo, uma bela justa do campeonato lusitano:



Evora,F - Santos,L

Campeonato de Portugal, Evora, 1995

1.Cf3 c5 2.c4 Cf6 3.Cc3 d5 4.cxd5 Cxd5 5.e4 Cb4 6.d4? [Esta variante � uma das mais complexas do xadrez atual. Basta ver o que fortes GMs jogaram recentemente: 6.Bb5+ C8c6 7.a3 Cd3+ 8.Re2 Cf4+ 9.Rf1 Ce6 10.d3 g6 11.h4 Bg7 Piket,J-Leko,P, SuperGM, Dortmund GER 2000] 6...cxd4 7.Cxd4?? [Embora as brancas ficassem com posi��o inferior, deveriam ter jogado 7.Da4+ C4c6 8.Ce2 e5 9.Cxe5 Bb4+ 10.Bd2 Bxd2+ 11.Rxd2 0-0] 7...Dxd4! Esse � o detalhe. As pretas ganham a pe�a porque sua dama n�o pode ser capturada: 8.Dxd4 Cc2+ 9.Rd1 Cxd4. As brancas abandonaram. 0-1

E como essa foi a s�tima miniatura apresentada, vamos ficando por aqui. Na pr�xima coluna, continuaremos com nosso tema!

Fonte: www.centraldoxadrez.hpg.ig.com.br/mini07.htm


brunosergiom

12/05/2003
08:15:32

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A hora e a vez do capivara

Message:

Voc� conhece o Hydrochoerus hydrochoeris? Trata-se do grande roedor da fam�lia dos cav�deos, que os �ndios tupi-guaranis chamavam de kapi’wara ("comedor de capim"). � esse mesmo, nosso amigo e companheiro capivara.

Existem dois tipos de capivaras. O capivara absoluto e o capivara relativo.

O capivara absoluto � todo jogador de xadrez que n�o � o campe�o do mundo. Nesse sentido, podemos dizer que atualmente Kasp�rov � um capivara (ele n�o capivarou violentamente em duas partidas contra Kr�mnik?).

Talvez devamos ampliar o conceito de capivara absoluto (seria exatamente o caso de adotarmos o conceito de capivara relativo). Assim, capivaras seriam todos os que, nos �ltimos dez anos, em menhum momento alcan�aram rating superior a 2700. Os jogadores "turistas", segundo a defini��o com a habitual pouca sutileza de G�ri Kasp�rov. Para o grande jogador ex-sovi�tico e ex-campe�o do mundo, s� n�o pertencem ao universo dos turistas e capivaras os que, pelo menos com alguma freq��ncia, s�o (ou foram) capazes de jogar de igual para igual contra ele. N�o � o caso, por exemplo, do autor deste artigo.

� poss�vel ampliar a no��o de capivara at� onde se queira. Por exemplo, capivaras seriam todos os que n�o possuem o t�tulo de GM (grande mestre internacional). Mais ainda, os que n�o possuem nem mesmo o t�tulo de MI. E assim por diante.

Na verdade, o conceito de capivara � maravilhosamente flex�vel e democr�tico: capivara � todo aquele jogador que, acreditamos, joga menos do que n�s. Por isso, am�vel leitor, voc� pode chamar muitos outros de capivaras e, tenha certeza, tamb�m j� foi (e �) chamado de capivara por um bando de jogadores. Enfim, uma alegre confraria de macacos que n�o olham os pr�prios rabos!

Mas ser� que isso significa que existe um abismo intranspon�vel que separa o mestre do capivara? � claro que n�o! A hist�ria registra alguns poucos e ef�meros instantes em que o humilde capivara, o desconheced�ssimo amador, o apagad�ssimo jogador de fim-de-semana alcan�ou a gl�ria suprema de bater o mestre. Essa possibilidade � remot�ssima de acontecer numa partida com controle de tempo dilatado (por exemplo, duas horas para cada jogador) mas aumenta um pouquinho em partidas r�pidas (25 minutos para cada um). A grande chance de o capivara obter um sorriso favor�vel da deusa Sorte acontece em partidas de cinco minutos ("ping", "Blitz" ou "rel�mpago", como se chamam) e, principalmente, nas exibi��es simult�neas.

Qualquer um de n�s j� perdeu uma partida de cinco minutos contra um jogador que, acreditamos, joga menos do que a gente. O ping realmente tem um aspecto de loteria que pode favorecer o advers�rio mais d�bil.

As simult�neas s�o a grande oportunidade do capivara. O mestre enfrenta vinte ou trinta tabuleiros numa sess�o de tr�s ou quatro horas. Ou seja, na pr�tica ele ir� dedicar apenas uns poucos minutos para cada jogo. A pressa, o cansa�o, a dificuldade de se concentrar (precisa mudar a perspectiva a todo momento!), a tend�ncia a menosprezar o que sai da mente enxadr�stica pervertida do capivara, tudo isso aumenta as possibilidades de erro e proporciona a grande chance da vida do capivara.

Se voc� j� venceu um mestre numa partida simult�nea, sabe do que estamos falando. Voc� guardar� a planilha da partida para sempre, mostrar� para os netos, colocar� numa moldura na parede, abrir� um site apenas para que o mundo tamb�m se impressione com sua (sua mesmo e n�o do mestre) genialidade. Sem falar nas situa��es em que voc� pode recordar a grande vit�ria. Por exemplo, voc� poder� dizer "Eu n�o gosto dessa linha de abertura. At� j� usei, mas abandonei depois que tive dificuldades para vencer Karpov." Ou ent�o, "Ah, eu hoje levei mate no d�cimo lance porque estou fora de forma. Queria ver se fosse naquela �poca em que eu vencia Kramnik!" Ou ainda: "Ah, eu deixei a dama no ar porque aquela vit�ria sobre Anand me cansou muito."

O GM sovi�tico Iuri Averbach contou que havia muitas exibi��es simult�neas nas aldeias mais remotas da URSS. Eram verdadeiros acontecimentos nas cidadezinhas, com a popula��o aglomerada em torno dos jogadores, com gritos de "urra" pelos bons lances e "oohhh" para as surpresas. O campon�s que conseguia um resultado positivo era colocado nos ombros dos rapazes, recebia beijos das mo�as bonitas, se tornava um verdadeiro her�i local. �s vezes, alguns jogadores mais obsessionados pela vit�ria davam um jeitinho de retirar a torre do tabuleiro enquanto que o mestre n�o estava olhando. Uma boa maneira de refor�ar a posi��o! O resultado era inevitavelmente a pergunta do mestre: "U�, cad� a torre que estava em c3? Devolvam imediatamente!"

Certa vez, um amigo nosso aqui do Brasil jogou uma simult�nea contra o GM filipino Eugenio Torre. Entraram num final de pe�es que parecia empatado. Os perus que ficam em volta para ver e dar peruada tamb�m murmuravam "est� empatado". Foram para o canto, armaram o tabuleiro, empurraram os paus para l� e para c�, acumularam os palpites e an�lises e chegaram ao veredicto: n�o tem jeito n�o, est� empatada mesmo. Nosso amigo dirigiu-se ao grande mestre: "Tablas?". Torre, que estava no apogeu de sua carreira (chegou a participar do Torneio de Candidatos), simplesmente respondeu: "No". E a multid�o de perus disse "ooohhh". Logo vieram os cochichos "Esses GMs s�o muito prepotentes. Ser� que ele n�o se conforma com a situa��o?". Torre ainda voltou ao tabuleiro algumas vezes. Executou rapidamente alguns movimentos inesperados de pe�es e de rei at� que... venceu a partida!

Pois �, am�vel leitor. N�o queremos mais importun�-lo com an�lises cient�ficas sobre a natureza dos capivaras. Vamos fazer alguma coisa mais amena. Que tal conhecer algumas partidas em que amadores e ilustres desconhecidos derrotaram grandes mestres de primeir�ssima linha?

Para come�ar, o inacredit�vel: vencer a "m�quina" Capablanca em pouqu�ssimos lances? Somente numa exibi��o simult�nea, � claro. A autora da proeza foi a senhorita Mary Bain. O local? S� poderia ser o da f�brica dos sonhos, Hollywood...

Capablanca - Bain, Mary

(Simult�neas em Hollywood 1933)

1.e4 e5 2.Cf3 Cc6 3.Cc3 Cf6 4.Bb5 Bc5 5.O-O O-O 6.Cxe5 Te8 7.Cd3 [Lance pouco jogado. O usual aqui � 7.Cf3 Cxe4 8.d4 Cxc3 9.bxc3 Bf8 (9...Be7 10.d5 Cb8 11.Bf4 Mar�czy-Pillsbury, N�rnberg 1898) 10.Cg5 (10.c4 h6 11.Bf4 a6 12.Ba4 Ca5 13.Ce5 K�msky-Winants, Tilburg 1992; 10.Bd3 h6 11.Bf4 d6 12.Tb1 Df6 13.Bg3 b6 Schlechter-Marshall, Montecarlo 1904) 10...h6 11.Ch3 d6 12.Df3 Bd7 13.Tb1 Tb8 14.Dg3 Beliavsky-Ljubojevic, Linares 1993.] 7...Bd4 [7...Bb6 8.e5 Cxe5 9.Cxe5 Txe5 10.d4 Te8=] 8.Ce2?! [Parece melhor 8.Te1 Bxc3 9.dxc3 Cxe4 10.Bf4 com ligeira vantagem branca.] 8...Txe4 9.Cxd4? [Seguramente, teria sido melhor 9.Cdf4 Bb6 (9...Be5 � ruim por interromper o retorno da torre preta: 10.d3 Tb4 11.Bxc6 dxc6 12.c3) 10.d3 Te8, com uma posi��o confort�vel para as pretas.] 9...Cxd4 10.Ba4?? [Erro grosseiro do grande Capablanca, talvez perturbado com a beleza da advers�ria. Era necess�rio 10.f3 Te8 11.a4 (de modo algum 11.Ba4? b5 12.Bb3 c5 13.Cf4 g5 14.Ch3 c4 ganhando) 11...c6 12.Bc4 d5 13.Ba2 Bf5 e de qualquer modo a posi��o preta � bastante superior.] 10...Ce2+ 11.Rh1 Cxc1 0-1 Capablanca abandonou porque a perda da pe�a era inevit�vel.

Em 1943, Alekhine vivia a decad�ncia final. Contudo, mesmo nessa �poca ele foi capaz de cultivar belas flores no tabuleiro, flores regadas a bastante �lcool � verdade, mas ainda assim perfumadas. Para termos uma id�ia, basta sabermos que ele foi capaz de vencer bons torneios em Munique 1942, � frente de Keres, Foltys, Bogoljubow, Kurt Richter e Barcza, em Salzburgo 1942, novamente � frente de Keres e Bogoljubow e em Praga 1943 (2� na frente de Keres, que j� era uma estrela de primeira grandeza mundial, vencedor do c�lebre torneio Avro de 1938!). Em Guijon 1944, Alekhine enfrentou os melhores jogadores espanh�is e fez 7� pontos em 8 (apenas o jovem A. Pomar foi capaz de control�-lo).

A partida abaixo foi um amistoso Blitz (partida rel�mpago - de 5 minutos para cada jogador). Alekhine envolveu-se numa variante complicada, at� hoje pouco conhecida pela teoria, e ficou rapidamente perdido.

Perez - Alekhine

(Madrid 1943, Blitz)

1.e4 e5 2.Cc3 Cc6 3.f4 exf4 4.Cf3 g5 [Uma escolha muito arriscada. Mais s�lido � 4...Be7!? 5.Bc4 c6 6.d4 Bh4+ 7.Rf1 Bg4 8.Bxf4 Cge7 Hector-Skembris, Genova 1989] 5.d4 g4 [J� n�o � f�cil encontrar boas continua��es para as pretas. A experi�ncia tem mostrado que 5...Bg7 geralmente leva � superioridade branca. Por exemplo, 6.d5 Ce5 7.d6 Cxf3+ 8.Dxf3 cxd6 9.h4 Be6 10.g3 g4 11.Dxg4 Zeitlin-Petran, Budapeste 1992.] 6.Bc4!? [As brancas sacrificam uma pe�a para obter um ataque muito dif�cil de enfrentar.] 6...gxf3 7.Bxf4 [7.O-O Cxd4 8.Bxf4 Bg7 9.e5 d5! 10.exd6 c6 com superioridade negra, Zeitlin-Ciolac, Wattens 1992.] 7...fxg2 [N�o queremos apresentar as dezenas de variantes e subvariantes complicadas que s�o - na esmagadora maioria - favor�veis �s brancas. Contudo, a resist�ncia preta seria bem maior com 7...Bg7 (ao n�o tomar 7...fxg2 as pretas tiram a oportunidade de as brancas explorarem tanto a diagonal h5-e8 e a coluna ‘f’) 8.Dxf3 Cxd4 9.Dg3 Df6 10.O-O-O Dg6 !] 8.Bxf7+! [Destr�i a prote��o do rei, abre possibilidades na diagonal h5-e8 e na coluna ‘f’.] 8 ...Rxf7 [Se 8...Re7 9.Cd5+ Rxf7 10.Dg5+ Rg7 11.Tg1 ganhando. Por exemplo, 11...Be7 12.Txg2+ Rf8 13.Tf2 Cf6 14.Bh6+ Rg8 15.Cxf6+ Bxf6 16.Dd5#.] 9.Dh5+ Rg7 10.Tg1 Cge7 11.Bh6+ Rg8 12.Txg2+ 1-0

A partir da segunda metade dos anos 1930s at� o come�o dos anos 1960s o norte-americano Samuel Reshevsky estava seguramente entre os melhores do planeta. Derrotou de forma convincente jogadores do calibre de Capablanca, Alekhine, Botv�nnik, Smyslov e Bobby Fischer. Esteve a um passo da disputa do t�tulo mundial ao se colocar em segundo lugar no Torneio de Candidatos de 1953. A partida abaixo foi jogada numa exibi��o simult�nea em Israel. Para termos uma id�ia da alta qualidade do xadrez de Reshevsky naquele momento, basta recordamos alguns resultados de torneios da �poca: Dallas 1957, 1� lugar ao lado de Gligoric e na frente de Szabo, Larsen, Najdorf, Olafsson. Buenos Aires 1960, 1� lugar ao lado de Korchnnoi e na frente de Szabo, Taimanov, Gligoric, Uhlmann, Bobby Fischer, Ivkov, Pachman, Eliskases.

Reshewsky - Margolits

(Haifa, simult�neas, 1958)

1.d4 Cf6 2.c4 e6 3.Cc3 Bb4 4.e3 c5 5.Cge2 d5 [Mais usual aqui � 5...cxd4 6.exd4 d5 7.a3 Bxc3+ 8.Cxc3 dxc4 9.Bxc4 Cc6 10.Be3 O-O 11.O-O h6, Miles-Hulak, Bad W�rishofen 1985.] 6.Bd2 [6.a3 Ba5 7.cxd5 dxc4 8.Dxd4 exd5 9.De5+ Rf8 10.Bd2, Podgaez-Shamkovich, URSS 1972.] 6 ...Da5 7.a3 Cc6 8.axb4? [O correto � 8.cxd5 Cxd5 (8...exd5 9.Cf4 Bxc3 10.Bxc3 Dd8 11.dxc5 com grande vantagem branca) 9.e4 Bxc3 10.Cxc3 e as brancas t�m um pe�o a mais e posi��o superior.] 8 ...Cxb4 9.Txa5?? [Claro que tamb�m perderia 9.Cf4 Dxa1 10.Dxa1 Cc2+ 11.Rd1 Cxa1.] 9 ...Cd3# mate 0-1

Numa par�frase ao famoso romance beatnik de J. Kerouac (On the road), em 1964 Bobby Fischer tamb�m botou o p� na estrada e percorreu os Estados Unidos de costa a costa jogando simult�neas contra centenas de capivaras. Ao todo, foram 1882 partidas! Fischer ganhou 1719, empatou 102 e perdeu 61. Seu escore foi de 94%, considerado excelente. De qualquer modo, surpreso leitor, houve 61 felizardos que levar�o para o t�mulo o feito de terem vencido Fischer!

Para termos uma id�ia das condi��es em que eram realizadas essas simult�neas, vejamos como Fischer perdeu um pe�o no segundo lance (!): 1 e4 Cf6 2.Cf3?? Cxe4. Um lance horroroso desse tipo se explica pela velocidade com que Fischer precisava jogar. Com quase toda a certeza, ele olhou o tabuleiro por uma fra��o de segundo e imaginou que estivesse jogando 1.e4 e5, da� seu lance imediato 2.Cf3. Foi ent�o que percebeu que seu advers�rio havia respondido com a defesa Alekhine... Esse pequeno e significativo epis�dio resume as condi��es de Fischer e de seus advers�rios. As dezenas de fortes amadores conseguiram vencer porque Fischer jogava muito, muito r�pido. F�cil de compreender: Fischer enfrentava 60 ou mais tabuleiros. Fa�amos as contas. Se ele dedicasse apenas um minuto por tabuleiro, gastaria uma hora para toda a simult�nea. Dever�amos acrescentar ainda o tempo para deslocar pelo sal�o, tomar uma �gua, respirar um pouco. E a� j� ter�amos v�rias horas. Calculando tudinho, podemos concluir que Fischer dispunha apenas de uns poucos segundos para estudar cada lance. Um amador que empatou com ele na simult�nea, Irving Pierce, p�s os pingos nos iis: "avalio que para toda a nossa partida Fischer gastou uns quatro minutos, ao passo que eu utilizei quatro horas de reflex�o!"

Al�m disso tudo, pense no ritmo incessante da exibi��o, o mestre passando de tabuleiro para tabuleiro, de posi��o para posi��o, de c�lculo para c�lculo. Com gente falando, fot�grafos, gritinhos de crian�as, calor, garotas louras bonitas e peitudas fixando os olhos em cima de Fischer... Pense na necessidade de concentra��o, de flexibilidade e velocidade mental, amigo leitor. Mesmo um g�nio como Fischer acabava se desconcentrando aqui e ali, dando oportunidade para que fortes amadores arrancassem um empate ou at� conseguissem o ponto inteiro.

Justificativas a parte, prestemos homenagem a esses her�is an�nimos que conseguiram vencer Bobby Fischer:

Fischer - Dondis

(Fitchburg sim 1964)

1.e4 e5 2.Cc3 [A abertura vienense tem apar�ncia pac�fica mas oculta muito veneno.] 2 ...Cf6 3.Bc4 Cxe4 [Tamb�m se pode jogar 3...Cc6 4.d3 Bb4 5.Bg5 h6 6.Bxf6 Bxc3+ 7.bxc3 Dxf6 8.Ce2 d6 Perez-Kuzmin, Andorra op 2000.] 4.Dh5 Cd6 5.Bb3 Cc6 6.d4 [Lance rar�ssimo. Hoje em dia se d� prefer�ncia a 6.Cb5 g6 7.Df3 f5 8.Dd5 De7 (tamb�m se joga 8...Df6 9.Cxc7+ Rd8 10.Cxa8 b6 11.d4 Cxd4 12.Cf3 Bb7 Sulkos-Motilev, Linares op 2000.) 9.Cxc7+ Rd8 10.Cxa8 b6 11.Cxb6 axb6 12.Df3 Bb7 com jogo complicado.] 6 ...Cxd4 7.Cd5 Ce6 8.Dxe5 c6 [O GM ingl�s J. Nunn avalia que a posi��o est� equilibrada. Mas estar� mesmo?] 9.Cc3 [Quais seriam as op��es? a) 9.Bg5? Dxg5! 10.Cc7+ Re7 (naturalmente, n�o 10...Rd8? por 11.Cxe6 ganhando) 11.Dxg5+ Cxg5 12.Cxa8 b6 (o cavalo branco est� preso) 13.O-O-O Rd8 14.Ce2 Bb7 com grande vatagem preta; b) 9.Cf4 De7 10.Cf3 Cf5 11.O-O (11.Dxf5?? Cd4+) 11...Ced4 12.Dxe7+ Bxe7 13.Cxd4 Cxd4 com vantagem preta, segundo an�lises do GM Adams.] 9 ...Df6 [Na avalia��o do GM L. Evans, as pretas j� t�m posi��o melhor.] 10.Dxf6 [As pretas continuariam superiores depois de 10.De2 Be7] 10 ...gxf6 11.Cge2 Cf5 12.g4 Cfd4 13.Cxd4 Cxd4 14.Be3 Cxb3 [Naturalmente, as trocas favorem as pretas, que entram no final com um pe�o a mais. Fischer nada pode fazer.] 15.axb3 d5 16.Txa7 Txa7 17.Bxa7 Bxg4 18.Bd4 Be7 19.Rd2?? [Erro incr�vel que leva � perda da pe�a. � tamb�m uma demonstra��o da precariedade da qualidade do jogo do grande mestre numa simult�nea, da� as oportunidades que podem ser aproveitadas pelos capivaras de plant�o. (De qualquer modo, depois de, por exemplo, 19.Ca4 Tg8 as pretas estariam muito superiores).] 19 ...c5 0-1

Na partida abaixo, Fischer comete um erro horroroso e sofre a humilha��o de ter que abandonar em apenas doze lances. Conta-se que toda a vez que perdia uma partida nas simult�neas, ele educadamente cumprimentava o advers�rio e dizia "Obrigado pela li��o". Eis a� a li��o de Fischer:

Fischer - Burger

(San Francisco sim 1964)

1.e4 e5 2.Cf3 Cc6 3.Bc4 Cf6 4.Cg5 d5 5.exd5 Cd4 [Uma escolha mais rara. O usual aqui � 5...Ca5.] 6.c3 b5 7.Bf1 Cxd5 8.cxd4 Dxg5 9.Bxb5+ Rd8 10.Df3 Bb7 11.O-O exd4 [11...Tb8 12.Dg3 Dxg3 13.hxg3 exd4 14.d3 Shabalov-Ivanov, Parsippany 1996} 12.Dxf7?? [Distra��o imperdo�vel. As brancas dispunham de v�rias boas continua��es como 12.d3 Cf4 [12...De5!? Paoli-Robatsch 1967) 13.Bxf4 Dxb5 14.Dg3 c5 15.Ca3 Dd7 16.Cc4 Winants-Ferguson, GBR 1998] 12 ...Cf6 0-1 Depois de 13.g3 Bd5 as brancas perderiam muito material.

Nem sempre o amador de hoje � o amador de amanh�. Nem sempre o capivara de hoje � realmente um capivara. Em 1971 Fischer estava no apogeu de sua carreira. Meses depois, consagrar-se-ia campe�o do mundo. Depois de derrotar T. Petrosian pelo torneio de candidatos, dedicou-se a algumas sess�es simult�neas contra jogadores argentinos. � poss�vel que o preconceito etnoc�ntrico tenha funcionado um pouco, com o norte-americano considerando que "amadores do terceiro mundo" n�o teriam muito a oferecer. Mas um pa�s de cujos campeonatos nacionais participaram GMs da categoria de Najdorf, Eliskases, Panno, Pilnik, Guimard, Rossetto e Quinteros deveria ter sido levado mais a s�rio...

Fischer - Garcia Palermo

(Buenos Aires sim 1971)

1.e4 e5 2.f4 d5 3.exd5 e4 4.Bb5+ c6 5.dxc6 Cxc6 6.d3 Cf6 7.dxe4 [7.De2 Bg4 8.Bxc6+ bxc6 9.Cf3 Da5+ 10.Bd2 Db6 11.Cc3 Dxb2 12.O-O Chigorin-Marco, Viena 1898.] 7 ...Da5+ 8.Cc3 Bg4 9.Dd4 Be7 10.Da4 Db6 [Depois de 10 ...Dxa4 11.Ba4 os dois pe�es garantiriam um f�cil final para as brancas.] 11.h3 O-O-O 12.Bxc6?? [Incr�vel. As brancas poderiam vencer com 12.hxg4. Por exemplo: 12...Cxg4 13.Ch3 Bh4+ (agora, esse xeque n�o � mais assustador) 14.Rf1 Cf2 15.g3 Cxh1 16.gxh4 Cg3+ 17.Rg2 Ch5 18.Cd5 Dc5 19.Be3 Dd6 20.Bxc6 bxc6 21.Da6+ Rd7 22.Dxa7+ Re8 23.Cc7+ etc.] 12 ...Cxe4 13.Bd7+ [N�o h� o que fazer. A amea�a preta de Df2# � muito forte: a) 13.Bxe4 Bh4+ 14.Rf1 Df2#; b) 13.Bxb7+ Rb8! (13...Rxb7?? 14.Dxe4+ ganhando) 14.Bxe4 Bh4+ etc.] 13 ...Txd7 14.Dxd7+ [For�ado para evitar o mate.] 14 ...Bxd7 15.Cxe4 Bc6 0-1. As brancas n�o tinham como se defender: 16.Cg3 Bxg2 17.C1e2 (17.Th2 Dxg1+) 17...Bh4! 18.Bd2 (18.Tg1 Bxg3+) 18...Bxg3+ 19.Cxg3 Te8+ 20.Rd1 Dxb2 e as brancas n�o escapam do massacre.

O sovi�tico Leonid Stein foi um dos mais fortes jogadores do mundo na d�cada de 1960 e come�o da d�cada de 1970, quando faleceu prematuramente (1973), o auge de suas for�as. Venceu tr�s vezes o poder�ssimo campeonato da URSS! Seu compatriota Mark Ruderfer n�o era exatamente um capivar�o. Mas, honestamente amigo leitor, quem de n�s j� tinha ouvido falar desse ilustre desconhecido? Pois o ilustre desconhecido entra na hist�ria ao triunfar de forma convincente:

Ruderfer - Stein

(Uni�o Sovi�tica 1972)

1.e4 c5 2.Cf3 Cc6 3.d4 cxd4 4.Cxd4 Cf6 5.Cc3 d6 6.Bg5 Da5 [Uma variante raramente utilizada. O usual aqui � 6...e6.] 7.Bxf6 gxf6 8.Cb3 De5 9.Dd2 [9.Bd3 f5 10.O-O Keres-Karner, Parn�, 1971] 9...f5 10.f4 De6 11.Cd4 Cxd4 12.Dxd4 Tg8 13.O-O-O [13.Cd5 Dxe4? (13...Rd8 14.O-O-O =) 14.Dxe4 fxe4 15.Cc7+ Rd8 16.Cxa8, Eley,B-Markland,P, Canterbury 1973.] 13...fxe4 14.Cd5 Rd8 [14...Dd7?? 15.Bb5! ganhando.] 15.Dc4 Dd7 [Se 15...Bh6, ent�o 16.Dc3 com vantagem] 16.Dxe4 f5? [O erro fatal. Era necess�rio 16...Tg6 embora as brancas conservassem superioridade depois de 17.Db4 Dc6 18.Bd4.] 17.Db4 b6 [Se 17...Dc6 18.Bb5 Dc5 19.Dxc5 dxc5 20.Cb6 ganhando. Ou ent�o 17...De6 18.Bb5 Bd7 (18...Txg2 19.Dc4 Bd7 20.Dc7+ Re8 21.The1) 19.The1 Dh6 20.Bxd7 Rxd7 21.Dexb7+ Re8 22.Txe7+ Bxe7 23.Dxe7#.] 18.Bb5 Db7 [18...De6 19.Dc4 19.The1 Tg7 [A variante 19...e6 mostra a dimens�o do massacre a que foram submetidas as pretas: 20.Cf6 Tg6 (20...Txg2 21.Txd6+ etc) 21.Txd6+ Rc7 22.Dd4 Bxd6 (22...Txf6 23.Tc6+ Dxc6 24.Bxc6 ganhando) 23.Ce8+ Rd8 24.Dxd6+ Bd7 25.Cc7 Dc8 (25...Dxc7 26.Df8+) 26.Txe6 Tg8 (26...Txe6 27.Cxe6+ Re8 28.Df8#.) 27.Te7 ganhando.] 20.Dxd6+ 1-0. Stein abandonou diante da evid�ncia de 20...Bd7 [20...exd6 21.Te8#] 21.Cxe7 Txe7 22.Txe7 Bxe7 23.De6 Rx8 24.Txd7.

Nenhum jogador conseguiu vencer tantos torneios de primeira categoria quanto o sovi�tico Anatoli K�rpov, campe�o mundial de 1975 a 1984. Em 1990, K�rpov ainda era o �nico jogador do mundo capaz de enfrentar de igual para igual o fant�stico Karp�rov. Mas na partida abaixo, o amador jogou com bastante consist�ncia e aproveitou a impossibilidade de o grande mestre jogar com precis�o durante uma exibi��o simult�nea. Delicie-se, amigo leitor, e sonhe com uma possibilidade igual:

K�rpov - Mercuri

(Harvard sim 1990)

1.e4 c5 2.Cf3 e6 3.d4 cxd4 4.Cxd4 Cf6 5.Cc3 Cc6 6.Cbd5 d6 7.Bf4 e5 8.Bg5 a6 9.Ca3 b5 10.Cd5 Be7 11.Bxf6 Bxf6 12.c3 O-O 13.Cc2 Bg5 14.a4 bxa4 15.Txa4 a5 16.b4? [Dez anos depois, esta posi��o ainda est� na moda. Acontece que K�rpov menospreza o advers�rio e joga um lance experimental. N�o obstante, teria sido melhor jogar 16.Bb5 (tamb�m se tem jogado 16.Bc4) 16...Bb7 (outra variante muito jogada hoje em dia � 16...Ce7 que � seguida, por exemplo, de 17.Ccb4 Bd7 18.Cxe7+ Bxe7 19.Bxd7 axb4 20.Bc6 Txa4 21.Dxa4 bxc3 22.bxc3 Db8 23.O-O Bd8 �-� Svidler-Ivanchuk, Rubinstein mem Polanica Zdroj 2000.) 17.Cce3 Bxe3 18.Cxe3 Ce7 19.O-O Tb8 (19...Db6 20.Dd3 f5 21.exf5 e4 22.De2 Cxf5 23.Bc4+ Rh8 24.Td1 Short-Gelfaand, Pamplona 2000.) 20.Dd3 Db6 21.Bc4 Bc6 22.Ta2 Tfd8, Kasp�rov-Van Wely, Wijk aan Zee 1999.] 16 ...Bb7 17.Bc4 [17.b5 Cb8 18.Ca1 Cd7 19.Cb3 Bxd5 20.exd5 Cb6 21.Txa5 (21.Ta3? Dc8 22.Dd3 a4 23.Ca1 Dc5+ ganhando, Vesely-Hardicsay, Schwarzach 1997) 21...Cxd5 22.Dxd5 Txa5 23.h4! (23.Cxa5 Dxa5 e as pretas t�m �timo jogo) 23...Bf6 24.Cxa5 Dxa5 25.Th3 as pretas est�o levemente superiores.] 17 ...Rh8 18.O-O g6 19.Dd3 f5 20.b5?! Ce7 21.Ba2 Tc8 22.exf5 gxf5 23.Cxe7? [23.Cce3 Te5 24.c4=] 23 ...Dxe7 24.Txa5 [24.c4!? Be4 25.Dc3 Bd7 26.f3 Bxc2 27.Dxc2 Dxb5 28.cxb5 Txc2 29.Txa5 Be3+ 30.Rh1 Tb2 e a vantagem preta n�o � de f�cil concretiza��o.] 24 ...Be4 25.Dd1 Txc3 26.Cb4 Dc7 27.Ta6 Tc1 [O dom�nio da coluna ‘c’ confere uma vantagem decisiva �s pretas.] 28.De2 Dc5 29.Txc1 [N�o adiantaria 29.Cd3 Txf1+ 30.Dxf1 Dxb5] 29 ...Dxc1+ 30.Df1 Dd2 31.Ta4 Tc8 32.Bc4 Txc4 0-1

E agora, m�os � obra amigo leitor! Existe um n�mero infinito de capivaras prontos para nos derrotar e depois, alegremente, dizer que venceram mais um capivara!

Fonte: www.centraldoxadrez.hpg.ig.com.br/artigo01.htm


brunosergiom

12/05/2003
09:00:10

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XADREZ: esporte, hist�ria e...

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XADREZ: esporte, hist�ria e sua influ�ncia na sociedade
Ciro Jos� Cardoso Pimenta*

RESUMO

O objetivo deste texto � apresentar o xadrez como esporte, mostrar suas particularidades, expor sua hist�ria e relacionar seus fatos mais importantes com a hist�ria da humanidade. O Xadrez, conhecido como “Jogo dos Reis”, conquista todo o mundo ap�s sua invas�o ao Ocidente. Depois de algumas converg�ncias, o jogo adota um aspecto padronizado em todo planeta. Desde ent�o, vem sendo praticado de todas as formas poss�veis, sendo usado como artigo de marketing, como elemento da educa��o na �rea escolar, como lazer, esporte, passatempo e at� como artif�cio hegem�nico na recente Guerra Fria, sempre promovendo a intelig�ncia, a competitividade e a criatividade dos homens.

ABSTRACT

The objective of this text is to present the chess as sport, to show its particularitities, to display its history and to relate its more important facts with the history of the humanity. Known as “Kings Game”, the chess conquest the whole world after its invasion to the Ocidente. After some convergences, the game adopts a standardized aspect in all planet. Since then, it comes being practised of all the possible forms, being used as article of the marketing, as element of the education in the pertaining to school area, as leisure, sport, pastime and until as hegemonic artifice in the recent Cold War, always promoting intelligence, the competitiveness and the creativity of the men.


CONSIDERA��ES INICIAIS

Definir o xadrez �, sem d�vida, um ato complexo, pois o esporte aborda diversas �reas da express�o humana. Muito oportuna foi a coloca��o do famoso poeta, romancista e cientista alem�o GOETHE (1786), “O xadrez � a gin�stica da intelig�ncia”, entretanto MEL�O J�NIOR (1998) refere-se ao xadrez de forma mais ampla e po�tica, definindo-o como:

O xadrez n�o passa de um punhado de tocos de pau, dispostos sobre uma t�bua quadriculada, situada entre duas criaturas incompreensivelmente absortas, que, dominadas por uma esp�cie de autismo, desperdi�am inutilmente seu tempo, olhando para este brinquedo sem gra�a, enquanto o mundo ao seu redor pode desmoronar sem que se apercebam disso. Esta � a interpreta��o do homem vulgar, insens�vel e ap�tico; incapaz de enxergar as ess�ncias, homem que se conforma com uma vis�o superficial das coisas e se deixa seduzir pelas apar�ncias de outras atividades menos belas e eloq�entes. Para o homem mediano, o xadrez � um mero acess�rio, �til t�o somente porque contribui para desenvolver diferentes faculdades mentais, melhorando o desempenho escolar nas crian�as, intensificando a acuidade mental nos adultos e preservando por mais tempo a agilidade mental nos idosos. Por�m, para o homem espirituoso, criativo e empreendedor, o xadrez � uma das mais ricas fontes de prazer, um meio no qual se encontram elementos para representar as mais admir�veis concep��es art�sticas, um campo pelo qual a imagina��o pode voar livremente, produzindo, com encantadora beleza, id�ias deliciosamente sutis e originais. O xadrez � uma das raras e preciosas atividades em que o homem pode explorar ao fundo suas emo��es, atingindo estados de prazer t�o sublimes, t�o ternos, t�o intensos, que s� podem ser igualados pelas sensa��es proporcionadas pelo amor e pela m�sica.

Por esta sua caracter�stica de exercitar de forma competitiva e saud�vel o c�rebro do homem, o xadrez expandiu-se de um simples jogo regional indiano ao apaixonante esporte que � hoje. Suas origens remetem a muitas fontes. De certo, a fonte hist�rica mais antiga que possui o xadrez � uma pintura indiana que retrata duas pessoas jogando algo parecido com ele, por volta de 3000 ac. De t�o incerta que � a origem do xadrez conta-se at� uma interessante lenda que nos faz divagar sobre parte da matem�tica do esporte.

At� os dias atuais foram muitas as evolu��es, sempre seguindo em paralelo aos rumos que tomou a hist�ria da humanidade. O xadrez � levado ao Ocidente com a invas�o do Imp�rio Persa pelos �rabes. A partir da� ent�o, foram mudadas algumas pe�as, o jogo perde o fator sorte e passa a depender t�o somente dos conhecimentos de cada jogador. As capacidades de mem�ria, estrat�gia, combina��o, tomada de decis�es e bom senso tornam-se elementos primordiais ao bom jogador de xadrez. Surgem os primeiros campe�es, o xadrez se expande cada vez mais atingindo tamb�m o novo continente. Sua difus�o s� n�o � mais ampla pela forte discrimina��o que h� na �poca contra negros e mulheres. Passam-se os s�culos e o xadrez continua presente na sociedade, sempre com seu aspecto din�mico e realista.

Chega a ser disputado como exibi��o em algumas olimp�adas, mas ap�s contestado seu lado esportivo � retirado. Entretanto o xadrez responde com sua participa��o important�ssima como elemento de status na Guerra Fria, tornando-se ainda mais difundido em todo planeta e tendo at� hoje a segunda maior federa��o do mundo em n�mero de filiados, a FIDE, com cerca de 200 pa�ses filiados, estando � frente de esportes como v�lei, t�nis e basquete e sendo disparadamente o esporte mais praticado no mundo.

Sua import�ncia � salientada nas duas �ltimas d�cadas, onde governos de todo o mundo desenvolvem grandes projetos envolvendo o xadrez no �mbito escolar, j� que � do conhecimento de todos a import�ncia deste jogo na forma��o da crian�a e do cidad�o.

Tantas conquistas trazem ao xadrez o status novamente de esporte, sendo que tomar� definitivamente parte das competi��es ol�mpicas a partir de Atenas 2004.

HIST�RIA E LENDA DO XADREZ

Por falta de documentos � muito dif�cil obter uma fonte clara sobre a data de inven��o do xadrez. Historiadores postulam sobre v�rias possibilidades, de certo, o registro mais antigo que h� sobre o xadrez � uma antiga pintura eg�pcia que mostra duas pessoas jogando algo parecido com o jogo cerca de 3000 anos ac. Todavia, costuma-se aceitar como introdu��o � hist�ria do xadrez uma bela lenda, que posiciona bem o car�ter intelectual e psicol�gico do esporte, exposta por BECKER (1971, p. 259) em sua obra:

Pela lenda, o xadrez foi inventado h� 1950 anos por um hindu de nome Sissa, a fim de distrair o seu rei. Ao conhecer o jogo, o rei da �ndia ficou t�o entusiasmado que ofereceu a Sissa a liberdade de escolher o que ele bem desejasse como recompensa por t�o not�vel invento. Toda a corte esperava que Sissa fosse pedir grandes riquezas, mas ele surpreendeu a todos com o seguinte pedido: um gr�o de trigo pela primeira casa do tabuleiro; dois gr�os de trigo pela segunda casa; quatro gr�os de trigo pela terceira casa; oito gr�os de trigo pela quarta casa e assim sucessivamente, sempre dobrando o n�mero de gr�os da casa anterior at� a casa de n�mero sessenta e quatro (o tabuleiro de xadrez tem 64 casas). Seu pedido provocou risos. O rei meio que contrariado disse-lhe: “Um invento t�o brilhante e um pedido t�o simples? Escolha uma grande riqueza meu jovem, um de meus castelos, um pal�cio ou at� uma de minhas mulheres!” Mas Sissa mostrava-se inapel�vel � proposta do rei, e, como palavra de rei � palavra de rei, este, ainda contrariado, pediu a seus criados que entregassem a Sissa um grande saco de gr�os de trigo. Sissa entretanto, recusou a oferta dizendo que queria receber exatamente o que havia pedido, nem um gr�o a mais, nem um gr�o a menos. O rei pediu ent�o para que seus calculistas fizessem as contas. Depois de muito tempo e muitas contas, o matem�tico oficial do reino chegou assustado para avisar ao rei que eles encontraram o n�mero 18.446.744.073.709.551.615 de gr�os de trigo a serem pagos ao jovem Sissa, ou seja, dezoito quintrilh�es, quatrocentos e quarenta e seis quatrilh�es, setecentos e quarenta e quatro trilh�es, setenta e tr�s bilh�es, setecentos e nove milh�es, quinhentos e cinq�enta e um mil e, seiscentos e quinze. � um n�mero t�o grande de gr�os de trigo, que seria necess�rio semear seis vezes a superf�cie da terra para obt�-lo. Se uma pessoa contasse de um at� este n�mero, gastando um segundo por n�mero, levaria quase sessenta bilh�es de s�culos para chegar at� ele. Vendo-se incapacitado em cumprir a promessa, o rei mandou chamar Sissa para lhe oferecer outra recompensa. Sissa, entendendo a afli��o do monarca por n�o poder cumprir sua promessa perdoou a d�vida, afinal, seu objetivo havia sido atingido, ou seja, chamar a aten��o do monarca para o cuidado que deveria ter com suas promessas e julgamentos e para reconhecer que atitudes aparentemente humildes formam grandes conquistas. Por fim, Sissa aceitou ser conselheiro do rei e todos viveram felizes para sempre.


J� a hist�ria do xadrez segue a proposta de alguns autores.

Segundo MURRY (1955), aproximadamente em 570 dc surge na �ndia o chaturanga (jogo dos quatro elementos), que � o ancestral do xadrez. Jogavam quatro pessoas, sendo que cada qual possu�a oito pe�as: um ministro (hoje dama), um cavalo, um elefante (hoje bispo), um navio (mais tarde uma carruagem, hoje a torre) e quatro soldados (atualmente os pe�es). O tabuleiro era monocrom�tico (de uma s� cor) e as pe�as dos quatro jogadores diferenciavam-se pelas cores vermelha, verde, negra e amarela. A pe�a a ser movimentada era definida por um lance de dados. Este jogo indiano teve tr�s evolu��es: num primeiro momento, eliminaram-se os dados; posteriormente, os jogadores em diagonal unem-se (aliados) e mais tarde, os aliados passaram para o mesmo lado do tabuleiro. Atrav�s de rotas comerciais e culturais o chaturanga � exportado para a China tornando-se l� o "Jogo do Elefante" e posteriormente o "Jogo do General" no Jap�o e na Cor�ia. Na P�rsia ele passa a ser chamado de "Jogo de Xadrez" (em persa chatrang) e goza de imensa popularidade. � nesta �poca que o n�mero de parceiros � reduzido a dois e cria-se uma nova pe�a; o X� (Rei). Com a P�rsia sendo conquistada pelos �rabes (por volta de 651 dc) estes adotam e difundem o jogo pela �frica e Europa. No s�culo XI, o xadrez j� � conhecido em toda a Europa e sofre a seguinte modifica��o: o Ministro torna-se Rainha (Dama). Na verdade o jogo ao adentrar a Europa come�a a apresentar um aspecto mon�rquico. No s�culo XIII as casas do tabuleiro passam a ser dividas em duas cores para facilitar a visualiza��o dos enxadristas. Por volta de 1561 o padre espanhol Ruy Lopez de Segura idealiza a cria��o do roque, movimento que ser� aceito na Inglaterra, Fran�a e Alemanha somente 70 anos depois. O movimento en passant j� era usado em 1560 por Ruy Lopez, embora n�o se conhe�a seu criador. O duplo avan�o do pe�o em sua primeira jogada surge em 1283, em um manuscrito europeu. Entretanto, a principal altera��o que sofrer� o xadrez acontecer� aproximadamente em 1485, na renascen�a italiana, surgindo o chamado xadrez da "Rainha Enlouquecida", pois at� esta �poca a rainha s� podia deslocar-se uma casa por vez pelas diagonais, os bispos, que se moviam em diagonal de duas casas, passam a ter, tamb�m, movimentos mais longos. Os pe�es que chegam � �ltima fila s�o promovidos a uma pe�a j� capturada. S�o escritos v�rios livros importantes que contribuem para uma compreens�o cada vez mais profunda do xadrez. Dentre estes livros famosos podemos citar: Livro de la Invenci�n liberal y arte del juego del ajedrez, escrito por Ruy Lopez em 1561 e traduzido para quase todos os idiomas; Trattado del nobilissimo e militare esercitio de scacchi, escrito por Gioachino Greco (1600- 1634); Le noble jeu des �checs, escrito pelo s�rio Felipe Stamma em 1737; L'Analyse du jeu des �checs escrito em 1749 pelo franc�s Fran�ois Andr� Philidor. Neste livro Philidor prop�e um dos primeiros regulamentos enxadr�sticos, contendo o roque, o en passant, a promo��o ilimitada, al�m da m�xima "pe�a tocada, pe�a jogada; pe�a largada, lance efetuado”. Em 1851 abre-se a era moderna do xadrez com o Primeiro Torneio Internacional durante a Primeira Exposi��o Universal de Londres, que foi vencido pelo alem�o Adolf Anderssen. Anderssen teve in�meros sucessores, mas os que mais se destacam s�o o pai do xadrez moderno, Wilhelm Steinitz (1836-1900) e seu sucessor, Emanuel Lasker (1868-1941). Steinitz � tido como um Arist�teles do xadrez. Seus planos s�o novos, baseado no ac�mulo de pequenas vantagens que o advers�rio cede, se consideradas separadamente, nada representam, mas acumuladas podem construir uma vantagem decisiva. O m�rito de Steinitz est� em perceber que a teoria de uma partida de xadrez gira em torno de um delicado equil�brio de for�as. Para conseguir vantagem em um desses elementos, tempo, espa�o e mat�ria, deve-se ceder algum outro tipo de vantagem de igual ou aproximado valor. Em outras palavras, nada se obt�m gr�tis em uma partida bem equilibrada de Xadrez. Steinitz foi campe�o mundial por 28 anos, de 1866 a 1894. J� Emanuel Lasker, que derrotou Steinitz, � considerado uma das maiores personalidades da hist�ria do Xadrez. Doutor em filosofia e matem�tico, via o xadrez como uma constante luta de duas vontades. Como te�rico procurou desvendar os princ�pios fundamentais que regem a conduta da partida de xadrez. Seu estilo consiste em desequilibrar a posi��o, nem sempre realizando as melhores jogadas, mas sim os lances mais desagrad�veis para cada advers�rio. A este estilo criado por Lasker, d�-se o nome de "Escola Psicol�gica". Ap�s ser Campe�o Mundial por 27 anos, de 1894 a 1921, Lasker perde o t�tulo para o cubano Jos� Raul Capablanca. Todavia duas altera��es importantes no panorama enxadr�stico internacional merecem ainda men��o: Em 1924, � fundada em Paris a F�d�ration International Des �chces, a FIDE, que hoje � a segunda maior federa��o esportiva do mundo, ficando atr�s apenas da FIFA (Federa��o Internacional de Futebol e Associados) em n�mero de pa�ses filiados. Em dezembro de 1986 a FIDE e a UNESCO criam a Comission For Chess In Schools que tem um importante papel na difus�o do ensino e na democratiza��o do Xadrez enquanto instrumento pedag�gico utilizado nas escolas.

XADREZ, ESPORTE E MARKETING

Nas �ltimas d�cadas o xadrez ressurge como esporte, posi��o contestada, anteriormente, pela prov�vel aus�ncia do aspecto f�sico na sua pr�tica. Nas olimp�adas de Sidney � aceito como esporte de demonstra��o e ser� reintegrado definitivamente �s competi��es que valem medalhas a partir de 2004 em Atenas. Esta conquista do mundo enxadr�stico deve-se, na sua ess�ncia, ao abrupto aumento do n�mero de praticantes do xadrez ap�s a populariza��o da Internet. O esporte por ser de f�cil acesso, necessita apenas de um tabuleiro e de um jogo de pe�as para ser praticado, � amplamente praticado na rede mundial de computadores atraindo adeptos de todo o mundo.

Para a inclus�o do xadrez nas Olimp�adas de Ver�o, a modalidade necessitou comprovar seu aspecto esportivo, a fim de convencer o COI (Comit� Ol�mpico Internacional) de que realmente era um esporte. Para tanto foram realizados estudos que comprovaram o xadrez como atividade f�sica, sendo que, monitorados os batimentos card�acos de jogadores em partidas de xadrez rel�mpago, o resultado foi surpreendente. No �pice da disputa alguns jogadores apresentavam n�veis de batimento card�aco comparados ao de um corredor ao final da prova. Os altos n�veis de atividade cerebral, o aumento da circula��o sang��nea, da libera��o hormonal e a movimenta��o, principalmente dos membros superiores, exigem do enxadrista uma boa capacidade f�sica e sobretudo motora. H� de se salientar tamb�m o aspecto postural e emocional, trabalhados constantemente durante o jogo.

Outro aspecto que refor�a o xadrez como esporte � a parte financeira. Os torneios em todo mundo movimentam, segundo a FIDE, cerca de 20 bilh�es de d�lares por ano. Tanto dinheiro causa muitas intrigas entre os jogadores profissionais. O ex-campe�o mundial Gary Kasparov, ap�s desaven�as financeiras, rompeu os la�os com a FIDE (Federation Internacional Des �checs) e criou a PCA (Professional Chess Association), que logo depois transformou-se em WCC (World Chess Company). O Russo Kasparov alega que a FIDE ret�m as verbas dos jogadores, cartelisando o sistema de premia��es. Entretanto ele n�o parece disposto a reatar la�os com a entidade, pois indica ter descoberto uma mina de dinheiro ao entrar na ala financeira da promo��o do xadrez. No final da d�cada de noventa Kasparov assinou contrato com a IBM, de Bill Gates. O russo jogaria a cada ano um match contra um supercomputador da empresa a fim de promover o equipamento e a marca at� ser derrotado. Nas tr�s primeiras oportunidades Kasparov venceu com muita facilidade, por�m na quarta vez, a IBM montou Deepblue, um monstro de sil�cio que chegava a processar cerca de 200 bilh�es de posi��es a cada segundo. O marketing sobre a disputa foi enorme, a IBM passava por um processo judicial e enfrentava novos concorrentes. S� a vit�ria interessava � empresa. Ap�s as primeiras partidas Bill Gates e seus assessores perceberam que o supercomputador n�o venceria Kasparov. Dizem que ofereceram-lhe ent�o um cach� de 10 milh�es de d�lares para o russo perder. Kasparov aceitou, o mundo enxadr�stico vaiou, ficando claro que o russo havia entregado as partidas. Entretanto a IBM alcan�ou seu objetivo e ganhou f�lego no mercado, sendo que no dia da vit�ria de Deepblue suas a��es recuperaram-se de grande queda que vinham sofrendo gradualmente. Este � apenas um dos eventos que mostram a import�ncia do xadrez como elemento de Marketing. Por estar relacionado � intelig�ncia subjetiva e � esperteza, o xadrez � sempre procurado para promover algum produto que se relacione a estes dois elementos.


XADREZ E A GUERRA FRIA

Ap�s a Segunda Guerra Mundial criou-se no mundo um aspecto bipolar. Bipolaridade refere-se ao fato de que dentre os pa�ses do mundo, dois dominavam o cen�rio a fim de impor suas pol�ticas; eram eles: Estados Unidos, capitalistas e Uni�o Sovi�tica, socialistas. Estes dois pa�ses formaram blocos com pa�ses aliados, o bloco capitalista e o socialista. Iniciou-se assim ent�o a chamada Guerra Fria que durou at� o final da d�cada de noventa quando da desintegra��o da Uni�o Sovi�tica. Contudo, a Guerra Fria se caracterizou n�o em suma por combates b�licos f�sicos propriamente ditos, mas sim por um amplo desenvolvimento cultural e tecnol�gico de ambos blocos. A Guerra consistia na verdade em fazer e demonstrar ao mundo e ao advers�rio a superioridade em busca da hegemonia. Foi assim na corrida espacial, no arsenal nuclear e tamb�m nas artes e esportes, sobretudo no xadrez. Em 1972 foi disputado em Reykjavich, capital da Isl�ndia, o match pelo Campeonato Mundial de Xadrez envolvendo um norte-americano, Bobby Fischer e um Sovi�tico, Boris Spasski, atual campe�o mundial da �poca. Como o xadrez representava a capacidade intelectual, a intelig�ncia, a ci�ncia, a arte, ou seja, todas express�es culturais, art�sticas e intelectuais, a vit�ria significaria uma grande conquista para o bloco vencedor, j� que este usaria da conquista para sobrepujar a capacidade intelectual do inimigo em rela��o � sua.

Era uma situa��o totalmente nova no cen�rio mundial, pois ambas as na��es, EUA e URSS viam grande possibilidade de vit�ria, j� que os Sovi�ticos eram os atuais e maiores campe�es em toda a hist�ria do Xadrez e os norte-americanos tinham no lend�rio Bobby Fischer uma oportunidade �nica para obterem este trono. Foi dada tanta import�ncia para esta disputa que para a realiza��o do match foram realizados diversos acordos entre o alto escal�o dos dois governos, desde ao local de jogo, um ambiente neutro, at� a posi��o das cadeiras. O match foi marcado por uma acirrada disputa e pela geniosidade do norte-americano Bobby Fischer. O jogador reclamava a cada momento, desde por uma c�mera de v�deo que estava atrapalhando sua concentra��o, at� pelo estofamento de sua cadeira. Os ve�culos de comunica��o de todo o mundo cobriam a disputa como um espet�culo de propor��es ol�mpicas. As provoca��es eram intensas. O match durou quase um m�s. A cada partida o clima ia tornando-se mais tenso. Bobby Fischer chegou a amea�ar abandonar a disputa ap�s entraves com os organizadores, mas a situa��o foi contornada e saindo de uma situa��o de desvantagem ele conseguiu uma vit�ria esmagadora, tornando-se o primeiro e �nico norte-americano Campe�o Mundial de Xadrez.

XADREZ NO BRASIL

O Brasil sempre possuiu jogadores not�veis e talentosos no cen�rio mundial. Acredita-se que o jogo tenha chegado ao pa�s j� em 1500 quando na descoberta, por parte dos portugueses, das terras tupiniquins. O primeiro jogador brasileiro de sucesso foi Caldas Viana, que j� em 1883 ganhou v�rios torneios pelo Brasil. Desde ent�o diversos foram os nomes de destaque no pa�s, mas nenhum deles comparado ao ga�cho Henrique Mecking, o Mequinho, uma verdadeira lenda do xadrez mundial. Mecking ganhou seu primeiro campeonato brasileiro de xadrez aos doze anos de idade. Venceu dezenas de torneios por todo o mundo, chegando a ser o terceiro melhor jogador do mundo, atr�s apenas de Karpov e Kortchnoi, no final da d�cada de setenta. Suas conquistas fizeram com que se tornasse muito conhecido por todo pa�s e por todo mundo. Chegou a ser at� homenageado por Raul Seixas numa de suas can��es. Entretanto, no auge da carreira Mequinho foi v�tima de uma rara doen�a, considerada incur�vel e degenerativa, doen�a esta que atrofia os m�sculos levando o enfermo � morte progressiva. O grande mestre brasileiro decidiu ent�o se converter severamente � religi�o cat�lica. Retirou-se e rezou arduamente pela cura, a qual conseguiu surpreendentemente. Convencido de que fora salvo por um milagre, recolheu-se a um mosteiro e abandonou o xadrez por mais de quinze anos. Voltou a jogar somente em 2000, j� conseguindo alguns resultados significantes. Atualmente treina para recuperar sua velha forma.

Entretanto mesmo com a aus�ncia de Mecking, o Brasil continuou a formar grandes talentos no xadrez. Atualmente a equipe brasileira � a mais forte das Am�ricas, tendo nomes de destaque como Rafael Leit�o, Giovani Vescovi, Jaime Sunye Neto, Gilberto Milos e Darcy Lima.

XADREZ E CINEMA

N�o h� como negar o cinema como arte de suma import�ncia dentro da sociedade e da hist�ria da humanidade. Filmes marcam �poca e retratam os mais valiosos acontecimentos eternizando-os. O xadrez como esporte apaixonante que �, conta com muitas produ��es, sendo algumas “Hollywoodianas” famosas como “Casablanca”, “O S�timo Selo” e o recente “Lances Inocentes”. � dif�cil vermos um filme atualmente em que n�o haja alus�o ao jogo de xadrez em algum momento.

XADREZ ESCOLAR

Os seres humanos se destacam dos outros seres vivos pela aquisi��o da capacidade de agir sobre a natureza, ou seja, mudar, pensar logicamente. Dentro deste contexto, tem-se a implanta��o do xadrez como atividade de suma import�ncia para o treinamento deste racioc�nio l�gico. � do conhecimento de todos, que o xadrez vem a enriquecer n�o s� o n�vel cultural do indiv�duo, mas tamb�m v�rias outras capacidades como a mem�ria, a agilidade no pensamento, a seguran�a na tomada de decis�es, o aprendizado na vit�ria e na derrota, a capacidade de concentra��o, entre outros. O ensino e a pr�tica do xadrez t�m relevante import�ncia pedag�gica, na medida em que tal procedimento implica, entre outros, no exerc�cio da sociabilidade, do racioc�nio anal�tico e sint�tico, da mem�ria, da autoconfian�a e da organiza��o met�dica e estrat�gica do estudo. O jogador de xadrez, constantemente exposto a situa��es em que precisa efetivamente olhar, avaliar e entender a realidade, pode mais facilmente, aprender a planejar adequada e equilibradamente, a aceitar pontos de vista diversos, a discutir question�rios e compreender limites e valores estabelecidos e a vivenciar a riqueza das experi�ncias de flexibilidade e reversibilidade de pensamentos e posturas. Em pa�ses como a Fran�a e a Holanda o xadrez j� h� muito tempo faz parte do curr�culo escolar como atividade extracurricular. Ap�s sua implanta��o, percebeu-se um elevado n�vel de alunos com melhora no coeficiente escolar e uma queda no n�vel de atendimentos a alunos com dificuldades de concentra��o. Na R�ssia, o xadrez est� para eles como o futebol esta para n�s, brasileiros. O governo russo apoiou intensivamente a difus�o do xadrez, criando at� universidades espec�ficas para o melhor estudo do jogo; sendo que nas escolas, todos, sem exce��es, praticam xadrez.

O psic�logo BINET (1891), primeiro criador dos testes de quociente da intelig�ncia e professor da Universidade da Sorbonne, em Paris, iniciou suas experi�ncias sobre algumas das poss�veis contribui��es do xadrez para o desenvolvimento intelectual. Suas conclus�es, que abordaram a mem�ria, a imagina��o, o autocontrole, a paci�ncia e a concentra��o, serviram de base para futuros trabalhos sobre o funcionamento do c�rebro.

Os psic�logos da Universidade de Moscou DIACOV, PETROVSKY e RUDIK (1926), foram encarregados pelo governo sovi�tico de investigar o eventual valor educativo do xadrez. Eles verificaram que os enxadristas s�o muito superiores � popula��o em geral quanto � mem�ria, imagina��o, aten��o distribu�da e ao pensamento l�gico, passando ent�o a recomendar este esporte como um m�todo de auto desenvolvimento das capacidades intelectuais.

VYGOTSKY (1933), afirmou que “embora no jogo de xadrez n�o haja uma substitui��o direta das rela��es da vida real, ele � sem duvida, um tipo de situa��o imagin�ria”. Pode-se dizer que, conforme prop�e este grande psic�logo, atrav�s da aprendizagem do xadrez, a crian�a estaria elaborando habilidades e conhecimentos socialmente dispon�veis, passando a internaliz�-los, propiciando a ela um comportamento alem do habitual de sua idade.

O psic�logo, matem�tico e enxadrista GROOT (1946), o qual representou seu pa�s em tr�s olimp�adas de xadrez, publicou seus estudos sobre o processo do pensamento dos mestres enxadristas. Este autor pensa ser capaz de confirmar a teoria da “concep��o linear” de SELZ, considerando que cada momento do pensamento � determinado em sua totalidade pelo conjunto dos momentos que o procederam. Para ele, o pensamento no xadrez � essencialmente “n�o verbal”, e sim, deriva de uma s�rie de retro-an�lises que v�m em forma codificada � cabe�a do jogador.

Os psic�logos da Universidade de Gand, CHRISTIAEN e VERHOFSTADT (1981), investigando a influ�ncia do xadrez no desenvolvimento cognitivo, observaram que alunos do grupo experimental ao n�vel de 5� s�rie, que receberam aulas de xadrez durante dois anos, obtiveram resultados significativamente superiores em testes cognitivos do tipo proposto por PIAGET, do que os alunos do grupo controle que n�o as receberam.

Desde 1976, o Minist�rio da Educa��o da Fran�a patrocina as competi��es de xadrez escolar oficiais e sugere �s autoridades acad�micas que incentivem o ensino do xadrez como atividade “s�cio-educativa”, como atividade de “estimula��o cognitiva” e como “estudo dirigido”. Neste pa�s, in�meras experi�ncias, do jardim-de-inf�ncia � universidade est�o sendo realizadas.

Na d�cada de 1980, com os jogadores KARPOV e KASPAROV, o xadrez transformou-se no esporte n�mero um da ent�o Uni�o Sovi�tica, e seus torneios escolares chegavam a receber um milh�o de alunos, somando-se as diversas etapas.

Atualmente cerca de 300.000 mil estudantes est�o sendo beneficiados por uma resolu��o do minist�rio da educa��o da Holanda, que autorizou a inclus�o do xadrez como disciplina escolar no curr�culo de primeiro grau durante meia hora semanal.

Nos �ltimos anos, o tema “xadrez e educa��o” tem estado presente nos debates institucionais. Se em pa�ses desenvolvidos a utiliza��o de jogos de estrat�gia em salas de aula j� se encontra perfeitamente aceit�vel, o mesmo n�o se pode afirmar, salvo algumas exce��es, quanto aos pa�ses em desenvolvimento, entretanto, no Brasil, a implanta��o do xadrez nas escolas j� � vista como fundamental por pedagogos e coordenadores, e isto vem sendo feito, mas mais especificamente nos �ltimos quinze anos.

No estado do Paran� o projeto encontra-se em fase bastante avan�ada, sobretudo pelos esfor�os do grande mestre Jaime Sunye Neto e de sua equipe de trabalho. Em Curitiba j� existem torneios que mobilizam mais de oitocentas crian�as em cada etapa, e em todo estado estima-se que o n�mero de alunos envolvidos com o xadrez passe de quinhentos mil.

Entender os benef�cios que este esporte pode trazer ao aluno e a educa��o em geral � a maior barreira para os educadores, por�m, como j� � demonstrado, basta analisar os resultados obtidos e tamb�m aprofundar o estudo em rela��o aos verdadeiros benef�cios do xadrez para saber como aplic�-lo, que a iniciativa ser� justificada.


10. CONSIDERA��ES FINAIS

O xadrez por t�o apaixonante que �, torna-se para alguns arte, para outros ci�ncias e para outros ainda esporte. Entender a trajet�ria deste jogo, seus aspectos f�sicos, l�dicos e psicol�gicos, � entender como o xadrez, um jogo elegante e irrefut�vel, transforma-se no esporte mais praticado do mundo hoje. A grande legi�o de aficionados do xadrez se engrandece a cada dia, pois o xadrez n�o � simplesmente o “chegar e jogar”, requer todo um conhecimento e estudo da sua hist�ria, requer sobretudo o interesse cultural do jogador. Vimos aqui sua import�ncia tamb�m no contexto hist�rico, desde atividade l�dica do per�odo feudal passando a se ocidentalizar perante as conforma��es impostas pela Igreja Cat�lica, at� a ser considerado elemento hegem�nico da guerra fria. Sua import�ncia como disciplina j� � reconhecida. No �mbito escolar j� � respeitado como atividade essencial � forma��o dos alunos. Creio que o objetivo principal deste trabalho � levar diversos conhecimentos relativos ao xadrez ao leigo, para que este possa descobrir este novo mundo, cheio de vida e de qualidades que s� v�m engrandecer, alegrar e distrair o homem.

Refer�ncias Bibliogr�ficas

BECKER, Idel. Manual de Xadrez. 7� edi��o. S�o Paulo: Ed. Nobel, 1978.
BINET, Alfred. Psychologie d�s Grands Calculateurs et Jouers d’�checs. Paris: Ed. Hachette, 1894.
CHRISTIAEN, Johansen; VERHOFSTADT, Lebut. Xadrez e Desenvolvimento Cognitivo. Amsterdan, v.36, 1981.
DA SILVA, Wilson; TIRADO, Augusto. Meu Primeiro Livro de Xadrez. Curitiba: Ed. Expoente, 1995.
DIAKOV, Irvin; PETROVSKY, Norbert; RUDIK, Paulsen. Psychologija v Sachmatnoj Igri. Moscou, 1926.
GOETHE, Johann. Uma Aventura no Mundo do Xadrez. Dispon�vel em:
Site: http: //www.bsi.com.br/~landrade/> Acesso em: 17 mar. 2002.
GROOT, Antun. Het Denken van den Schaker: Een Experimenteel Psychologische Studie, Amsterdan, 1946.
LASKER, Edward. A Aventura do Xadrez. S�o Paulo: Ibrasa, 1962.
MEL�O J�NIOR, Hindemburgo. Tributo � Deusa Caissa. Dispon�vel em: www.terravista.pt/Enseada/2502/Tributo2.htm - Acesso em: 20 mar. 2002.
SA, Antonio. O Xadrez e a Educa��o: Experi�ncias nas Escolas Prim�rias e Secund�rias da Fran�a. Rio de Janeiro, 1988.
VASCONCELOS, F. Apontamentos para uma Hist�ria do Xadrez e 125 Partidas Brilhantes. Bras�lia: Editora Santa Casa, 1991.
VYGOTSKY, Lev. A Forma��o Social da Mente. S�o Paulo: Fontes, 1989.

Sugest�es de Sites sobre o Xadrez:
www.cbx.org.br - Confedera��o Brasileira de Xadrez
www.cex.org.br - Centro de Excel�ncia de Xadrez
www.fexpar.esp.br - Federa��o Paranaense de Xadrez
www.fpx.com.br - Federa��o Paulista de Xadrez


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* Ciro Jos� Cardoso Pimenta
Graduando em Educa��o F�sica pela UFPR.
T�cnico, professor, �rbitro, jogador e palestrante de xadrez.
Vice-Presidente da Federa��o de Xadrez do Paran�.
ICQ#:79081940
E-mail: [email protected]

Fonte: www.cdof.com.br/xadrez.htm



pereicel

12/06/2003
09:17:50

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MATCH - FIDE

Message:
Pessoal

Iniciamos mais um match contra o time FIDE. Eles s�o fort�ssimos, mas n�s escalamos parte dos nossos feras. Bons jogos a todos. Os jogos s�o:
board #1310717 Conex�o leosp (2010) vs FIDE lucius (1985)
board #1310718 Conex�o leosp (2010) vs FIDE lucius (1985)
board #1310719 Conex�o rafpig (1911) vs FIDE symuk (1973)
board #1310720 Conex�o rafpig (1911) vs FIDE symuk (1973)
board #1310721 Conex�o gbsalvio (1889) vs FIDE katryna (1894)
board #1310722 Conex�o gbsalvio (1889) vs FIDE katryna (1894)
board #1310723 Conex�o lbra (1601) vs FIDE mrenroke (1569)
board #1310724 Conex�o lbra (1601) vs FIDE mrenroke (1569)

Boa sorte

Celso



brunosergiom

12/08/2003
06:58:26

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JUDAISMO E XADREZ

Message:
JUDAISMO E XADREZ
Gustavo D. Perednik

Na d�cada dos anos noventa Israel protagonizou uma revolta enxadrista ocupando o quinto posto no ranking mundial, depois da R�ssia, Iugosl�via, Inglaterra e Hungria. Os grandes mestres israelenses passaram de cinco a mais de vinte, os clubes de xadrez se quintuplicaram (superando a centeia) e desde 1993 mais de cem escolas e centros comunit�rios abriram cursos de xadrez. Em Tel Aviv fundou-se a primeira Academia Internacional de Xadrez, que leva o nome do campe�o mundial Garry Kasparov (nascido Weinstein). O fortalecimento do xadrez israelense n�o tem por causa s�mente a grande imigra��o russa, sen�o a relacionamento entre os judeus com o jogo-ci�ncia, que supera uma mera coincid�ncia.

O mestre internacional e campe�o brit�nico, Conel H. Alexander, dizia que os enxadristas poderiam se dividir em quatro grupos de talento decrescente: os judeus russos, os russos n�o judeus, os judeus n�o russos e os n�o russos nem judeus.

Judeus predominam entre os grandes mestres e te�ricos. Al�m de Boleslavski, Botvinnik, Bronstein, Fine, Nimzowitzch, Reshevsky, Tal e Tartakover, foram judeus os campe�es que mais tempo perduraram. Dentre eles, Emanuel Lasker, filho de um chazan e neto de um rabino, combinou o xadrez com sua carreira de filosofo e matem�tico, as tr�s ci�ncias? t�o afim. Lasker � considerado o enxadrista mais cabal de todos os tempos,e sua biografia foram prolongada por Albert Einstein. O nazismo tirou sua gl�ria, carreira e patrim�nio.

Se mencionarmos tamb�m os �ltimos campe�es como Fischer, Korchnoi ou Spassky, a despropor��o de judeus entre os melhores enxadrista � not�vel. Entre os latino-americanos, lembremos a J�lio Kaplan e a J�lio Bolboch�n.

Miguel Najdorf compartiu com George Koltanowski duas sortes: salvaram-se do Holocausto gra�as a sus presencia num torneio de xadrez em Buenos Aires no come�o da segunda Guerra e por isso n�o regressaram a Europa. A outra � que ambos especiali�aram-se em partidas simult�neas a ciegas, nas que alcan�aram importantes fazanas. Um dois mais lembrados nesta especialidade foi Gyula Breyer, quem obteve o Record jogando vinte e cinco simult�neas a ciegas no Torneio de Berlim em 1920. Faleceu no ano seguinte a idade de 28 anos.

Najdorf jogou quarenta e cinco partidas em 1947 e Koltanowski superou a todos em 1960 quando jogou cinq�enta e sete simult�neas a ciegas, das quais ganhou cinq�enta depois de quase dez horas de jogo. Que os judeus se destaquem no xadrez n�o significa a exist�ncia de uma rela��o com o juda�smo como civiliza��o. Por�m, o xadrez requer uma forma de pensamento muito especial, tal vez similar ao que destila a tradi��o de Israel. Grandes mestres internacionais tiveram s�lida forma��o talm�dica como Chajes, Aron Nimzovith e Akiva Rubinstein



UM POUCO DE HISTORIA

O midrash exagera quando se refere ao jogo de xadrez entre o rei Salom�o com seu conselheiro Benai� Bem Iehoiad�, mas ainda n�o foi dilucidado quando os judeus conheceram o jogo. O investigador contempor�neo Victor Keats coincide com o m�ximo exegeta, Rashi (s�culo 11) que a men��o talm�dica do nardeshir (Ketuvot 61b) refere-se ao xadrez. H� dois eruditos que no s�culo passado negaram essa possibilidade. Franz Delizsch concluiu que como o Talmud foi fechado no s�culo 5, e o xadrez foi transmitido pelos persas s� a fim desse s�culo, o nardeshir n�o se deve identificar com o xadrez. Al�m de isso, o pai da bibliografia judia, Moritz Stenschneider, conjetura em sua monumental obra que o primeiro judeu que recome�a o jogo, foi o filho do rabi Saul de Taberistan, depois do s�culo 9.

O s�culo 12 parece reafirmar a rela��o entre juda�smo xadrez. Maimonides se refere ao jogo em seu coment�rio na Mishn�, Iehuda Halevy o menciona ao final do Cuzari, e seu amigo Abraham Ibn Ezra redacta o regulamento de xadrez existente mais antigo sob o t�tulo de Haruzim. O Sefer Hachasidim recomenda o jogo no s�culo13 , e em 1575 os rabinos de Cremona sentenciaram que “todos os jogos s�o ruins e causam problemas com exce��o do xadrez..”

Na modernidade, a amizade entre Mois�s Mendelshon e Gotthold Lessing, quem tivera grande influencia na Emancipa��o judia e o iluminismo, nasceu frente ao tabuleiro de xadrez. Em 1837 redacta a primeira enciclop�dia sobe o jogo, um judeu franc�s, Aron Alexandre. Um par de anos depois, um dos novos educadores iluministas, Jacob Einchenbaum, quem era matem�tico, escreve um poema extenso em hebraico sobre a partida de xadrez, ao que denominou H�-kerav (a batalha). Consiste em oitenta estrofes rimadas de seis versos duodecas�labos cada uma. Essa combina��o de matem�tico-literato-xadrecista de Einchenbaum, deu-se tamb�m em outro grande judeu como Louis Zangwill. Na pintura, o h�ngaro Isidor Kaufmann, quen cobrou notoriedade ao pintar a vida cotidiana no shtetl, produz um conhecido quadro no que se observa a presencia do xadrez entre os judeus ortodoxos de Galitzia. Na literatura, � bom lembrar a novela de Stefan Zweig O jogador de xadrez.



Aos judeus se devem as escolas moderna (Wilhelm Steinitz) e hipermoderna (Richard R�ti) e a funda��o da Chess Review dos Estados Unidos (Israel Horowitz).

Gerald Abrahams explica a proximidade entre os judeus e o xadrez com quatro hip�teses. Devido as migra��es, tradi��o de estudo e cosmopolitismo, os judeus:



Produzem mais que outros grupos intelectuais
Amam o estudo e o aprendizagem
S�o muito perseverantes, e
t�m a habilidade para os idiomas, inclu�do um muito peculiar: o xadrez.


De judeufobia n�o esteve excetuado o xadrez. Alexandre Alekhine chegou a ser campe� mundial em Buenos Aires, t�tulo que manteve durante quase duas d�cadas; faleceu diante de um tabuleiro depois de dedicar-lhe toda sua vida. N�o se privou de escrever uma desgra�ada s�rie de notas judeuf�bicas durante o Holocausto. Nelas tipifica uma forma especial dos judeus jogar xadrez, por contraposi��o ao “xadrez ario”. O texto de Alekhine traz a mem�ria a inf�mia que em 1850 publicara Richard Wagner (O juda�smo na m�sica) na que o g�nio negava a possibilidade de cultura o de criatividade dos judeus.

Em absurdo paralelo, o ruso Alekhine se prop�s explicar como o modo judaico de jogar xadrez se caracteriza pelo oportunismo, a defesa a ultranza e a gan�ncia material a toda custa. Quando aconteceu o primeiro Torneio Internacional (Londres, junho de 1851) o alem�o Adolf Anderssen venceu ao matem�tico judeu Lionel Kieseritzky, destacando-se a partida por uma beleza insuper�vel, valendo-lhe o nome de La Imortal. De acordo com o esquema de Alekhine, aquela vit�ria marcou o triunfo do “xadrez ario” por sobre a sinuosidade judia que dominaria durante o s�culo posterior.

Ao deixar de lado tais libelos, n�o caiamos em outro extremo que � negar toda poss�vel rela��o entre o xadrez e o juda�smo.



UM POUCO DE FILOSOFIA

� lament�vel que a disciplina filos�fica n�o tenha se ocupado do jogo de xadrez, quando poderia ser mat�ria de estudo. Dois fil�sofos judeus poderiam exemplificar suas respectivas escolas com o tabuleiro de xadrez. Refiero-me a Henri B�rgson e a Salom�o Maimon.

Do primeiro, seu conceito de dur�e traz uma vis�o do tempo contraposto ao tempo matem�tico “tudo transcurrido”, que serve de fundamento para o chamado an�lises post-mortem da partida enxadrista. Por enquanto Maimon, por meio de seu sistema podem os nos aproximar a pergunta de qu� tipo de verdades s�o as do xadrez. Emanuel Kant considerou a Salom�o Maimon “quem melhor sua doutrina”.

Em rigor, os dois tipos de verdades kantianas, as a-priori e as a-posteriori (as que antecedem ou sucedem a experi�ncia de nossos sentidos) n�o deixam lugar suficiente para um tipo especial de verdade que � a enxadrista e que t�m uma not�vel condi��o.

A verdade do tabuleiro parece ser a-priori como a matem�tica, � dizer um conhecimento ao que podemos alcan�ar pelo racioc�nio e sem necessidade da experi�ncia. Por�m, descobrimos que as verdades do bispo e do roque ficam vigentes somente quando a partida � conhecida em seu conjunto.

Por um lado, � poss�vel jogar xadrez com a imagina��o e sem sequer abrir os olhos e chegar a conclus�es sobre suas verdades. Pelo outro, � dif�cil saber se uma verdade � certa at� tanto n�o seja vista desde a perspectiva da partida j� terminada. E dizer que suas verdades valem quando podem se identificar num universo de dados que a precedem. S� nesse universo conclu�do uma jogada pode definir-se como brilhante, med�ocre o deficiente.

Digamos que nesse contexto Salam�o Maimon acusou a lei de determinabilidade, poe meio da qual tentou colocou as duas kantianas um terceiro tipo de verdades, uma esp�cie de mistura das originais.

Em tudo caso, o xadrez fascina n�o s� desde a psicologia do jogador, os computadores e matem�tica, ou sua inspira��o art�stica. Tamb�m no terreno filos�fico pode atrair, e um dos po�os investigadores que se ocupou desta quest�o � Jos� Bernadete da Universidade de Syracuse.



UM POUCO DE TALMUD

H� sete dimens�es paralelas entre o estudo talm�dico, caracter�stico da mentalidade judaica e o do xadrez. Estas s�o: a indispensabilidade do estudo, a mem�ria, a compreens�o visual, a centralidade da lei r�gida, a import�ncia do debate, a necessidade da atrevida intelig�ncia, e um pensamento antiautoritario e original.

Tal vez a partir dessas similitudes, analisadas uma por uma, poder�amos entender melhor por que os judeus tiveram e t�m uma presencia t�o not�vel no xadrez.

Os dois conceitos talm�dicos do Sinai (erudito) frente a Oker Harim (perspicaz) t�m aplica��o nas escolas de xadrez. Dos judeus poderiam encarnar-as, como o dogm�tico Tarrasch frente ao flex�vel Lasker. Enquanto o primeiro irradiava conhecimentos, o �ltimo irradiava sabedoria.

Em soma, a funda��o da academia de xadrez deve ser recebida com jubilo, sobre tudo porque sua cria��o se produz em Israel, um pais que deveria entender-se como seu marco natural. E aventuremos-nos que seu programa de estudos, al�m da aventura do tabuleiro em si, abarcara muitas disciplinas auxiliares. Junto com a matem�tica e a filosofia, fazemos votos para n�o faltar a p�gina do Talmud.

Fonte: www.perednik.org/articulo40.htm






brunosergiom

12/08/2003
08:06:26

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Akiba Rubinstein

Message:
(1881 - 1961) Akiba Rubinstein

Biografia:
O mais jovem de 12 irm�os, nasceu em Stawiski uma cidade polonesa na fronteira da R�ssia. Ele aprendeu xadrez aos 16 anos e dedicou sua vida ao jogo, se tornando um dos quatro melhores jogadores at� a Primeira Guerra Mundial. Ele poderia ser um Campe�o Mundial, mas sendo um judeu pobre do gueto, ele nunca teve apoio para ter uma chance no t�tulo. Sua grande vit�ria veio em Carlsbad 1907 com todos de l� esperando Lasker, ent�o com um empate no primeiro lugar com Lasker (a quem ele bateu) em Petersburg 1909. A �ltima vit�ria de Rubinstein veio em Vienna 1922. Uma timidez por toda a vida desenvolveu-o a um complexo de persegui��o. "L� est� quase outro mestre que sofre dos nervos, o qual lhe causou momentos de complexa exaust�o, de forma que ele cometeu erros brutos", notou Reti.

Estilo:
Por precis�o, profunda e bela, os finais de jogos de Rubinstein tem raramente sido parecidos. Ele enriqueceu aberturas incont�veis, espalhando d�vida em ambas as Defesas Tarrash e dos Quatro Cavalos com s�rias armas para torneios. Um perfeccionista que evitava incerteza, ele cortava simplifica��es e 'acalmava' linhas sem complica��es. Ele invariavelmente come�ava com 1. d4 e respondia com 1. ... d5.

Fonte: www.webbusca.com.br/xadrez/rubinstein.htm


brunosergiom

12/08/2003
09:19:06

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Cubatense consegue empatar com Mequinho

Message:
Desafio de Xadrez

Cubatense consegue empatar com Mequinho durante simult�nea


Durante 3 horas e 20 minutos, o Grande Mestre Internacional, Henrique Costa Mecking, o Mequinho, enfrentou 20 enxadristas de Cubat�o (em tabuleiros diferentes), na simult�nea realizada no Bloco Cultural do Pa�o Municipal, na �ltima sexta-feira (14/11/2003). Como j� se imaginava, ele foi o grande campe�o. Por�m, a grande surpresa foi o empate de � a � , coincidentemente, com um chara seu - o cubatense Henrique dos Santos Nascimento, de 21 anos.



H� 27 anos sem perder uma partida no Brasil, Mequinho , quase no fim da partida, pediu para parar e registrar o empate. “Ele pediu empate porque n�o tinha como ganhar nenhum dos dois. Embora tenho iniciado mal, o jogo ficou bastante equilibrado depois”, confessou orgulhoso o rival Henrique.



O cubatense ainda afirmou que o jogo n�o foi o mais dif�cil em sua experi�ncia de seis anos nos tabuleiros , defendendo a Cidade nos torneios. “Foi bom, ma experi�ncia �tima e uma satisfa��o incr�vel”, desabafa. Henrique foi um dos respons�veis em colocar a equipe de Cubat�o na 4� melhor do Estado, nos Jogos Abertos do Interior.



Simult�neas - Promovida em comemora��o aos 10 anos do Clube de Xadrez de Cubat�o, juntamente com a organiza��o da Ger�ncia de Esportes e Lazer, a simult�nea de xadrez teve in�cio �s 15h15 e a �ltima partida foi encerrada �s 18h35. Mequinho obteve 97,5 % de aproveitamento.



Os 20 jogadores que enfrentaram o Mestre Mequinho foram, por ordem de mesa : Cleiton dos Santos; Leonardo Bispo; Rafael Faris; Ver�nica Melo de Lima; H�lio Santana; Beatriz Siqueira; Marcos Guimar�es da Silva; Thais maia; Henrique Nascimento; Bia de Oliveira Gomes; Jonathan Pereira; Leonardo Peres; Vanessa Ara�jo Gomes; Jos� Natal�cio de Almeida; Ana Beatriz Lemos; Maria Isabel Bahia dos Santos; Danilo Marques; Marco Antonio da Silva; Aparecido Jos� Il�rio; e Luciano Miranda.



O evento teve a participa��o do prefeito Clermont Silveira Castor, do gerente geral da Petrobras, Jo�o Adolfo Oderich; do gerente de Esportes e Lazer da prefeitura, Leonildo Corghi; do professor e respons�vel pelo CXC, Olavo Fachini, de vereadores; professores; e dezenas de parentes e amigos dos jogadores.



Antes d�o in�cio das partidas, o prefeito Clermont deu incentivo aos atletas de Cubat�o, ressaltando a import�ncia d�o esporte para uma vida saud�vel. “Nunca estudei xadrez mas, tenho certeza que nossos enxadristas v�o se dar bem”, brincou.



O professor Olavo aproveitou para agradecer o patroc�nio da Petrobras e do apoio do Gr�mio dos Servidos, que forneceu as mesas, cadeiras e toalhas.



Milagre de Deus - Respons�vel em levar o xadrez para o grande p�blico, Mequinho ficou afastado por 20 anos da m�dia, quando em 1979 foi acometido de uma grave doen�a chamada Miastemia Gravis, que ataca o sistema nervoso. A mesma mol�stia foi respons�vel pela morte do milion�rio armador grego Arist�teles Onassis.



Desacreditado pelos m�dicos dos Estados Unidos, ele atribui sua cura a um milagre de Deus, quando tr�s senhoras da Renova��o Carism�tica Cat�lica rezaram por ele e naquele mesmo dia come�ou a sentir a melhora e j� podia at� voltar a comer normalmente. “Jesus fez um milagre. N�o fiquei 100% bom porque era o plano de Deus que eu tivesse uma cura progressiva”.



Curado milagrosamente, Mequinho, que j� esteve entre os tr�s primeiros no ranking mundial, viaja por todo o Pa�s jogando xadrez e anunciando a palavra de Deus para as pessoas e contando seu milagre, no qual relata no livro Como Jesus Cristo Salvou Minha Vida, que est� em sua 6� edi��o.



Em 2002, Mequinho representou o Brasil na Olimp�ada Mundial de Xadrez, na Eslov�nia, na qual disputou oito partidas, vencendo 5 e empatando tr�s, colocando o Pa�s pela primeira vez na frente dos Estados Unidos e Cuba. Atualmente, est� em busca de patroc�nio para participar de mais campeonatos internacionais e adquirir um Laptop (computador port�til).

Fonte: www.jornaldoesporte.com.br/cidcubatao.html



brunosergiom

12/08/2003
09:27:36

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Cultura...

Message:
Nosso Grande Mestre de xadrez, Mequinho, dava uma entrevista, anunciando sua volta aos tabuleiros. Na concentra��o da Sele��o, alguns jogadores assistiam ao notici�rio e um deles comentou:

- �... l� no Rio tamb�m, ap�s umas 30 passagens pela Delegacia, qualquer um � grande mestre de xadrez...

Fonte: www.detrivela.com.br/historias/casos.htm


brunosergiom

12/08/2003
09:32:00

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Xadrez para todos

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Xadrez para todos

Caio Franco

Jo�o Paulo II posiciona seu par de bispos contra os cavalos de Napole�o. Karl Marx avan�a perigosamente seus pe�es contra a dama de Humphrey Bogart. Fidel Castro utiliza suas torres para atacar dissimuladamente o rei de Machado de Assis...

Se esses encontros fossem poss�veis, essas personalidades (entre muitas outras) estariam medindo for�as utilizando-se de um tabuleiro de 64 casas e 16 pe�as para cada uma, posicionadas de lados opostos no tabuleiro, pois tinham algo em comum: o amor pelo xadrez. H� quinze s�culos, esse jogo vem apaixonando e intrigando estudiosos e praticantes com as ilimitadas possibilidades que oferece e uma bem-dosada mistura entre esporte, arte e ci�ncia.

As competi��es de xadrez — torneios, confrontos individuais, olimp�adas espec�ficas — atraem a aten��o de milh�es de pessoas em todo o mundo e conferem ao jogo o status de um verdadeiro desporto. As seq��ncias de jogadas (as chamadas combina��es) podem proporcionar a efetiva frui��o est�tica; e, finalmente, seu atual n�vel de desenvolvimento permite, em muitos finais de partidas, que se determine com precis�o matem�tica o desfecho — empate ou vit�ria de um dos oponentes.

Essa feliz s�ntese � o que faz de n�s, enxadristas, seus eternos devotos. Como se isso n�o fosse suficiente, o nobre jogo — como j� comprovaram pesquisadores de diversos pa�ses —possibilita aos que a ele se dedicam um aprimoramento constante de suas capacidades de racioc�nio, memoriza��o e concentra��o, elementos que, aliados, mant�m e, ao mesmo tempo, aperfei�oam o que o ser humano tem de melhor: a intelig�ncia.

Mas, afinal, o que � o xadrez? Ser� que � um jogo rom�ntico, que evoca damas e cavaleiros medievais a lutar, com seu peculiar c�digo de honra, ou � o esporte capaz de fazer um campe�o perder peso (devido ao enorme esfor�o mental) durante uma partida excepcionalmente tensa? � um pouco disso tudo — e muito mais, pois pratic�-lo � �til e divertido. A “gin�stica da intelig�ncia” (Goethe) constitui, ao mesmo tempo, agrad�vel passatempo e proveitoso est�mulo � criatividade, � perspic�cia e � autodetermina��o, desenvolvendo, assim, o car�ter e despertando o indiv�duo para fen�menos sociais e culturais que est�o ao seu redor.

O preconceito leva as pessoas a pensarem que o xadrez � um jogo para indiv�duos exc�ntricos, enfermi�os e pouco soci�veis. Mas isso � tolice. O melhor jogador da atualidade, Gary Kasparov (que foi derrotado, em 1997, pelo supercomputador deep blue, da IBM, capaz de analisar 200 milh�es de posi��es por segundo), pratica atletismo, nata��o, futebol e t�nis e � formado em Letras — em resumo, � um esportista completo.

O xadrez � tamb�m o jogo de tabuleiro mais popular e sobre o qual mais livros se publicam no mundo.

No Brasil, da d�cada de 70, assistimos a um consider�vel aumento no interesse pelo jogo, devido, sobretudo, ao aparecimento de Henrique da Costa Mecking, o Mequinho, na �poca, um dos tr�s melhores jogadores do planeta e s�rio candidato ao t�tulo mundial. No entanto, essa febre enxadr�stica aos poucos esmoreceu, relegada ao esquecimento pela cr�nica e proverbial cegueira de nossas autoridades. Apesar disso, algumas boas iniciativas para a implanta��o do xadrez nas escolas foram realizadas nas cidades de Curitiba, Osasco e, mais recentemente, Florian�polis (com excelentes resultados e at� site na Internet). Eis a� uma grande id�ia: inclu�do como mat�ria opcional — sem haver reprova��o — no curr�culo escolar, n�o h� d�vida de que, por todas as raz�es j� apontadas, o xadrez se revele um formid�vel suporte pedag�gico a alunos e professores.

Imita��o da vida ou da guerra que � o viver, o “rei dos jogos e o jogo dos reis” � objeto de muitos tipos de met�fora. Desde as mais elaboradas — como no filme O S�timo Selo, de Ingmar Bergman, em que o protagonista joga uma partida contra a Morte, tentando, em v�o, engan�-la — �s mais corriqueiras, como quando dizemos "fulano passar� o resto de seus dias no xadrez". Ali�s, o t�tulo deste artigo tem — como j� ter� advertido o leitor mais atento (um enxadrista?) — duplo sentido, pois defende n�o somente o ensino do jogo de xadrez nas escolas como tamb�m "xadrez" para os corruptos que empobrecem, em todos os sentidos, este pa�s.

Xadrez para todos!

Fonte: www.aprendebrasil.com.br/articulistas/artigo0025.asp





brunosergiom

12/09/2003
07:29:49

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A Defesa C�mara

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A Defesa C�mara

Os irm�os H�lder e Ronald C�mara

A Defesa C�mara (1 e4 e5 2 Cf3 De7!?) tem sua origem entre os anos de 1952 e 1953, aparecendo oficialmente em 1954, durante o Torneio Nacional Comemorativo do IV Centen�rio da Cidade de S�o Paulo (out/1954) e o XXII Campeonato Brasileiro de Xadrez de 1954 (nov-dez/1954), realizados em S�o Paulo. Naquelas ocasi�es, em tr�s partidas, consegui uns injustos 50% de aproveitamento, quando na realidade devia ter ganho a primeira delas e perdido as outras duas.

Desde a �poca em que conseguira reproduzir as partidas da revista sovi�tica Sharmaty Bulletin, guardadas em casa pelo meu pai, isso por volta de 1947, eu me dexei fascinar por uma defesa que a partir de ent�o adotava em qualquer oportunidade: a �ndia do Rei.


Os meus parceiros naqueles tempos do antigo Centro Enxadr�stico do Clube dos Di�rios, em Fortaleza (Cear�), sabiam da minha idolatria por essa defesa e, assim, por esperteza ou pirra�a, s� come�avam suas partidas contra mim com 1 e4.

Aos poucos, por�m, fui-me apercebendo de que a �ndia do Rei n�o era uma defesa subordinada a regras ortodoxas, obedecendo � imperiosidade de lances ordeiros e precisos, mas um male�vel esquema defensivo. E observei tamb�m que a sua forma��o estrutural podia ser conclu�da independentemente da linha de jogo adotada pelas brancas.

Na India do Rei, estabelecida a sua forma��o b�sica (...Cf6, g6, Bg7, d6, 0-0, e5, Cbd7, c6), as pretas devem eleger um plano de jogo. Elas podem pressionar o centro com 9...exd4 e 10...Te8; podem garantir a casa c5 para o seu cavalo de d7 com 9...a5; ou podem manter a tens�o central com 9...Dc7 ou 9...De7 (!). E � exatamente a� que nasce a Defesa C�mara: uma invers�o de nove lances capaz de garantir, com um quase impercept�vel disfarce, o emprego do esquema �ndio contra a abertura pe�o-rei.

O detalhe ins�lito da minha defesa � que ela, al�m de oferecer um meio de jogar a �ndia do Rei contra 1 e4, ainda proporciona um verdadeiro impacto ao contrariar os mais elementares princ�pios da teoria das aberturas: a dama, desenvolvida prematuramente para defender um simples pe�o, n�o apenas se exp�e a eventuais ataques de pe�as menores, como impede a sa�da natural do bispo de f8.

Outro detalhe importante: um jogador que n�o conhe�a esse esquema defensivo, ao defrontar com algu�m que o empregue, por certo imaginar-se-� diante de um ne�fito. E fatalmente n�o se comportar� com a necess�ria determina��o, como faria contra um advers�rio de presumida for�a m�dia ou superior.

Com rela��o a datas, o ano de 1953 � fundamental no comportamento t�cnico da India do Rei. Embora existissem os antecedentes das partidas Taimanov-Aronin (1-0 in 40) e Taimanov-Bronstein (1-0 in 41), ambas do 20� Campeonato da URSS, Moscou 1952, foi somente ap�s a famosa partida Najdorf-Gligoric, Mar Del Plata, 1953 (0-1 in 48), que a novidade te�rica 7...Cc6 (1 d4 Cf6 2 c4 g6 3 Cc3 Bg7 4 e4 d6 5 Cf3 0-0 6 Be2 e5 7 0-0 Cc6! N) adquiriu um enorme e definitivo destaque internacional e passou a ser considerada como a melhor continua��o nesta linha, raz�o pela qual os “indianistas” em sua quase totalidade deixaram de adotar o supercl�ssico 7...Cbd7. Por isso, deve-se estabelecer a id�ia norteadora da Defesa C�mara como anterior a 1953!

No hist�rico de seu op�sculo monogr�fico sobre a Defesa Brasileira, editado em 1969, logo nas primeiras linhas, o autor Washington de Oliveira escreveu: “O lance 2...De7 foi sugerido, em 1954, pelo atual vice-campe�o brasileiro H�lder C�mara quando, na Guanabara, analisava partidas com Almeida Soares, S�lvio Mendes, Nilo Coelho e outros”. A reda��o desse hist�rico, por�m, devia ser inteiramente outra, ou seja, “o lance 2...De7 foi mostrado em 1954 pelo atual vice-campe�o brasileiro H�lder C�mara quando, no Distrito Federal de ent�o, reproduzia as partidas jogadas por ele contra Manoel Madeira de Ley (�-�), Jos� Thiago Mangini (1-0) e Waldemar Santacruz de Oliveira (0-1), em competi��es realizadas em S�o Paulo, de onde acabara de chegar”.

De fato, quando pela primeira vez eu vim para o sul do Pa�s (1954), vim com a finalidade �nica de participar do Torneio Nacional Comemorativo do IV Centen�rio da Cidade de S�o Paulo. A minha defesa deveria servir como um marco enxadr�stico para aquela data memor�vel. Circunstancialmente, um m�s depois desse torneio comemorativo, joguei tamb�m o XXII Campeonato Brasileiro, quando experimentei por duas vezes mais o meu sistema defensivo. Na volta, sim, aproveitando o convite dos meus parentes no Rio de Janeiro, ali demorei-me uns tr�s meses antes de regressar para Fortaleza em princ�pios de 1955. E s� voltei para o sul definitivamente em 1957.

Em 1957, agora radicado no Rio de Janeiro, passei a freq�entar o maior centro de xadrez do Pa�s naquele tempo, o Olympico Club. Nas minhas primeiras semanas cariocas, com a sofreguid�o pr�pria dos meus 20 anos de idade, passava tardes e at� noites inteiras em alucinantes sess�es de xadrez rel�mpago (partidas de 5 minutos).

No meu repert�rio te�rico, entre violentos gambitos e variantes inusuais ou desconhecidas, estava, � claro, a Defesa C�mara, utilizada por mim � exaust�o. Mas logo n�o faltou que se apressasse na dolorosa observa��o:

-- Olhem, ele tamb�m conhece a Defesa Brasileira!

Naquele exato momento, como se um raio atravessasse a minha mente, compreendi que se haviam aproveitado da minha ingenuidade para a vaidosa satisfa��o pessoal de alguns que jamais pensaram em me ver de volta reclamando os frutos da minha inspira��o. Mas o nome de Defesa Brasileira j� contava com o aval dos desinformados e com a minha desesperada e impotente indigna��o.

Naquela �poca, em termos de xadrez, eu ainda n�o obtivera nenhum t�tulo relevante e, assim, a minha voz n�o era bastante forte para reclamar daquela esbulha��o.

Em 1958, tornei-me campe�o carioca. Desde ent�o, as pessoas que conheciam a verdade hist�rica desse meu esquema defensivo passaram a cham�-lo de Defesa HC, como era originariamente conhecido. Depois, por�m, em homenagem ao nome da �nica fam�lia que revelou dois irm�os (Ronald e H�lder) campe�es brasileiros de xadrez, ali�s, bi-campe�es, passei a denomin�-la de Defesa C�mara - que � o nome pelo qual ele dever� ser conhecida na posteridade.

Com rela��o � sua pr�tica, devo registrar que eu a empreguei inclusive para obter o meu t�tulo de Mestre Internacional, no Sul-Americano de 1972, em S�o Paulo, e na minha �nica participa��o individual fora do Continente Sul-Americano, em 1973, no Magistral de Nethanya, em Israel. Isso para n�o dizer dos in�meros campeonatos estaduais e nacionais, al�m de outras provas de menor vulto, embora tamb�m oficiais.

O economista Lu�s Nassif publicou um artigo na Folha de S. Paulo (22.07.93) intitulado “Os sal�rios e a abertura brasileira”, relatando que “No Interzonal de Xadrez de 1972, a maior inova��o brasileira n�o foi Mequinho. Foi um mestre internacional criativo e muito louco (no tabuleiro) chamado H�lder C�mara, sobrinho do arcebispo, que lan�ou oficialmente para o mundo a abertura brasileira. Consistia em mover a dama no segundo lance - uma heresia para os especialistas. Qual era o lance seguinte?

-- ‘N�o me perguntem, porque ainda n�o pensei’, respondia o enxadrista”.

Com isso, Nassif estabelecia uma correla��o entre a minha temer�ria e heterodoxa defesa (que ele confundiu com abertura) e um plano econ�mico do governo Itamar Franco de reajuste integral de sal�rios - indagando e ao mesmo tempo duvidando “se algu�m pensou no lance seguinte e se tem coragem de expor a sua conclus�o”.

Na realidade, n�o posso deixar de concordar com Nassif de que os economistas contratados por quase todos os nossos governos vivem atrapalhados, sem conseguir aliviar as afli��es do povo brasileiro. Mas com uma ressalva: eu sempre soube muito bem que lance seguinte devia fazer na minha defesa.

Merc� dos inestim�veis pr�stimos do amigo Dr. Semi Ammar, que guardara em seus preciosos arquivos n�o apenas os boletins do “Torneio do IV Centen�rio da Cidade de S�o Paulo”, mas tamb�m os do “XXII Campeonato Brasileiro Individual de Xadrez”, ambos de 1954, podemos recuperar estas raridades hist�ricas, as primeiras partidas da Defesa C�mara, que, desconhecida �quela �poca, recebeu a coerente denomina��o de Defesa Irregular...

1. Manoel Madeira de Ley (SP) x (CE) H�lder C�mara (4� rodada, Torneio do IV Centen�rio da Cidade de S�o Paulo, SP, 19.10.54 - Defesa C�mara, C 40) 1 e4 e5 2 Cf3 De7!? N 3 Bc4 g6! 4 Cc3 c6 5 d3 Bg7 6 a4 Cf6 7 h3 0-0 8 Be3 Td8 9 Bg5 h6 10 Bxf6 Dxf6 11 0-0 d6 12 Dd2 Bxh3! 13 Ch2 Be6 14 Rh1 d5 15 Ba2 d4 16 Ce2 Bxa2 17 Txa2 De6 18 Taa1 c5 19 f4 f5?! 20 exf5 gxf5 21 fxe5 Bxe5 22 Cf4 Df6 23 Df2 Tf8 24 Tae1 Cc6 25 Df3 Tf7 26 Dd5 Td8 27 De6 Dxe6 28 Cxe6 Td5 29 Cf4 Bxf4 30 Txf4 Te5 31 Tdf1 Te2 32 T1f2 Txf2 33 Txf2 Ce5 34 Te2 Cg4 35 Cxg4 fxg4 36 Rh2 Rg7 37 Rg3, �-�.

2. Jos� Thiago Mangini (RJ) x (CE) H�lder C�mara (4� rodada, XXII Camp. Brasileiro de Xadrez, SP, 30.11.54 - Defesa C�mara, C 40) 1 e4 e5 2 Cf3 De7!? 3 Bc4 g6 4 0-0 Bg7 5 d4 d6 6 dxe5 dxe5 7 b3 c6 8 Ba3 Df6 9 Cc3 Bg4 10 Be2 Bxf3 11 Bxf3 Ce7 12 De2 Cc8 13 Bg4 Cb6 14 Tad1 Bf8 15 Bc1 Bb4 16 Td3 0-0 17 f4 exf4? 18 e5 De7 19 Ce4 Cd5 20 Bxf4 Cxf4 21 Txf4 Td8? 22 Txd8+ Dxd8 23 Cf6+ Rg7 24 Txb4, 1-0.

3. Waldemar Santacruz de Oliveira (PE) x (CE) H�lder C�mara (9� rodada, XXII Camp. Brasileiro de Xadrez, SP, 06.12.54 - Defesa C�mara, C 40) 1 e4 e5 2 Cf3 De7 3 b3 d6 4 Cc3 c6 5 Be2 g6 6 d3 Bg7 7 Bg5 Cf6 8 h3 Cbd7 9 Dd2 h6 10 Be3 d5 11 exd5 cxd5 12 d4 e4 13 Ch2 a6 14 0-0 Cb6 15 f3 Ch5? 16 fxe4 Cg3 17 Cxd5 Cxd5 18 exd5 Cxf1 19 Txf1 0-0 20 Bd3 g5 21 c4 f5 22 c5 f4 23 Bf2 h5 24 Bc4 Df6 25 Td1 g4 26 hxg4 Bxg4 27 Te1 Tae8 28 Txe8 Txe8 29 a4 f3 30 g3 Rh8 31 Cxg4 hxg4 32 d6 Df7 33 d5 Db1+ 34 Bf1 Dg6 35 Db4 Df5 36 Dxb7 Dc2 37 d7? Dxf2+!, 0-1.

Do meu livro Diagonais - Cr�nicas de Xadrez (Saraiva, 1996).

Fonte: www.hcamara.com.br/teoria.htm




pereicel

12/09/2003
16:07:45

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MATCH: eenok

Message:
Pessoal

Iniciamos mais um pequeno match contra o referido time. Os jogos s�o:
board #1320315 Conex�o brunosergiom (1572) vs eenok akon (1668)
board #1320316 Conex�o brunosergiom (1572) vs eenok akon (1668)
board #1320317 Conex�o erinmore (1422) vs eenok janek (1301)
board #1320318 Conex�o erinmore (1422) vs eenok janek (1301)

Boa sorte aos escalados.

Celso



pereicel

12/10/2003
03:30:19

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MATCH - POLAND

Message:
Pessoal

Iniciamos mais um desafio:

board #1322215 karkarov (1904) Conex�o VS █ Poland █ chrishanaj (1833)
board #1322216 karkarov (1904) Conex�o VS █ Poland █ chrishanaj (1833)
board #1322217 gbsalvio (1896) Conex�o VS █ Poland █ kathyszar4 (1781)
board #1322218 gbsalvio (1896) Conex�o VS █ Poland █ kathyszar4 (1781)
board #1322219 pereicel (1496) Conex�o VS █ Poland █ kazelot (1568)
board #1322220 pereicel (1496) Conex�o VS █ Poland █ kazelot (1568)
board #1322221 duck (1461) Conex�o VS █ Poland █ przemcio (1303)
board #1322222 duck (1461) Conex�o VS █ Poland █ przemcio (1303)

Bos sorte a todos os escalados

Celso


pereicel

12/10/2003
10:18:54

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MATCH - Polgar's Knights

Message:
Pessoal

Iniciamos mais um match:

board #1323285 rivensorcerer (1859) Conex�o VS Polg@r azazel (1734)
board #1323286 rivensorcerer (1859) Conex�o VS Polg@r azazel (1734)
board #1323287 pereicel (1507) Conex�o VS Polg@r neogeek (1469)
board #1323288 pereicel (1507) Conex�o VS Polg@r neogeek (1469)
board #1323289 duck (1481) Conex�o VS Polg@r lrnjt (1375)
board #1323290 duck (1481) Conex�o VS Polg@r lrnjt (1375)

Boa sorte aos escalados

Celso


brunosergiom

12/11/2003
01:49:13

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Defesa C�mara

Message:
[Event "1 BDTT - P - 12"]
[Site "?"]
[Date "1996.??.??"]
[Round "?"]
[White "Mrs Lezcano, Maria A."]
[Black "Fuzishawa, Richard M."]
[Result "1/2-1/2"]
[ECO "C40"]

1. e4 e5 2. Nf3 Qe7 3. Nc3 c6 4. Bc4 d6 5. O-O Nd7 6. d4 exd4 7. Nxd4 g6
8. Bf4 Ngf6 9. Re1 Ne5 10. Bb3 Bg7 11. Qd2 O-O 12. Rad1 Rd8 13. Qe3 a5
14. Bg5 h6 15. Bf4 Neg4 16. Qd2 1/2-1/2


[Event "1 BDTT - P - 12"]
[Site "?"]
[Date "1996.??.??"]
[Round "?"]
[White "Fuzishawa, Richard M."]
[Black "Mrs Lezcano, Maria A."]
[Result "1-0"]
[ECO "C40"]

1. e4 e5 2. Nf3 Qe7 3. Nc3 Nf6 4. Bc4 Nc6 5. O-O Na5 6. Be2 d6 7. b3 Be6
8. d4 exd4 9. Nxd4 O-O-O 10. Bd2 Kd7 11. Nd5 Nxd5 12. exd5 b6 13. dxe6+
fxe6 14. Bxa5 bxa5 15. Bb5+ Kc8 16. Qe2 1-0


[Event "1 BDTT - P - 09"]
[Site "?"]
[Date "1996.??.??"]
[Round "?"]
[White "Freitas, Jose M."]
[Black "De Smet, Karl"]
[Result "1/2-1/2"]
[ECO "C40"]

1. e4 e5 2. Nf3 Qe7 3. Nc3 c6 4. d4 d6 5. Bg5 f6 6. Be3 exd4 7. Nxd4 g6
8. Bc4 Nh6 9. h3 Nf7 10. f4 Bg7 11. Qd2 O-O 12. O-O-O b5 13. Bb3 a5 14. a3
b4 1/2-1/2


[Event "1 BDTT - P - 10"]
[Site "?"]
[Date "1997.??.??"]
[Round "?"]
[White "De Smet, Karl"]
[Black "Perez, Rene Rodriguez"]
[Result "1-0"]
[ECO "C40"]

1. e4 e5 2. Nf3 Qe7 3. Nc3 c6 4. Bc4 h6 5. O-O Nf6 6. d3 d6 7. a4 Nbd7
8. h3 Nb6 9. Bb3 Be6 10. Bxe6 Qxe6 11. d4 a5 12. Be3 Nc4 13. Bc1 Be7 14. b3
Nb6 15. Be3 Bd8 16. Qe2 O-O 17. Rad1 Bc7 18. Rd3 Rfd8 19. Re1 Nbd7 20. d5
cxd5 21. exd5 Qe7 22. Nh4 e4 23. Bd4 Ne5 24. Rg3 Qd7 25. Nxe4 Nxd5 26. c4
Ne7 27. Nf6+ 1-0


[Event "1 BDTT - P - 01"]
[Site "?"]
[Date "1996.??.??"]
[Round "?"]
[White "Wolff, Thomas"]
[Black "Aspasio, Benassi"]
[Result "1/2-1/2"]
[ECO "C40"]

1. e4 e5 2. Nf3 Qe7 3. Bc4 Nf6 4. Ng5 h6 5. Nxf7 Rh7 6. d4 exd4 7. e5 d5
8. Be2 Qxf7 9. exf6 Qxf6 10. O-O g6 11. c3 c5 12. cxd4 cxd4 13. Bf3 Be6
14. Re1 Nc6 15. Bxd5 Re7 16. Bf3 Bg7 17. Nd2 Ne5 18. b3 Rd8 19. Ba3 Rc7
20. Qe2 Kf7 21. Rac1 Rxc1 22. Rxc1 Nxf3+ 23. Nxf3 Rd7 24. Rc8 d3 25. Qd2
Bg4 26. Ne1 Qg5 27. f4 Qf5 28. h3 Bxh3 29. gxh3 Qxh3 30. Bc5 Re7 31. f5
Qxf5 32. Bxe7 Bd4+ 33. Kh2 Be5+ 1/2-1/2


[Event "1 BDTT - P - 09"]
[Site "?"]
[Date "1996.??.??"]
[Round "?"]
[White "De Smet, Karl"]
[Black "Freitas, Jose M."]
[Result "1-0"]
[ECO "C40"]

1. e4 e5 2. Nf3 Qe7 3. Nc3 c6 4. Bc4 d6 5. d4 Bg4 6. dxe5 dxe5 7. O-O Nd7
8. Bg5 Ngf6 9. h3 Bxf3 10. Qxf3 g6 11. Rad1 Bg7 12. Rd2 O-O 13. Rxd7 Qxd7
14. Bxf6 b5 15. Bxg7 bxc4 16. Rd1 1-0


[Event "1 BDTT - P - 09"]
[Site "?"]
[Date "1996.??.??"]
[Round "?"]
[White "De Smet, Karl"]
[Black "Lorrain, Andre"]
[Result "1/2-1/2"]
[ECO "C40"]

1. e4 e5 2. Nf3 Qe7 3. Nc3 c6 4. Bc4 d6 5. O-O g6 6. d4 Bg7 7. Be3 Nf6
8. h3 O-O 9. a4 Nbd7 10. Qe2 Kh8 11. Rfd1 Nb6 12. Bb3 exd4 13. Bxd4 Be6
14. a5 Nbd7 15. Bxe6 fxe6 16. e5 dxe5 17. Nxe5 Nd5 18. Nxd5 cxd5 19. Nxd7
Qxd7 20. Bxg7+ Kxg7 21. Re1 Rae8 22. c4 d4 23. Qe5+ Kg8 24. Rad1 Rf5
25. Qxd4 Qxd4 26. Rxd4 Rxa5 27. Rd7 b6 28. Kf1 h6 29. Red1 Rf8 30. Re7
1/2-1/2


[Event "1 BDTT - P - 09"]
[Site "?"]
[Date "1996.??.??"]
[Round "?"]
[White "Lorrain, Andre"]
[Black "De Smet, Karl"]
[Result "0-1"]
[ECO "C40"]

1. e4 e5 2. Nf3 Qe7 3. Nc3 c6 4. d4 exd4 5. Qxd4 d6 6. Bg5 f6 7. Bh4 Be6
8. Be2 Nd7 9. O-O Nh6 10. Rfd1 Nb6 11. Bg3 Nf7 12. a4 Ne5 13. b3 h5 14. Qe3
Nbd7 15. Nd4 g5 16. f4 h4 17. fxe5 hxg3 18. Qxg3 Nxe5 19. Nxe6 Qxe6 20. Qf2
Nd7 21. Bc4 Qe5 22. Qg3 d5 23. exd5 Bc5+ 24. Kf1 cxd5 25. Re1 0-1


[Event "1 BDTT - P - 02"]
[Site "?"]
[Date "1996.??.??"]
[Round "?"]
[White "Wolff, Thomas"]
[Black "Paz y B., Gustavo"]
[Result "1-0"]
[ECO "C40"]

1. e4 e5 2. Nf3 Qe7 3. Bc4 Nc6 4. d3 Nf6 5. Nc3 h6 6. O-O d6 7. Be3 Bd7
8. Nd5 Nxd5 9. Bxd5 g6 10. c3 O-O-O 11. a4 Kb8 12. b4 f5 13. a5 Qf6 14. b5
Ne7 15. Bxa7+ Kxa7 16. b6+ Kb8 17. Bxb7 Kxb7 18. a6+ Ka8 19. bxc7 Rc8
20. Qb3 Rxc7 21. Rfb1 1-0


[Event "1 BDTT - P - 02"]
[Site "?"]
[Date "1996.??.??"]
[Round "?"]
[White "Paz y B., Gustavo"]
[Black "Wolff, Thomas"]
[Result "0-1"]
[ECO "C40"]

1. e4 e5 2. Nf3 Qe7 3. Bc4 d6 4. d3 Bg4 5. O-O Nf6 6. Nc3 Nc6 7. h3 Bxf3
8. Qxf3 Nd4 9. Qd1 Qd7 10. Be3 b5 11. Bb3 a5 12. a3 Be7 13. Bxd4 exd4
14. Ne2 c5 15. c3 a4 16. Ba2 dxc3 17. bxc3 O-O 18. Rb1 Rfb8 19. d4 c4
20. Ng3 d5 21. e5 Ne8 22. Qc1 Nc7 23. Ra1 Re8 24. Qb2 Bh4 25. Rae1 f6
26. exf6 g6 27. f7+ Qxf7 28. Nh1 Qf8 29. Ra1 Re6 30. Ng3 Rae8 0-1


[Event "1 BDTT - P - 12"]
[Site "?"]
[Date "1995.??.??"]
[Round "?"]
[White "Scott, Herman"]
[Black "Fuzishawa, Richard M."]
[Result "1/2-1/2"]
[ECO "C40"]

1. e4 e5 2. Nf3 Qe7 3. Nc3 c6 4. d4 d6 5. Bg5 Nf6 6. Qd2 h6 7. Bh4 Bg4
8. O-O-O Nbd7 9. Be2 Bxf3 10. Bxf3 exd4 11. Qxd4 Qe5 12. Bg3 Qxd4 13. Rxd4
Ne5 14. Be2 Be7 15. f4 Ng6 16. Rf1 O-O-O 17. e5 Ne8 18. Bg4+ Kc7 19. Rfd1
b5 20. exd6+ Bxd6 21. f5 Ne7 22. Ne4 Bxg3 23. Rxd8 Bf4+ 24. Kb1 Nd5
25. R8xd5 cxd5 26. Rxd5 Kc6 27. Rd8 Kc7 28. Ra8 Kb7 29. Rd8 Kc7 30. Rd3
Bxh2 31. Nc5 Nf6 32. Bf3 Re8 33. Na6+ Kb6 34. Nb4 Re1+ 35. Rd1 Rxd1+
36. Bxd1 a5 37. Nd3 Nd5 38. Bf3 Ne3 39. g4 Bd6 40. a3 f6 41. Kc1 h5
42. gxh5 Nxf5 43. Kd2 Nd4 44. Bd5 a4 45. c3 Nf5 1/2-1/2


[Event "1 BDTT - P - 12"]
[Site "?"]
[Date "1995.??.??"]
[Round "?"]
[White "Fuzishawa, Richard M."]
[Black "Scott, Herman"]
[Result "1/2-1/2"]
[ECO "C40"]

1. e4 e5 2. Nf3 Qe7 3. Nc3 Nf6 4. Bb5 c6 5. Be2 d6 6. d4 Nbd7 7. O-O g6
8. Be3 Bg7 9. d5 c5 10. Rb1 O-O 11. a3 a6 12. Qd3 b5 13. Ra1 c4 14. Qd2 Bb7
15. Bg5 Rfe8 16. Rfe1 Qf8 17. b3 cxb3 18. cxb3 Nc5 19. Bd1 Rec8 20. Rc1 Rc7
21. b4 Ncd7 22. Be2 Rac8 23. h3 h6 24. Be3 Kh7 25. Bd3 Ne8 26. Bb1 Qe7
27. Rc2 Nef6 28. Rec1 Ne8 29. Ne2 Rxc2 30. Bxc2 Qd8 31. Nc3 Nc7 32. Qd3 Qe7
33. Bb3 Qd8 34. Bd1 1/2-1/2


[Event "1 BDTT - P - 05"]
[Site "?"]
[Date "1998.??.??"]
[Round "?"]
[White "Vaz Porto, Franscico Jose"]
[Black "Hernandez, Raul Perez"]
[Result "1-0"]
[ECO "C40"]

1. e4 e5 2. Nf3 Qe7 3. Nc3 c6 4. d4 exd4 5. Qxd4 d6 6. Bf4 b5 7. O-O-O Nf6
8. a3 a5 9. e5 dxe5 10. Nxe5 Be6 11. Qb6 Bd7 12. Qb7 1-0


[Event "1 BDTT - P - 05"]
[Site "?"]
[Date "1997.??.??"]
[Round "?"]
[White "Vaz Porto, Franscisco Jose"]
[Black "Valder, Jonathan"]
[Result "1-0"]
[ECO "C40"]

1. e4 e5 2. Nf3 Qe7 3. Nc3 c6 4. d4 d6 5. Bg5 Nf6 6. h3 Nbd7 7. Qd2 h6
8. Be3 exd4 9. Qxd4 Ne5 10. O-O-O Nxf3 11. gxf3 Be6 12. f4 g6 13. Bg2 Rg8
14. e5 dxe5 15. fxe5 Nd7 16. Ne4 O-O-O 17. Nd6+ Kc7 18. Qxa7 1-0


[Event "1 BDTT - P - 02"]
[Site "?"]
[Date "1995.??.??"]
[Round "?"]
[White "Trokenheim, Marek"]
[Black "Wolff, Thomas"]
[Result "1-0"]
[ECO "C40"]

1. e4 e5 2. Nf3 Qe7 3. Nc3 c6 4. d4 d5 5. dxe5 dxe4 6. Nxe4 Bg4 7. Nd6+ Kd8
8. Nxf7+ Kc8 9. Nxh8 Nd7 10. Be2 g6 11. Ng5 Qxe5 12. Nhf7 Qe8 13. O-O Qxe2
14. Qxe2 Bxe2 15. Re1 1-0


[Event "1 BDTT - P - 02"]
[Site "?"]
[Date "1995.??.??"]
[Round "?"]
[White "Wolff, Thomas"]
[Black "Trokenheim, Marek"]
[Result "0-1"]
[ECO "C40"]

1. e4 e5 2. Nf3 Qe7 3. Bc4 Nf6 4. Ng5 h6 5. Nxf7 Rh7 6. d4 d5 7. Bxd5 exd4
8. Bc4 g6 9. e5 Rxf7 10. Bxf7+ Kxf7 11. Qxd4 Ng4 12. f4 Nc6 13. Qc4+ Be6
14. Qe2 Nd4 15. Qd3 Rd8 16. Nc3 Qc5 17. Rb1 Bf5 0-1


[Event "1 BDTT - P - 13"]
[Site "?"]
[Date "1997.??.??"]
[Round "?"]
[White "Scott, Herman"]
[Black "Cassola, Aldo Guilherme"]
[Result "0-1"]
[ECO "C40"]

1. e4 e5 2. Nf3 Qe7 3. Nc3 c6 4. d4 d6 5. Bg5 Nf6 6. Qd2 h6 7. Bh4 Bg4
8. Be2 Bxf3 9. Bxf3 g5 10. Bg3 Nbd7 11. h3 Bg7 12. O-O-O exd4 13. Qxd4 Nh5
14. Qxd6 Nxg3 15. Qxe7+ Kxe7 16. fxg3 Bxc3 17. bxc3 Ne5 18. Rd4 b5 19. Rhd1
Rhd8 20. Rxd8 Rxd8 21. Rxd8 Kxd8 22. Kd2 Nc4+ 23. Kd3 Ke7 24. Kd4 Kd6
25. Kd3 c5 26. g4 Ke5 27. Ke2 Na3 28. Kd2 Nb1+ 29. Kd3 c4+ 30. Ke3 Nxc3
31. a3 a5 32. g3 Nb1 0-1


[Event "1 BDTT - P - 13"]
[Site "?"]
[Date "1997.??.??"]
[Round "?"]
[White "Skaza, Adam P."]
Sele��o de dezoito partidas de Defesa C�mara. Elas est�o em formato PGN, basta copiar e salvar num editor PGN. Assim, os componentes do time poderam estudar e jogar a defesa.

Um abra�o,
Bruno


[Black "Scott, Herman"]
[Result "1-0"]
[ECO "C40"]

1. e4 e5 2. Nf3 Qe7 3. Nc3 Nf6 4. Bc4 c6 5. Bb3 b5 6. a3 a5 7. O-O Ba6
8. Qe1 h6 9. d4 d6 10. Be3 g6 11. Nd2 Bg7 12. f4 O-O 13. fxe5 dxe5 14. dxe5
Qxe5 15. Nf3 Qc7 16. e5 Nfd7 17. e6 fxe6 18. Nd4 Re8 19. Nxe6 Rxe6
20. Bxe6+ Kh7 21. Rf3 Nf6 22. Bd4 Nbd7 23. Bxd7 Qxd7 24. Bxf6 1-0



brunosergiom

12/11/2003
02:23:00

[ report this post ]
Querem levar a Defesa Brasileira

Message:
Alerta Geral

Querem levar a Defesa Brasileira

No f�rum da FIDE (forum.fide.com/) um engra�adinho de Malawi (dizem que fica no Sudoeste da �frica) chamado Kajani Kaunda ensaiou uma campanha para rebatizar a nossa Defesa Brasileira 1-e4 e5 2-Cf3 De7!.
Quer cham�-la de Defesa Malawi. Pode?
O sujeito que diz ser o campe�o das selvas garante ter todas as refuta��es para o ataque branco, coisa que a velha guarda do xadrez nacional j� sabia h� uns 30 anos mais ou menos.
Al� patr�o Darcy, olho vivo nesse capivara!

([email protected])

Fonte: www.cbx.org.br/_site/index.php?cbx=ler¬id;=75


brunosergiom

12/11/2003
02:43:42

[ report this post ]
Defesa C�mara - 2

Message:
Mais alguma partidas da Defesa C�mara.

Um abra�o,
Bruno

[Event "1BDTT-S-01"]
[Site "BDTT"]
[Date "????.??.??"]
[Round "?"]
[White "Wolff, Thomas (GER)"]
[Black "Plummer, Rolf (GER)"]
[Result "0-1"]
[ECO "C40"]

1. e4 e5 2. Nf3 Qe7 3. Bc4 Nc6 4. Nc3 Nf6 5. O-O d6 6. d3 h6 7. Be3 g6 8. d4
Bg7 9. dxe5 dxe5 10. Nd5 Nxd5 11. Bxd5 Bd7 12. a3 a5 13. b4 axb4 14. axb4 Rxa1
15. Qxa1 Nxb4 16. Qa8+ Qd8 17. Qxb7 Nxd5 18. Qxd5 Bg4 19. Qxd8+ Kxd8 20. Nd2
Ke7 21. Ra1 Rb8 22. Ra3 Be6 23. Kf1 Rb2 24. Rc3 Kd7 25. Ke2 Bf8 26. Nc4 Rb5 27.
Kd3 h5 28. Rb3 Rxb3+ 29. cxb3 f6 30. g3 Bb4 31. f4 exf4 32. gxf4 c5 33. Bf2 Bh3
34. Ne3 Be6 35. Kc2 Ba5 36. Bh4 Bd8 37. Nc4 Kc6 38. Kd3 g5 39. fxg5 fxg5 40.
Bg3 h4 41. Be5 g4 42. Bf4 Kb5 43. Kc3 Bf6+ 44. e5 Bd8 45. Na3+ Kc6 46. Nc4 Kd5
47. Kd3 Bf5+ 48. Kc3 Ke4 49. Be3 Be7 50. Bf2 Kf3 0-1

[Event "1BDTT-S-04"]
[Site "BDTT"]
[Date "????.??.??"]
[Round "?"]
[White "Chranowski, Rick C. (CAN)"]
[Black "Wolff, Thomas (GER)"]
[Result "0-1"]
[ECO "C40"]

1. e4 e5 2. Nf3 Qe7 3. Nc3 Nf6 4. Bc4 Nc6 5. O-O Na5 6. d3 Nxc4 7. dxc4 c6 8.
Bg5 d6 9. Qd3 Bg4 10. Rad1 Qe6 11. h3 Bh5 12. Bxf6 Qxf6 13. g4 Bg6 14. Ne2 Rd8
15. Ng3 Be7 16. Nf5 Bxf5 17. g5 Qg6 18. exf5 Qh5 19. h4 Qg4+ 20. Kh2 e4 21. Qd4
c5 22. Qxg7 exf3 0-1

[Event "1BDTT-S-04"]
[Site "BDTT"]
[Date "????.??.??"]
[Round "?"]
[White "Wolff, Thomas (GER)"]
[Black "Rodriguez Perez, Rene (CUB)"]
[Result "1-0"]
[ECO "C40"]

1. e4 e5 2. Nf3 Qe7 3. Bc4 d6 4. Nc3 c6 5. d4 Nf6 6. dxe5 dxe5 7. Ng5 Be6 8.
Nxe6 fxe6 9. Bg5 Nbd7 10. Qf3 O-O-O 11. O-O-O h6 12. Be3 b6 13. Qh3 Re8 14.
Ba6+ Kc7 15. Rd2 g6 16. Rhd1 Nc5 17. Bxc5 Qxc5 18. Qg3 g5 19. a4 1-0

[Event "1BDTT-S-04"]
[Site "BDTT"]
[Date "????.??.??"]
[Round "?"]
[White "Lopez, Raul Osvaldo (ARG)"]
[Black "Cassola, Aldo Guilherme (ARG)"]
[Result "1-0"]
[ECO "C40"]
[PlyCount "27"]

1. e4 e5 2. Nf3 Qe7 3. Nc3 c6 4. d4 d6 5. Bg5 Nf6 6. Qd2 h6 7. Bh4 b5 8. dxe5
dxe5 9. O-O-O Nbd7 10. Bxb5 Qe6 11. Bxf6 Qxf6 12. Nd5 Qd6 13. Qc3 cxd5 14. Rxd5
1-0

[Event "1BDTT-S-04"]
[Site "BDTT"]
[Date "????.??.??"]
[Round "?"]
[White "Chranowski, Rick C. (CAN)"]
[Black "Cassola, Aldo Guilherme (ARG)"]
[Result "1/2-1/2"]
[ECO "C40"]

1. e4 e5 2. Nf3 Qe7 3. Nc3 c6 4. Bc4 d6 5. O-O Nf6 6. Re1 Be6 7. Bxe6 Qxe6 8.
d4 Be7 9. d5 Qc8 10. Bg5 Nbd7 11. Qd3 h6 12. Bxf6 Nxf6 13. dxc6 bxc6 14. Rad1
O-O 15. Ne2 Rb8 16. b3 Nh5 17. Ng3 Nxg3 18. hxg3 Rd8 19. c4 a5 20. Nh4 Bxh4 21.
gxh4 Qg4 22. g3 Qe6 23. Qc3 Ra8 1/2-1/2

[Event "1BDTT-S-03"]
[Site "BDTT"]
[Date "????.??.??"]
[Round "?"]
[White "Benassi, Aspasio (ITA)"]
[Black "Stuber, Guido (GER)"]
[Result "1-0"]
[ECO "C40"]

1. e4 e5 2. Nf3 Qe7 3. Bc4 1-0

[Event "1 BDTT-S-03"]
[Site "BDTT"]
[Date "1998.??.??"]
[Round "?"]
[White "Scott, Herman (USA)"]
[Black "Benassi, Aspasio (ITA)"]
[Result "0-1"]
[ECO "C40"]

1. e4 e5 2. Nf3 Qe7 3. Nc3 c6 4. d4 d6 5. Bg5 Nf6 6. Qd2 h6 7. Bh4 Bg4 8. Be2
Bxf3 9. Bxf3 Nxe4 10. Nxe4 Qxh4 11. dxe5 d5 12. Ng3 g6 13. O-O-O Bg7 14. Rde1
O-O 15. h3 Nd7 16. Kb1 Nxe5 17. Be2 Qf6 18. Qd4 c5 19. Qc3 b5 20. Bxb5 Rfb8 21.
a4 a6 22. f4 Qxf4 23. Rhf1 Qg5 24. h4 Qxh4 25. Rh1 Qg5 26. Bf1 Ng4 0-1

[Event "1BDTT-S-03"]
[Site "BDTT"]
[Date "1998.??.??"]
[Round "?"]
[White "Porto, Francisco J Vaz (BRS)"]
[Black "Scott, Herman (USA)"]
[Result "1-0"]
[ECO "C40"]

1. e4 e5 2. Nf3 Qe7 3. Nc3 Nf6 4. Bc4 c6 5. Bb3 b5 6. Ng5 d6 7. Bxf7+ Kd8 8.
Bb3 Kc7 9. Nf7 Rg8 10. d4 Be6 11. dxe5 dxe5 12. Nxe5 Bxb3 13. Bf4 Kb7 14. axb3
Nbd7 15. Nxd7 Nxd7 16. O-O Rd8 17. Nxb5 a6 18. Nd6+ Kb6 19. Qd4+ c5 20. Rxa6+
1-0

[Event "1BDTT-S-03"]
[Site "BDTT"]
[Date "1998.09.01"]
[Round "1"]
[White "Aspasio, Benassi (ITA)"]
[Black "Porto, Francisco J V (BRS)"]
[Result "0-1"]
[ECO "C40"]

1. e4 e5 2. Nf3 Qe7 3. Bc4 h6 4. O-O Nf6 5. d4 d6 6. Nc3 c6 7. a4 a5 8. b3 Qc7
9. Ba3 Na6 10. Qe2 exd4 11. Nxd4 Be7 12. Rfe1 O-O 13. e5 dxe5 14. Bxe7 Qxe7 15.
Qxe5 Qxe5 16. Rxe5 Nb4 17. Rae1 Rd8 18. Nce2 Bd7 19. Nf4 b5 20. axb5 cxb5 21.
Bxb5 Bxb5 22. Nxb5 Nxc2 23. Rf1 Rab8 24. Na7 Nd4 25. Rxa5 g5 26. Nh3 Rxb3 27.
Ra2 Rb7 28. f3 Ra8 29. Rfa1 Nd5 30. Kf1 Kg7 31. Kg1 31... Ne3 {Kg2 Ndc2} 32.
Kf2 Ndc2 0-1



pereicel

12/11/2003
03:29:25

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100 jogos de saldo

Message:
Pessoal

Atingimos o numero 100 jogos de saldo positivo.

Ainda estamos na 30a. posi��o na classifica��o geral dos times, mas esse numero � muito importante.

Agora estamos com jogadores de peso e podemos enfrentar qualquer time do gameknot com igualdade ou mesmo superioridade de condi��es.

Parab�ns a todos os integrantes do Conex�o Macaxeira.

Eu gostaria de fazer um pedido. Os nossos jogadores que t�m rating CBX ou FIDE que me dessem retorno dessa classifica��o.

Abra��o

Celso


brunosergiom

12/12/2003
03:01:08

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Ludek Pachman

Message:
O Grande Mestre Ludek Pachman morre aos 78 anos.


Foi um �cone do tempo, grande enxadrista e um ativista pol�tico que depois da invas�o sovi�tica em sua terra nativa, Tchecoslov�quia, foi torturado at� quase a morte em um por�o de Praga. Depois de sua horr�vel experi�ncia, Ludek Pachman se mudou para a Alemanha e come�ou uma pr�spera carreira como colunista de xadrez e autor. Tamb�m foi um dos primeiros GMs a jogar uma partida contra um computador. Leia tudo sobre isto em nosso adeus para Ludek Pachman.

Ludek Pachman, 1924-2003

Por Frederic Friedel

O grande mestre tcheco, Ludek Pachman morreu no dia 6 de mar�o de 2003, na cidade de Passau, Alemanha, com 78 anos de idade.

Pachman nasceu no dia 11 de maio de 1924, na Tchecoslov�quia. Entre os anos de 1945 e 1968 jogou com sucesso em muitos torneios internacionais de xadrez, inclusive Interzonais. Na realidade na hist�ria Sicilian Vespers dissemos a Bobby Fischer em seu 60� anivers�rio que Ludek Pachman era um dos jogadores que Fischer teria que estar � frente no circuito final do Interzonal de Portoroz em 1958 para a qualifica��o do Torneio de Candidatos.

Em um artigo de uma revista de xadrez alem�, Karl Pachman descreve seu primeiro encontro com Fischer: "me encontrei com ele pela primeira vez em maio de 1959 em Santiago do Chile [aparentemente Pachman n�o havia “conhecido” Fischer em Portoroz no ano anterior]. Um dia antes do torneio me pediu que traduzisse para ele. Tinha chegado no Chile acompanhado por sua m�e, e o organizador quis saber se os dois precisariam de quartos separados. Bobby respondeu: “Voc� n�o entendeu, eu quero que voc� coloque minha m�e em um quarto que esteja pelo menos a dez milhas de distancia!” Depois quis saber sobre o pr�mio em dinheiro. O organizador perguntou se ele n�o leu a carta de convite? “Nunca leio cartas, disse Bobby". O pr�mio anunciado era muito baixo ent�o ele amea�ou partir. Disse a ele que seu comportamento n�o estava correto, mas simplesmente respondeu “tenho que conseguir mais”.

(foto)
Ludek Pachman em 1960

Ficamos no mesmo hotel e conversamos diariamente, freq�entemente nos prepar�vamos juntos para nossos jogos. Isso se tornou incomum, desde que o Bobby se recusou a fazer analises com os outros jogadores. Ele suspeitava de todos, temendo que roubariam suas id�ias. Mas por alguma raz�o me considerou uma exce��o. Tivemos um tipo de rela��o pai-filho. Eu o entendi e lhe desejei um grande futuro, esperando que amadurecesse como pessoa no processo. Mas permaneceu exatamente o mesmo. Era completamente apolitical. Odiava os russo, mas n�o por raz�es pol�ticas. A �ltima vez que o encontrei foi na Olimp�ada de xadrez de 1968 em Lugano. Apenas algumas semanas depois da invas�o sovi�tica na Tchecoslov�quia. Eu estava tentando conseguir que a FIDE expulsasse a Uni�o sovi�tica do torneio e da organiza��o do xadrez mundial. Depois de uma entrevista coletiva, Fischer veio e me agradeceu por ter atacado os sovi�ticos. “Continue, ataque os russos”, ele disse. Este � o jogo do torneio de Santiago entre os dois:

Pachman,L - Fischer,R [D07]

Santiago do Chile (6), 1959

1.Nf3 Nf6 2.c4 e6 3.d4 d5 4.e3 Nc6 5.Nc3 Bb4 6.Bd2 0-0 7.a3 Bxc3 8.Bxc3 Ne4 9.Qc2 a5 10.b3 b6 11.Bb2 Ba6 12.Bd3 f5 13.Rc1 Rc8 14.0-0 Rf6 15.Rfd1 Rh6 16.Bf1 g5 17.cxd5 g4 18.Bxa6 gxf3 19.gxf3 Qg5+ 20.Kf1 Rxh2 21.fxe4 Rf8 22.e5 f4 23.e4 f3 24.Ke1.

(tabuleiro)

Em vez de proteger seu cavalo (24... exd5 25.exd5 Ne7) com �timas chances de vit�ria o impetuoso Fischer perseguiu o rei oponente. Este foi um engano pelo qual Pachman foi severamente punido.
24...Qg1+? 25.Kd2 Qxf2+ 26.Kc3 Qg3 27.Qd3 exd5 28.Rg1 Rg2 29.Rxg2 Qxg2 30.Qf1 dxe4 31.Qxg2+ fxg2 32.Rg1 Rf2 33.Bc4+ Kf8 34.Bd5 Rf3+ 35.Kc4 b5+ 36.Kc5 Ne7 37.Rxg2 Nxd5 38.Kxd5 Rxb3 39.Kxe4 b4 40.axb4 axb4 1-0.

No ano da invas�o de seu pa�s, Pachman foi preso em Praga no meio da noite, e levado para um por�o de tortura onde quase foi assassinado. Na V�spera do natal de 1969 os doutores chamaram sua esposa para informar que provavelmente ele n�o sobreviveria �quela noite. Sobreviveu, e no inicio dos anos setenta emigrou para Alemanha Ocidental, onde logo se tornou conhecido como um ativista pol�tico, com fortes vis�es anticomunistas. Sua eloq��ncia lhe proporcionou regulares apari��es em discursos pol�ticos.



(dentro da caixa amarela)

Leia mais detalhes em The Prague Spring, um artigo que narra a hist�ria de dois campe�es Tchecos - Ludek Pachman e Lubosh Kavalek. Fala sobre o livro de Pachman “Checkmate in Prague: memoirs of Ludek Pachman".

No primeiro par�grafo de Checkmate in Prague Pachman escreve: "Em um torneio internacional um jornalista me perguntou como vim jogar xadrez. Lhe disse que minha tia havia me ensinado, mas que seu jogo era um pouco diferente - ela colocava os bispos no lugar de cavalos e vice-versa. O grande mestre Estoniano Paul Keres, que ouviu a conversa observou com seu t�pico humor: “claro que a pessoa precisa ter isto em mente ao ler seus livros de xadrez”.

Durante o torneio de Praga em 1943, o primeiro evento s�rio de Pachman com a idade de 18 anos, ele escreve em seu livroCheckmate in Prague:

“Depois de minha vit�ria sobre Folty, o grande Alekhine me convidou para ir at� seu quarto. Fez com que eu demonstrasse meu jogo, fez alguns coment�rios, me elogiou, e ent�o me mostrou seu jogo, explicando v�rias combina��es e aceitando elogios tamb�m. Sra. Alekhine estava l� com seus dois gatos. Tive que segurar um por um pouco e o desgra�ado me arranhou, mas foi uma noite maravilhosa, algo da natureza com um grande valor em minha vida”.

Alekhine me convidava diariamente.Sempre analis�vamos algo e descobri logo que n�o era bom discordar dele porque isso o enraivecia. Assim eu apenas escutava respeitosamente o que dizia. Tamb�m me convidou para um caf�. No Luxo do caf�, at� parecia que voc� poderia adquirir caf� real pela conta - um luxo caro que tive que ignorar. Descobri que Alekhine fez quest�o de n�o pagar a conta. Normalmente havia algu�m com ele, caso contr�rio simplesmente ia embora do restaurante. Os gar�ons o conheciam, assim enviaram a conta ao diretor de torneio. Soube tamb�m um pouco sobre o contrariado Sr. Kende que amea�ou sair do torneio, Alekhine retirou 5,000 de seu original pagamento de 40,000, taxa de coroa. Afortunadamente fui salvo por um protetor inesperado. Era Sr. Stork, comerciante e propriet�rio de terras que se apresentou a mim com um salame enorme em reconhecimento a minha realiza��o, mais um convite para almo�ar diariamente em sua casa. A comida era melhor que qualquer outra que comi, e sem cerim�nia pude pagar pelo caf� de Alekhine".

(fim da caixa)



Pachman e o computador

Encontrei Ludek Pachman pela primeira vez em 1979. Como um jornalista cient�fico eu estava fazendo um filme document�rio sobre xadrez de computador. Estava centrado em um match entre o IM David Levy e o programa Chess 4.7 instalado em um computador mainframe CDC Cyber 176. Como parte do evento, organizamos uma exibi��o simult�nea para jogadores locais contra o computador, o qual estava em Minneapolis, E.U.A. Convidamos tamb�m Ludek Pachman para falar com a audi�ncia e jogar uma partida informal contra Chess 4.7 .

(foto)

Algum tempo antes, em 4 de fevereiro de 1979, vemos Prof. Frieder Schwenkel da Universidade Hamburg explicando algumas coisas sobre o computador ao GM Pachman.

(foto)
O jogo de blitz, com o autor deste artigo executando os movimentos do computador.

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Pachman vence o jogo contraChess 4.7. O operador de computador � o famoso Dave Cahlander do Controle de Dados.

Depois que o filme sobre xadrez de computador tinha sido divulgado, produzido e transmitido, o assunto se tornou um t�pico favorito em programas de entrevistas da TV alem�. Estes foram os anos em que os primeiros comerciais sobre xadrez de computadores apareceram. Estive em v�rios programas junto com Pachman, que era muito profissional com rela��o a isto. Depois do primeiro ter sido uma discuss�o enfadonha sobre como computadores jogam xadrez ele me disse: “Escute, precisamos ser mais advers�rios". E dali em diante fez quest�o de sempre me interromper no meio de uma ora��o, colocando a m�o em meu bra�o e dizendo "Mas querido Mr Friedel, isto est� errado...." Tivemos algumas desagrad�veis discuss�es -e a audi�ncia adorava.

N�o era dif�cil provocar uma briga com Ludek. Em xadrez de computador, se houvesse um tabuleiro dispon�vel, mostraria uma s�rie de belas posi��es que um computador “nunca poderia entender ou resolver". Sempre havia posi��es para as quais voc� tinha que achar uma "exce��o", algo extremamente criativo ou imaginativo. Um de seus favoritos era um problema de xadrez com underpromotions m�ltiplo para bispos. Me agiteu e protestei, este era exatamente o tipo de coisa que computadores superariam; eram planejamentos de longo alcance e jogadas estrat�gicas que eram desesperadamente inferiores a grandes mestres. Mas quando mostrei a ele que alguns dos computadores aprenderam underpromotion e estavam resolvendo suas posi��es, come�ou com seus argumentos. Eram muito bons para serem abandonados s� porque n�o eram totalmente precisos. Como disse: a audi�ncia adorou.

A �ltima vez que vi Ludek foi no dia 11 de maio do �ltimo ano ( a foto em nossa primeira p�gina foi tirada l�). Foi um convidado de honra na 125� celebra��o do Jubileu da Federa��o de Xadrez Alem�. Era fr�gil, mas alegre. Discutimos qundo realiz�vamos uma entrevista, mas havia muitas outras coisas acontecendo. Agora nunca mais acontecer�. Que triste.


Dossi�

(grafico)

Anos fortes de Ludek Pachman (total de jogos no banco de dados: 1629)

Destaques da carreira Zlin 1943 9.5/13 +6 Classifica��o 3 Praga 1945 6.5/10 +3 Classifica��o 3 Arbon 1946 5/7 +3 Classifica��o 3 Hilversum zt 1947 9.5/13 +6 Classifica��o 2 Vars�via 1947 6/9 +3 Classifica��o 3 Southsea 1949 8.5/10 +7 Trencianske Teplice 1949 13.5/19 +8 Classifica��o 3 Veneza 1950 9.5/15 +4 Classifica��o 4 Marianske Lazne zt 1951 13/16 +10 Classifica��o 1 CSR-ch Praga 1953 10.5/15 +6 Classifica��o 2 CSR-ch Praga 1954 12.5/17 +8 Classifica��o 2 CSR-ch m Praga 1954 3.5/6 +1 Classifica��o 1 Praga zt 1954 15/19 +11 Classifica��o 1 Hastings 5455 1954 5.5/9 +2 Classifica��o 4 Arruine del Plata 1955 9.5/15 +4 Classifica��o 4 Dresde 1956 9/15 +3 Classifica��o 4 Marianske Lazne/Praha 1956 12/19 +5 Classifica��o 4 Praga m 1956 2.5/6 -1 Classifica��o 2 Dublin zt 1957 14.5/17 +12 Classifica��o 1 Gotha 1957 10.5/15 +6 Classifica��o 2 CSR-ch Bratislava 1959 12.5/17 +8 Classifica��o 1 Lima 1959 10.5/13 +8 Classifica��o 2 Santiago 1959 9/12 +6 Classifica��o 2 Arruine del Plata 1959 10.5/14 +7 Classifica��o 2 Sarajevo 1960 7.5/11 +4 Classifica��o 2 CSR-ch Kosice 1961 14/19 +9 Classifica��o 1 Sarajevo 1961 7.5/11 +4 Classifica��o 2 Graz 1� 1961 9/11 +7 Classifica��o 1 CSR-ch Praga 1963 14.5/19 +10 Classifica��o 1 Capablanca mem 1963 16/21 +11 Classifica��o 4 Kecskemet zt 1964 9.5/15 +4 Classifica��o 3 Sarajevo 1966 10/15 +5 Classifica��o 4 CSR-ch Int 1� 1966 11/17 +5 Classifica��o 3 Solingen 1968 9/15 +3 Classifica��o 3 Netanya-uns 1973 9.5/15 +4 Classifica��o 3 Eckernfoerde tt 1974 4/5 +3 Classifica��o 3 Int de FRG-ch Mannheim 1975 10.5/15 +6 Classifica��o 2 Barcelona zt 1975 4.5/7 +2 Classifica��o 3 Reggio Em�lia 7576 1975 6/9 +3 Classifica��o 1 FRG-ch Neuenahr 1978 Ruim 8.5/11 +6 Classifica��o 1 Bayern-ch Pang 1983 8.5/12 +5 Classifica��o 1 Sindelfingen 1984 8/13 +3 Classifica��o 4


Anexo

(foto)

Logo ap�s termos enviado este artigo sobre Ludek Pachman, recebemos um e-mail de Ljubomir Kavalek (esquerda), um compatriota e grande mestre da mesma categoria, que escrevia a coluna de xadrez para o Washington Post. Lubos publicar� seus elogios a Pachman na segunda-feira no jornal, mas nos enviou amavelmente suas desagrad�veis notas sobre Ludek Pachman que compartilhamos com voc� aqui.


Ludek Pachman (1924-2003)

O grande mestre Tcheco, escritor prol�fico, treinador, professor, compositor, faleceu no dia 6 de mar�o de 2003 em Passau, Alemanha.

Nascido no dia 11 de maio de 1924 em uma pequena cidade Tcheca, Bela pod Bezdezem. Pachman caminhou por seu primeiro t�tulo at� uma vila pr�xima chamada Cista (popula��o 900) onde havia um clube de xadrez com 110 membros. Pachman se tornou o campe�o em 1940.

O primeiro fracasso de Pachman veio em 1943, quando foi convidado na �ltima hora para um torneio internacional em Praga. Alekhine dominou o evento, Keres foi o segundo. Pachman terminou no meio (9� lugar entre 19 participantes). Alekhine lhe fez um elogio em um artigo na "Frankfurter Zeitung" e a partir do quinto round todas as noites o convidou para analisar jogos e varia��es. "N�o tenho que lhe dizer como um novato de um clube de xadrez de vila se sentiu naquele momento", Pachman escreveu. Isto poderia ter iniciado o interesse de Pachman sobre aberturas e nos anos cinq�enta se tornou perito mundial em aberturas, publicando seu livro de quatro volumes “Theory of Modern Chess”.

Em dezembro de 1954, logo depois que aprendi como as pe�as de xadrez se movem, chamei Pachman, o principal grande mestre Tchecoslov�quio naquele momento, e o desafiei a um jogo de xadrez, explicando a ele meu plano de o derrotar. Claro que, Pachman riu da proposi��o de um menino de 11 anos de idade, mas n�o se esqueceu de mim. Quatro anos mais tarde, depois de me tornar um dos jogadores mais fortes de Praga, me convidou a sess�es anal�ticas com membros do time de estudantes Tchecoslov�quios da olimp�ada. Isto foi algo incomum desde que eles eram pelo menos cinco anos mais velhos, mas fiquei muito feliz de conseguir o primeiro reconhecimento como jogador profissional. S� depois fiquei sabendo que Pachman teve uma experi�ncia semelhante na mocidade com Alekhine.

Pachman venceu o campeonato Tchecoslov�quio por sete vezes (a primeira vez em 1946, a �ltima em 1966). Tornou-se campe�o alem�o em 1978. Jogou em seis torneios Interzonais (a primeira vez em Saltsjobaden 1948, a �ltima em Manila 1986), e representou a Tchecoslov�quia nas olimp�adas de xadrez (1952-1966). Em 1962 treinou em Cuba e em 1967 em Porto Rico.

Por conta pr�pria venceu 15 torneios internacionais, mas considera que compartilhou o segundo lugar em Havanna, 1963, com M. Tal e E. Geller, atr�s de V. Korchnoi, seu melhor torneio.

Seu ano mais produtivo parece ter sido 1959. Depois de vencer o campeonato Tchecoslov�quio saiu em excurs�o para a Am�rica do sul, vencendo torneios em Mar del Plata (junto a M. Najdorf), Santiago do Chile (com Ivkov) e Lima (novamente com Ivkov). Nesta excurs�o derrotou Bobby Fischer, 16 anos de idade, duas vezes. No mesmo ano terminou "Estrat�gias do Xadrez Moderno", um bom livro que pensou ter sido seu melhor. Pachman publicou por volta de 80 livros em cinco idiomas.

Pol�tica sempre teve um papel principal na vida de Pachman e interromperam sua carreira de enxadrista v�rias vezes. Era um orador e escritor apaixonado por qualquer causa que defendesse, a favor do comunismo no come�o da vida ou contra o comunismo depois de 1968. Era dif�cil predizer se Pachman consideraria voc� como seu amigo ou inimigo. Amava discuss�es e freq�entemente mudava de id�ia com rela��o a pessoas.

Participei das olimp�adas de xadrez em Tel-Avive em 1964, jogando a varia��o de Steinitz, troca de Reis, contra o campe�o sovi�tico Leonid Stein no �ltimo round. Pachman ficou furioso ao ver meu rei marchando no tabuleiro cheio de pe�as e me disse: "Voc� insultou a escola sovi�tica de xadrez e ver� as conseq��ncias depois que voltarmos a Praga". N�o sabia naquele momento que Pachman pr� - organizou empates nos primeiros tr�s jogos com os sovi�ticos, lhes garantindo as medalhas de ouro. Meu jogo de trocas amea�ou destruir o acordo.

Em 1967 Pachman come�ou a mudar suas convic��es, enquanto confrontava o regime comunista depois da invas�o Sovi�tica da Tchecoslov�quia em agosto 1968. Em outubro fomos juntos para a Olimp�ada em Lugano, onde os sovi�ticos amea�aram expulsar a �frica do Sul da FIDE. Discutimos que a Uni�o Sovi�tica e outros pa�ses do Pacto da Vars�via que invadiram a Tchecoslov�quia � que deveriam ser expulsos. Os sovi�ticos repensaram sua proposta.

Em dezembro 1968 Pachman venceu um torneio em Atenas, mas depois de seu retorno a Praga sua vida tomou outro rumo. Foi aprisionado e at� mesmo tentou cometer suic�dio. Correspondi-me por muito tempo com prof. Max Euwe que tentou ajudar Pachman naquele momento.

Na noite de 28 de novembro de 1972, Pachman p�de deixar a Tchecoslov�quia e chegou em Munich com sua esposa e seu gato que agarrava a id�ia de liberdade desaparecendo nos corredores de hotel. Levou algum tempo para que o ach�ssemos.

Nunca entendi por que Pachman tentaria criar conflitos com pessoas que tentaram ajudar-lo, se foi o prof. Euwe ou Egon Evertz que organizavam os movimentos de Pachman partindo de Praga para Solingen e o ajudaram a adquirir cidadania alem�.

Depois de sua chegada na Alemanha, Pachman foi boicotado freq�entemente por pa�ses da coliga��o Leste, mas prevaleceu e ent�o pararam de atormenta-lo depois que Pachman se qualificou para o Interzonal de Manila em 1986.

Depois da revolu��o Aveludada em novembro 1989, Pachman adquiriu a cidadania da Tchecoslov�quia de volta, mas em 1998, depois de se desiludir com o governo Tcheco, devolveu-a e se instalou em Passau.


Fonte: site ChessBase; www.clubedexadrez.com.br/menu_artigos.asp?s=cmdview1420


brunosergiom

12/12/2003
10:27:12

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Mestre da mec�nica: Stoltz

Message:


Voc� leva o carro at� o mec�nico pra ele dar uma olhada num probleminha. Mas � hora do almo�o e o mec�nico est� descansando. No canto da oficina, entre parafusos e engrenagens sujas de graxa, ossadas de ve�culos e fotos de garotas peladas, o homem toma uma cervejinha e observa as pe�as sobre o tabuleiro. Xadrez! - exclama voc� surpreso. D� alguns passos e observa com um leve sentimento de superioridade. "Meu mec�nico sabe empurrar as pe�as... isso sim � que � ter carro de luxo!" Mas, espere um instante, o mec�nico pergunta se voc� quer jogar.

Claro que quer. Senta confiante, observa o pobre homem com indulg�ncia ("ele n�o sabe que eu jogo bem") e inicia a abertura. As m�os grosseiras, enegrecidas e oleosas do sujeito movem r�pido as figuras de madeira. Ele nem parece prestar aten��o na sua presen�a. De repente, o homem entrega uma uma pe�a. Ou melhor, sacrifica uma pe�a. Ser� que ele sabe o que � isso? Capivarada simplesmente ou sorte de capivara? Voc� co�a a cabe�a, sacode os dedos e n�o tem certeza para onde mover. At� que percebe que o mate � inevit�vel.

Essa cena ocorreu in�meras vezes em Estocolmo, onde trabalhava um grande mec�nico de autom�veis, bebedor de cerveja e tamb�m (quase ia esquecendo de dizer), o Grande Mestre Internacional sueco G�sta Stoltz.

Nos anos 1930s e 1940s, a Su�cia possu�a enxadristas de alto n�vel como os GMs Stahlberg (chegou a ser um dos dez melhores do mundo), Lundin e Stoltz. O jogo agressivo e altamente t�tico de Stoltz agradava o p�blico. Inspirado, ele podia derrotar qualquer um. In�meros super-GMs foram v�timas de suas artimanhas: Nimzowitsch, Gligoric, Bogoljubow, Vidmar, Tartakower, Maroczy, Spielmann e tantos outros.

G�sta Stoltz nasceu em Estocolmo, Su�cia, no dia 9 de maio de 1904, de uma fam�lia de trabalhadores. Seu primeiro �xito foi Estocolmo 1930, onde chegou ao lado de Bogoljubow e na frente de Spielmann e Stahlberg. Em G�teborg 1931, Stoltz obteve o primeiro lugar, ao lado de S. Flohr. Recordemos que Flohr j� se inclu�a entre os mais fortes GMs do mundo. Para termos uma id�ia, em alguns torneios, pouco tempo depois, colocou-se � frente de Alekhine e de Capablanca, al�m de empatar um mach com Botvinnik. Pois um dos grandes feitos de Stoltz foi derrotar Flohr num match em 1931 pela contagem de 4.5-3.5 (+3 =3 -2).

O grande momento de Stoltz ocorreu aos 37 anos, no Torneio de Munique 1941, que ele venceu � frente do campe�o mundial A. Alekhine e do ex-desafiante E. Bogoljubow.

Como outros GMs do per�odo (Stahlberg, Euwe, Eliskases), Stoltz teve que interromper a carreira no apogeu de suas for�as criativas por causa da II Guerra. Retornou no torneio de Groningen 1946 e se apresentou de maneira razo�vel, colocando-se 1 ponto inteiro na frente do GM sovi�tico Kotov. No mesmo ano, Stoltz ainda conseguiu o 2o lugar em Beverwijk, meio ponto atr�s de O'Kelly, e 2o lugar em Praga (atr�s de Najdorf, com quem empatou depois de 31 lances), na frente de Trifunovic, Gligoric e Pachman.

Foi no torneio Interzonal de Saltsjobaden 1948 que o GM iugoslavo S. Gligoric presenciou o curioso epis�dio que reproduzimos. Uma hora antes de come�ar a rodada, Stoltz e o GM M. Najdorf foram ao bar e come�aram a se servir de cerveja. Soltz, grande amante da bebida, entornava sem parar. Gligoric, sempre parcimonioso, preferiu suco de frutas. A esposa de Najdorf se aproximou, encarou a cena grotesca e falou em espanhol para o marido (idioma que Stoltz n�o compreendia): "voc� est� querendo embebedar o advers�rio?". Ao que Najdorf, desconcertado, respondeu: "mas � ele que insiste em continuar bebendo!" Minutos depois, os dois mestres cambaleantes sentaram-se um diante do outro e come�aram a partida. Diz a lenda que Soltz podia ser inspirado pelo �lcool. Verdade ou n�o, o fato � que o sueco saiu com vantagem na abertura, conduziu o meio-jogo com categoria e entrou no final com um pe�o a mais, com maioria na ala de dama, bispo superior e uma inc�moda torre na s�tima. No 42o lance, a situa��o era cr�tica para as pretas. De repente, Najdorf virou-se para Stoltz e disse: "voc� n�o quer empatar? Eu te pago uma garrafa inteira!". Os olhos de Soltz brilharam e ele aceitou alegremente trocar um final quase ganho por uma noite de bebedeira. Najdorf certamente tinha motivos para comemorar!

A hist�ria � verdadeira e um tanto engra�ada e o pr�prio GM argentino a confirmava. Mas o final � triste. O mestre s� troca um ponto pela bebida quando est� muito doente. E o leitor j� deve ter percebido a doen�a de Stoltz: ele havia se tornado alco�latra. Seu problema se agravou com o passar dos anos at� liq�idar o talento para o xadrez e a pr�pria vida. Neste torneio interzonal, ele foi uma sombra do passado, conseguindo pouco mais al�m de bons empates com Szabo, Bondarevsky, Lilienthal e Gligoric. O grande jogador de ataque conformava-se em empatar com os grandes!

Em Marianske Lazne 1951 alcan�ou o 3o/4o lugar ao lado de Barcza, mas foi apenas 16o colocado no interzonal de 1952, registrando de positivo pouca coisa al�m dos empates com Geller e Taimanov e uma linda vit�ria contra H. Steiner. Sua carreira estava chegando ao fim.

Em 1950 a FIDE concedeu a Stoltz o t�tulo de MI (Mestre Internacional). Em 1954, ele foi elevado a GM (Grande Mestre Internacional). Al�m dos �xitos internacionais, foi tricampe�o sueco de 1951-52-53.

Stoltz faleceu em Estocolmo no dia 25 de julho de 1963, aos 59 anos.

A principal caracter�stica do estilo de Stoltz era sua agressividade e t�cnica nas posi��es t�ticas, como podemos observar nesta partida, exatamente contra um dos maiores jogadores de ataque da hist�ria:

. Spielmann,R - Stoltz

Estocolmo, 1931

1.e4 e6 2.d4 d5 3.Cd2 Cf6 4.e5 Cfd7 5.Bd3 c5 6.c3 Cc6 7.Ce2 Db6 8.Cf3 cxd4 9.cxd4 Bb4+ 10.Rf1 [Nesta variante, a perda do roque n�o costuma ser muito prejudicial �s brancas porque elas conservam bom jogo de pe�as e seu rei n�o est� amea�ado.] 10...f6 [Hoje em dia se recomenda 10...Be7 11.g3 f6 12.exf6 Cxf6 13.Rg2 0-0 14.Tf1 Rh8 15.h4 Bd6 16.Be3 Szanapik-Minev, Eksj� 1980.] 11.Cf4 [11.Dc2 f5 12.h4 Cf8 13.Be3 Be7 Puc,S-Boleslavsky,I, Krynica 1956] 11...fxe5 [11...Cd8 12.Dc2 f5 13.h3 Dc6 Gruzman-Petukhov, URSS 1965] 12.Cxe6 [12.dxe5 Cdxe5 13.Cxe5 Cxe5 14.Be3 Bc5 (14...Dd6 15.Tc1 Cxd3 16.Cxd3 Da6 17.Dh5+ g6 18.De2 Be7 19.h4 Bd7 20.Bd4 Bb5 21.Th3 1-0 Milic,B-Boleslavsky,I, Krynica 1956) 15.Bxc5 Dxc5 16.Dh5+ Cf7 17.Te1 Dd4 18.Bb5+ Rf8 19.Txe6 Bd7 20.Bxd7 Dxf4 21.g3 Dc7 22.Bb5 Golubovic,B-Vukovic,Z, Kastel Stari 1997] 12...e4 [12...Cf6 13.Cxg7+ Rf8 (13...Rf7 14.Ch5! Cxh5 15.Cg5+ Re7 16.Dxh5 Dxd4 17.Be2 Bd7 18.a3 Ba5 19.Be3! Dxb2 20.Td1 d4 21.Cf7!+-) 14.Bh6 Cg4 15.Dc1 com vantagem branca. (baseado nas an�lises do GM Uhlmann)] 13.Bf4 exf3!! [Stoltz oferece um espetacular sacrif�cio de dama. Sacrif�cio no sentido literal da palavra, porque n�o h� nenhuma linha vis�vel de mate pela frente. Ele apenas contava com as possibilidades futuras de ataque.] 14.Bc7 [Spielmann aceita o sacrif�cio.] 14...Cf6 15.Cxg7+ Rf7 16.Bxb6 Bg4 17.g3 [Podemos imaginar o desconforto com que Spielmann jogava. Ele era um excepcional de jogador de ataques ao rei, um dos maiores da hist�ria, e agora fazia o papel de v�tima do atacante.] 17...Bh3+ 18.Rg1 Rxg7 19.Bc7 The8 [O dom�nio da coluna 'e' pelas torres ser� fundamental para o projeto preto.] 20.Be5 [� compreens�vel que Spielmann queira trocar as pe�as. Tomar o pe�o de f3 n�o melhoraria a defesa: 20.Dxf3 Cxd4 21.Df4 (21.Dd1 Te1+ 22.Bf1 Txf1+ 23.Dxf1 Cf3#) 21...Te4 22.Dg5+ Rf7 23.De3 (as brancas n�o tinham outro modo de se defender da amea�a ...Cf3) 23...Txe3 24.fxe3 Bc5 25.Bf1 (25.exd4 Bxd4#) 25...Cc2 26.Bxh3 Cxa1 27.Bf5 Bxe3+ 28.Rg2 Cc2 29.Bxc2 Tc8-+] 20...Cxe5 21.dxe5 Txe5 [As pretas voltam a dominar a coluna 'e'.] 22.Db3 Bc5!! [Sensacional: depois de sacrificar a dama, Stoltz oferece a torre!] 23.Bf5?! [A melhor defesa teria sido 23.Tf1! Bxf1 24.Rxf1 (24.Bxf1 Ce4 25.Dxf3 Tf8 26.Dg4+ Rh8 27.b4 Bb6 28.Rg2 Txf2+ 29.Rh3 Tc2 30.Dh4 h5 31.a4 Cg5+ 32.Dxg5 Txg5-+) 24...Tae8 25.Dc3 (25.Dd1 Cg4 26.Dxf3 Cxf2 27.Rg2 Tf8-+) 25...Cg4 26.Bb5 T8e7 27.b4 (27.Dxf3 Cxf2 28.Rg2 Tf7 29.Dc3 d4 30.Dc2 Cg4! 31.Te1 Th5 32.Dd3 Txh2+ 33.Rg1 Tff2 e as pretas mant�m o forte ataque.) 27...Bb6 28.Dxf3 Cxf2 29.Rg2 (devolver a dama leva � derrota: 29.Dxf2 Bxf2 30.Rxf2 Te3-+) 29...Tf7 30.Db3 Cxh1 31.Rxh1 Te1+ 32.Rg2 Tf2+ 33.Rh3 Th1 34.Dc3+ d4 35.Dc8 Thxh2+ 36.Rg4 Tf8 37.Dd7+ Tf7 38.De8 h5+ 39.Rg5 Thf2 e embora as pretas tenham vantagem, as brancas ainda possuem alguns recursos defensivos.] 23...Bxf5 24.Dxb7+ [N�o tem jeito. Recusar a torre n�o melhoraria a vida das brancas: 24.h3 Tae8 25.Tf1 (25.Tc1 Bxh3 26.Dxf3 Tf5 27.Dc3 Bxf2+ 28.Rh2 Th5) 25...Ce4 26.g4 (26.Dxf3 Cd2 27.Dc3 Cxf1 28.Rxf1 d4 29.Da5 Bd3+ 30.Rg1 Bb6 31.Dd2 Be4 32.Th2 Bd5-+) 26...Cxf2 27.Rh2 Te2-+] 24...Rg6 25.Dxa8 [25.h3 Tae8 de modo an�logo � variante anterior.] 25...Te2 [Todas as pe�as pretas est�o prontas para devorar o rei inimigo, ao passo que as pe�as brancas est�o numa rid�cula posi��o: a dama, fora de jogo, as torres, ainda nas casas iniciais.] 26.h4 Bxf2+ 27.Rf1 Bd3 28.h5+ Rg5 as brancas abandonam. Levariam mate de qualquer maneira: 29.Dxa7 (29.Td1 Td2#) 29...Txb2# Como escreveu o GM R. Fine, "esse tipo de posi��o-problema � muito mais f�cil de ser composto do que ser constru�do numa partida real!" 0-1

Corajoso e empreendedor, o jovem Stoltz n�o se intimidava diante do advers�rio, mesmo se ele fosse uma celebridade como o tcheco Richard R�ti:

. R�ti,R - Stoltz

Estocolmo, 1928

1.e4 e5 2.Cf3 Cc6 3.Bb5 a6 4.Ba4 Cf6 5.0-0 Be7 6.De2 b5 7.Bb3 d6 8.c3 0-0 9.d4 Bg4 10.Td1 exd4 11.cxd4 d5 12.e5 Ce4 13.Cc3 Cxc3 14.bxc3 Ca5 [Tarrasch sugeriu o plano preto 14...Dd7 15.Bc2 Bf5 para trocar os bispos de casas claras.] 15.Bc2 Dd7 16.Dd3 g6 De acordo com Euwe, se as pretas tivessem seguido o plano proposto por Tarrasch, n�o precisariam jogar isso.] 17.De3 Tfb8 [Libera a casa f8 para o bispo e prepara as a��es na ala de dama.] 18.Dh6 Bf8 19.Dh4 [Naturalmente, R�ti sabia da resposta preta ...Bf8 e manobrou intencionalmente para colocar a dama em h4.] 19...Bf5 [Finalmente a troca de bispos � oferecida.] 20.Bxf5 Dxf5 21.Te1 Tb6 [A torre agora serve a prop�sitos ofensivos e defensivos.] 22.Bh6 Ba3 [Naturalmente, 22...Bxh6 levaria a 23.Dxh6 com id�ia de Cg5 proporcionando vantagem para as brancas.] 23.Bc1 [As brancas n�o conseguem vantagem de 23.Cg5 Be7 (23...Bb2) 24.g4 Df4 (24...Dd7 25.Te3 Cc4 26.Th3) 25.e6 fxe6 26.Cxe6 Df7] 23...Bf8 24.Bh6 Ba3 25.Bc1 Bxc1!? [Depois de 25...Bf8 a partida estaria empatada por repeti��o de posi��o. � evidente que Stoltz estava jogando para ganhar.] 26.Taxc1 Rg7 27.Cd2 Cc4 [�tima casa para o cavalo, de onde impede que a torre branca possa mergulhar na ala do rei utilizando e3 como trampolim.] 28.Cb3 [28.Cxc4 bxc4 teria dado a coluna 'b' para as pretas.] 28...g5! ["Enquanto que as brancas esperam a��es ala de dama, subitamente as pretas come�am um avan�o na ala do rei." (Euwe)] 29.Dg3 h5 30.h4? [O correto teria sido 30.h3 h4 31.Dg4] 30...Tg6 31.Cc5 gxh4 [Abre a coluna 'g' para a torre.] 32.Dxh4 Cd2! [As pe�as pretas se aproximam do rei inimigo.] 33.Rh2 [33.Rh1? Cf3 34.Dh3 (34.gxf3 Dxf3+ 35.Rh2 Dg2#) 34...Dxh3+ 35.gxh3 Cxe1 ganhando a qualidade.] 33...Rh7 [D� passagem para a a��o da outra torre.] 34.Te3 [34.Dh3 Txg2+ 35.Rxg2 Tg8+ 36.Dg3 Txg3+ 37.fxg3 Df3+ 38.Rh3 (38.Rh2 Df2+ 39.Rh3 Cf3 40.Th1 Cg5+ 41.Rh4 Df5 42.Rxh5 Cf3#) 38...h4! 39.Tg1 Df5+ 40.g4 (40.Rh2 Dg4 41.Cd3 Cf3+ 42.Rg2 Dxg3+ 43.Rf1 Cxg1) 40...Df3+ 41.Rh2 De3-+] 34...Tag8 35.Tg1 Tg4 36.Df6 Dxf6 37.exf6 Th4+ 38.Th3 Cf3+! [Golpe t�tico que acaba com as pretens�es defensivas das brancas.] 39.gxf3 [39.Rh1 Txh3+ 40.gxh3 Txg1#] 39...Txh3+ 40.Rxh3 Txg1 41.Cxa6 Tc1 42.Cxc7 b4 e as brancas abandonaram (se 43.Cxd5 bxc3 etc)7 0-1

A partida a seguir � uma das mais belas de Stoltz. Ele efetua um sacrif�cio real de dama, ou seja, entrega a dama para ativar suas pe�as e obter chances par ao ataque, sem que tivesse efetuado nenhum c�lculo concreto de variantes. Pura avalia��o posicional. Xadrez de alto calibre e ineg�vel efeito est�tico:

. Stoltz,G - Steiner,H

Saltsjobaden Interzonal, 1952

1.c4 e5 2.Cc3 d6 3.g3 f5 4.Bg2 Cf6 5.d4 Be7 6.e3 [6.dxe5 dxe5 7.Dxd8+ Bxd8 8.Cf3 Cc6 9.0-0 Schandorff,L-Gulko,B, Politiken Cup, Copenhagen DEN 2000] 6...0-0 7.Cge2 Rh8 [7...Ca6 8.0-0 c6 9.d5 Bd7 10.b3 De8 11.dxc6 bxc6 12.Ba3 Be6 13.Dd2 Td8 Schandorff,L-Agrest,E, zt 2000] 8.Dc2 De8 [A partida envereda por uma linha que at� os dias de hoje foi rar�ssimas vezes adotada.] 9.b3 Cc6 10.Ba3 exd4 11.exd4 f4! 12.0-0-0 [12.d5 f3! 13.Bxf3 Ce5 14.Bg2 Dh5 15.0-0 Bf5 e as pretas t�m compensa��o pelo pe�o sacrificado.] 12...Ch5 13.Be4 g6 14.Cd5 Dd8 15.Bb2 f3 16.Cef4 [16.Cec3!? Bg5+ 17.Rb1 a5 18.h4 Bh6 19.Bc1] 16...Bg5 17.Bxg6! [Come�a o tiroteio. Stoltz sacrifica a pe�a para destruir a prote��o do roque preto.] 17...hxg6? [A defesa correta teria sido 17...Cxf4 18.gxf4 Txf4! 19.Bd3! (19.Cxf4 Bxf4+ 20.Rb1 hxg6 21.Dxg6 Dg5) 19...Th4+ 20.Rb1 Bh3! 21.Thg1 Bg2 e embora a situa��o preta seja delicada, ainda h� bons recursos defensivos � disposi��o.] 18.Dxg6 Cg7 19.h4 Bxf4+ 20.gxf4 [Abre a coluna 'g' que ser� muito importante para agredir o rei preto.] 20...Bf5 21.Dh6+! Bh7 [O rei n�o p�de se mover porque ficaria sob fogo direto atrav�s da coluna 'g': 21...Rg8 22.Tdg1 Tf7 (22...Dd7 23.Tg5 Cd8 24.Ce7+! Dxe7 25.d5 Tf7 26.Thg1 De4 27.Txg7+ Rf8 28.Txf7+ Rxf7 29.Tg7+ Re8 30.Dh8#) 23.Tg3 Be4 24.Thg1 Dd7 25.Txg7+ Txg7 26.Cf6+ Rf8 27.Cxd7++-] 22.Ce3 Tf6 23.Dg5 Tg6 [Outra possibilidade defensiva teria sido 23...Df8 24.d5 e agora haveria duas poss�veis escolhas para as pretas: A) A tentativa de tampar a diagonal a1-h8 n�o � bem sucedida: 24...Ce5 25.fxe5 (25.h5 Txf4=) 25...Tg6 (tomar a pe�a equivale ao suic�dio: 25...dxe5 26.h5 Te8 27.Tdg1 Tf7 28.h6 Cf5 29.Cg4 Tfe7 30.Cf6 Df7 31.Cxe8 Txe8 32.Df4+-) 26.Tdg1! Txg5 (26...Te8 27.exd6 cxd6 28.Dxg6! Bxg6 29.Txg6 Te5 30.Thg1 Ch5 31.Cf5 Cf4 32.Th6++-) 27.hxg5 dxe5 (27...Rg8 28.g6 Bxg6 29.Txg6 dxe5 30.Bxe5+-) 28.g6 Df6 29.Txh7+ Rg8 30.Tgh1 Ce8 31.g7 Dg5 (31...Cxg7 32.Th8+ Rf7 33.Txa8) 32.Th8+ Rxg7 (32...Rf7 33.g8D+) 33.T1h7+ Rf6 (33...Rg6 34.Tg8+ Rxh7 35.Txg5) 34.Tf8+ Rg6 35.Tg8++-; B) talvez o que haja de melhor (ou menos ruim) para as pretas sejam as variantes derivadas de 24...Tg6 25.Df5 (25.dxc6 Txg5 26.hxg5 Rg8 27.Th6 Dxf4 28.Tdh1 De4 29.Txh7 Dxh7 30.Txh7 Rxh7 31.cxb7 Tb8 favorece as pretas.) 25...Cb4 (25...Dxf5 26.Cxf5 Cb4 27.h5! Tg2 28.h6 Cxa2+ 29.Rb1 Cc3+ 30.Bxc3 Bxf5+ 31.Rc1 Rg8 32.hxg7 Rf7 33.Th6 com grande vantagem branca.) 26.Dxf8+ Txf8 27.a3 Ca6 28.h5 Tgf6! 29.h6 Ce8 30.b4 Rg8 31.f5 Cb8 32.Tdg1+ Rh8 33.Tg5 Cd7 34.Cg4 Ce5 (34...Tg8 35.Te1 Txg5 36.Txe8+ Tg8 37.Cxf6 Txe8 38.Cxd7+ Rg8 39.Cf6+ Rf7 40.Cxh7+-) 35.Cxe5 dxe5 36.Bxe5 e as brancas t�m grande superioridade.] 24.d5!! [As brancas n�o hesitam em sacrificar a dama para dar continuidade ao ataque.] 24...Txg5 25.hxg5 Ce7 26.Cg4 Dc8 [26...Rg8 27.Cf6+ Rf7 28.Txh7 Rg6 (28...Cef5? 29.g6+ Rxg6 30.Tg1+ Rf7 31.Ch5 Rg8 32.Thxg7+ Cxg7 33.Cxg7 Rh7 34.Ce6 Dh4 35.Cg5+ Rh6 36.Cf7+ Rh5 37.Tg5+ Dxg5 38.Cxg5 Rg4 39.Ce6 c6 40.Rd2+-) 29.Th6+ Rf5 (29...Rf7 30.Tg1 Cg6 31.Th7 vantagem branca.) 30.Tg1 Cg6 31.Cg4 Cxf4 32.Ce3+ Re4 33.Bxg7 Dd7 34.Bf6 ganhando.] 27.g6 [O pe�o tamb�m � pe�a de ataque!] 27...Dxg4 [27...Cxg6 28.Cf6 Dg8 (28...Cf8 29.Tdg1 Df5 30.Cxh7 Cxh7 31.Txg7 e o mate � inevit�vel.) 29.Th2! Tf8 30.Cxg8 Rxg8 31.Tdh1 Cxf4 32.Bxg7 Rxg7 33.Txh7+ Rg6 34.Txc7 Cd3+ 35.Rd2 Cxf2 36.Tf1 Cg4 37.Te7+-] 28.Txh7+ Rg8 29.Txg7+ Rf8 [29...Rh8 30.Th7+ Rg8 31.Th8#] 30.Tf7+ Re8 [30...Rg8 31.Txe7 Dxf4+ 32.Rb1 Df5+ 33.Ra1 a5 34.Th1 e o mate � inevit�vel.] 31.Te1 Dxg6 32.Texe7+ Rd8 33.Bf6 Dxf6 [33...Rc8 34.Te8#] 34.Txf6 1-0

Na partida abaixo, Stoltz aproveita um pequeno deslize das pretas e acerta a coloca��o de suas pe�as para iniciar o ataque. � instrutivo o modo como ele derrota um gigante do jogo posicional:

. Stoltz,G - Flohr,S

Match, Gotenburg 1931

1.e4 e6 2.d4 d5 3.Cc3 Cf6 4.e5 Cfd7 5.Dg4 c5 6.Cf3 Cc6 7.dxc5 f5 8.exf6 Cxf6 9.Dg3 Bxc5 10.Bg5 0-0 11.Bd3 Cb4? [As pretas querem o par de bispos, mas o lance tem o inconveniente de abandonar a vigil�ncia sobre a casa e5.] [Teria sido melhor 11...Bd6 12.Dh4 h6 13.Bxf6 (13.Bd2 e5) 13...Dxf6 14.Dxf6 gxf6 e as pretas t�m o par de bispos e um �timo conjunto de pe�es centrais.] 12.0-0-0 [Como era de se esperar, Stoltz efetua o roque largo j� com olho na ala do rei inimiga.] 12...Cxd3+ 13.Txd3 Bd7 14.Ce5 [Resultado do fraco lanco 9 das pretas, Stoltz ocupa a casa e5 com o cavalo.] 14...Be8 15.Dh4 Dc7 16.Te1 Tc8 [Flohr prepara as suas a��es ofensivas.] 17.Te2 [Refor�a a defesa de c2.] 17...d4 [17...Bd6? 18.Dh3! (18.f4 Bxe5 19.fxe5 Ce4 20.Cxe4 dxe4 e o rei preto ser� submetido ao ataque.) 18...Bxe5 19.Dxe6+ Bf7 20.Dxe5 as brancas ganharam o pe�o e conservam boa posi��o.] 18.Ce4 Cxe4 19.Dxe4 [Se tomasse de torre, perderia a pe�a: 19.Txe4? Bd6 20.Td2 Bxe5-+] 19...Bb5 20.Th3 [As possibilidades de ataque brancas s�o baseadas no forte cavalo instalado em e5.] 20...Tf5 21.g4! Bxe2 [N�o era poss�vel tomar a pe�a: 21...Txg5 22.Dxh7+ Rf8 23.Cg6+ (23.Tf3+ Re8 24.Dh8+ Re7 25.Dh4 Rd6! -lance que escapou � an�lise de Euwe- 26.Tf7 Dd8 27.Td7+ Dxd7 28.Cxd7 Bxe2 29.Dxg5 Rxd7 30.Dxg7+ Rc6 31.De5 Bc4) 23...Txg6 24.Dxg6 e as brancas est�o ganhas em todas as variantes: A) 24...Bxe2 25.Dxe6+-; B) 24...Bc4 25.Txe6! Df4+ (25...Bxe6 26.Dxe6+-) 26.Rb1 Rg8 27.Th7 Df7 28.Th8+ Rxh8 29.Dxf7+-; C) 24...Df4+ 25.Rb1 Df6 26.Dxf6+ gxf6 27.Th8+ Re7 28.Txc8+-] 22.gxf5 d3 23.c3 Ba3 24.Bd2 [Naturalmente, 24.bxa3 Dxc3+ 25.Rb1 De1+ 26.Rb2 d2 e as pretas ganham.] 24...Bxb2+? [Movimento desesperado que facilita as coisas para as brancas. Mais tenas teria sido 24...Bf1 25.Tg3 Be7 26.Cxd3 embora seja �bvio que as brancas t�m boa vantagem.] 25.Rxb2 Db6+ 26.Ra1 Dxf2 [As viagens da dama n�o traduzem em compensa��o alguma para as pretas, que entrar�o num final com pe�a a menos.] 27.Dxb7 Dg1+ 28.Rb2 Db6+ 29.Dxb6 axb6 30.fxe6 Te8 31.Cxd3 1-0

Fonte: www.centraldoxadrez.hpg.ig.com.br/mestre04.htm


brunosergiom

12/12/2003
10:30:45

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Alexei Suetin

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Mais uma gl�ria sovi�tica se apaga. Na cidade de Moscou, no dia 10 de setembro de 2001, faleceu Alexei Stepanovich Suetin.

Nascido em Kirovogrado, na R�ssia Sovi�tica, em 16 de novembro de 1926, Suetin foi um dos GMs (Grandes Mestres Internacionais) da antiga URSS. Embora n�o fizesse parte da lista selecionada de t**�s, que inclu�a campe�es mundiais de Botv�nnik a Kasp�rov, e feras como Keres, Korchnnoi, Geller e Polugaevsky, Suetin foi capaz de, em alguns momentos felizes, igualar-se ou at� mesmo superar v�rias dessas figuras lend�rias do xadrez.

O simples fato de que conseguiu se classificar dez vezes para as finais do campeonato sovi�tico, o torneio mais forte do planeta, atesta a qualidade de seu jogo. Quando participou da sua primeira final (em 1952), tinha 26 anos de idade e conseguiu terminar ao lado de Keres, que se encontrava no apogeu da carreira. Dois anos depois, alcan�ou a 7a coloca��o, fruto de um ineg�vel bom desempenho. Afinal, ser o "s�timo da URSS", onde estavam quinze dos vinte melhores do mundo, certamente constitu�a uma gl�ria. Neste torneio, Suetin fez o mesmo n�mero de pontos de dois fort�ssimos GMs: E. Geller e S. Flohr.

Em Minsk 1957, Suetin venceu seu primeiro torneio de alto n�vel, � frente de GMs como Boleslavsky e Sokolsky.

Recebeu o t�tulo de MI (mestre internacional) em 1961, com 35 anos de idade. O t�tulo de GM foi obtido em 1965, quando j� contava com 39 anos. Tempos diversos aqueles, nos quais o t�tulo internacional era concedido com tanta parcim�nia!

Ao longo de sua extensa carreira (jogou em alto n�vel por mais de meio s�culo!), Suetin colecionou vit�rias sobre GMs do porte de Korchnnoi, T. Petrosian, Taimanov, Bronstein, Polugaevsky, Spassky, Smyslov, Kholmov, M. Tal, Vaganian, Beliavsky, Geller, Gligoric e A. Sokolov.

O per�odo mais criativo foi a d�cada de 1960. Tudo come�ou com o 4o lugar no campeonato da URSS 1963, ao lado de Geller e Bronstein e na frente de super-GMs como Polugaevsky, Korchnnoi, Averbach e Taimanov. No zonal de Moscou 1964, Suetin chegou ao lado de Korchnnoi. Foi 1o em Kopenhagen 1965, junto com Gligoric e Taimanov, e na frente de Larsen e Hort. Foi 1o absoluto em Sarajevo 1965, � frente de Polugaevsky, Matulovic, Hort, Uhlmann e Trifunovic, GMs de alt�ssimo n�vel na �poca. No campeonato da URSS de 1966, Suetin voltou a ficar no �timo 4o lugar, superando Keres, Bronstein, Simaguin, Vasiukov e Gufeld. Em Titovo Uzice 1966, ficou em 1o lugar, na frente de Parma, Averbach, Gligoric e Pachman. No tradicional torneio de Hastings 1966/67, compartilhou o 1o lugar com L. Stein, Hort e Gheorghiu. Em Havana 1968, Suetin e o fort�ssimo L. Stein voltaram a dividir o pr�mio, desta vez o 2o/3o lugar. Mas no ano seguinte, 1969, na mesma Havana, Suetin repartiu o 1o/2o lugar com o grande V. Korchnnoi, na frente de Gligoric, Donner, Uhlmann, Radulov, Panno.

Nos anos 1970s, o peso da idade fez o xadrez de Suetin declinar, embora eventualmente ele obtivesse bons resultados em n�vel de GM. Por exemplo, em Budapeste 1970 superou Portisch (grande estrela mundial da �poca), Averbach, Csom, Gheorghiu, Kholmov, Radulov. Foi 1o/2o em Keskskemet 1972 ao lado de Ribli. Tamb�m chegou em 1o/2o em Brno, ao lado de Hort, e na frente de Taimanov e Uhlmann (todos na lista dos 20 melhores do mundo nos anos 60/70). Outro 1o lugar foi conquistado em Lublin 1976, na frente de jovens e promissores GMs como Makarichev, Hulak e Georgadze. Seu �ltimo grande torneio foi Sochi 1977, onde compartilhou o 2o/3o lugar com Geller, na frente de Adorjan, T. Petrosian e I. Zaitsev. Estava com 51 anos de idade.

Nos anos seguintes, Suetin entrou na velhice e n�o conseguiu repetir as atua��es do passado. Entretanto, �s vezes era capaz de fazer o mundo lembrar de que foi um bom jogador. Por exemplo, em Hastings 1991/92 empatou com megaestrelas contempor�neas como Shirov e Bareev.

Suetin foi tamb�m autor de bons livros de xadrez. Sua obra mais interessante foi, na tradu��o inglesa: "Contemporary approach to the middlegame". Em espanhol, foi publicado pela editora Aguilera sob o t�tulo "Manual para jugadores avanzados". Com certeza, � um dos melhores trabalhos j� escritos sobre o meio-jogo. Dessas j�ias que ainda n�o foram totalmente descobertas (ou redescobertas. Foi lan�ado em Moscou em 1982.) Suetin destaca alguns pontos que essenciais para o xadrez contempor�neo: a profunda liga��o entre a estrat�gia e a t�tica e a supervaloriza��o dos elementos din�micos (mobilidade das pe�as, iniciativa). Como o t�tulo espanhol anuncia, trata-se de uma obra pra quem j� estudou outros livros sobre meio-jogo. Creio que somente jogadores com rating acima de 2000 poder�o apreci�-la e absorver com maior profundidade seus conte�dos. Veja, amigo leitor, por exemplo, esses trechos:

"A condu��o din�mica da luta nos revela, junto com os fatores inalter�veis que se depreendem das propriedades vis�veis de uma posi��o, em muitas situa��es complexas operam tamb�m fatores ocultos muito vari�veis. Isso inclui, por exemplo, a coordena��o de for�as, sua coloca��o imediata em rela��o �s mundan�as inesperadas, etc. A avalia��o de tais posi��es revela por fim suas respectivas e decisivas particularidades. (...) O plano n�o tem que reprimir o desenvolvimento da partida; mais ainda, tem que ajustar-se �s circunst�ncias para englobar toda a riqueza da reflex�o enxadr�stica. (...) O tratamento din�mico da posi��o enriqueceu, sob muitos aspectos, a aproxima��o dos principais fatores da luta - material, tempo e espa�o - e se tornou estritamente vinculado com os esfor�os realizados para adquirir qualquer tipo de vantagem. O leitor teve a oportunidade de estudar os v�nculos que unem os elementos posicionais com os fatores materiais e espaciais (...). Desejamos agora atrair especialmente sua aten��o para a interpreta��o atual do fator tempo. N�o se determina o tempo mediante um c�lculo mec�nico do n�mero de jogadas, mas sim atrav�s de metas bem tra�adas que se alcan�am por meio das jogadas. Sob esse aspecto, o tempo surge como um fator posicional impercept�vel."




Partida 01: Suetin,A - Petrosian,T

XVIII Camp. URSS Moscou, 1950

Baseado nas an�lises do GM I. Boleslavsky. 1.e4 e5 2.Cf3 Cc6 3.Bb5 a6 4.Ba4 Cf6 5.0-0 Be7 6.d4 exd4 7.Te1 0-0 8.e5 Cd5 [8...Ce8 9.c3 (9.Cxd4 Cxd4 10.Dxd4 d5 Shredder 5-Junior 6.0, Computer Chess Match Tournament, Cadaqu 2001) 9...dxc3 10.Cxc3 d6 11.exd6 A) 11...Cxd6 12.Cd5 (12.Bf4 b5 13.Bb3 Cc4 14.Cd5 Bd6 15.Bg5 Romanishin,O-Tukmakov,V, Campeonato da URSS, 1978) 12...Be6 13.Bxc6 bxc6 14.Cxe7+ Dxe7 15.Cg5 Df6 16.Cxe6 fxe6 17.De2 Tf7 Timman,J-Beliavsky,A, Moskva 1981; B) 11...Dxd6 12.Cd5 Be6 13.Bxc6 bxc6 14.Cxe7+ Dxe7 15.Bg5 Cf6 16.Cd4 Minasian,A-Candela Perez,J, V Ubeda Open, Ubeda ESP 2000] 9.Cxd4 Cxd4 10.Dxd4 Cb6 11.Bb3 [11.Cc3 d5 12.exd6 Dxd6 13.Dxd6 Bxd6 14.Bb3 Brendel,O-Van den Doel,E, Bundesliga 2001 ] 11...d5 [11...c5 12.De4 d5 13.exd6 Bxd6 14.Bf4 Bxf4 15.Dxf4 Df6 16.Dxf6 gxf6 17.Ca3 Bronstein,D-Rajna,G, Budapest 1977] 12.exd6 Dxd6?! [� melhor 12...Bxd6 13.De4 Df6 14.Cc3 Bd7 15.Dxb7 Bc6; 12...Bxd6 13.Bf4 (13.De4 Df6 14.Cc3 Bd7 15.Dxb7 Bc6 e as pretas ganham) 13...Bxf4 (13...Dh4 14.g3 Dg4 15.h3 Df3 16.Cd2 Dc6) 14.Dxf4 Be6 15.Bxe6 fxe6 16.Dg4 Tf5 17.Cc3 Minic,D-Hecht,H, Wijk 1971; 12...Bf6! 13.De4 (13.Dd3 Dxd6 14.Dxd6 cxd6 15.Cc3 Be6! 16.Bxe6 fxe6 17.Txe6 Bxc3 18.bxc3 Cc4 e as pretas t�m compensa��o pelo ma terial. (Donev,I)) 13...cxd6! 14.Cc3 (14.c3 d5 15.Df4 Be6) 14...Bxc3 15.bxc3 d5 16.De7 Dxe7 17.Txe7 Cc4= Feistenauer,F-Donev,I, Gotzis 1990] 13.De4! [Lance que comporta v�rias sutilezas: as duas pe�as dobradas garantem �s brancas o dom�nio da coluna 'e' pelo tempo necess�rio. Al�m disso, a dama poder� apoiar Bf4, visando ao ponto fraco das pretas (quase impercept�vel) que � o pe�o c7, que Petrosian n�o conseguir� defender convenientemente.] 13...Bf6 14.Cc3 Tb8 [Seria melhor 14...Dd4 15.Bf4 Dxe4 16.Cxe4 Bd8 17.Tad1 Bd7 18.Cc5 Bc6 e as brancas t�m apenas leve vantagem.] 15.Bf4 Dc5 16.De3 Dc6 [16...Dxe3 17.Txe3 Bd8 (17...Ca8 18.Be5 Bxe5 19.Txe5 Bd7 20.Te7 Bc6 21.Tae1) 18.Td1 Bd7 19.h3 com id�ia de seguir com 20.Ted3, Txd8, e Bxc7] 17.Dg3 Be6 [17...Bd8 18.Be5 g6 19.Tad1 Bd7 20.Df4 com ataque.] 18.Bxc7 [Cai o pe�o fraco das pretas.] 18...Tbc8 19.Be5 Bxb3 [O bispo preto de casas escuras n�o podia se mover porque o Bb3 branco ganharia muito poder. Da� a decis�o da troca, que tamb�m serve para dobrar os pe�es brancos na ala de dama.] 20.axb3 Cd7 21.Bxf6 Cxf6 22.Tad1 Tfe8 23.h3 [Lance preventivo. As brancas querem mover as torres sem correr o risco de levar mate de torre na horizontal 1.] 23...h6 [As pretas seguem o mesmo racioc�nio branco: defesa contra um poss�vel mate na �ltima horizontal.] 24.Te3 Txe3 25.Dxe3 Dc7 26.Dg3 Dxg3 [Era prefer�vel 26...Dc5 embora as brancas mantivessem melhor jogo com 27.Df4] 27.fxg3 [Os pe�es dobrados brancos na ala de dama n�o s�o ruins, porque existe a possibilidade de criar um pe�o passado naquele flanco.] 27...Rf8 28.Rf2 Re7 29.Re3 Re6 [Estrat�gia b�sica dos finais: os dois reis buscam o centro.] 30.Td4 Ce8? [Recuo injustific�vel do cavalo. Merecia considera��o 30...h5!? ] 31.Rd3 Cd6 32.Ce2 g5 [Impede que as brancas joguem Cf4.] 33.g4 f5 34.gxf5+ Cxf5 35.Te4+ Rf6 36.Cd4 Cxd4 [Melhor teria sido 36...Td8 j� que n�o seria poss�vel 37.Rc4?? por causa de (37.Rc3 Tc8+ 38.Rd3 Td8) 37...Cd6+] 37.Txd4 Tc7 38.Td6+ Rf5+- [Se 38...Rg7 as brancas teriam jogado 39.g4 planejando jogar Tb6 +-] 39.Txh6 Rf4 40.c4 Td7+ 41.Rc3 Tg7 42.g4 Te7 43.c5 Rg3 [43...Te3+ 44.Rb4 Te5 45.Tf6+ Rg3 46.Tf5 Te4+ 47.Ra5 Rh4 (47...Te3 48.b4 Rh4 49.Tf7 Rxh3 50.Txb7 Rxg4 51.c6 Te6 52.Tb6!+-) 48.Tf7 Rxh3 49.Txb7 Te5 50.b4 Rxg4 51.Rxa6+-] 44.b4 Te3+ 45.Rc4 Te4+ 46.Rb3 Te3+ 47.Ra4 Te2 [Com dois pe�es a menos, as pretas pouco podem fazer para se defender.] 48.Th5 Txb2 49.Txg5 Rxh3 50.Tg7 Rh4 51.Txb7 Rxg4 52.Tf7 [Corta a passagem do rei preto para a ala de dama.] 52...Ta2+ 53.Rb3 Ta1 54.Rc4 [Ao contr�rio de seu rival, o rei branco goza de grande liberdade para avan�ar.] 54...Tc1+ 55.Rd5 Td1+ [55...Tb1 56.c6 Tc1 (56...Txb4 57.c7) 57.c7 Rg5 58.Rd6 ganhando.] 56.Rc6 Tb1 57.Rb6! [Os conhecimentos de finais dos grandes mestres proporcionam a necess�ria tranq�ilidade para jogar assim.] 57...Txb4+ 58.Rxa6 Rg5 59.c6 Rg6 60.Tf1 e as pretas abandonaram. 1-0




Partida 02: Suetin,A - Polugaevsky,L

XXXIV Camp. URSS Tbilisi, 1966

Baseado nos coment�rios de A. Suetin. 1.e4 c5 2.Cf3 Cc6 3.d4 cxd4 4.Cxd4 e6 5.Cc3 d6 6.Be3 Cf6 7.Be2 Be7 8.0-0 0-0 9.f4 Bd7 10.Cb3 a6 11.Bf3 [11.a4 b6 (11...Tc8 12.a5 Dc7 13.Bf3 Cb4 14.Tf2 Bc6 15.Dd4 d5 16.e5 Cd7 17.Bg4 g6 18.Dd2 �-� Nataf,I-Hansen,C, 16th North Sea Cup, Esbjerg DEN 2001) 12.Rh1 Dc7 13.Bf3 Tab8 14.De2 Bc8 15.Tad1 Bb7 16.Df2 Cd7 17.g4 Tfe8 18.g5 Bf8 19.Bg2 g6 Brenjo,S-Movsesian,S, TCh-YUG, Herceg Novi YUG 2001] 11...Tb8 [11...b5 12.a4 b4 13.Ce2 e5 (13...Dc7 14.g4 d5 15.e5 Ce4 16.Cg3 Cxg3 17.hxg3 Yudovich,M-Estrin,Y, Moscow 1967) 14.f5 Ca5 15.Cxa5 Dxa5 16.c4 bxc3 17.Cxc3 �-� Dolgov,A-Dragomarezkij,E, Moscow 1997; 11...Dc7 12.g4 (12.De1 b5 13.a3 Tab8 14.g4 b4 15.axb4 Cxb4 16.Df2 Tfc8 17.g5 Ce8 18.Cd4 Pritchett,C-Kottnauer,C, Dundee 1967) 12...b5 13.g5 Ce8 14.a3 Tb8 15.h4 (15.De2 Dc8 16.Dg2 a5 17.Tf2 a4 18.Cc1 Bd8 19.Cd3 Suetin,A-Polugaevsky,L, URSS 1966) 15...b4 16.axb4 Cxb4 17.Tf2 d5 18.exd5 Cd6 19.Th2 Cf5 20.Bc1 Bd6 21.Dd2 exd5 Subasic,I-Espig,L, Kecskemet 1987] 12.g4 [12.De1 b5 13.Td1 (13.g4 b4 14.Ce2 e5 15.g5 Cg4 16.Bxg4 Bxg4 17.h4 f6 18.Dd2 Ryc-Malich,B, DDR 1977) 13...Dc7 14.g4 b4 15.Ce2 a5 16.g5 Ce8 17.Bg2 g6 18.Cg3 Cardoso,R-Gheorghiu,F, Manila 1973] 12...b5 13.g5 Ce8 14.Dd2 Cc7 15.a4 bxa4 [15...Dc8 16.axb5 axb5 17.Tfd1 Td8 18.Df2 Be8 19.Ca5 Ta8 20.Cxc6 Bxc6 21.f5 Db7 22.f6 Bf8 Smejkal,J-Tukmakov,V, Hastings 1968] 16.Cxa4 Cb5 17.h4 Dc7 18.c3 Cba7 19.Bd1 Tb5 20.Bc2 Tfb8 21.Cc1 Ca5 22.Df2 Cc8 23.b3 Bf8? ["A luta estrat�gica chegou em seu ponto culminante. Essa posi��o � uma faca de dois gumes: cada jogador ataca em um flanco, e por isso � t�o importante obter a iniciativa. O sacrif�cio posicional 23...Cxb3!? 24.Cxb3 Txb3 25.Bxb3 Txb3 26.f5 Bf8 (26...Dc4 27.f6) 27.g6 levaria a um jogo violento que tendia a favorecer as brancas, por�m as negras teriam mobilizado suas pe�as para entrar com empenho na luta. As negra, todavia, optaram por uma defesa passiva. Isso se revelou um grave erro, pois no lance seguinte as brancas assumiram o dom�nio das a��es." (Suetin)] 24.f5 e5 25.h5 Bc6 [25...d5 26.exd5 Txd5 27.f6 (27.c4 Cxc4 28.bxc4 Dxc4 29.g6 Bc6 e as pretas resistem) 27...g6 (27...gxf6 28.Dg2! e4 29.Bxe4 Tdb5 30.gxf6+ Rh8 31.Tf3 Ca7 32.Tg3 Bd6 33.Tg7 Txh5 34.Bxh7 Th3 35.Tg8+) 28.hxg6 hxg6 (28...Bxa4 29.gxh7+ Rh8 30.Txa4 Dxc3 31.Th4) 29.Bxg6 Cd6 (29...fxg6 30.f7+ Rg7 31.Df6+ Rh7 32.Df3) 30.Df3 e o ataque branco n�o pode ser parado.] 26.h6 g6 [26...Bd7 27.hxg7 Bxg7 28.c4 Cxb3 (28...T5b7 29.Cc3 Bc6 30.f6 Bf8 31.Cd5 Dd8 32.Dd2 com superioridade esmagadora) 29.Ta3! Ta5 (29...Dxc4 30.Cb2 Dc3 31.Cd1 Dc4 32.Bd3 ganhando) 30.Bxb3 Txb3 31.Cxb3 Txa4 32.Txa4 Bxa4 33.Cd2 e as brancas t�m uma excelente posi��o.] 27.fxg6 hxg6 28.b4 Cc4 29.Bd3 Be8 ["As pretas t�m problemas descomunalmente s�rios para resolver, pois seu rei corre grave perigo." (Suetin)] 30.Cb3 T5b7 31.Bc1 Ta7 32.Cb2 Cxb2 33.Dxb2 Cb6 34.Be3 Taa8 35.Ca5 Ca4 [35...d5 36.Dd2 Td8 37.Df2 d4 38.cxd4 exd4 39.Bd2�] 36.Txa4! ["Este sacrif�cio tempor�rio da qualidade abre uma s�rie de amea�as sobre o ponto f7." (Suetin)] 36...Bxa4 37.Bc4 Be8 38.Df2 Td8? [As pretas poderiam ter resistido muito mais com 38...Tc8 39.Df6 (39.Bb6 Dd7 40.Df3 Txc4 41.Cxc4 Db5) 39...Rh7 (39...Tab8?? 40.Dxg6+ Rh8 41.Txf7 Bxf7 42.Df6+ Rh7 43.Bxf7+-) 40.Df3 De7] 39.Bb6 De7 40.Bxd8 Txd8 41.Dh4 Tc8 ["Encaminhar para o final daria melhores perspectivas paras as pretas. Por exemplo, 41...Da7+ 42.Df2 Dxf2+ 43.Rxf2 Be7 embora depois de 44.Tg1 Tc8 45.Tg3 Bb5 46.Bd5 as brancas conservassem a vantagem. De qualquer modo, as pretas conservariam possibilidades de defesa. Agora, o ataque branco se desenvolve." (Suetin)] 42.Tf3 Dd8 43.Bd5 Be7 44.Df2 Dd7 45.Dg3 Da4 46.Cc4 Tc7 47.Df2 Bxg5 [As brancas teriam vencido com 47...Dd1+ 48.Rg2 Dc1 49.Txf7! Dxg5+ 50.Rf1 Dc1+ 51.Re2 Dc2+ 52.Cd2 Bb5+ 53.Rf3 Dd1+ (53...Rh8 54.Rg2) 54.Rg2 (54.Rg3?? Bh4+ 55.Rxh4 Dh5+ 56.Rg3 Dg5+ 57.Rh2 Dxh6+ 58.Rg1 Dg5+=) 54...Dg4+ 55.Dg3 Dxg3+ 56.Rxg3 Rh8 57.c4 Ba4 58.Tg7 Bd1 59.Cf1 Ba4 60.Ce3 Ta7 61.Txg6+-] 48.Cxd6 Bf4? [As pretas perderiam com 48...Bxh6 49.Cxe8 Dxe8 50.Db6 Td7 51.Dxg6+ Bg7 52.Tg3 Df8 53.Dxa6+-; Mas a defesa correta 48...Rh7! dificultaria o servi�o das brancas: A) 49.Cxf7 (parece bom mas as pretas t�m ant�dotos) 49...Dd1+ 50.Rg2 Bxf7 (50...Bf4 51.Cd6 Bc6 52.c4�) 51.Bxf7 (51.Txf7+ Rxh6! 52.Txc7 Dg4+ 53.Dg3 De2+ 54.Rg1 Dd1+ 55.Rg2 De2+=) 51...Td7 (51...Dd7 52.Dg3 De7 53.Dg4 Td7 54.Bd5�) 52.Bd5 Bxh6 53.Dg3 De2+ 54.Df2 Dxf2+ 55.Rxf2 Bf4 e as pretas ag�entam.; B) 49.Cxe8 49...Dxe8 50.Bxf7 Dd7 51.Bd5 e as brancas teriam dificuldades para vencer.] 49.Cxe8 Dxe8 50.Db6! ["Desagrad�vel surpresa. As pretas v�o sofrer uma sens�vel perda de material." (Suetin)] 50...Da4 51.Dxg6+ Rf8 52.Dg7+ Re7 53.h7 Dd1+ 54.Rg2 1-0




Partida 03: Suetin,A - Barczay,L

Tungsram Budapest, 1976

1.e4 c5 2.Cf3 e6 3.d4 cxd4 4.Cxd4 Cc6 5.Cc3 d6 6.Be3 a6 7.f4 Cf6 8.Df3 Dc7 9.0-0-0 Bd7 10.g4 h6 11.Be2 b5? [O correto teria sido 11...Cxd4 12.Bxd4 e5 13.fxe5 dxe5 14.Dg3 Bd6 15.Be3 Tc8 16.Bf3 b5 17.Dg2 Ba3 18.Td3 Bc5 �-� Dueball,J-Filipowicz,A, Skopje 1972] 12.e5 dxe5 13.fxe5 b4 14.Cdb5!! [Sacrif�cio tem�tico contra a defesa siciliana. As brancas entregam o cavalo para colocar o outro cavalo exatamente na mesma casa b5. A dama preta fica numa situa��o inc�moda. Al�m disso, o rei preto ainda est� no centro e as brancas contam com o melhor desenvolvimento e o dom�nio da coluna 'd'.] 14...axb5 [N�o aceitar o sacrif�cio tamb�m n�o teria melhorado a vida das pretas: 14...Db7 15.exf6 axb5 (15...bxc3 16.fxg7 Tg8 17.gxf8D+ Rxf8 18.Bxh6++-; 15...g5 16.Ca4! axb5 17.Cb6 Td8 18.Bxb5+-) 16.fxg7 Bxg7 17.Ce4 0-0 (17...Da6 18.Txd7! Bxb2+ 19.Rxb2 Dxa2+ 20.Rc1 Rxd7 21.Dxf7+ Ce7 22.Td1+ Rc8 23.Dxe7+-) 18.Cf6+ Bxf6 (18...Rh8 19.Txd7) 19.Dxf6 Dc7 20.Bxh6 De5 21.Dxe5 Cxe5 22.Bxf8 Rxf8 23.Rb1+-] 15.Cxb5 Dc8 [Teria oferecido maior resist�ncia 15...Dxe5 embora depois de 16.Bf4 Dc5 (16...Ta3 17.Cxa3; 16...Txa2 17.Bxe5 Cxe5 18.Db7!+-) 17.Cc7+ (17.Be3 De5) 17...Rd8 18.Cxa8 Cd4 (18...e5 19.Be3 Cd4 20.Bxd4 exd4 21.Db7+-) 19.Dd3 Cxe2+ 20.Dxe2 Da7 21.Cc7 (21.Bc7+? Rc8 22.Df3 Cd5) 21...Dxa2 22.Be5 as brancas ficariam com �bvia vantagem.; Levaria � derrota 15...Db8 16.exf6 Txa2 17.Rb1 (17.fxg7 Ta1+ 18.Rd2 Txd1+ 19.Txd1 Bxg7 20.Re1�) 17...Ce5 (17...Ta8 18.Txd7 Rxd7 19.fxg7+-) 18.Bf4 Cxf3 (18...Ta6 19.Bxe5) 19.Bxb8 Ta4 20.Cc7+ Rd8 21.Bb5 Rc8 22.Bxd7+ Rxb8 23.Bxa4 Rxc7 24.Td7+ Rb6 25.fxg7 Bxg7 26.Txf7+-] 16.exf6 b3 [16...g5 17.Txd7! Dxd7 18.Td1 Dc8 permite uma bela combina��o de mate que inclui o sacrif�cio da dama: 19.Dxc6+! Dxc6 20.Cc7+ (outra pe�a sacrificada) 20...Dxc7 21.Bb5+ Dd7 22.Bxd7+ Rd8 23.Bb6#] 17.fxg7 Cb4 [17...Bxg7 18.Cd6+ ganha a dama.] 18.Cc7+ Dxc7 19.Dxa8+ Re7 20.Txd7+! Rxd7 21.Bb5+ e as pretas abandonaram porque depois de 21... Re7 22.De8+ Rf6 23.gxh8D+ nada mais poderiam fazer. 1-0




Partida 04: Suetin,A - Hulak,K

Lublin, 1976

1.e4 c5 2.Cf3 Cc6 3.d4 cxd4 4.Cxd4 e6 5.Cc3 d6 6.g3 [Essa linha de desenvolvimento parece tranq�ila mas guarda interessantes possibilidades agressivas, como veremos nesta partida.] 6...Be7 7.Bg2 a6 8.0-0 Bd7 9.Cxc6 [9.Te1 Tc8 10.a4 Cf6 11.Cxc6 Bxc6 12.Bg5 0-0 Olsson,A-Agrest,E, Rilton Cup, Stockholm SWE 1999; 9.Be3 Cf6 10.Cxc6 Bxc6 11.a4 (11.Te1 0-0 12.h3 Dc7 13.De2 b5 14.a3 Db7 Calapso,R-Petrosian,T, Venice 1967) 11...0-0 (11...Dc7 12.a5 0-0 13.Bb6 Dd7 14.De2 Tfc8 15.f4 De8 16.f5 Bd8 17.Bd4 e5 18.Be3 Bb5 �-� Yermolinsky,A-Spraggett,K, New York 1998) A) 12.a5 Cd7 A1) 13.De2 Tc8 (13...Dc7 14.Tfd1 Tae8 15.f4 d5 16.exd5 exd5 17.Df2 Almasi,Z-Portisch,L, Zalakaros 1992) 14.Tfd1 Dc7 15.Td2 Tfe8 16.h3 Bf8 Psakhis,L-Murugan,K, Calcutta 1988; A2) 13.Te1 Tc8 14.Ca4 De8 15.Cb6 Cxb6 16.Bxb6 e5 17.c4 f5 18.exf5 Txf5 19.Dd3 Df7 20.Tac1 Ivanov,A-Christiansen,L, New York 1989; A3) 13.Ca4 13...f5 14.Cb6 Cxb6 15.Bxb6 Dd7 16.Te1 fxe4 17.Bxe4 Bxe4 18.Txe4 Bf6 19.c3 d5 20.Te3 Sutovskij,E-Milov,V, Dresden 1998; B) 12.Te1 12...Dc7 �-� Marinkovic,S-Arsovic,Z, TCh-YUG Final, Herceg Novi YUG 2001] 9...Bxc6 10.Dg4 g6 [10...h5 11.De2 h4 12.Td1 (12.Be3 hxg3 13.fxg3 Cf6 14.Tad1 Da5 15.Bf3 Cd7 Zvara,P-Damjanovic,M, Prague 1990) 12...hxg3 13.hxg3 Da5 14.Bf4 Td8 15.Td3 b5 Kashtanov,R-Osnos,V, St Petersburg 1997] 11.De2 Dc7 12.a4 Cf6 13.Bh6 Bf8 14.Dd2 [As brancas conseguiram ligeira vantagem.] 14...Td8 15.Tfe1 Bxh6 16.Dxh6 Db6 17.Dg5 Cd7 18.Cd5! Bxd5 [18...exd5 19.exd5+ A) 19...Ce5 20.dxc6 bxc6 21.a5 Dc5 (21...Dc7 22.f4 ganha o cavalo) 22.b4 Dc3 23.f4+-; B) 19...Rf8 20.dxc6 bxc6 21.a5 Dc7 22.Bxc6 e as brancas t�m grande superioridade.] 19.exd5 h6? [Era essencial tirar o rei do centro com 19...0-0 20.dxe6 (20.b3 e5 e a vantagem branca � reduzida.) 20...fxe6 21.Txe6 (21.De3 Dxb2 22.Dxe6+ Rh8 23.Db3 Df6) 21...Dxf2+ 22.Rh1 A) 22...Dxc2? (� poss�vel que Hulak s� tenha visto esta linha 23.Txd6 Rh8 (23...Dxb2 24.Tad1+-) 24.Tad1 Dxa4 25.Dd2 Tf7 26.Bh3 Tdf8 27.Txd7+-; B) 22...Ce5 (essa � a defesa correta) 23.Te7 Tf5 24.Dh6 Cf7 e as pretas conseguem se defender adequadamente. Por exemplo: 25.De3 Dxc2 26.Be4 Dxb2 27.Tb1 Dxb1+ 28.Bxb1 Tf1+ 29.Rg2 Txb1 30.Df3 Tb2+ 31.Rg1 Tb1+=] 20.Txe6+!! [O lance que as pretas n�o previram, mas que n�o � t�o surpreendente assim quando nos lembramos que o rei preto ainda est� no centro e que portanto a abertura de linhas de ataque poder terr�vel.] 20...Rf8 [N�o � poss�vel aceitar o sacrif�cio da torre branca: 20...fxe6 21.Dxg6+ Rf8 (21...Re7 22.Dg7+ Re8 23.Dxh8+) 22.dxe6 Ce5 23.Df6+ Rg8 (23...Re8 24.Dxh8+) 24.e7 Te8 25.Bd5+ Rh7 26.Te1 Dc7 27.Txe5! dxe5 28.Df7#] 21.De7+ Rg7 [21...Rg8 22.Txd6 Dc7 23.Ta3 (23.Bh3 tamb�m serve) 23...Th7 24.Tc3] 22.Be4 e as pretas abandonaram. Depois de 22...Ce5 (no caso de 22...Th7, ent�o 23.Txd6 Dc7 24.Bxg6) 23.Df6+ Rg8 (23...Rh7 24.Bxg6+ Rg8 25.Txe5) 24.Txe5 etc. 1-0




Partida 05: Spassky,B - Suetin,A

Campeonato da URSS por equipes, Moscou, 1963

1.d4 d5 2.c4 dxc4 3.Cf3 Cf6 4.e3 e6 5.Bxc4 c5 6.0-0 a6 7.De2 b5 8.Bb3 Bb7 9.Td1 Cbd7 10.Cc3 Dc7 11.e4 cxd4 12.e5?! [A novidade de Spassky n�o foi bem aceita. O que se joga aqui � 12.Cxd4 Cc5!? 13.Be3 N (13.e5 Cfd7 14.Bf4 b4!=) 13...Be7 14.Tac1 0-0 15.f3 (15.Bc2!? com id�ia de 16.a3) 15...Tac8 16.Bc2 Tfd8 17.a3 Db8 18.Cb3 Cxb3 19.Bxb3 Salov,V-Chernin,A, Wijk 1991] 12...dxc3 [Realmente, o melhor � aceitar o sacrif�cio.] 13.exf6 Cxf6 14.Ce5 Bc5 15.Bf4 Db6?! [Teria sido mais seguro o imediato roque: 15...0-0 16.bxc3 Bd6] 16.Cxf7! 0-0 [Se as pretas tomassem o cavalo, teriam muita dificuldade para se defender: 16...Rxf7 17.Td6 Bxf2+ 18.Rh1 Bxg2+ (18...Bd5 19.Bxd5 exd5 20.De6+ Rg6 21.Txb6 Bxb6 22.Dxb6 cxb2 23.Tb1 The8 24.Df2 Te4 25.Txb2 Tae8 26.h3+-; 18...Dc7 19.Dxe6+ Rf8 20.Td7+-) 19.Rxg2 Db7+ 20.Rxf2 Ce4+ 21.Rg1 The8 22.Te1 cxb2 (22...Cxd6 23.Bxe6+ Re7 24.De5 Rf8 25.Dxd6+ Te7 26.Bg5+-) 23.Tdd1 Tad8 24.Txd8 Txd8 25.Dxb2 e a posi��o branca � muito boa.] 17.Cg5 cxb2 18.Tab1 [18.Bxe6+? Rh8 19.Tab1 Tae8 e as pretas vencem.] 18...Tae8 19.Txb2 [19.Cxe6 Rh8 20.Bg3 (20.Txb2? Dc6 21.Df1 Txe6) 20...Ce4 21.Cxc5 Cxg3 22.Dxb2 Ce2+ 23.Rh1 Bxg2+ 24.Rxg2 Dc6+ 25.Bd5 Dxc5 ganhando.] 19...Dc6 20.Cf3 Ce4 21.Bg3 Cc3 22.Dd3 Cxd1 23.Dxd1 Td8 24.De2 De4 25.Bxe6+ Rh8 26.h4 Dxe2 27.Txe2 [As brancas n�o t�m a menor compensa��o pela qualidade perdida. J� podiam ter abandonado a partida.] 27...Bxf3 28.gxf3 Txf3 29.Rg2 Tff8 30.f4 Bd6 31.Rf3 Tde8 32.Te4 Tf6 33.Bb3 Txe4 34.Rxe4 e finalmente as brancas reconheceram a derrota. 0-1




Partida 06: Suetin,A - Taimanov,M

Uni�o Sovi�tica, 1968

1.e4 c5 2.Cf3 Cc6 3.d4 cxd4 4.Cxd4 e6 5.Cc3 Dc7 6.Be3 Cf6 7.Be2 a6 8.0-0 Bb4 9.Ca4 Bd6 10.g3 b5?! [Kasp�rov considera que � melhor jogar 10...Be7 e ent�o haveria as seguintes possibilidades: A) 11.c4! d6 12.f3 Bd7 13.Tc1 0-0 14.Cxc6 Bxc6 (14...bxc6 15.c5 d5 16.Cb6�) 15.Cb6 Tad8 16.b4! Kasparov,G-Polgar,J, Linares 1997(16.Cd5 Bxd5 17.cxd5 Dd7 18.dxe6 Dxe6 com leve superioridade branca.) ; B) 11.Cxc6 11...bxc6 12.Cb6 Tb8 13.Cxc8 Dxc8 14.e5 Cd5 15.Bd4 c5 16.c4 cxd4 17.cxd5 Txb2 18.Tc1 Db8 19.d6 Bd8 Tal,M-Matulovic,M, Beograd 1974] 11.Cb6 Tb8 12.Cxc8 [12.Cxc6 Dxc6 13.Cxc8 Txc8 14.Bd3 Be5 15.a4 b4 16.De2 a5 Shirov,A-Hattu,A, Arthur Andersen Simul, Neuilly-Sur-Sein 2001] 12...Txc8 13.a4 Cxd4 14.Bxd4 e5 15.Be3 Bc5 16.Bxc5 [16.axb5 Bxe3 17.fxe3 axb5 18.Bxb5 0-0 19.Txf6 gxf6 20.Bxd7 Ta8 21.Dg4+ Rh8 22.Tf1 Tg8 23.Dh3 Dc5 24.Bf5 Dxe3+ 25.Rg2 h6= Shirov,A-Anand,V, FIDE WCh KO, Tehran IRI (7.3) 2000; 16.Dd3 Bxe3 17.Dxe3 0-0 18.c3 (18.axb5 axb5 19.c3 Tb8 20.Ta7 Db6 21.Dxb6 Txb6 22.f3 Korneev,O-Pogorelov,R, XVII Moratalaz Open, Madrid ESP 2001) 18...Dc6 19.axb5 axb5 20.Ta5 Tb8 21.f3 Shirov,A-De la Riva Aguado,O, Banc Agricol Blitz, Andorra AND 2001] 16...Dxc5 17.axb5 axb5 18.Bd3 [Vale a pena acompanhar todos os lances: 18.Ta5 Tb8 19.Dd3 0-0 20.c3 Dc6 21.Bf3 Tfe8 22.Tfa1 Te6 23.T1a3 Ce8 24.Tb3 Cc7 25.De3 Db6 26.Ta7 Dxe3 27.fxe3 Tc6 28.Be2 Rf8 29.Tb4 Re7 30.c4 Tc5 31.Rf2 Tb6 32.cxb5 �-� Galkin,A-Beshukov,S, St Petersburg 1997] 18...0-0 19.Ta5 Tb8 20.c3 Dc7? [Merecia aten��o 20...d5!? 21.exd5 e4 22.Be2 Cxd5 23.Dd4 Dxd4 24.cxd4 Tfd8 25.Td1 (25.Txb5 Txb5 26.Bxb5 Cc7 27.Be2 Txd4 e as pretas melhoraram sua defesa.) 25...Cc7 26.Ta7 Cd5 embora o jogo branco obviamente seja superior, as pretas t�m boas chances de igualar.] 21.Txb5 Txb5 22.Bxb5 Tb8 23.De2 Cxe4 24.Bxd7 Cxg3 25.hxg3 Dxd7 26.Td1! [Depois de 26.Dxe5 Txb2 as pretas teriam boas chances de empatar.] 26...Da4 27.b4 [As brancas ficaram com a ineg�vel vantagem de uma dupla de pe�es passados unidos na ala de dama, ao passo que as pretas n�o t�m nenhum pe�o passado na ala de dama.] 27...h6 28.Tb1 [Acompanha a velha regra de Tarrasch: torres devem ficar atr�s dos pe�es passados.] 28...Tb5 29.Db2 Td5 30.b5 Dg4 31.Da2 Td3 32.b6 e4 [32...Td1+ 33.Txd1 Dxd1+ 34.Rg2 e o final est� ganho porque as pretas n�o t�m mais como dar xeques no rei branco.] 33.Dc2 Td8 34.b7 Tb8 35.Dd2 e3 36.Dxe3 [A posi��o � trai�oeira. Por exemplo: 36.Dd6?? exf2+ 37.Rxf2 (37.Rf1 Dh3+ 38.Rxf2 Df5+ 39.Df4 Dc2+ 40.Rf3 Te8! e as pretas conseguem resistir.) 37...Df5+ 38.Df4 Dc2+ 39.Rf3 (39.Re3 Te8+ 40.Rd4 Dxb1) 39...Te8! 40.Te1 (40.De5 Dd3+ 41.Rg2 Txe5 42.b8D+ Rh7 43.Dxe5 Dxb1 e as pretas t�m boas chances.) 40...Dxc3+ 41.Te3 Dc6+ 42.Rf2 Db6 com vantagem preta.] 36...Df5 37.Tb4 Rh7 38.c4 Dd7 39.Db6 f5 40.Db5 Dd3 41.De5 f4 42.Dxf4 1-0




Partida 07: Suetin,A - Shamkovich,L

XXXII Campeonato da URSS, Kiev, 1964


An�lises baseadas nos coment�rios de M. Shereshevsky. 1.e4 d5 2.exd5 Cf6 3.d4 Cxd5 4.Cf3 Bg4 5.c4 Cb6 6.c5 [Novidade te�rica lan�ada por Suetin nesta partida. Mas tamb�m se pode jogar 6.Be2 e6 7.0-0 Cc6 8.Cc3] 6...Bxf3? [Suetin recebeu um pr�mio especial na URSS por causa da Novidade Te�rica 6.c5, que parecia muito forte. Entretanto, hoje sabemos que as pretas t�m uma boa resposta: 6...C6d7! por exemplo: 7.Be2 (7.h3 Bh5 8.Db3 Cc6 9.d5 Bxf3 10.Dxf3 Cd4 11.De4 e5 12.dxe6 Cxe6 13.Dxb7 Bxc5 14.Bc4 0-0= Klovan,Y-Gutman,L, USSR 1972); 7.Bc4 e6 8.h3 Bh5 9.Be3 Be7 10.Cc3 0-0 11.g4 Bg6 12.h4 h5 e as brancas est�o um pouco melhor. Suetin-Gipslis, Minsk 1993.) 7...e6 8.0-0 (8.Db3 b6 9.Be3 Be7 10.Cbd2 0-0 11.0-0 Cf6 Shamkovich,L-Rogoff,K, USA (ch) 1978) 8...Be7 9.h3 Bh5 10.Db3 b6 11.Cc3 0-0 12.Be3 c6 13.Tfd1 Dc7 14.cxb6 axb6 15.Tac1 Vuckovic,B-Kotronias,V, 4th Open, Korinthos GRE 2000; 6...Cd5 7.Db3 Bxf3 8.Dxb7 Ce3 (8...Cd7 9.gxf3 e6 10.Bc4�) 9.Dxf3 Cc2+ 10.Rd1 com vantagem branca. (B. Larsen)] 7.Dxf3 Cd5 8.Db3 b6 9.Bg5! [As brancas se previnem das tentativas pretas de completar com calma o desenvolvimento.] 9...Dd7 10.Cc3 e6?! [As pretas deveriam ter primeiro trocado os cavalos com 10...Cxc3 11.bxc3 para s� ent�o jogar 11...e6 embora seja �bvio que as brancas continuam melhor.] 11.Cxd5 Dxd5 12.Dxd5 exd5 ["Entrar direto no final � a melhor maneira das pretas de realizar sua vantagem posicional." (Shereshevsky)] 13.c6! "Se n�o fosse por essa manobra t�tica, as pretas estariam numa situa��o bastante toler�vel. Mas agora a torre e o cavalo pretos ficam fora do jogo e por isso n�o constitui surpresa que o jogo termine poucas jogadas depois." (Shereshevsky)] 13...Be7 [Esse � o detalhe: as pretas n�o podem tomar o pe�o de c6: 13...Cxc6 14.Bb5 Rd7 15.Tc1 Te8+ 16.Rd2 Te6 (parece que salva, mas as brancas criam uma segunda cravada) 17.Txc6! Txc6 18.Tc1+-] 14.Be3 Rd8 15.Tc1 Te8 16.g3 Bg5 17.Bg2! [Fino lance. As brancas sacrificam temporariamente o pe�o para ganhar tempo e posicionar seu rei no centro. Observe que o Bg2 branco aponta para o pe�o d5 fraco das pretas.] 17...Bxe3 18.fxe3 Txe3+ 19.Rd2 Te6 20.Thf1 [20.Bxd5? Td6 21.Bxf7 Cxc6 22.d5 Tf6 23.Txc6 Txf7 24.Thc1 Td7 25.Re3 Txd5 26.Txc7 Td7 e as pretas resistem.] 20...f6 21.Tf5! ["O golpe decisivo." - Shereshevsky.] 21...Td6 22.Txd5 Txd5 23.Bxd5 Re7 24.Bg2 Ca6 25.a3 [Impede ...Cb4.] 25...Td8 26.Te1+ Rd6? [Acelera a derrota. De qualquer modo, depois de 26...Rf7 27.Rc3 Cb8 (27...Te8 28.Txe8 Rxe8 29.Rc4 Re7 30.Rd5) 28.b4 Td6 29.b5 as pretas s�o assadas em fogo lento. 29...a6 30.a4] 27.b4 b5 [27...Cb8 28.d5 com a devastadora amea�a de 29.Te6# mate.] 28.d5 Cc5 29.bxc5+ Rxc5 30.Te7 e as pretas abandonam. 1-0




Partida 08: Suetin,A - Korchnnoi, V

Campeonato da URSS por Equipes, Leningrado, 1962


1.e4 d6 2.d4 Cf6 3.Cc3 g6 4.Bg5 c6 5.Dd2 Bg7 6.Cf3 Bg4 [Lance pouco empregado.] [6...0-0 7.h3 Cbd7 8.e5!? dxe5 9.dxe5 Cd5 10.Cxd5 cxd5 11.Bh6 Cxe5! 12.Cxe5 Bxe5 13.Bxf8 Rxf8 14.c3 Dc7! e as pretas t�m compensa��o pela qualidade a sacrificada. Santo_Roman,M-Gurevich,M, Clichy 1993; 6...Da5 7.0-0-0 (7.Bd3 Bg4 8.0-0-0 Cbd7 9.Rb1 0-0-0 10.Bh6 Bxh6 11.Dxh6 Bxf3 12.gxf3 a6 Fontaine,R-McNab,C, 2nd Viking GMB, York ENG 2000) 7...b5 8.e5 dxe5 9.dxe5 Cfd7 10.Rb1 Helbig,P-Wojtczik, corr 1967; 6...h6 7.Be3 Cbd7 8.h3 d5 9.exd5 Cxd5 10.Cxd5 cxd5 11.Bd3 Db6 12.0-0 Cf6 13.Ce5 Ce4 14.De2 0-0 15.c4 Dd8 16.Bxe4 dxe4 17.Dc2 Db6 18.Tad1 �-� Michalek,J-Pribyl,J, Czech Extra League 2001] 7.Df4 [7.0-0-0 h6 8.Be3 b5 9.Bd3 a6 10.Tde1 Cfd7 11.e5 d5 12.Ch4 Tal,M-Bronstein,D, USSR 1973] 7...Bxf3 8.Dxf3 Cbd7 [8...Da5 9.h4 (9.Be3 d5 10.exd5 cxd5 11.Bd3 Cc6 12.0-0 0-0 13.a3 Tad8 14.Dd1 Tfe8 15.f4 �-� Gormally,D-Zamora,J, Mermaid Beach 1998) 9...h6 10.Bf4 Cbd7 11.0-0-0 e5 12.dxe5 Cxe5 13.De2 0-0-0 14.Dd2 Cfd7 Watson,W-Murshed,N, Blackpool 1988] 9.0-0-0 Da5 10.h4 c5 11.e5! dxe5 [11...Cg8 12.Bc4 f6 13.Dxb7 Tb8 14.Dd5 Rd8 (14...Ch6 15.exf6 Cxf6 16.Dc6+ Rf8 17.dxc5 Dxc5 18.Dxc5 dxc5 19.Bf4 Tb4 20.b3 Cf7 21.a3 Tb6 22.Ca4 Tc6 23.Bb5 Tc8 24.Ba6 Tc6 25.Bb7 Te6 26.Cxc5 Tb6 27.The1 com vantagem decisiva.) 15.Df7 Bf8 (15...fxg5 16.Dxg7) 16.exf6 Cgxf6 17.Ce2 Db6 18.Bb3 cxd4 19.Cxd4 e as brancas ficam com excelente posi��o.; 11...Ch5 12.exd6 (� menos promissor 12.g4 cxd4 13.Txd4 Db6 14.Td5! Cxe5 15.Txe5 Bxe5 16.Bb5+ Rf8 17.gxh5 e6) 12...cxd4 13.Cb5 0-0 (13...exd6? 14.Cxd6+ Rf8 15.Dxf7#) 14.dxe7 Tfc8 15.Cd6! Dxa2 16.Dxb7 Cb6 17.Cxc8 ganhando.] 12.dxe5 Cxe5 13.Bb5+ Cfd7 [As pretas ficariam mal depois de 13...Dxb5 14.Cxb5 Cxf3 15.Cc7+ (ganha a qualidade) 15...Rf8 16.Cxa8 Cd4 17.Cc7] 14.Bxd7+ Cxd7 15.Txd7!! [Brilhante sacrif�cio que demonstra a classe de Suetin. As brancas aproveitam a situa��o prec�ria do rei preto, que n�o conseguiu rocar.] 15...Rxd7 16.Td1+ Bd4 [16...Rc7 17.Dxf7 Tac8 (17...Bxc3 18.Dxe7+ Rb6 19.Td6+ Rb5 20.Dxb7+ Db6 21.Dd7+ Ra5 22.Txb6 axb6 23.bxc3+-) 18.Bf4+ Rb6 (18...Rc6 19.De6#) 19.Dxg7 Ra6 (19...Tce8 20.Cd5+ Rc6 21.De5 Thf8 22.c4! e j� n�o existe defesa convincente para as pretas.) 20.Dxe7+-] 17.Dd5+ Rc8 [17...Re8 18.Txd4 f6 19.Bxf6 exf6 20.De6+ Rf8 21.Td7 com mate inevit�vel.] 18.Txd4! Td8 [A melhor defesa. Se 18...Dc7 ent�o 19.Tc4 e6 20.Dxc5 Dxc5 21.Txc5+ Rd7 22.Cb5 Thc8 (22...a6? 23.Tc7+ Re8 24.Cd6+ Rf8 25.Bh6+ Rg8 26.Ce4 e as pretas n�o conseguem evitar 27.Cf6# mate.) 23.Txc8 Txc8 24.Cxa7 Tc4 25.b3 com grande superioridade branca.] 19.Dxd8+ Dxd8 20.Txd8+ Rxd8 21.Cd5 [As brancas quedaram com bispo + cavalo contra torre + pe�o, mas o fato de quase n�o haver colunas abertas favorece as brancas e reduz a mobilidade da torre preta.] 21...f6 22.Be3 Rd7 23.Rd2 [23.Bxc5? Rc6 com vantagem preta.] 23...b6 24.c4 Tf8 25.a3 e6 26.Cc3 a5 27.Bh6 Tg8 28.Ce4 Re7 29.Be3 Tc8 30.b3 [Pacientemente, as brancas consolidam sua posi��o, mantendo a seguran�a necess�ria para evitar contrajogo preto com a torre.] 30...Tc6 31.Rc3 e5 32.g3 Tc7 33.b4 axb4+ 34.axb4 f5 [34...cxb4+? 35.Rxb4 Tb7 36.Rb5 f5 37.Cc3 Rd7 38.Bxb6+-] 35.bxc5! [O pe�o passado � mais valioso do que a pe�a.] 35...fxe4 [� �bvio que se 35...bxc5 36.Cxc5 as brancas t�m vantagem para vencer.] 36.cxb6 Tc8 37.Rb4 [O rei parte para apoiar seus pe�es passados.] 37...Ta8 38.Rb5 Rd7 39.b7 Ta2 [39...Tb8 40.Rb6 Te8 (40...h5 41.c5 Rd8 42.c6+-) 41.c5 Te6+ 42.Ra7 e nada resta �s pretas.] 40.Bb6 e as pretas abandonaram. 1-0




Partida 09: Vasiukov,E - Suetin,A

Camp. 1a liga URSS Yerevan, 1955

An�lises baseadas nos coment�rios do GM A. Soltis. 1.e4 e6 2.d4 d5 3.e5 c5 4.c3 Cc6 5.Cf3 Db6 6.Be2 cxd4 7.cxd4 Cge7 8.Ca3 Cf5 9.Cc2 Bb4+ 10.Rf1 Be7 [As pretas recuam o bispo para se antecipar � manobra a3-b4.] 11.h4 [Nos coment�rios do informador, Bareev classificou esse lance como "Novidade te�rica". Com certeza, ignorava a partida de Suetin.] [11.g3 Bd7 12.b3N (12.Rg2) 12...0-0 13.Rg2 f6!? 14.g4!? (14.Bb2!?) 14...Cfxd4! (14...Ch6?! 15.exf6 Txf6!? 16.g5 Txf3 17.Bxf3 Cf5 18.h4!�) 15.Ccxd4 fxe5 16.Cxc6 bxc6 17.Tf1 Bd6 18.Bb2 Dc7! E as pretas t�m a iniciativa, o que compensa um pouco a inferioridade material. Djuric,P-Masic,P, Jugoslavija 1996] 11...h5 12.g3 [12.b4� Bd7 13.a3 Tc8 14.g3 Cd8 15.Ce3 Bb5 16.Bxb5+ Dxb5+ 17.Rg2 Tc3! (17...Cc6? 18.Cxf5 exf5 19.Te1�; 17...Cxe3+ 18.Bxe3 Cc6 19.Tc1�) 18.Te1 Cxe3+ 19.Txe3 Tc4 20.Td3 Cc6 21.Be3 Bd8! (com id�ia de Ce7-f5, igualando a partida) 22.a4! (22.Bg5 Bxg5 23.Cxg5 Ce7=) 22...Dxb4 23.Tb3 De7 24.Bg5 Dd7 25.Bxd8 Cxd8 26.a5 Dc7! (26...Cc6? 27.Db1!; 26...Th6? 27.a6 b6 28.Txb6) 27.Dd2 Th6 28.Dg5 Rf8 29.Tab1 Rg8 Benjamin,J-Bareev,E, Muenchen 1994] 12...Bd7 13.Rg2 Tc8 14.Bd2? [Esse bispo estar� mal colocado em c3. As brancas deveriam ter tentado troc�-lo jogando 14.Tb1 que prepara 15.Bg5.] 14...a5 15.Bc3 Cb4 16.Ce3 Cxe3+ 17.fxe3 Bb5 18.a3 Bxe2 19.Dxe2 Cc6 20.Thf1 Da6! 21.Df2 [Depois de 21.Dxa6 bxa6 22.Tac1 a4 as pretas poderiam operar na ala de dama praticamente sem oposi��o.] 21...Dd3 22.Ce1 Dg6! [Bela manobra para reposicionar a dama preta em g4 ou e4.] 23.Dc2 Dxc2+ 24.Cxc2 b5 25.Tfc1 Rd7 26.Ce1 b4 27.axb4 axb4 28.Bd2 Ta8 29.Cd3 Thb8 30.b3 Ta3! 31.Tcb1 [31.Txa3 bxa3 32.Tb1 Ca7! de modo parecido como aconteceu na partida.] 31...Tba8 32.Txa3 bxa3 33.Rf3 Ca7! [Manobra inteligente que visa a colocar o cavalo preto em b5.] 34.Re2 Cb5 35.Cc1 Tc8 36.Rd3 f6 [As pe�as brancas est�o todas na ala de dama, empenhadas em combater o pe�o passado 'a' preto. Agora, as negras abrem a coluna para penetra��o de sua torre na ala do rei.] 37.exf6 gxf6 38.Ca2 e5 [Pressiona o pe�o branco d4 e prepara o avan�o do rei para e6.] 39.Tc1 [39.dxe5 fxe5 40.Bb4 (40.Be1 e4+ 41.Rd2 Tf8 tal como na variante principal.) 40...e4+ 41.Rd2 (41.Re2?? Bxb4 42.Cxb4 Cc3+ ganha a torre) 41...Tf8 42.Bxe7 Tf2+! 43.Re1 (43.Rd1 Rxe7 44.Cc1 a2 45.Ta1 Cc3+) 43...Txa2 44.Bf6 Tg2 45.Tc1 a2 46.Rf1 Txg3 47.Bg5 Tf3+ 48.Rg2 Cc3 49.Ta1 Rc6 50.Tc1 Rb5-+] 39...Tg8 40.Tg1 Tg4 41.Cc3 Cxc3 42.Rxc3 Bd6 43.Be1 [43.Tf1 Txg3 44.Txf6 a2 45.Tf1 exd4+ 46.Rxd4 Re6 47.Rd3 Be5 48.Bc3 Txe3+! 49.Rxe3 Bxc3-+] 43...exd4+ 44.exd4 f5! 45.Bf2 [45.Tf1 Re6 46.Tf3 Txd4! 47.Rxd4 Be5+ 48.Rc5 a2-+] 45...f4 46.gxf4 Txg1 47.Bxg1 Bxf4 48.Bf2 [48.b4 Bd2+! 49.Rb3 (49.Rxd2 a2) 49...Bxb4 50.Bh2 Be7 (50...Bd6?? leva a um final de pe�es empatado: 51.Bxd6 Rxd6 52.Rxa3 Re6 53.Rb4 Rf5 54.Rb5! Rg4 55.Rc5 Rxh4 56.Rxd5=) 51.Bg3 Re6 52.Be1 Rf5 53.Bf2 Rg4 54.Be3 Rxh4-+] 48...Bc1 e as brancas abandonaram. 0-1




Partida 10: Cobo Arteaga,E - Suetin,A

Capablanca mem Havana, 1968


An�lises baseadas nos coment�rios do GM A. Soltis. 1.e4 c5 2.Cc3 e6 3.g3 Cc6 4.Bg2 Cf6 5.d3 Be7 6.f4 d5 7.Ch3 [Aqui se joga com mais freq��ncia 7.e5 que pode ser respondido de duas maneiras: A) 7...Cd7 8.Cf3 (8.Cge2 0-0 9.0-0 f6 10.exf6 Cxf6 11.Rh1 d4 12.Ce4 Cd5 13.c3 dxc3 14.bxc3 Zubarev,N-Gothilf,S/Moscow 1925) 8...b5 (8...Tb8 9.a4 a6 10.0-0 b5 11.axb5 axb5 12.Bd2 0-0 13.Be1 b4 14.Ce2 f6 Liljedahl,L-Hartoch,R/Siegen 1970) 9.0-0 b4 10.Ce2 0-0 11.De1 a5 12.g4 f6 13.exf6 Cxf6 14.Bh3 Kupreichik,V-Sveshnikov,E, Camp. URSS, Minsk 1979; B) 7...Cg8 8.Cf3 h5 9.h3 Ch6 10.Ce2 Cf5 11.c3 b5 12.d4 Db6 13.g4 hxg4 14.hxg4 Txh1+ 15.Bxh1 Ch6 Abramovic,B-Velimirovic,D/JUG-ch 1988] 7...d4 8.Ce2 e5 9.Cf2 h5 10.Cg1 Cg4 11.Cxg4 Bxg4 12.Bf3! [Elimina o bispo mau.] 12...exf4 13.Bxf4? [Depois de 13.gxf4 Bh4+ 14.Rf1 as brancas perdem o roque mas conservam excelentes chances por causa do dom�nio do ponto e5.] 13...g5 14.Bd2 Ce5 15.De2 Db6 16.0-0-0 Tc8 17.b3 [Isso n�o evita ...c5, como veremos a seguir. Por outro lado, 17.Bxg4 hxg4 teria deixado o flanco de rei branco imobilizado.] 17...c4! 18.dxc4 Txc4 19.Rb1 [19.bxc4 Ba3#; 19.Be1 d3 20.Txd3 Cxd3+ 21.Dxd3 Td4 22.De2 Ba3+ 23.Rb1 Dc6 24.h3 Bxf3 25.Cxf3 Txe4 26.Dd3 Th6-+] 19...Txc2! 20.Bxg4 [20.Rxc2 d3+] 20...hxg4 21.Ba5 [21.Tc1 d3 22.Dg2 Da6 23.a4 Dc6 24.Ce2 Cf3 25.Ba5 Bf6-+] 21...d3 22.Bxb6 [22.Txd3 Txe2 23.Bxb6 Te1+ 24.Rc2 axb6-+] 22...dxe2 23.Te1 Cd3 24.Cxe2 Tb2+ 25.Ra1 axb6 0-1




Partida 11: Tal,M - Suetin,A

Memorial Chigorin, Sochi, 1977


1.e4 e5 2.Cf3 Cf6 3.Cxe5 d6 4.Cf3 Cxe4 5.d4 d5 6.Bd3 Be7 7.0-0 Cc6 8.c4 Cf6 9.Cc3 0-0 10.Te1 dxc4 11.Bxc4 Bg4 12.Be3 [12.d5 Ca5 13.Bd3 c6 14.h3 Kasparov,G-Timman,J/Amsterdam 1994] 12...Ca5 [12...Bxf3 13.Dxf3 Cxd4 14.Bxd4 Dxd4 15.Txe7 Dxc4 16.Dxb7 c6 17.Db3 Dxb3 18.axb3 Tab8 19.Ta3 Tfe8 20.Txe8+ Txe8 �-� Kasparov,G-Karpov,A/Moskva (m/30) 1984] 13.Bd3 Te8 14.h3 Bh5 15.a3 a6 16.d5?! [No momento, este avan�o do pe�o isolado parece inconseq�ente. Prud�ncia n�o era o forte de Tal, mas as brancas teriam jogo razo�vel ap�s 16.b4 Cc6 17.g4 Bg6 18.Bc4 Ce4!=] 16...c5! 17.Bg5 b5 [Com id�ia de 18...b4.] 18.Te5 Bg6 19.Bxg6 [19.Ch4 Bxd3 20.Dxd3 Cc4 21.Te2 (21.Tee1 Cxb2) 21...h6 (21...Cxd5 22.Tae1 Cxc3 23.Dxc3 Bxg5 24.Txe8+ Dxe8 25.Txe8+ Txe8 26.b3 Bf6 27.Dc2 Ca5 com posi��o dif�cil de avaliar, embora pare�a que as pe�as pretas est�o bem coordenadas.) 22.Bxf6 Bxf6 e as pretas s�o levemente superiores.] 19...hxg6 20.d6? [Arriscado demais. As brancas manteriam leve superioridade com 20.Dd3 ] 20...Dxd6 21.De2 Cc4 22.Ce4 [22.Bxf6 gxf6 23.Td5 De6! 24.Te1 Dxe2 25.Txe2 Bf8 e as pretas est�o com boa posi��o.] 22...Dd8 [Merecia considera��o 22...Dd7!? 23.Td1 Cxe5 24.Txd7 Cexd7 25.Cc3 c4 e as pretas t�m boas perspectivas.] 23.Td1 Cxe5! [As pretas trocam sua dama por duas torres brancas.] 24.Txd8 Cxf3+ 25.Dxf3 Taxd8 26.Bxf6 [26.Cg3 c4] 26...Bxf6 27.Cxf6+ [27.Cxc5 Bxb2! 28.Cxa6 Te1+ 29.Rh2 Ta1 30.Cb4 (30.Dc6 Bxa3 31.Dxb5 Bd6+ 32.g3 Ta8 33.Cb4 Tb8) 30...Bxa3 31.Dc3 Tdd1 e as pretas t�m enorme vantagem.] 27...gxf6 28.Dxf6 Td2 [A terr�vel torre na "s�tima", sempre uma dor de cabe�a para o advers�rio.] 29.Dxa6 [29.b3 Te1+ 30.Rh2 Te6 31.Df3 Tee2 e as pretas est�o melhores.] 29...Txb2 30.Dc6 Te1+ 31.Rh2 Tee2 32.g4 [Tomar o pe�o tamb�m n�o adiantaria, porque a dupla de torre pretas est� bastante coordenada e faria uma limpeza: 32.Dxc5 Txf2 33.Rg3 (O final de pe�es estaria totalmente perdido para as brancas: 33.Dg5 Txg2+ 34.Dxg2 Txg2+ 35.Rxg2 Rg7 36.Rf3 Rf6 37.Rf4 Re6 38.Rg5 Re5 39.h4 Re6 40.Rf4 Rd5 etc.) 33...Txg2+ 34.Rf4 Tb3 35.h4 Tgg3-+] 32...c4 33.Rg3 Tb3+ 34.Rh4 Txf2 35.Rg5 Txh3 36.a4 c3 [36...bxa4?? 37.De8+ Rg7 38.Dg8+! Rxg8= empate por afogamento!] 37.axb5 Rg7 38.Dc7 c2 0-1

Fonte: www.centraldoxadrez.hpg.ig.com.br/mestre01.htm


423884

12/13/2003
03:57:22

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Pan no Rio

Message:
Sexta-feira, 12/12/2003 - 18h12m
Pan-Americano de xadrez come�a neste s�bado
O Globo

RIO - Neste s�bado come�a o Pan-Americano de Xadrez por equipes no Sesc-Copacabana. A competi��o, que pela primeira vez acontece no Brasil, vai reunir os principais mestres da Col�mbia, Paraguai, Bol�via, Venezuela, Equador, Cuba e Brasil.

Cada equipe ser� formada por seis jogadores, sendo quatro titulares e dois reservas. Quem conquistar o t�tulo estar� automaticamente classificado para o Mundial por equipes de 2004.

Cuba e Brasil s�o os principais favoritos ao t�tulo e prometem grandes partidas entre os dias 14 e 18 de dezembro, quando as rodadas acontecem oficialmente. A equipe brasileira � formada por Henrique Mecking, o Mequinho (que disputa seu primeiro t�tulo na competi��o), Darcy Lima, Everaldo Matsura e C�cero Braga. Os reservas ser�o Eduardo Lint e Rodrigo Visconti.

No �ltimo Pan-americano, realizado em 2000, na Venezuela, o Brasil conquistou o vice-campeonato


423884

12/13/2003
04:03:59

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Mequinho

Message:
Sexta-feira, 12/12/2003 - 09h25m
Mequinho, o pe�o de Deus, ressuscita
Maior enxadrista do Brasil conta como a f� salvou sua vida
O Globo


Mequinho de Volta ao Rio: 'Vivo para jogar xadrez e rezar'
RIO - �s 16 pe�as do xadrez, Henrique Mecking, o Mequinho, acrescentou mais uma, que carrega no bolso todos os dias. � uma pequena pedra que trouxe de Medjugore, na B�snia, tirada de um monte onde cat�licos dizem avistar Nossa Senhora desde 1981. Quando passa por uma situa��o dif�cil, seja na vida particular ou sobre o tabuleiro, ele segura a pedrinha e pede a Jesus Cristo e � Maria que o ajudem. Quem conhece sua trajet�ria dificilmente duvidar� da for�a de suas ora��es.

Desde que descobriu que outra m�o mais poderosa move as pe�as deste mundo, o maior enxadrista brasileiro direcionou para os c�us sua vida e o dom de jogar xadrez. Foi por Deus, diz ele, que voltou ao esporte depois de enfrentar uma doen�a rar�ssima, a miastenia gravis, que causa paralisia de toda a musculatura e hoje � controlada por rem�dios homeop�ticos.

Em 1979, pouco depois de disputar um torneio no Rio, os m�dicos lhe deram apenas duas semanas de vida e nem Mequinho poderia acreditar que, 24 anos depois, voltaria a jogar um torneio oficial na cidade em que viveu o auge de sua carreira. No s�bado, o enxadrista come�a a disputar, no Sesc Copacabana, o Pan-Americano por equipes, a competi��o mais importante do continente.

Para Mequinho, de 51 anos, a volta aos tabuleiros n�o � s� um dado hist�rico, mas um exemplo do milagre da ressurrei��o:

� Deus � o �nico que faz algu�m da morte voltar � vida. Eu ia morrer em 1979 e estou vivo. Diziam que eu estava morto para o xadrez e tamb�m voltei � vida. Ainda sou o n�mero um da sele��o brasileira e n�o perco uma partida simult�nea no Brasil h� 27 anos. Agora, quero voltar a estar entre os melhores do mundo.

Para isso, Mequinho n�o cansa de repetir que precisa apenas de um lap top, que o ajudaria a estudar jogadas, e de um patrocinador para bancar suas viagens. Era o que ele recebia do governo M�dici nos anos 70, quando chegou a ser o terceiro melhor enxadrista do mundo. Ser �dolo de um presidente militar � que exaltava sua genialidade ao dizer que o Brasil ideal teria os p�s de Pel� e a cabe�a de Mequinho � gerou cr�ticas ao enxadrista, que desde aquela �poca n�o gosta de falar de pol�tica.

� O M�dici foi maravilhoso. Se o governo atual der o mesmo apoio, tamb�m vou ficar maravilhado.

Vida simples e data para fim dos tempos

A ambi��o de Mequinho sobre o tabuleiro n�o combina com seu estilo de vida. Ele mora sozinho, em Taubat� (SP), numa casa onde os m�veis s�o t�o simples que at� o tabuleiro de xadrez � de papel�o. N�o h� TV, para n�o �perder tempo�. O r�dio existe s� para ajud�-lo a rezar o ter�o. O computador tem raz�es profissionais: ele participa do Internet Chess Club, site que re�ne mais de 200 mil enxadristas do mundo inteiro e do qual j� foi campe�o mundial dez vezes. Na garagem, dorme um Fusca ano 80. Sua comida � totalmente natural, � base de arroz integral e aveia. N�o admira que Mequinho tenha perguntado para que servem a sauna e a hidromassagem no quarto do hotel onde est� hospedado, em Copacabana.

� Francisco de Assis dizia que se vai mais r�pido ao c�u de uma cabana que de um pal�cio. Vivo para jogar xadrez e rezar � resume.

Um dos raros sinais de vaidade � o inc�modo com uma barriguinha quase impercept�vel num corpo esqu�lido, que n�o passa dos 66kg.

� Corro quatro quil�metros por dia e vou perder essa barriga.

� do exerc�cio da f�, por�m, que Mequinho mais gosta de falar. Sua convers�o ocorreu em 1977, quando chegou a ficar sem voz por causa da miastenia. Uma senhora cat�lica rezou por ele, que sentiu grande melhora. Logo, aderiu � Renova��o Carism�tica, movimento da Igreja Cat�lica. Desde ent�o, vai � missa e comunga diariamente. Formou-se em teologia e estudou para padre. Segundo ele, esta acabou n�o sendo a vontade de Deus, que o reconduziu ao tabuleiro, mas seu fervor religioso s� aumentou. Por isso, Mequinho acredita que tem um trunfo a mais que os grandes enxadristas do mundo: a f�.

� Pedi a Jesus que tire 15 anos da minha velhice e que, assim, eu possa ter vigor para jogar xadrez mais tempo. O Anatoli Karpov (ex-campe�o mundial) perdeu simult�neas porque a idade j� o est� corroendo.

Sua vontade de viver � compat�vel com o que cr�. O fim dos tempos � um tema que o fascina. Chegou a adiar um tratamento dent�rio para janeiro de 2001 porque tinha certeza de que Jesus voltaria � Terra em 31 de dezembro de 2000. Agora, baseado em an�ncios de Nossa Senhora, acredita que o Mal ser� eliminado do planeta em 2004. Mas adianta:

� Deus pode postergar a data se mais pessoas rezarem.

De tanto ouvir que sua vida daria um filme, Mequinho ser� tema de um document�rio do cineasta Davi Fran�a Mendes. Parte da sua hist�ria j� est� no livro "Como Jesus Cristo salvou a minha vida". Se tudo isso servir para evangelizar o mundo e popularizar o xadrez, pensa ele, o xeque-mate final j� estar� dado.


pereicel

12/14/2003
16:56:15

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IMPORTANTE - P�gina do Conex�o Macaxeira

Message:
Pessoal

Tem um tal de "historiador" que resolveu criar uma p�gina do nosso time, exatamente no layout que eu utilizo.

Ele criou a 8a. p�gina e deixou um registro l�.

Essa p�gina criada por ele n�o � do time e n�o tem nada a ver conosco.

Gostaria que ningu�m entrasse naquela p�gina para responder nada e nem que entrassem em pol�mica com ele.

Irei formalizar uma reclama��o junto ao webmaster quanto a falta de �tica e de respeito com o nosso time.

Abra�o a todos

Celso


pereicel

12/14/2003
18:22:59

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TIMEOUT

Message:
Pessoal

H� poucos dias estava comemorando a marca 100 jogos de saldo positivo pelo nosso time. Hoje, infelizmente, devo confesar que estou decepcionado. Estamos com saldo de +91. Perdemos 9 jogos, portanto ! Desses 9 jogos perdidos, 8 foram por TIEMOUT, o fantasma que nos acompanha e inferniza a vida de qualquer equipe.

N�o tenho o que dizer a respeito disso. A raz�o da ocorrencia dessas derrotas � sempre a mesma: problemas para acessar a internet. Eu j� bati bastante na tecla de que � bem simples postergar jogos, basta um comando. Caso isso n�o seja poss�vel, basta um telefonema a algum colega do time e ele pode comandar (neste caso tem que informar a senha).

Vamos l� pessoal, �nimo ! Vamos acabar de vez com esses casos de TIMEOUT e vamos vencer os jogos que est�o pela frente. Agora estou adotando um sistema de emparceiramento que faz com que os jogadores que est�o negativos peguem desafios um pouco mais tranquilos em detrimento dos que est�o no topo da lista que s� pegam pedreira.

Um abra�o Boa sorte e Bons jogos a todos

Celso


brunosergiom

12/15/2003
02:28:28

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Pe�o avantajado

Message:
O GM Bernstein n�o via Bogoljubow h� muitos anos. Quando finalmente o reencontrou, em Amsterd�, percebeu que Bogoljubow tinha engordado bastante. Bernstein n�o se conteve e exclamou: "Puxa, como voc� ficou gordo. Est� parecendo um verdadeiro pe�o dobrado!"

Fonte: www.centraldoxadrez.hpg.ig.com.br/curta05.htm


brunosergiom

12/15/2003
02:29:54

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Finais imposs�veis

Message:
O uso de poderosos computadores na an�lise de finais com pouqu�ssimas pe�as (os dois reis + duas ou tr�s pe�as/pe�es) desvendou alguns mist�rios e revelou interessantes surpresas. Por exemplo, nas posi��es normais, rei + dois bispos conseguem dar mate em rei + cavalo (na posi��o mais complicada, o mate for�ado demora 66 lances). Rei + Dama vencem contra Rei + 2 bispos, mas Rei + Dama n�o conseguem vencer 2 cavalos. Rei + Dama vencem 2 bispos, mas nas posi��es mais dif�ceis, s�o necess�rios 71 lances para dar mate. O conhecimento desse fato levou ao questionamento da regra do empate depois de 50 lances sem movimento de pe�o nem captura de pe�a. Incr�vel mesmo � o final de Rei + Torre + Bispo contra Rei + 2 cavalos. Note bem, Dama contra dois cavalos d� empate, mas Torre + Bispo (que valem menos do que uma dama) vencem o final contra 2 cavalos! Final dific�limo. Em algumas posi��es, o mate inevit�vel acontece depois de 222 lances. Repetimos: R+T+B x R+ C+C pode terminar com mate for�ado em 222 lances!

Fonte: www.centraldoxadrez.hpg.ig.com.br


brunosergiom

12/15/2003
02:32:31

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Incompatibilidade

Message:
Como se sabe, um bispo que corre nas casas brancas jamais poder� capturar ou ser capturado por um bispo advers�rio que corre nas casas pretas. Nunca se encostar�o. S�o os bispos de cores opostas. Quando Boris Spassky se divorciou da primeira mulher, explicou os acontecimentos com uma compara��o: "Eu e minha ex-esposa �ramos como bispos de cores opostas."

Fonte: www.centraldoxadrez.hpg.ig.com.br


423884

12/15/2003
04:12:08

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Brasil 3 x 1 Paraguai

Message:
Pan por equipes: Primeira rodada: Brasil 3 x 1 Paraguai e Cuba 4 x 0 Equador.


Terminou, com grande assist�ncia, a rodada inaugural do Pan-Americano por Equipes, no sal�o de eventos do SESC Copacabana, em dia quente e ensolarado que os cariocas de outrora chamariam de "domingo de regatas". Na primeira rodada, jogaram Brasil x Paraguai e Cuba x Equador. Nos matches, enfrentam-se:

BRASIL X PARAGUAI

GM Henrique Mecking 1 x 0 MI Luis Vera I

MI C�cero Braga 0,5 x 0,5 MI Edgar Espinoza

MI Everaldo Matsuura 1 x 0 MI Jorge Soza

MI Eduardo Limp 0,5 x 0,5 MI Jorge Vera I

CUBA X EQUADOR

GM Lernier Dominguez 1 x 0 GM Carlos Matamoros

GM Lazario Bruzon 1x 0 MI Daniel Mieles

GM Neyris Delgado 1 x 0 MI Pl�nio Pazos

GM Walter Arencibia 1 x 0 WGM Martha Fierro

As demais rodadas ser�o �s 15h, at� quinta-feira.Amanh�,Bol�via(que continua sendo aguardada) x Brasil e Paraguai x Cuba -- Newton Arruda




magista

12/15/2003
08:44:01

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Gilberto Milos Junior

Message:
Gilberto Milos Junior nasceu em Sao Paulo (SP) em 30 de outubro de 1963. Foi tri-campeao brasileiro de cadetes (1978/80) e tri-campeao brasileiro juvenil (1981/83). Venceu 6 vezes o Campeonato Brasileiro (em 10 atuacoes). Jogou em 7 Torneios Zonais da FIDE (tendo vencido em Santiago do Chile 1987 e em Sao Paulo 1999) e participou do Torneio Interzonal de Szirak, Hungria. Nos dois Campeonatos Mundiais da FIDE (Groningen 1997 e Las Vegas 1999) conseguiu atingir a terceira etapa. Disputou muitos torneios internacionais e representou o Brasil em 8 Olimpiadas Mundiais. Obteve o titulo de Mestre Internacional em 1984 e o de Grande-Mestre em 1988, tendo atingido em outubro de 2000 o rating de 2644, o mais alto ja' obtido por um jogador nacional . O talento natural, aliado a dedicacao sem limites ao jogo-ciencia, fez de Gilberto Milos Junior um dos mais fortes jogadores brasileiros de todos os tempos. Vive atualmente em Sao Paulo (SP).

Fonte: www.brasilbase.pro.br/jgmmilos.htm


brunosergiom

12/15/2003
10:02:18

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Defesa Siciliana/variante Judit Polgar

Message:

Richard Guerrero - MC J.C. Mu�oz
Campeonato da Catalunha por equipes, 1999
Pr�mio de melhor partida
Coment�rios: MC Richard Guerreiro
Fonte: Ajedrez Espectacular
Colabora��o: Richard Guerreiro

F.Hernandez - Richard Guerrero
Cto. Catalunha de Equipes, 1998
[Richard Guerrero]

1.e4 c5 2.Cf3 Cc6 3.d4 cxd4 4.Cxd4 Db6

A variante Judit Polgar da Defesa Siciliana.

5.Cb3 Cf6 6.Cc3 e6 7.Be3 Dc7 8.a3 Be7 9.f4 d6 10.Df3 a6 11.g4 O-O

(11...d5!? 12.O-O-O!

(12.exd5?! Cxd5!

(12...exd5? 13.g5! +-) 13.Cxd5 Bh4+! =

(13...exd5?! 14.O-O-O! +/-)) 12...dxe4 13.Cxe4 +=)

12.Bd3 b5 13.g5 Cd7 14.O-O Bb7

(14...b4! <=>)

15.Dh3 Tfe8

(15...b4? 16.Cd5! exd5 17.exd5 g6

(17...Ca5?? 18.Dxh7#) 18.dxc6 Dxc6 19.Ca5! +-)

16.Tf2

(16.f5!? exf5 17.Cd5! Dd8! 18.Dxf5

(18.exf5? Bxg5 -/+) 18...Cce5 +=)

16...b4 17.Ce2

(17.axb4 Cxb4 18.Bf1!? d5! 19.f5! e5! 20.g6!?

(20.exd5 Cxd5 oo) 20...Cf6! =)

17...Bf8

(17...bxa3 18.bxa3!

(18.Txa3 Cb4! =+))

18.Taf1 bxa3 19.bxa3 g6

(19...Ce7!? 20.f5 exf5 21.exf5 Ce5!

(21...Cd5!?) 22.f6 Cxd3! 23.cxd3

(23.fxe7?! Dxe7! =+) 23...Cd5 24.Bd4

(24.fxg7?! Txe3! 25.gxf8D+ Txf8 =+) 24...g6 oo)

20.f5 exf5 21.exf5 Cce5 22.Bd4

(22.fxg6 fxg6! 23.Bd4 Bg7! =)

22...Cxd3

Um grave erro (22...Bg7! 23.Cg3 oo

(23.f6? Bf8! =+))

23.fxg6 fxg6

(23...hxg6 24.Dh8#) (23...Cxf2 24.gxh7#)

24.Tf7

amea�a mate em h7 e ao cavalo negro de d7.

24...h5 25.gxh6

Me seduziam enormemente as maravilhosas possibilidades t�ticas a que conduzia esta jogada... E n�o pude resistir! (Sem d�vida, mais f�cil era a vit�ria com a prosaica e pouco brilhante 25.Txd7! Dc6 amea�a mate em h1. 26.Txb7!

(26.cxd3 Txe2 27.Txf8+! Rxf8

(27...Txf8? 28.Tg7+ Rh8 29.Txg6+ Rh7 30.Dxh5#) 28.Df1+!

(28.Txb7? Te1+!) 28...Df3 for�ada 29.Txb7 Dxf1+ 30.Rxf1 Txh2 31.Bf2 +/-) 26...Dxb7

(26...Txe2 27.Tb6! Dd5 28.cxd3 Dxg5+ 29.Dg3 +-) 27.Dxd3 ganhando.)

25...C3e5

�nica! (25...Dc6 26.h7#)

26.h7+

(Tamb�m se ganhava espetacularmente com 26.Cc5! dxc5

(26...Cxf7 27.h7#) (26...Bd5 27.Txd7! Cxd7 28.h7#) (26...Tad8 27.h7+ Rh8 28.Cf4! Bg7

(28...dxc5 29.Cxg6#) 29.Cxg6+! Cxg6 30.Bxg7#) (26...Te7 27.h7+ Rh8 28.Cf4! Txf7 29.Cxg6+ Rg7 30.h8D+ Rxg6 31.D3h5#) (26...Dxc5 27.Bxc5

(27.h7+!?) 27...Cxc5

(27...Cxf7 28.h7+! Rh8 29.Dxd7! +-) 28.Txb7! Cxb7 29.Db3+! seguido de 30.Dxb7) 27.h7+! Rh8 28.Txd7! tirando partido da cravada do cavalo negro! 28...Db8

(28...Dc6 29.Txf8+! Txf8 30.Bxe5+ Tf6 31.Cf4! Dh1+ 32.Rf2 +-) 29.Txb7! cxd4

(29...Dxb7 30.Txf8+! Txf8 31.Bxe5+ +-) 30.Txb8 Taxb8 31.Cxd4 Bc5 32.Dc3! Tbc8 33.Rh1 +-)

26...Rh8 27.Cf4

amea�a 28.Cxg6++! (Outras linhas vitoriosas s�o: 27.Dxd7!? Dxd7 28.Txd7 Be4 29.Txf8+! Txf8 30.Cc5! Bf3 31.Cg3! Tf4 32.Txd6) (e 27.Txd7!? Dxc2 28.Cf4! Bc8 29.Dg3! que permite uma sensacional configura��o de mate, como veremos mais adiante.)

27...Dxc2

(Contra a defesa 27...Be4 tinha preparado uma pequena surpresa. Vejamos. 28.Txd7! Dxc2

(se 28...Dc6 era muito forte 29.Cd2! Bxc2 30.Cf3! Bg7 31.Txg7! Rxg7 32.h8D+! Txh8 33.Cxe5! +-) 29.Tc1! Da2 30.Df3!! A bomba! Uma magn�fica jogada que teria decidido imediatamente a luta. 30...Te7

(30...Bxf3 31.Cxg6#) (30...d5 31.Cxg6+! Bxg6 32.Df6+ Bg7 33.Dxg7#) (30...Bf5 31.Cxg6+! Bxg6 32.Df6+) (30...Bg7 31.Dxe4 Dxb3

(31...Cxd7 32.Cxg6+ Rxh7 33.Ce7+! Rh8 34.Dh4#) 32.Cxg6+! Cxg6 33.Bxg7+ Rxh7 34.Bc3+! Rh6 35.Bd2+! Rh5 36.Th7#) 31.Dxe4 Txd7

(31...Dxb3 32.Cxg6+!) 32.Bxe5+ dxe5 33.Cxg6+ Rxh7 34.Ce7+! Rh8 35.Dxe5+ Rh7

(35...Bg7 36.Dh5+ Bh6 37.Dxh6#) 36.Dh5+ Rg7

(36...Bh6 37.Dg6+ Rh8 38.Dxh6#) 37.Dg6+ Rh8 38.Dg8#)

28.Txd7

(Tamb�m bastava 28.Dxd7! Be4

(28...Dxb3 29.Cxg6#) (28...Bc6 29.Dxc6! Dxc6 30.Cxg6#) (28...Bg7 29.Bxe5 Txe5 30.Dxb7! +-) 29.Txf8+! Txf8 30.Dxd6! ganhando)

28...Bc8

(28...De4 29.Txb7! Dxb7 30.Cxg6+ Rg7 31.h8D+ seguido de mate)

29.Dc3

Uma imprecis�o produzida pelos apuros de tempo. Tinha ficado muito tempo entretido analisando as complexas variantes e quando me dei conta dispunha j� de muito pouco tempo no rel�gio. Por isso, tive que jogar quase "ao toque" daqui at� o lance 40 (quando se passava o controle), e isso me levou a cometer alguns erros. (Foi uma pena n�o dispor de mais tempo para poder encontrar a fant�stica linha ganhadora 29.Dg3! Bxd7

(29...Bg7 30.Bxe5! Bxd7

(30...Bxe5 31.Dxg6! Bxd7 32.Dxc2 +-) (30...Txe5 31.Cxg6+! Rxh7 32.Cf8+! Rh6 33.Dh4+ Th5 34.Tf6+! Bxf6 35.Dxf6+ Dg6+ 36.Dxg6#) (30...dxe5 31.Cxg6+ Rxh7 32.Cf8+! Rh6 33.Dh4#) 31.Cd4!

(31.Cxg6+?! Dxg6! 32.Dxg6 Bxe5! +=) 31...dxe5 32.Cxg6+! Dxg6

(32...Rxh7 33.Cxc2 +-) 33.Dxg6 e4

(33...exd4 34.Tf7! +-) 34.Cf5! Bxf5 35.Dxf5 +-) 30.Cxg6+! Rxh7 31.Tf7+!! Uma estupenda jogada! 31...Rg8

(31...Cxf7 32.Cxf8+ Rh6 33.Dh4#) (31...Rh6 32.Be3+ Rh5 33.Dg5#) (31...Bg7 32.Cf8+! Txf8 33.Dxg7#) 32.Cxe5+ Rh8 33.Txf8+! Txf8

(33...Rh7 34.Dh4+ Rg7 35.Dh8#) 34.Cf7+! Rh7 35.Dg7#)

29...Df5

A defesa precisa. Agora a vantagem branca fica reduzida a sua m�nima express�o. (� claro que se 29...Dxc3? 30.Cxg6#) (Eu s� havia analisado 29...De4? contra o que me dispunha a seguir com a espetacular 30.Dc6!! Df5

(30...Dxc6 31.Cxg6#) (30...Dxd4+ 31.Cxd4 Bxd7 �nica! 32.Cxg6+! +-) 31.Bxe5+! Txe5

(31...dxe5 32.Cxg6+ ganhando de imediato.) 32.Dxa8! Bxd7 33.Dxf8+! +-)

30.Tc7 Dg5+

(Melhor era 30...Bh6! +=)

31.Rh1

Com esta desafortunada jogada, s�o as negras que agora tomam o mando das a��es. (Era imprescind�vel 31.Dg3! Dxg3+ 32.hxg3 Bf5!

(32...Bg7?! 33.Cxg6+! Rxh7 34.Cxe5 dxe5 35.Tff7!) 33.g4! Tac8!

(33...Bxg4? 34.Cxg6#) (33...Be4? 34.Cc5! dxc5 35.Cxg6+!! Bxg6 36.Txf8+! Txf8 37.Bxe5+ e mate!) 34.Tfc1! Txc7 35.Txc7 e as negras t�m que seguir lutando para conseguir a igualdade.)

31...Bf5

Amea�ando 32...Be4+! Neste momento n�o entendi a tremenda mudan�a que se havia produzido no tabuleiro e por que tinha passado de uma situa��o t�o favor�vel a esta t�o inc�moda. N�o sabia onde tinha me equivocado, ainda que tinha claro que o erro devia estar em alguma de minhas �ltimas jogadas. Olhei o rel�gio e vi que me restavam menos de dois minutos para realizar as 9 jogadas que me faltavam para chegar ao controle. E n�o sabia que diabos jogar! Todas minhas tentativas pareciam ruins e todas se refutavam da mesma forma: com 32...Bg7! Por�m, tinha que jogar algo r�pido ou perderia por tempo! Tive ent�o um momento de repentina inspira��o. Tinha que jogar algo dirigido expressamente contra 32...Bg7! Dei uma r�pida olhada na posi��o e joguei quase de imediato.

32.Df3

Sei que esta jogada parece absurda, por�m evita o xeque de bispo em e4, possibilita a id�ia que queria levar a cabo, e ainda serve para desconcertar meu advers�rio, que tamb�m estava apurado de tempo... (Com a mesma id�ia, podia ter jogado diretamente 32.De3 evitando a extravagante 32.Df3, por�m me pareceu que dessa forma seria muito "normal" e o advers�rio teria visto a cilada. Era vital desconcert�-lo, e que utilizasse o pouco tempo que lhe restava para pensar porque "poderosa" raz�o havia jogado a dama antes a f3!)

32...Bg7 33.De3


A armadilha est� pronta! O momento cr�tico.

33...Bg4

N�o a viu! Visivelmente perturbado, meu advers�rio cometeu aqui o erro decisivo. (Ap�s 33...Dd8! as negras teriam uma clara vantagem.)

34.Txg7

Depois de se dar conta de seu grave erro, o jogador das negras j� podia abandonar, por�m seguiu jogando por in�rcia para chegar ao controle de tempo.

34...Rxg7

(Se 34...Bf3+ poderia seguir 35.Dxf3!!

(35.Txf3!) 35...Cxf3

(35...Rxg7 36.h8D+! Rxh8

(36...Txh8 37.Ce6+!) 37.Tg1! +-) 36.Cxg6+! Dxg6 37.Txg6+ Cxd4 38.Cxd4 +-)

35.Ce6+ Bxe6 36.Dxg5 Bd5+ 37.Rg1 Te6

(Se 37...Bxb3 38.h8D+! Txh8

(38...Rxh8 39.Bxe5+! Txe5 40.Dh6+ Rg8 41.Dxg6+ Rh8 42.Tf3! +- seguido de 43.Th3++) 39.Df6+ Rh6

(39...Rg8 40.Bxe5 dxe5 41.Dxg6#) (39...Rh7 40.Tf4! igualmente, com r�pido mate.) 40.Tf4! Bd1 �nica. 41.Th4+ Bh5 42.Txh5+! for�ando o mate. 42...Rxh5 43.Be3 Cf7 44.Df3+ Rh4 45.Dg3+ Rh5 46.Dh3#)

38.Cc5

O mais forte!

38...dxc5

(38...Tee8 39.Tf6! com r�pido mate.)

39.Bxe5+

E as negras abandonaram no momento em que perdiam por tempo. N�o se pode evitar o mate. Se

39...Rxh7

(39...Txe5 40.Dxe5+ Rxh7 41.Tf4! Td8

(41...g5 42.Dxg5 seguido de 43.Th4+) 42.Th4+! Rg8 43.Df6! E mate na seguinte.)

40.Dh4+ Rg8 41.Dh8# 1-0



magista

12/15/2003
10:13:16

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A alma do xadrez

Message:
Grandcapi*

Boa-noite parceiro, como vai? Hoje faremos uma volta ao passado, para encontrar aquele que foi o grande precursor da teoria do jogo, aquele que j� no s�culo XVIII sabia que os humildes pe�es eram de fundamental import�ncia para o nosso jogo, aquele que disse que “os pe�es s�o a alma do xadrez”. Sim: Fran�ois-Andre Danican PHILIDOR.


Nascido em 1726, em Dreux, Fran�a, o mais mo�o de vinte irm�os, cujo pai era bibliotec�rio musical do rei franc�s, Luis XIII. Philidor j� muito novo destacou-se em dois campos, a m�sica e o xadrez, vindo a tornar-se um gigante em ambos.


Aos seis anos de idade ingressou no coro da Capela Real de Versalhes, onde aos dez anos aprende a jogar xadrez, apenas observando os demais m�sicos que jogavam nos intervalos dos ensaios.


Permaneceu no coro at� 1740 quando, com o advento da puberdade, muda de voz e tem de deix�-lo, n�o sem antes ter uma composi��o sua executada para o rei Luis XV.


Em 1741 Philidor come�a a estudar xadrez com M. de Kermur, senhor de Legal, o mais forte jogador da Fran�a, e com ele treina por tr�s anos, at� super�-lo, o que faz com que as li��es n�o tenham mais objetivo.

Kermur ficou famoso na Hist�ria do xadrez pelo “mate de Legal”,(1) que todos aprendem quando se iniciam no jogo, e veja voc�, caro parceiro, como tudo acaba se interligando...


Em 1744, em Paris, Philidor joga duas partidas simult�neas, �s cegas, sem ver os tabuleiros, portanto, explicando que havia aprendido a fazer tal proeza nas suas noites de ins�nia. Tal feito foi pela primeira vez registrado, e uma men��o a isto foi feita na famosa Enciclop�dia de Diderot em 1751. Philidor foi o primeiro jogador na Hist�ria que se notabilizou por jogar �s cegas e fez isto durante toda a sua vida.


Philidor chegou, tamb�m, a enfrentar Voltaire e Rousseau que embora esfor�ados, n�o eram advers�rios para ele, n�o passando de capivaras como n�s.


Em 1745 vai a Roterdam para uma s�rie de concertos que s�o cancelados e se sustenta jogando xadrez e damas, indo dali para a Inglaterra, onde, enfim, alcan�a fama mundial no tabuleiro.


Em 1747, em Londres, Philidor desafiou Phillip Stamma, um dos mais fortes jogadores ingleses da �poca para um match de 10 partidas. A disputa foi peculiar, pois Stamma jogaria todas as partidas com as brancas e os empates contariam como vit�ria para ele. O resultado foi que Philidor ganhou 8, empatou 1 e perdeu 1. Na mesma ocasi�o Philidor jogou tamb�m com outro jogador ingl�s, Sir Abraham Janssen e ganhou com 4 vit�rias e 1 derrota. A partir da�, Philidor foi considerado campe�o do mundo de xadrez extra-oficial, uma vez que n�o existia tal t�tulo ent�o.


Em 1748 escreve o seu “L’Analyse du Jeu des Echecs” (A an�lise do jogo de xadrez) mas precisava de patrocinadores para a sua publica��o e os encontra nas pessoas do Lorde Sandwich (sim, o inventor do sandu�che!), do Duque de Cumberland e de oficiais do ex�rcito ingl�s. O livro foi um sucesso quando publicado, em 1749, e foi o primeiro livro de xadrez traduzido para o russo, tendo sido um dos livros de xadrez favoritos de Thomas Jefferson.


O livro trouxe inova��es importantes, pois organizava aberturas, falava de meio-jogo, e pela primeira vez algu�m mostrava a import�ncia dos pe�es no xadrez, al�m da c�lebre frase : “les pions sont “l’�me du jeu”. No livro tamb�m j� estudava a defesa que levou seu nome e que at� hoje � jogada, a Defesa Philidor (1.e4 e5 2.Cf3 d6) e foi a primeira vez em que se estudava sistematicamente o final de Torre e Bispo contra Torre.


A import�ncia da cadeia dos pe�es � fundamental, e isto at� n�s, capivaras de carteirinha, sabemos, pois dependendo da estrutura dos mesmos � que tudo vai se desenrolar durante uma partida, toda a estrat�gia a ser desenvolvida pelos jogadores se funda na posi��o dos pe�es, e isto foi primeiramente visto por Philidor, j� no s�culo XVIII.


Em 1760, com 34 anos de idade, casa com Angelique Richter e teve com ela 7 filhos.


Em 1777, publicou a segunda edi��o do seu livro, publica��o que tem import�ncia hist�rica para o xadrez, uma vez que ali ficou definitivamente estabelecido como se deve rocar. Sim, amigo parceiro, pois que at� ent�o o roque era feito de maneiras diversas, dependendo do pa�s, e o jogador podia colocar o Rei e a Torre em qualquer casa, desde que fosse na �ltima fila. Philidor estabeleceu nesta edi��o as regras que valem at� hoje.


Outra contribui��o �mpar de Philidor est� no finais de Torre e Pe�o contra Torre em que o lado em inferioridade busca o empate (2). O seu estudo � v�lido at� os dias de hoje,tornando-se coisa obrigat�ria para quem inicia os primeiros passos no jogo de xadrez.


A import�ncia musical de Philidor � igualmente enorme, e � apontado por muitos como o criador da �pera c�mica e � chamado de “o mais italiano dos compositores franceses”, em raz�o de seu estilo.


Comp�s mais de 20 �peras e tem um busto no teatro da Opera de Paris, tal a sua import�ncia no cen�rio musical.


Muito embora tenha tirado sua influ�ncia de Lully e Rameau, como quase todos os outros compositores franceses da �poca, nota-se em suas composi��es musicais uma forte presen�a de Haendel que considerava um g�nio.


Suas composi��es mais famosas foram “Tom Jones”, “Le Sorcier”, “Les Femmes Veng�es” e “Carmen Saeculare”, quase todas esquecidas hoje em dia, mas a produ��o musical de Philidor � vast�ssima e h� um movimento na Fran�a para se resgat�-la, havendo v�rios conjuntos musicais dedicados � sua obra.


Em 1792 Philidor, aos 65 anos, deixou a Fran�a, banido pela Revolu��o Francesa, deixando para tr�s sua mulher e filhos, indo para a Inglaterra, onde veio a falecer.


Em 31 de agosto de 1795 o seu obitu�rio dizia: “na �ltima Segunda feira, o senhor Philidor, celebrado jogador de xadrez, fez o seu �ltimo lance, no outro mundo”.


Interessante, caro parceiro, � que Philidor n�o � o �nico m�sico que atingiu o status de gigante do xadrez, havendo outros, e me lembrando que poder�amos falar em linguagem comum �s duas artes, ou n�o? Pensemos nisto....


--------------------------------------------------------------------------------
* Grandcapi � capivara internacional, amante da boa m�sica e ficou muito feliz de um dia ter visto o busto de Philidor em Paris, vendo que xadrez e m�sica andam juntos como Arte.

Fonte: www.jornaleco.com.br/J21/Capivara.php



pereicel

12/15/2003
15:25:34

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MATCH - Russian Time e New York Lovers

Message:
Pessoal

Iniciamos mais 2 matches. Os jogos s�o:
board #1330931 Conex�o gbsalvio (1920) vs Russian Time sergegr (1894)
board #1330932 Conex�o gbsalvio (1920) vs Russian Time sergegr (1894)
board #1330933 Conex�o rivensorcerer (1877) vs Russian Time mlka (1815)
board #1330934 Conex�o rivensorcerer (1877) vs Russian Time mlka (1815)
board #1330935 Conex�o brunosergiom (1578) vs Russian Time denis (1561)
board #1330936 Conex�o brunosergiom (1578) vs Russian Time denis (1561)
board #1330937 Conex�o pereicel (1499) vs Russian Time p-v-n (1418)
board #1330938 Conex�o pereicel (1499) vs Russian Time p-v-n (1418)
board #1335451 Conex�o gbsalvio (1920) vs New York Lovers didzis (1939)
board #1335452 Conex�o gbsalvio (1920) vs New York Lovers didzis (1939)
board #1335453 Conex�o camilo (1533) vs New York Lovers himura (1558)
board #1335454 Conex�o camilo (1533) vs New York Lovers himura (1558)
board #1335455 Conex�o duck (1492) vs New York Lovers tetis (1542)
board #1335456 Conex�o duck (1492) vs New York Lovers tetis (1542)
board #1335457 Conex�o jrgs (1423) vs New York Lovers vrati (1452)
board #1335458 Conex�o jrgs (1423) vs New York Lovers vrati (1452)

Boa sorte a todos os escalados.

Celso


brunosergiom

12/16/2003
03:10:24

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Campe�es Brasileiros Absoluto Masculino

Message:
2002 Darcy Gustavo Machado Vieira Lima

2001: Giovanni Portilho Vescovi

2000: Giovanni Portilho Vescovi

1999: Giovanni Portilho Vescovi

1998: Rafael Duailibe Leit�o

1997: Rafael Duailibe Leit�o

1996: Rafael Duailibe Leit�o

1995: Gilberto Milos Jr.

1994: Gilberto Milos Jr.

1993: Aron Antunes Corr�a

1992: Darcy Gustavo Machado Vieira Lima

1991: Everaldo Matsuura

1990: Roberto T. Watanabe

1989: Gilberto Milos Jr.

1988: Herman C. van Riemsdijk

1987: Carlos Eduardo Gouveia

1986: Gilberto Milos Jr.

1985: Gilberto Milos Jr.

1984: Gilberto Milos Jr.

1983: Jaime Sunye Neto e Marcos Paolozzi da Cunha

1982: Jaime Sunye Neto

1981: Jaime Sunye Neto

1980: Jaime Sunye Neto

1979: Jaime Sunye Neto

1978: Alexandru Sorin Segal

1977: Jaime Sunye Neto

1976: Jaime Sunye Neto

1975: Carlos Eduardo Gouveia

1974: Alexandru Sorin Segal e M�rcio Marcos Miranda

1973: Herman C. van Riemsdijk

1972: Eug�nio Maciel German

1971: Herman C. van Riemsdijk

1970: Herman C. Van Riemsdijk

1969: Ant�nio Rocha

1968: H�lder C�mara

1967: Henrique Mecking

1966: Jos� de Pinto Paiva

1965: Henrique Mecking

1964: Ant�nio Rocha

1963: H�lder C�mara

1962: Ol�cio Gadia

1961: Ronald C�mara

1960: Ronald C�mara

1959: Ol�cio Gadia

1958: Jo�o de Souza Mendes

1957: Luiz Tavares da Silva

1956: Jos� Thiago Mangini

1954: Jo�o de Souza Mendes

1953: W�lter Oswaldo Cruz

1952: Fl�vio de Carvalho Jr.

1951: Eug�nio Maciel German

1950: Jos� Thiago Mangini

1949: W�lter Oswaldo Cruz

1948: W�lter Oswaldo Cruz

1947: M�rcio El�sio de Freitas

1945: Orlando Ro�as Jr.

1943: Jo�o de Souza Mendes

1942: W�lter Oswaldo Cruz

1941: Ademar da Silva Rocha

1940: W�lter Oswaldo Cruz

1939: Oct�vio F. Trompowsky

1938: W�lter Oswaldo Cruz

1935: Thomas P. Acioli Borges

1934: Orlando Ro�as Jr.

1933: Orlando Ro�as Jr.

1930: Jo�o de Souza Mendes

1929: Jo�o de Souza Mendes

1928: Jo�o de Souza Mendes

1927: Jo�o de Souza Mendes



N/Jogador/Participa��o/Campe�o/Vice-Campe�o
1 Joao de Souza Mendes 24 7 3
2 Orlando Rocas 4 3 1
3 Thomas Accioly Borges 1 1 0
4 Walter Cruz 9 6 3
5 Octavio Trompowsky 4 1 2
6 Adhemar da Silva Rocha 1 1 0
7 Marcio Elisio de Freitas 7 1 1
8 Jose Thiago Mangini 17 2 1
9 Eugenio German 5 2 1
10 Flavio de Carvalho Junior 7 1 1
11 Luis Tavares da Silva 17 1 1
12 Olicio Gadia 15 2 0
13 Ronald Camara 4 2 0
14 Helder Camara 25 2 3
15 Antonio Rocha 22 2 2
16 Henrique Mecking 2 2 0
17 Jose de Pinto Paiva 13 2 1
18 Herman C. van Riemsdijk 26 3 4
19 Alexandru Sorin Segal 19 2 3
20 Marcio do Carmo Miranda 8 1 0
21 Carlos Eduardo Gouveia 6 2 0
22 Jaime Sunye Neto 10 7 1
23 Marcos Paolozzi 5 1 1
24 Gilberto Milos Jr 10 6 1
25 Roberto Watanabe 2 1 0
25 Everaldo Matsuura 12 1 1
27 Darcy Gustavo Lima 10 2 1
28 Aron Correa 10 2 1
29 Rafael Leitao 6 3 0
30 Giovanni Vescovi 8 3 4


brunosergiom

12/17/2003
06:21:47

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Curiosidades

Message:
No s�culo XIX, a ascens�o das rainhas Isabel II (Espanha) e Vict�ria (Inglaterra) deu for�a � rainha no xadrez. Hoje a pe�a se movimenta quantas casas quiser e � a mais ofensiva do jogo. Mas n�o amea�a a supremacia do rei.

Outra pe�a que ganhou poder foi o pe�o. Quando chega a ultima linha do lado do advers�rio, pode se trocado por qualquer pe�a, exceto o rei. A jogada reflete o pensamento liberal dos s�culos XVIII e XIX, segundo o qual qualquer pessoa podia subir na vida, embora jamais pudesse se tornar rei.

Fonte: geocities.yahoo.com.br/xadrezvirtual/historia/


brunosergiom

12/17/2003
06:25:20

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A ORIGEM DO XADREZ

Message:
A ORIGEM DO XADREZ - Por Sam Sloan (Traduzido por Francisco Lo Fiego)

Na d�cada de 50, em certa �poca o mais famoso programa de televis�o chamava-se a "Pergunta de $64.000". Os participantes, que dizia-se serem cuidadosamente avaliados previamente e eram experts, mas n�o profissionais, nos campos de sua escolha, respondiam a perguntas de dificuldade crescente. Esse foi o primeiro dos programas de jogos de TV de grande popularidade. Primeiro, havia a pergunta de $64. Se fosse respondida corretamente, o participante poderia abandonar e ficar com seu dinheiro, ou seguir em busca do dobro. As apostas iam de $64 para $128, $256, $512, $1000, $2.000, $4.000, $8.000, $16.000, $32.000 e $64.000.

A maioria dos participantes subia bastante na escala, e a tens�o e a emo��o cresciam de semana a semana � medida que eles se encaminhavam para seus objetivos. Apenas uma vez vi acontecer de um participante n�o acertar a primeira pergunta, de $64.

Na ocasi�o, um garoto de uns doze anos foi apresentado. Seu assunto era o xadrez. Ele foi, � claro, anunciado como um prod�gio do jogo. Como de h�bito, o apresentador come�ou com uma pergunta de $64 relativamente f�cil. "Onde o xadrez foi inventado?", perguntou.

"Na China", o garoto respondeu.

"Errado!", disse o apresentador. "A resposta correta � �ndia."

Assim, o garoto foi logo retirado de cena. Nunca mais se viu ou ouviu a respeito do suposto menino prod�gio no mundo do xadrez.

Bem mais tarde, foi revelado que muita coisa no programa era falsa. Alguns participantes eram simples atores, a quem se dizia antecipadamente quais as respostas corretas. Muitas pessoas famosas, inclusive principalmente Mark Van Doren, que apareceu num programa similar chamado "21", tiveram suas reputa��es destru�das por causa desse esc�ndalo.

Contudo, h� ainda mais um esc�ndalo n�o exposto a respeito desse programa em particular. O menino que respodeu China � primeira pergunta deveria ser trazido de volta para tentar os $128. A resposta que ele deu estava correta. O xadrez n�o foi inventado na �ndia. O xadrez foi inventado na China!!

Quando digo isso aos meus, em outros aspectos, bem informados colegas enxadristas, eles me olham fixamente com uma express�o que indica horror, consterna��o ou desgosto, ou uma mistura de tudo isso. Finalmente, depois de uma pausa educada, normalmente dizem "Desculpe-me. Voc� est� errado. O xadrez foi inventado na �ndia. Veja em H.J.R. Murray."

� claro, o fato � que eu olhei em H.J.R. Murray. Tamb�m procurei nas fontes que ele cita. Isso n�o � t�o f�cil, na medida em que as p�ginas envelhecidas se esmigalhavam sob meus dedos, mas tamb�m n�o � t�o dif�cil. Todas as fontes citadas por Murray podem ser achadas na Biblioteca P�blica de Nova Iorque e locais similares.

Acredito que algum dia, relativamente pr�ximo, a declara��o sem base de Murray de que o xadrez foi inventado na �ndia ir� desmoronar como o cl�ssico exemplo do cego conduzindo outro cego. H� muitos outros exemplos desse fen�meno, mas esse em particular � especialmente not�vel. Virtualmente todo ocidental de certo n�vel cultural, seja ou n�o jogador de xadrez, parece saber ou pelo menos aceitar como um fato cientificamente provado que o xadrez foi inventado na �ndia. Toda fonte dessa informa��o cita Murray. Por�m, Murray, de fato, n�o cita fonte alguma.

Ainda mais incrivelmente, a verdade sobre as origens do xadrez est� h� muito tempo encarando qualquer um que tenha estudado a quest�o. Esse caso � quase t�o extremo quanto o dos astr�nomos medievais. Na Idade M�dia, havia muitos astr�nomos que estudavam o c�u a olho nu. Realizaram c�lculos matem�ticos precisos que ainda s�o considerados v�lidos. Compreenderam em grande detalhe todos os ciclos e epiciclos que os corpos celestes seguiam em seus movimentos em torno da Terra, o centro do universo. � medida que seus c�lculos se tornavam mais precisos, eles tinham crescente dificuldade em sua atividade, mas sempre era poss�vel, postulando um novo epiciclo dentro de outro epiciclo, propor uma explica��o matematicamente s�lida.

Um dia, Cop�rnico estava olhando essa riqueza de dados coletados por outros, quando lhe ocorreu que tudo isso poderia ser explicado mais facilmente dizendo que a Terra se movia em torno do Sol, e n�o contr�rio.

Do mesmo modo, no caso em quest�o a evid�ncia sempre mostrou claramente que o xadrez foi inventado na China e n�o chegou � �ndia sen�o ap�s cerca de um mil�nio, ou talvez bem mais. Contudo, como quase todo autor e pesquisador aceitou de forma acr�tica a suposi��o de que o xadrez foi inventado na �ndia no sexto ou s�timo s�culo de nossa era e depois foi para os outros pa�ses, foi-lhes necess�rio executar um complicado processo de racioc�nio para explicar seu aparecimento em outros lugares em �pocas anteriores.

J� foi demonstrado que o xadrez apareceu na �ndia em �poca n�o anterior ao s�culo 6 d.c., e os pr�prios estudiosos indianos parecem acreditar que a �poca real foi consideravelmente mais recente que mesmo essa. � improv�vel que possa haver qualquer erro a�, porque h� uma profus�o de material liter�rio dispon�vel em s�nscrito, indo at� 1500 a.c. Se o xadrez tivesse existido na hist�ria antiga da �ndia, � quase certo que isso teria sido mencionado em algum lugar. Ao mesmo tempo, pessoas que s�o consideradas autoridades em seus campos sabem h� muito que o similar�ssimo jogo de xadrez chin�s, ou pelo menos um atepassado desse, existiu na China pelo menos desde o segundo s�culo a.c. Como eles conciliam esses dois fatos?

Em ess�ncia, levantam duas quest�es. Primeiro, dizem que os antigos manuscritos chineses est�o simplesmente errados. O jogo a que eles se referiam era talvez go, ou algum outro jogo, mas certamente n�o poderia ser xadrez, porque, como todo mundo sabe, o xadrez n�o foi inventado at� o s�culo 6 d.c.

A segunda � que o xadrez chin�s � um jogo totalmente diferente, sem rela��o com o xadrez ocidental. Enfatizam que o xadrez chin�s tem um rio, um canh�o, um cavalo que n�o pula, e que as pe�as no xadrez chin�s t�m inscri��es em caracteres chineses e s�o colocadas nos "pontos" em vez de nas casas. O fato de o xadrez chin�s tamb�m ter uma torre, um rei, um pe�o e um bispo, todos eles ocupando as mesmas posi��es iniciais no tabuleiro e com os mesmos movimentos e os mesmos nomes que no conhecido antecessor medieval do xadrez ocidental, � simplesmente ignorado. Em alguns casos, � evidente que os chamados estudiosos nem sequer sabem as regras do xadrez chin�s.

H� duas refer�ncias ao xadrez na literatura antiga chinesa. A primeira foi de uma cole��o de poemas conhecida como " Chu Chi ". O autor chamava-se Chii Yuan. Ele foi o mais famoso escritor da dinastia Chou (1046 - 255 a.c.). Matou-se pulando num lago. A segunda � de um famoso livro de filosofia conhecido como " Shuo Yuan " que citava Chu Chi. � da dinastia Han (206 a.c.- 221 d.c.). Ambos s�o bem conhecidos de qualquer estudante de literatura chinesa.

Uma refer�ncia mais recente ao xadrez veio da dinastia Song (960 - 1279 d.c.). Havia uma famosa poetisa chamada Li Ching Zhou. Ela escreveu um livro intutilado " Retrato da Batida no Cavalo". Naquele tempo, as pe�as tinham os mesmos nomes que hoje.

Com o objetivo de, por exemplo, descobrir a origem de uma l�ngua, os linguistas realizam um processo conhecido como reconstru��o lingu�stica. Primeiro, identificam os membros de uma fam�lia de l�nguas observando caracter�sticas que n�o podem ser explicadas de nenhum outro modo sen�o dizer que todas elas surgiram de uma origem comum. Depois disso, apontam com precis�o as mudan�as sonoras uniformes que se pode demonstrar terem ocorrido em uma vasta gama de �tens de vocabul�rio conforme as l�nguas estavam surgindo. Finalmente, est�o aptos a desenvolver, em detalhe, uma proto-l�ngua com uma descri��o de como a l�ngua original gradualmente se separou nas muitas l�nguas daquela fam�lia existentes hoje. Ent�o, podem determinar quase o local exato do mundo onde a l�ngua m�e se originou e o per�odo em que come�ou a se difundir e dividir.

Por exemplo, sabe-se que o proto-indo-europeu se originou, ou pelo menos come�ou a se espalhar, 5000 anos atr�s em uma �rea ao norte dos mares Negro e C�spio e ao sul dos Urais, muito antes de a hist�ria escrita ter existido naquela regi�o. O �nico s�rio desacordo nesse ponto gira em torno de um raio de 200 milhas dessa �rea. Teorias propagadas por grupos de interesses particulares, tais como as afirma��es nazistas de que que as l�nguas indo-europ�ias foram inventadas por uma ra�a de cabelos louros e olhos azuis na costa sul do mar B�ltico, foi demonstrado que s�o simplesmente falsas. Como, algu�m pergunta, eles podem estar t�o certos disso, quando tudo isso ocorreu milhares de anos antes de qualquer hist�ria escrita daquela �rea?

O modo como o lugar de origem � determinado � por meio de palavras que s�o semelhantes em todas as l�nguas indo-europ�ias e cuja semelhan�a n�o pode ser explicada por "empr�stimo". Por exemplo, as palavras para "b�tula", "cavalo", "carro�a" e "biga" s�o comuns para todas as l�nguas indo-europ�ias da Europa � �ndia. Entretanto, cavalos, carro�as, e bigas n�o existem naturalmente nem na Europa nem na �ndia, mas existem em abund�ncia nas �reas ao norte dos mares Negro e C�spio, como tamb�m as b�tulas, ent�o essa � uma das muitas evid�ncias que apontam para aquela �rea. (A especial relev�ncia da n�o exist�ncia de cavalos e bigas naturalmente na �ndia se tornar� aparente em breve).

O pr�ximo passo l�gico � aplicar esse processo ao jogo de xadrez. Felizmente, assim como h� muitos tipos de l�nguas indo-europ�ias, tamb�m h� muitos tipos de xadrez. Existe xadrez ocidental, xadrez chin�s, xadrez japon�s ("shogi"), xadrez coreano, xadrez burm�s, xadrez cambojano, xadrez tailand�s, xadrez malaio, xadrez indon�sio, xadrez turco e possivelmente at� xadrez et�ope.

Seguindo o processo lingu�stico mencionado acima, o primeiro passo � determinar se, de fato, esses s�o todos ramos do mesmo jogo. Isso realmente n�o � dif�cil. Todos os jogos acima t�m o objetivo de dar xeque-mate ao rei. Todos eles t�m um rei no centro, uma torre no canto, um cavalo pr�ximo a ela e pe�es em frente e os movimentos dessas pe�as � id�ntico ou quase id�ntico ao do xadrez ocidental. Nenhum deles, al�m do xadrez ocidental, tem uma dama, mas n�s sabemos que a dama foi primeiro inventada na It�lia no s�culo 15, muito depois que os outros ramos da �rvore tinham se dividido. Em rela��o ao bispo, apenas o xadrez japon�s tem um bispo em estilo ocidental, mas os japoneses acreditam que essa coincid�ncia � relativamente moderna. Outra formas de xadrez t�m um elefante, como as vers�es �rabe e persa do jogo. Entretanto, sabemos que o bispo moderno � uma inova��o puramente ocidental que foi derivada do elefante, muito provavelmente no s�culo 15.

No xadrez japon�s, cada lado tem apenas um bispo, e ele come�a num estranho lugar bem em frente ao cavalo do lado esquerdo. Essas diferen�as indicam que o bispo japon�s foi desenvolvido independentemente do ocidental e as semelhan�as entre eles s�o puro acaso, ou que os ocidentais levaram o bispo ao Jap�o (ou os Japanese trouxeram seu bispo para o ocidente) em tempos relativamente modernos. Os elefantes do xadrez chin�s claramente se tornaram os pratas do xadrez japon�s, enquanto as bigas (torres) do xadrez chin�s foram reduzidas �s lan�as do xadrez japon�s.

H� muitas outras semelhan�as entre todos esses jogos, mas j� sabemos bastante para estarmos absolutamente certos de que eles t�m uma origem comum, ent�o agora precisamos determinar quando e onde essa origem se deu.

Primeiro, vamos nos livrar da afirma��o de que o xadrez foi inventado na �ndia. Sabemos que h� escritos chineses sobre xadrez datados do s�culo 2 a.c. A maioria dos autores, incluindo H.J.R. Murray, de fato n�o sabe disso, enquanto outros escritores de hist�ria do xadrez, como meu bom amigo Fred Wilson, apressadamente omitem isso e passam a um assunto que conhecem bem melhor, como a vit�ria de Bobby Fischer sobre Boris Spassky em 1972. Um escritor, que ao menos merece cr�dito por enfocar a quest�o, � Harry Golombek, que, em seu "Xadrez, uma Hist�ria", afirma:

"Vi um poema datado do s�culo 2 a.c. no qual, segundo o tradutor, h� duas refer�ncias ao jogo de xadrez. Se o jogo era de fato jogado na �poca, isso iria causar uma completa reviravolta em todas as teorias atuais; mas h� duas explica��es poss�veis para as refer�ncias, cada uma das quais deixaria as modernas teorias intactas. Eles poderiam ser relativas ao jogo de 'wei-chi', ou 'go', que sabe-se ser bem mais velho que o xadrez (ou que qualquer jogo de tabuleiro, o gam�o, por exemplo). Ou elas poderiam se referir ao jogo de xadrez chin�s com um rio, que de fato n�o � em absoluto xadrez como o conhecemos." Golombek, Xadrez, uma Hist�ria, G. P. Putnam's Sons, New York, 1976, p. 10.

Algumas p�ginas depois torna-se claro que, por "jogo de xadrez chin�s com um rio", Golombek refere-se ao moderno xadrez chin�s, que tem um rio no meio. Ele passa a descrever as regras aproximadas desse jogo:

"O Jogo do Rio tem semelhan�as com o chaturanga e o xadrez que s�o not�veis. Mas as diferen�as tamb�m o s�o - tanto que ainda n�o est� provado se � uma variante ou um derivado do chaturanga, ou se origina-se de algum jogo mais antigo (talvez o que � descrito em 'O Pal�cio Dourado') e foi ent�o misturado com (ou fortemente influenciado pelo) chaturanga, � medida que seguiu para a China desde a �ndia."

"Chaturanga" � o suposto ancestral do xadrez moderno que era jogado na �ndia. Como tantos outros autores, Golombek est� cego para a possibilidade de que o xadrez n�o se originou na �ndia. Na p�gina seguinte, afirma:

"Go, um jogo muito mais antigo que chaturanga, n�o tem qualquer semelhan�a com o xadrez. Conhecido como wei-chi, h� muitas refer�ncias a ele na literatura chinesa antiga. Vi tradu��es destas que, erroneamente em minha opini�o, os apresentam como xadrez. Um exemplo disso � o 'Pal�cio Dourado', um poema an�nimo escrito no s�culo 1 a.c." Ibid, p. 23.

Notavelmente, quando diz que o "jogo do rio" pode ter descendido de algum ancestral antigo, como descrito n'O Pal�cio Dourado, ele omite a clara possibilidade de que o antigo jogo, qualquer que fosse, pode ter sido o ancestral comum tanto do chaturanga como do xadrez chin�s. Um linguista profissional teria notado essa possibilidade instantaneamente. Golombek, contudo, � apenas um mero jogador de xadrez.

H� muitos outros exemplos disso, mas deixemo-los de lado e passemos diretamente � fonte: H.J.R. Murray. O trabalho de Murray, "Uma Hist�ria do Xadrez", foi publicado em 1913. Seu outro volume, "Uma Breve Hist�ria do Xadrez", foi primeiramente publicado em 1963, mas havia sido escrito em 1917 e foi encontrado em seus escritos depois de sua morte. Logo, seu trabalho mais recente acerca da hist�ria do xadrez foi escrito em 1917.

Em quase qualquer outro campo de pesquisa acad�mica, um trabalho de tal idade est� obsoleto. Por�m, muito surpreendentemente, pesquisadores s�rios aparentemente n�o se interessaram muito pela hist�ria do xadrez e n�o se importaram ou sequer pensaram em voltar e reexaminar a base subjacente � concluss�o de Murray. Tamb�m surpreendentemente, no trabalho de Murray, que em outros aspectos � aparentemente bem documentado, ele parece ter apenas uma fonte concreta para sua declara��o de que o xadrez foi inventado na �ndia. A fonte � H.J. Raverty.

"Raverty", exclamei quando vi. Conhe�o Raverty bem, porque ele � a maior autoridade em outro assunto totalmente diferente, no qual por acaso tenho um profundo interesse. � a l�ngua pashtu, que � falada no Afeganist�o e na prov�ncia noroeste da fronteira do Paquist�o. Tenho o dicion�rio completo pashtu-ingl�s em casa, e o estudo frequentemente. � um execelente trabalho, obviamente compilado depois de anos de esfor�o prodigioso. Entretanto, � claro que Raverty era nada mais que um leigo, n�o um linguista treinado. Por exemplo, Raverty n�o entendia realmente a diferen�a entre consoantes retroflex and palatais. Essa diferen�a por acaso � cr�tica na l�ngua pashtu e nenhum linguista treinado cometeria esse erro.

Raverty era um oficial ingl�s do s�culo 19. Sua principal qualifica��o foi ter servido nas guerras perp�tuas contra o Afeganist�o durante aquele per�odo. Aparentemente acreditando no ad�gio "conhe�a seu inimigo", Raverty estudou a l�ngua, a cultura e a literatura das pessoas que ele estava combatendo. Murray, por outro lado, indubitavelmente era incapaz de ler uma s� palavra em hindi, urdu ou pashtu, muito menos s�nscrito, ent�o teve que confiar naqueles que eram, como Raverty.

Em 1902, nos �ltimos anos de sua vida, Raverty publicou um artigo no Jornal da Sociedade Real Asi�tica de Bengala. Intitulava-se a "Hist�ria do Xadrez e do Gam�o". Raverty, H.J., "Hist�ria do Xadrez e do Gam�o", Jornal da Sociedade Real Asi�tica de Bengala, Vol. 71, Parte I, p. 47, Calcut�, 1902 .

Esse artigo pela primeira vez contou a hist�ria que agora � conhecida por todo jogador de xadrez. A hist�ria, em suma, � a seguinte: Havia uma vez um s�bio chamado Shashi em Sind, no reino do rei Rai Bhalit, no noroeste da �ndia. Uma noite Shashi inventou um maravilhoso jogo novo. Na manh� seguinte, levou-o ao rei, que ficou encantado e perguntou qual a recompensa que ele desejava. O rei disse que qualquer pedido cab�vel seria concedido. Shashi disse que apenas queria que um gr�o de trigo fosse colocado na primeira casa do tabuleiro de xadrez, dois na segunda, quatro na terceira, oito na quarta, e assim por diante, at� que todas as 64 casas tivessem sido preenchidas. O rei prontamente concordou com seu pedido.

Todos n�s sabemos o fim dessa hist�ria. De qualquer modo, de acordo com Raverty, Shashi tinha um filho chamdo Shah, e da� veio o nome "shak" ou xadrez. No mesmo artigo, Raverty tamb�m relata como o gam�o supostamente foi inventado, segundo ele, apenas um pouco antes do xadrez. Est� agora provado que pelo menos essa parte da hist�ria n�o tem o menor sentido.

Apesar de Murray considerar a hist�ria sobre a inven��o do xadrez uma lenda, sem dar os devidos cr�ditos a Raverty (� Davidson que esclarece que Raverty foi a fonte original para a hist�ria), ele a mant�m mesmo assim. Diz que o xadrez foi inventado em uma �nica noite por um fil�sofo que vivia no noroeste da �ndia. No tempo de Murray, antes da divis�o da �ndia em 1947, que a quebrou em duas partes, noroeste da �ndia significava o que agora � a prov�ncia noroeste da fronteira do Paquist�o e, possivelmente, partes do Afeganist�o.

Essa regi�o geogr�fica era a �rea de especialidade de Raverty. Sind, entretanto, agora � a prov�ncia mais ao sudeste do Paquist�o, e inclui Karachi. Talvez Murray n�o soubesse exatamente onde era Sind. De qualquer modo, todo o atual Paquist�o, incluindo Sind, poderia possivelmente ter sido ent�o chamado noroeste da �ndia.

Acontece que o Paquist�o � um pa�s sobre o qual eu sei alguma coisa. Escrevi um dicion�rio de uma l�ngua falada l� e viajei e vivi bastante naquela regi�o, especialmente na prov�ncia noroeste da fronteira do Paquist�o e tamb�m no Afeganist�o. As pessoas de l� s�o basicamente habitantes do deserto. S�o grandes comerciantes e mercadores. Suas caravanas podem facilmente penetrar desde a Ar�bia at� a China. Por�m, dizer que essas pessoas, cuja vasta maioria ainda hoje n�o sabe ler nem escrever, inventaram um jogo como o xadrez, � rid�culo, e tenho certeza de que meus v�rios amigos no Paquist�o v�o concordar comigo.

Os pr�prios indianos ficam perplexos com a afirma��o de que o xadrez foi inventado por eles. Isso � o que foi dito no Trimestral Hist�rico Indiano, um jornal acad�mico s�rio: Chakravarti, Chintaharan, "Trabalhos em S�nscrito sobre o Jogo de Xadrez", Trimestral Hist�rico Indiano, Calcut�, Junho, 1938, Vol. 14, No. 2, Parte I, p. 275.

"Apesar de geralmente os estudiosos suporem ser o jogo de xadrez de origem indiana e dizer-se que se encontram refer�ncias ao mesmo em v�rios trabalhos indianos de �poca muito antiga, trabalhos em s�nscrito a respeito do xadrez e descrevendo sua complexidade s�o comparativamente raros. De fato, n�o se conhece nenhum trabalho indiano antigo a respeito e at� recentemente a obra acad�mica tinha pouqu�ssimas descri��es do xadrez."

O jornal tamb�m cita certas declara��es de que h� refer�ncia ao xadrez em v�rios escritos de autores indianos antigos. Mas deixa claro que isso era um truque comum naqueles tempos. Quando algu�m queria ganhar cr�dito por suas id�ias, dizia que tal e tal pessoa famosa, morta tempos antes, disse ou escreveu aquilo. O jornal ent�o passa a listar uma quantidade de autores famosos que supostamente escreveram sobre xadrez, e nega todas essas evid�ncias. Finalmente, n�o consegue encontrar sequer uma fonte na literatura indiana concernente a xadrez datada de antes de Sulipani, no s�culo 15 d.c. (mais de 900 anos depois que Murray diz que o xadrez foi inventado l�)!! Em suma, toda e qualquer fonte citada por Murray, Davidson, Forbes, Golombek, Eales e outros, que supostamente estabelece que na �ndia se escreveu sobre xadrez durante o primeiro mil�nio depois de Cristo, est� desacreditada. A conclus�o �: "Isso � bastante curioso e aparentemente levanta uma d�vida com rela��o � genuinidade do trabalho."

� improv�vel que possa haver qualquer engano quanto a esse ponto. H. J. R. Murray cita dois trabalhos do s�culo sete e mais dois do s�culo nove, que ele diz conterem refer�ncias ao xadrez. Murray diz que refer�ncias ao xadrez est�o contidas no Harshacharita de Bana e no Vasavadatta de Subhandu. Essas cita��es s�o seguidas sem crit�rio por Golombek, Eales e outros. Mas essas s�o as obras cl�ssicas famosas na literatura indiana. Se elas realmente contivessem refer�ncias ao xadrez, ent�o qualquer garoto de escola indiano saberia disso. Murray tamb�m diz que o xadrez � discutido em pr�-persa (pahlavi) no Karnamak e no "Chatranj Namak". O Karnamak � uma obra perdida que Murray n�o teria possibilidade de ler e que n�o � certo sequer ter existido. O "Chatranj Namak" parece ser uma obra puramente inventada por Murray que ningu�m mais viu ou sobre a qual sequer ouviu. Obras mais recentes citadas por Murray, Haravijaya de Ratnakara e Kavyalankara de Rudrata, n�o cont�m, de acordo com os estudiosos, qualquer refer�ncia ao xadrez. Murray sustenta que o famoso viajante Al-Beruni observou xadrez sendo jogado na �ndia no ano 1030. Apesar disso, os eruditos �rabes que estudaram as obras de Al-Beruni no original dizem que ali n�o h� nenhuma cita��o sobre o xadrez.

"Chaturanga" era a palavra indiana para o familiar tabuleiro de damas de 8x8, sobre o qual muitos jogos eram e ainda s�o jogados. O uso do termo "chaturanga" na liteartura indiana n�o prova que o jogo que conhecemos agora como xadrez era jogado nesse tabuleiro.

Parece que Murray, um simples professor prim�rio sem nenhuma credencial erudita, nunca leu essas obras, mas em vez disso confiou em material publicado na Alemanha no fim do s�culo dezenove. (Murray parece nunca citar sua verdadeira fonte). Ou seja, a afirma��o de que na literatura cl�ssica indiana h� refer�ncia ao xadrez tem base t�o s�lida quanto dizer que o xadrez era jogado pelos fara�s do Egito e que Alexandre, o Grande, era um forte jogador de xadrez.

O fato de o xadrez n�o ser muito popular na �ndia ainda hoje tamb�m � significativo. Os hindus s�o grandes fil�sofos, mas n�o se interessam muito por jogos. A �ndia s� se filiou � F.I.D.E. (a Federa��o Internacional de Xadrez) recentemente e n�o mandava times �s competi��es internacionais at� h� poucos anos. O �nico grande jogador de xadrez indiano da Hist�ria, Sultan Khan, n�o veio de onde hoje � a �ndia em absoluto. Ele era um mu�ulmano de perto de Lahore, Paquist�o, e sua fama de grandeza deriva em parte do fato de ter vindo de um pa�s que era considerado n�o-jogador de xadrez. H� outras fontes para a afirma��o de que o xadrez foi inventado na �ndia, mas s�o todas baseadas em Murray. Antes de Murray, as maiores autoridades frisavam que a P�rsia era o local mais prov�vel para a origem do xadrez. Mais ainda, por v�rias raz�es hist�ricas, o pr�prio Murray indica que para que sua tese esteja correta, o xadrez n�o pode ter sido inventado antes da domina��o huri do norte da �ndia em torno de 500 d.c. Murray, H.J.R., "Uma Breve Hist�ria do Xadrez" com B. Goulding-Brown e H. Golombek, Oxford at the Clarendon Press, p. 1 (1963). Depois de citar uma fonte datada de 600 d.c., Davidson diz "Essa � a mais antiga refer�ncia ao xadrez em toda a literatura."

Infelizmente, o problema de Murray parece ter sido que, n�o s� ele n�o lia hindi or urdu, como tamb�m n�o sabia chin�s. Raverty, em seu artigo, diz que Shuli, um dos primeiros grandes jogadores e disc�pulo do inventor, Shashi, morreu em 946. Tamb�m menciona v�rias figuras hist�ricas desconhecidas, como o rei Rai Bhalit, que viveu no tempo de Shashi, tamb�m escrito Sassi, Sissa, Sahsih ou mesmo Shashi. (A pron�ncia "Shashi" � a mais acurada para um falante angl�fono, porque os dois sons /sh/ s�o ambos retroflex). Raverty tamb�m diz que Shashi era filho de Dahir, um soberano de Sind que morreu em batalha no ano de 712 d.c. durante a dinastia Akasirah. Isso indicaria uma origem para o xadrez no s�culo oito.

As outras fontes s�o semelhantes a Murray. Por examplo, o Professor D. W. Fiske, que diz:

"O xadrez � um antigo jogo primeiramente mencionado em documentos datados dos primeiros anos do s�culo 7 d.c. e associado ao noroeste da �ndia e � Persia. Antes do s�culo sete de nossa era, a exist�ncia do xadrez em qualquer lugar n�o � demonstr�vel por qualquer evid�ncia contempor�nea." Fiske, D.W., The Nation, 1900.

Ent�o, aparece Davidson, outro conhecido escritor de hist�ria do xadrez. Ele diz:

"A trilha do xadrez conduz at� cerca de 500 d.c. Ent�o esbarramos em uma barreira atr�s da qual a pequisa hist�rica n�o penetrou. Tudo o que sabemos � que, durante o s�culo seis, os cidad�os jogavam chaturanga, um jogo essencialmente parecido com o xadrez moderno." Davidson, H.A., Uma Breve Hist�ria do Xadrez, Greenberg, New York, 1949, p. 22.

Das fontes acima, podemos razoavelmente concluir que o xadrez apareceu na �ndia n�o antes do s�culo 6 d.c., e talvez bem depois. Mas tamb�m sabemos que se escreveu sobre o xadrez chin�s muito antes disso.

Agora, precisamos lidar com a declara��o, j� que ela foi feita, de que o xadrez chin�s n�o tem real rela��o com o xadrez ocidental. Quanto a isso, devemos usar a evid�ncia bem estabelecida sobre as origens do moderno xadrez ocidental. Sabemos dos escritos de Lucena (do famoso "mate de Lucena") que a forma moderna do xadrez foi inventada ou pelo menos codificada na It�lia durante o per�odo de 1475 a 1497 d.c. e espalhou-se rapidamente por toda a Europa. Esse jogo trouxe tr�s caracter�sticas que o xadrez medieval n�o tinha: a dama moderna, o bispo moderno e a captura de pe�o en passant. Roque em um lance e promo��o autom�tica de pe�o ainda n�o haviam sido codificados. Todavia, essas mudan�as foram suficientes para fazer com que Ruy Lopez publicasse em 1561 suas famosas an�lises de aberturas. A partida mais antiga na "Enciclop�dia Oxford de Partidas de Xadrez" � datada de 1490, s� que n�o � jogada legalmente de acordo com as regras do xadrez moderno. Levy, David e O'Connell, Kevin, The Oxford Encyclopedia of Chess Games, Oxford University Press, 1983.

O jogo na Europa anterior a 1475 era ainda substancialmente id�ntico �quele jogado pelos persas, indianos e �rabes no s�culo sete. De fato, os termos xadrez persa, xadrez indiano, xadrez �rabe e xadrez medieval s�o aqui usados com sentidos mais ou menos id�nticos, j� que n�o parece haver diferen�as marcantes conhecidas entre eles. O xadrez a quatro m�os, que alguns, come�ando com Forbes, acreditam que fosse o jogo original (Forbes, Duncan, The History of Chess, W.H. Allen 5 Co., London, 1860), est� provado ser somente uma variante malsucedida.

Em outras palavras, o jogo, ou pelo menos o mais popular dos referidos, permaneceu o mesmo por cerca de 800 anos. Ent�o, subitamente, tr�s grandes mudan�as foram feitas mais ou menos simultaneamente e o velho jogo foi quase imediatamente esquecido. Realmente, durante esses 800 anos, houve constantes experimentos com diferentes tipos de pe�as, como os griffins, os unic�rnios e outros animais estranhos, como ainda ocorre hoje. Sem d�vida, o bispo moderno e a dama moderna foram primeiro pensados muito antes de 1497. Mas n�o foi sen�o aproximadamente naquele ano que todos esses elementos foram combinados no mesmo jogo ao mesmo tempo. O processo parece ter sido essencialmente darwiniano, com inumer�veias muta��es, mas apenas as raras superiores sobrevivendo ao final.

O jogo original persa ou indiano tinha exatamente as mesmas pe�as com o mesmo movimento que no jogo medieval, mas as pe�as tinham nomes ligeiramente diferentes. A pe�a no canto n�o era uma torre, mas uma biga. (Lembre-se do que foi dito sobre as l�nguas indo-europ�ias). Depois, veio o cavalo. (O cavaleiro � um termo puramente europeu). Depois disso, veio o elefante. (Ainda � um elefante em russo e em v�rios outros idiomas atuais. Tamb�m em espanhol � "alfil", que vem do �rabe "al-fil", que significa "o elefante". "Al" quer dizer "o" e "fil" significa "elefante". Foram, � claro, os �rabes que levaram o xadrez para a Espanha). O elefante pulava duas casas diagonalmente, nem mais nem menos. Depois, veio o chanceler ou ministro, que se movia apenas uma casa diagonalmente. Finalmente, no centro, apareceu o rei, que se movia como o nosso rei. O nome persa para o jogo era, e ainda �, shatranj. O tabuleiro era formado de 8x8 casas sem cor.

Agora, vamos examinar o xadrez chin�s. O nome em mandarim para xadrez chin�s se pronuncia shaingchi. �s vezes se escreve "hsiang-chi", e, usando o sistema pinyin de ortografia da Rep�blica Popular da China, escreve-se "xiangqi". Mas nesse sistema, "X" � pronunciado "SH" (retroflex) e "Q" pronuncia-se "CH" (retroflex). O nome chin�s, shiangchi, soa muto similar ao nome persa, shatranj. De fato, elas s�o t�o similares quanto uma palavra persa e uma chinesa podem soar. Shiangchi tamb�m soa mais ou menos como "shakmat", a palavra russa para xadrez, como "shogi", que � o xadrez japon�s, e como "chaturanga", o nome indiano. Qualquer linguista vai concordar que isso � uma forte, se n�o definitiva, evid�ncia apontando para a conclus�o de que todas essas s�o vers�es do mesmo jogo.

Agora, vamos dar uma olhada nas pe�as, da esquerda para o centro. A pe�a do canto no xadrez chin�s chama-se biga. (Os jogadores chineses modernos �s vezes a chamam de carro). O nome tamb�m � biga no xadrez persa. O movimento tamb�m � o mesmo. Move-se como a nossa torre. A pe�a a seguir � o cavalo ("asp" em persa, que eu conhe�o um pouquinho). Tamb�m � um cavalo em xadrez chin�s. O movimento � o mesmo em ambos os jogos, exceto que o cavalo n�o pula no xadrez chin�s. (Os chineses dizem que essa restri��o foi uma inova��o mais moderna, para reduzir a for�a do cavalo). A terceira pe�a � o elefante. Outra vez, o nome � o mesmo em persa e chin�s, como tamb�m em �rabe, russo e muitas outras l�nguas. O movimento tamb�m � o mesmo. Ambos se movem exatamente duas casas diagonalmente. No xadrez chin�s, o elefante n�o pode pular sobre outra pe�a. Alguns dizem que ele podia pular no xadrez persa e indiano, mas isso n�o est� claro. Em seguida, h� o conselheiro, ministro ou chanceler. De novo, ambos t�m essencialmente o mesmo nome tanto no xadrez chin�s como no persa. O movimento tamb�m � o mesmo: uma casa diagonalmente. Contudo, aqui h� uma diferen�a significativa. O xadrez chin�s tem dois conselheiros ou guardas e, por essa raz�o, h� nove pe�as enfileiradas, e n�o oito como no xadrez persa e no ocidental. Tamb�m, no xadrez chin�s, os conselheiros e o rei n�o podem sair de uma �rea central conhecida como os "nove pal�cios". Finalmente, no centro de ambos os jogos est� o rei.

Em vista de tudo isso, como � poss�vel, ent�o, que qualquer pessoa sensata e informada possa dizer que esses dois jogos n�o t�m rela��o? A resposta � que os detratores valem-se princimente da exist�ncia do canh�o e do rio. O canh�o � uma pe�a �nica. Move-se como uma torre, mas s� captura pulando a pe�a intermedi�ria e capturando a pe�a atr�s dessa. N�o s� essa pe�a n�o existe no xadrez ocidental, mas ela n�o existe no xadrez japon�s ou em qualquer outra vers�o do jogo, exceto no xadrez coreano. A explica��o para isso � simples. O canh�o � uma inova��o que os chineses dizem ter sido inventada n�o antes do s�culo 10 d.c., depois que os outros ramos do jogo tinham se separado.

Quanto ao rio, tem sido colocada �nfase excessiva sobre ele. O rio � simplesmente uma fronteira artificial entre as for�as opostas, sem nenhum significado real independente exceto prover um ponto de refer�ncia e realizar essencialmente a mesma fun��o que ter as casas coloridas de branco e preto no xadrez ocidental. As bigas, cavalos e canh�es podem mover-se para tr�s e para a frente ao longo do rio livremente. Al�m de marcar o centro do tabuleiro, apenas duas regras t�m qualquer rela��o com o rio. A primeira � que os elefantes n�o podem cruzar o rio, logo s�o pe�as puramente defensivas. A segunda � que os pe�es adquirem o poder de se mover de lado ao cruzar o rio. A promo��o de pe�o, como no xadrez ocidental, n�o existe no xadrez chin�s. Sem essa regra, os pe�es no xadrez chin�s estariam liquidados assim que atingissem a �ltima fileira. No xadrez chin�s, eles passam ent�o a poder se mover para os lados e frequentemente cumprem um papel fundamental no mate ao rei inimigo no final de jogo. Finalmente, est� claro que a cria��o do rio � apenas outra inova��o relativamente recente. At� o similar�ssimo jogo de xadrez coreano n�o tem rio, porque n�o precisa de um, apesar de o xadrez coreano ser tamb�m jogado num tabuleiro 9x10. A raz�o �bvia para isso � que, no xadrez coreano, o elefante tem um tipo diferente de movimento, e n�o est� restrito a apenas um lado do tabuleiro, enquanto os pe�es podem se mover para os lados imediatamente e n�o precisam primeiro atingir o territ�rio inimigo.

O fato � que o xadrez chin�s, como o xadrez ocidental, evoluiu gradualmente e as regras mudaram ao longo de um vasto per�odo de tempo. Os chineses estudaram isso com mais zelo que seus colegas ocidentais e sabem muito mais sobre a hist�ria do seu jogo. Encontrei-me com o sr. Liu Guo Bin, Diretor e �rbitro Chefe da Federa��o Chinesa de Xadrez Chin�s na rua Tiyuguan 9, Pequim, China, em abril de 1985, e ele vem a ser uma das autoridades na mat�ria. Diz ele que as regras modernas do xadrez chin�s foram completadas na dinastia Song, que existiu em torno de 1000 d.c. H� controv�rsia sobre esse ponto, mas � fato que os chineses estudaram cuidadosamente a hist�ria do seu jogo, ao passo que n�s obviamente negligenciamos a nossa.

A escrita chinesa n�o mudou muito em 2000 anos, apesar de a linguagem falada ter naturalmente estado em constante mudan�a. As mesmas letras eram usadas para escrever o nome do xadrez chin�s naquela �poca e agora. Quando um ocidental como Golombek assevera que os chineses n�o sabem seu pr�prio idioma e confundiram xadrez com go nas suas hist�rias antigas, ele est� apenas mostrando uma opini�o apressada indigna de considera��o. Ao mesmo tempo, os pr�prios chineses t�m que dividir parte dessa culpa, porque eles n�o protestaram mais vigorosamente, exceto em publica��es escritas em sua pr�pria l�ngua.

H� dois grandes jogos chineses: "shiang-chi" e "wei-chi". Wei-chi � o jogo conhecido no Jap�o como go. Est� bem estabelecido que o wei-chi � realmente um jogo antigo, datado talvez de 4000 anos, mas originalmente jogado num tabuleiro menor. (� interessante, os detratores dessa teoria asseguram que os antigos escritores estavam se referindo ao xadrez, e n�o ao go). O s�mbolo para "wei" � uma letra chinesa cujo significado � similar ao da palavra pronunciada "go" em japon�s (que tamb�m usa as letras chinesas). Isso explica a diferen�a entre os dois nomes.

O outro jogo, shiang-chi, usa a letra chinesa que se pronuncia "shiang", que significa, ou significou, "elefante". A letra chinesa para "chi", que pode ser entendida como significando "jogo", � a mesma em ambos os jogos. Ent�o, "shiang-chi" quer dizer "jogo do elefante". O xadrez japon�s chama-se shogi no Jap�o. Como foi dito antes, isso se pronuncia semelhantemente a shiang-chi e at� a shatranj. S� que em japon�s s�o usados outros caracteres chineses. Como a palavra para "elefante" � pronunciada muito diferentemente em japon�s, os japoneses, em sua atitude t�pica, procuraram uma palavra cuja pron�ncia fosse a mais pr�xima poss�vel de "shiang". Foi proposto "sho", que significa "general". O nome "jogo do general" � uma boa descri��o para o jogo de shogi, ent�o ficou. (Os japoneses chamam nosso jogo ocidental de "shogi internacional" e o xadrez chin�s de "shogi chin�s").

H�, por�m, duas diferen�as significantes entre o xadrez chin�s e o persa ou o ocidental que n�o mencionei at� agora. A primeira � que no xadrez chin�s (e no coreano) as pe�as s�o colocadas nas interse��es ou "pontos", enquanto no xadrez ocidental (e no japon�s ) elas s�o colocadas nas casas.

Sabemos o motivo disso. � que no bem mais antigo jogo go, as pedras eram colocadas nos pontos, ent�o, quando um novo jogo foi inventado, a conven��o foi seguida. Apesar disso, n�o temos certeza se, no jogo de xadrez original, as pe�as eram posicionadas nos pontos ou nas casas. Mas isso n�o nega a origem comum desses dois jogos. Ao contr�rio, o fato explica a raz�o de outra diferen�a. O moderno tabuleiro de xadrez chin�s tem 9x10 pontos. Isso vem a ser o mesmo que um tabuleiro de 8x9 casas, incluindo o rio no centro. Se o rio � eliminado (e o rio n�o pode mesmo ser chamado de casas), ent�o temos realmente 8x8 casas num tabuleiro da xadrez chin�s, exatamente o mesmo que no xadrez ocidental. Novamente, isso aponta para uma origem comum, e n�s simplesmente n�o podemos ter certeza se a complexa vers�o chinesa do xadrez foi a primeira e ent�o foi reduzida � simplificada vers�o persa, ou vice-versa. (Diga-se de passagem, o xadrez chin�s � definitivamente mais complexo que o ocidental, ainda que essa afirma��o possa ferir o orgulho dos ocidentais. H� mais tipos diferentes de pe�as no tabuleiro no xadrez chin�s, mais jogadas legais e/ou razo�veis poss�veis nas posi��es t�picas, e o jogo dura mais, �s vezes centenas de lances, no xadrez chin�s. O xadrez japon�s �, por sua vez, mais complicado que ambos.)

H� ainda outra pista tentadora a ser retirada da observa��o de que o xadrez chin�s � jogado nos pontos devido a uma conven��o do go. O go tem a peculiar propriedade de poder ser jogado num tabuleiro de qualquer tamanho, exceto que o n�mero de pontos deve ser preferencialmente �mpar (para reduzir a possibilidade de empate). Ao longo da hist�ria, o go foi jogado em tabuleiros de muitos tamanhos diferentes. Hoje, tr�s tamanhos s�o de uso comum: 19x19 (o padr�o), 13x13 e 9x9. O tamanho 9x9 agora � usado principalmente para ensinar crian�as e principiantes, mas mesmo assim � um jogo complexo e desafiador. Acontece que um tabuleiro de go de 9x9 tamb�m equivale a um tabuleiro de xadrez de 8x8. Isso � especilamente significativo, porque os tabuleiros de xadrez originais na �ndia e na P�rsia n�o tinham casas brancas e pretas. (Essa, tamb�m, � uma inova��o moderna). Murray diz que nos �ridos tabuleiros de xadrez originais de 8x8, havia "marcas" misteriosas. Seria poss�vel que essas "marcas" fossem os pontos fracos no go? (Infelizmente, h� outra possibilidade perturbadora. A arte persa antiga, como a mostrada por Golombek (pp. 31, 36, 53), mostra os nomes das pe�as escritos em �rabe no tabuleiro, em vez de pe�as "em p�". Al�m dessas, n�o fui capaz de localizar nenhuma marca. � quase inacredit�vel, mas talvez Murray n�o entendesse o que essas "marcas" �rabes fossem.)

Ou seja, � f�cil postular que quando o xadrez foi da China para a �ndia, era jogado num tabuleiro de go de 9x9. Quando os indianos (ou persas ou �rabes, quais tenham vindo primeiro), que n�o sabiam nada de go, viram aquilo, eles simples e naturalmente tiraram as pe�as dos pontos e puseram nas casas. Assim, um tabuleiro de go de 9x9 tornou-se um tabuleiro de xadrez de 8x8. Contudo, havia ali uma pe�a a mais, ent�o os indianos simplesmente eliminaram um dos chanceleres. Tamb�m acrescentaram tr�s pe�es, para preencher o espa�o vazio em frente. (O xadrez chin�s agora s� tem cinco pe�es, mas pode ter tido mais em vers�es mais antigas do jogo). Dessa forma, � poss�vel que eles tenham convertido o xadrez chin�s em xadrez indiano de um s� golpe.

A outra diferen�a restante � que o xadrez ocidental usa pe�as "em p�", enquanto a maioria das vers�es orientais do xadrez, inclusive o xadrez chin�s, o coreano e o japon�s, usam pe�as chatas com caracteres chineses escritos sobre elas. (H� pequenas diferen�as entre esses tr�s tipos de pe�as: as chinesas s�o circulares, as coreanas s�o octogonais, e as japonesas, pentagonais). Portanto, o cavalo chin�s, o cavalo coreano ou o cavalo japon�s simplesmente t�m o caractere chin�s para cavalo escrito sobre a pe�a, enquanto o jogo ocidental tem a figura verdadeira de um cavalo entalhada.

Qual veio primeiro? Novamente, n�o temos como saber a resposta. Entretanto, deve-se notar que a antiga arte persa e �rabe relativa ao xadrez n�o mostra fisicamente as pe�as no tabuleiro, mas em vez disso tem os nomes das pe�as escritos em �rabe sobre o tabuleiro, exatamente como as pe�as chinesas s�o agora escritas em chin�s. A primeira evid�ncia de pe�as f�sicas reais n�o aparece at� que o jogo chegou � Europa crist�. Talvez isso explique o fato de os arque�logos n�o terem tido muito sucesso em desenterrar jogos de xadrez realmente antigos, considerando saber-se qu�o popular o xadrez foi. Possivelmente, os nomes das pe�as eram escritos em simples papel, e os pr�prios tabuleiros de xadrez fossem desenhados na terra.

Segundo, alguns historiadores chineses acreditam que as pe�as originais no xadrez chin�s eram pe�as "em p�" ao estilo ocidental. Eles dizem que foram desenterrados t�mulos antigos da dinastia Song que cont�m pe�as "em p�". A teoria � que, como a China sempre foi um pa�s pobre, as pessoas n�o podiam comprar pe�as entalhadas individualmente, ent�o acabaram aceitando usar simples discos com os caracteres chineses manuscritos sobre eles. Al�m disso, assim as pe�as podiam ser usadas para outros jogos. Por exemplo, uma variedade que ainda � jogada no parque em Chinatown em S�o Francisco � um jogo de apostas em que os jogadores come�am com a face das pe�as voltada para baixo, para ocultar o tipo de pe�a do oponente. Gradualmente, � medida que o jogo avan�a, as pe�as s�o desviradas e seu caractere, revelado. Similarmente, os japoneses puseram essa caracter�stica a bom uso, porque o lado de baixo da maioria das pe�as deles cont�m outra pe�a para a qual a pe�a de cima pode ser promovida.

Aqui, resta ainda um aspecto que evitei at� agora. � a afirmativa sovi�tica de que o xadrez foi inventado no Uzbequist�o. Todo mundo zomba disso, por causa da conhecida tend�ncia sovi�tica a dizer que tudo foi inventado na R�ssia. Mas a verdadeira tend�ncia deles � dizer que tudo foi inventado pelos russos, uma ra�a n�rdica que originalmente veio da Escandin�via. Os nativos do Uzbequist�o, por outro lado, n�o s�o uma das ra�as fovoritas dos sovi�ticos. Os uzbequistaneses s�o turcos, que s�o os arqui-inimigos dos russos. Na verdade, os uzbequistaneses s�o um tipo mongol que chegou ao que hoje � chamado Uzbequist�o apenas em per�odo hist�rico recente, e que aprenderam a falar turco com outras ra�as. Quem quer que tenha estado l� antes foi exterminado pelas hordas de Genghis Khan (que dizem ser ancestral de minha filha, Shamema, mas isso � uma outra hist�ria). De qualquer forma, o Uzbequist�o, que se localiza numa �rea muito maior antes conhecida como Turquest�o, � apenas um trajeto de caravanas tanto chinesas quanto indianas, e n�o pode ser totalmente descartado como uma poss�vel fonte de ambos os jogos.

Por outro lado, o Uzbequist�o � basicamente uma �rea deserta, como o Afeganist�o, e seus habitantes sempre foram principalmente n�mades. � dif�cil acreditar que eles inventaram um jogo como o xadrez. � mais prov�vel que eles o tenham trazido de caravana de algum outro lugar. A alega��o atual de que o Uzbequist�o criou o xadrez � baseada principalmente no que parecem ser talvez pe�as de um antigo jogo de xadrez mostrando, entre outra coisas, a figura de um elefante, que foi desenterrado em 1972. Foi datado do s�culo 2 d.c. (que, previsivelmente, causou alvoro�o entre aqueles que t�m certeza de que o xadrez ainda n�o havia sido inventado).(Dickens, A.S.M., Revista Brit�nica de Xadrez, Julho, 1973) Por�m, muito antes disso, de fato antes do estabelecimento do moderno imp�rio sovi�tico, o Uzbequist�o havia sido aventado como um poss�vel local de origem do xadrez. (Veja Savenkov, I.T., A Evolu��o do Jogo de Xadrez, Moscou, 1905, (em russo) citado por Murray) Realmente, sempre que a exist�ncia do xadrez no Uzbequist�o � mencionada, na maioria das vezes � dito que isso evidencia uma origem do xadrez nas proximidades da China. Ningu�m parece acreditar que os t�o difamados uzbequistaneses sejam capazes de inventar tal jogo.

O Uzbequist�o ainda � uma origem muito mais prov�vel para o xadrez do que a �ndia. Isso torna-se evidente quando adotamos a abordagem lingu�stica examinando os nomes das pe�as. As pe�as maiores s�o a biga, o cavalo e o elefante. Cavalos, como foi dito antes, n�o existem naturalmente na �ndia. Cavalos domados podem ser vistos, mas n�o cavalos selvagens. Acredita-se que os arianos da �sia central usaram cavalos e bigas h� 4000 anos para conquistar a �ndia. Em tempos mais modernos, os ingleses facilmente conquistaram a �ndia e o que � hoje o Paquist�o atacando-os com cavalos. Os ex�rcitos indianos fugiram assustados, porque eles nunca haviam visto cavalos. Nunca estive no Uzbequist�o (exceto no lado afeg�o), mas recentemente passei um m�s pr�ximo a Kashgar, no lado chin�s da fronteira, e n�o vi nada al�m de milhares, talvez milh�es, de cavalos, muitos dos quais selvagens. Quer dizer, existem cavalos em grande n�mero ao norte, mas n�o ao sul, das montanhas Kush Hindu e do Himalaia. Tamb�m os h� ao longo de todo o norte da China. Duas das pe�as tanto no xadrez chin�s quanto no persa e tamb�m supostamente no antigo xadrez indiano envolvem cavalos, chamados cavalo e biga. Um jogo de origem indiana ou paquistanesa envolveria mais provavelmente um camelo. Ao mesmo tempo, existiram elefantes na �ndia e provavelmente na China, mas n�o na P�rsia, no Paquist�o ou no Uzbequist�o, apesar de que os persas tinham ouvido a respeito de elefantes. Por esse processo, parece que eliminamos a P�rsia, a �ndia, o Paquist�o e o Uzbequist�o como poss�veis locais para o origem do xadrez, sobrando apenas a China.

Realmente, muitos entre os pr�prios chineses acreditam que seu nome, "jogo do elefante", para o xadrez chin�s, aponta claramente para uma origem indiana. Contudo, outros chineses dizem que (1) existiam elefantes na antiga China, mas se extinguiram devido a mudan�as clim�ticas e (2) apesar de o caractere "shiang" em "shiang-chi" significar ou ter significado elefante, tamb�m teve outros significados anteriormente, e quando o significado do caractere mudou, mudou tamb�m o nome do jogo. Por examplo, quando "shiang" � combianda com outro caractere chin�s, significa uma constela��o no c�u, e por esse motivo �s vezes se diz que "shiang-chi" � um jogo astrol�gico. Tamb�m, o elefante � uma das pe�as mais fracas em quase todas as vers�es do xadrez. Sendo o elefante de verdade um animal forte, isso d� sustenta��o � alega��o chinesa de que esse caractere significou alguma outra coisa em tempos antigos.

Finalmente, h� um ponto, talvez o mais importante, que encerra meu caso. � que o xadrez chin�s � o jogo mais popular do mundo, com centenas de milh�es de jogadores em atividade. � muito mais popular que o xadrez ocidental numa compara��o homem-a-homem. Aonde quer que se v� na Rep�blica Popular da China, constantemente se encontra partidas de xadrez chin�s sendo jogadas. V�em-se jogos no trem, no �nibus, em hot�is, escrit�rios e outros pontos de encontro comuns, e at� nas cal�adas das ruas. � nitidamente mais difundido que o xadrez ocidental em termos de popula��o. O jogo est� tamb�m enraizado na cultura chinesa. Virtualmente toda pessoa do sexo masculino, no mundo, de origem chinesa conhece as regras do xadrez chin�s e j� jogou ao menos uma ou duas partidas, tendo aprendido durante a inf�ncia. Se algu�m quer jogar uma partida de xadrez chin�s na China, tudo o que tem que fazer � colocar um tabuleiro e as pe�as na cal�ada da rua e um advers�rio vai se materializar instantaneamente. Passados mais um ou dois minutos, uma multid�o estar� reunida para assistir ao jogo (e para fazer coment�rios e sugest�es n�o solicitados sobre as jogadas). Al�m disso, h� diversas variedades de xadrez chin�s, algumas das quais desapareceram, mas outras ainda sendo jogadas.

A imensa popularidade do xadrez chin�s � um ponto omitido por quase todas as fontes ocidentais. Golombek diz, por exemplo, que quando o xadrez entrou na China, foi eclipsado pelo bem mais popular jogo de go. (Golombek, Xadrez, uma Hist�ria, Id., p. 22.) Na verdade, o oposto ocorreu. O xadrez chin�s � o mais recente entre os dois jogos. Atualmente, na China, a quantidade de jogadores de xadrez chin�s � muito maior que a de jogadores de go. Go � o jogo da elite intelectual. Xadrez � o jogo das massas.

Al�m do mais, voltando � lenda de Shashi sobre a inven��o do xadrez, na qual o inventor queria um gr�o de trigo na primeira casa do tabuleiro, dois na segunda e assim por diante, sabemos ao menos que quem que inventou a lenda era tanto jogador de xadrez como matem�tico, que percebeu que 2 elevado � 64a. pot�ncia era um n�mero bem grande. Sabemos tamb�m, por nossa pr�pria experi�ncia, que esse � o caso geral. Muitos jogadores de xadrez s�o matem�ticos e a maioria dos matem�ticos joga xadrez. A rela��o entre o xadrez e a matem�tica � bem conhecida. Agora mesmo, todo departamento de matem�tica em qualquer universidade dos Estados Unidos est� buscando receber seu justo quinh�o dos matem�ticos que est�o sendo mandados para fora pela Rep�blica Popular da China em grande n�mero. O envolvimento chin�s com a matem�tica � parte de sua cultura e sua hist�ria, e n�o um desenvolvimento recente. � dif�cil para um ocidental entender o significado disso, porque, no mundo ocidental, as pessoas est�o acostumadas a fazer as coisas por prefer�ncia pessoal, e n�o devido a sua origem cultural ou religiosa. � incomum para o ocidental compreender ou acreditar que, com a extens�o com que se jogava o xadrez na �ndia, ele era jogado pelos mu�ulmanos mas n�o pelos hindus. Entretanto, por toda a �sia, a religi�o de um homem � um fator muito maior que sua prefer�ncia pessoal na determina��o do que ele come, como se veste, qual o seu trabalho ou o que ele faz em seu tempo livre.

De tudo isso, parece n�o haver outra escolha sen�o concluir que o xadrez se originou na China. Partindo desse ponto, podemos perceber como o xadrez se desenvolveu e se difundiu ao longo dos s�culos. A China sempre tendeu a ser um pa�s isolacionista, durante sua hist�ria registrada. Construiu a Grande Muralha em �poca antiga e ainda hoje reluta em permitir o acesso de turistas. Marco Polo � famoso, n�o tanto porque foi � China, j� que a viagem f�sica n�o era t�o dif�cil, mas porque sobreviveu para retornar e contar sobre isso. Somente durante o curto reinado mongol de Kublai Khan foi permitido a alguns estrangeiros entrar e sair da China. Antes e depois disso, a porta esteve fechada. Em vista dessa conhecida hist�ria, � improv�vel que um jogo de origem estrangeira possa ter entrado na China vindo da �ndia e se tornado t�o imensamente popular t�o r�pido. Em vez disso, � mais l�gico que ele tenha sido inventado na China em �poca n�o posterior ao s�culo 2 a.c., e tenham se passado 800 anos at� que penetrasse em outros territ�rios. Chegou � P�rsia em torno do ano 650 d.c. Sua chegada l� se deu num momento oportuno, pois o islamismo estava em seu in�cio e come�ava a se expandir.

Os �rabes levaram o xadrez junto com o Cor�o por todo o norte da �frica at� a Espanha e a Fran�a, em menos de cem anos. � por esse motivo que o xadrez parece ter aparecido em toda parte quase simultaneamente. (Murray, por outro lado, achava que o jogo se espalhou rapidamente a partir de uma �nica origem devido a seu grande m�rito intr�nseco). Ao mesmo tempo, indo na dire��o oposta, os �rabes penetraram na China, resultando que o islamismo � ainda hoje a segunda religi�o mais difundida l�. Talvez tenha sido assim tamb�m que os �rabes conheceram o xadrez, e n�o com os persas ou indianos.

H� uma tradi��o mu�ulmana que diz que, passados poucos anos da morte de Maom�, em 642 d.c., os califas Omar e/ou Ali j� conheciam o jogo e talvez eles mesmos o jogassem. (Mais recentemente, os mu�ulmanos, todavia, passaram a afirmar que o jogo de xadrez � pecaminoso e tal fato jamais poderia ter ocorrido). Em todo caso, � fato historicamente provado que no per�odo Ommayad da soberania s�ria, no s�culo oito, que come�ou com a morte de Ali, o xadrez era popular em todo o mundo mu�ulmano. Desnecess�rio dizer, a aprova��o do califa (ou de Ali, o primeiro im�, dependendo de a qual ramo do islamismo se perten�a) foi suficiente para garantir que todos os mu�ulmanos iriam se dedicar ao jogo.

O xadrez tamb�m partiu da China na dire��o oposta. A vis�o tradicional � que ele atingiu o Jap�o no per�do Nara, que durou de 704 a 790 d.c. Se isso � verdade, seria tamb�m forte evid�ncia contra a origem indiana do xadrez, porque � improv�vel que pudesse ser inventado na �ndia no s�culo 6, cruzado desde Kashmir at� a China (a rota suposta), e ent�o atravessado toda a China e o Mar do Jap�o, para chegar ao Jap�o em apenas cerca de cem anos. Realmente, s�o tantas as diferen�as entre o xadrez chin�s e o japon�s que os especialistas no Jap�o n�o acreditam que ele tenha vindo diretamente da China, ou mesmo da Cor�ia (o xadrez coreano � relativamente semelhante ao xadrez chin�s). Ao contr�rio, eles sup�em que o processo evolucion�rio demorou muito mais, certamente centenas ou talvez at� mil anos. N�o foi sen�o em torno do s�culo 5 d.c. que o pr�prio go chegou ao Jap�o vindo da China, apesar do go ter se desenvolvido na China por mais de dois mil anos at� ent�o, e o Conf�cio o mencionar no s�culo 5 a.c.

O xadrez japon�s evoluiu na dire��o oposta � do xadrez ocidental. No xadrez ocidental, as pe�as foram ficando cada vez mais fortes. No xadrez japon�s, elas ficaram gradualmente mais fracas por�m mais agressivas, j� que geralmente perderam sua capacidade defensiva. A pe�a do canto tornou-se a lan�a japonesa, que, como a torre, pode se mover para a frente, mas, ao contr�rio da torre, n�o pode ir para os lados ou para tr�s. (Um dos caracteres para a lan�a japonesa ainda � o mesmo que o caractere chin�s para a biga). O cavalo do xadrez chin�s tornou-se a "kiema" no xadrez japon�s, que se move como um cavalo, mas somente para a frente, n�o para os lados ou para tr�s. Talvez o nome "kiema" seja derivado de "ma", que � a palavra falada para cavalo em chin�s. (O "cavalo" em si, no xadrez japon�s, � uma pe�a totalmente diferente, o bispo promovido, e foi acrescentado muito depois). O elefante no xadrez chin�s tornou-se o "prata" no xadrez japon�s, que se desloca uma, e n�o duas, casas diagonalmente e tamb�m pode se mover uma casa para a frente. O chanceler tornou-se o "ouro" japon�s, uma pe�a um tanto diferente mas tamb�m fraca. O rei continuou um rei e os pe�es continuaram pe�es. Os pe�es japoneses andam e capturam do mesmo modo que os pe�es chineses, uma casa para a frente, e n�o capturam diagonalmente como no xadrez ocidental.

J� que essas diferen�as, que s�o bem maiores que as diferen�as entre o xadrez ocidental e o chin�s, n�o podem ser explicadas apenas pela entrada no Jap�o, os japoneses acreditam que o jogo seguiu uma improv�vel rota atrav�s da pen�nsula malaia e de l� entrou no Jap�o. Ap�ia essa tese o fato de que o xadrez burm�s e o tailand�s t�m uma pe�a que se move exatamente como um prata no xadrez japon�s. Finalmente, acreditam os japoneses que o per�odo entre os s�culos 13 e 15 trouxe a reintrodu��o da torre e a introdu��o do bispo. Isso explica a estranha posi��o da torre e do bispo no shogi, comparando com outros jogos similares ao xadrez. Kimura, Yoshinori, "Uma Introdu��o ao Shogi - Passado e Presente", Revista Trimestral de Shogi Ocidental, Federa��o Norte-Americana de Shogi, No. 3, p. 3, Outono, 1985.

Acredita-se que a maior parte dessa evolu��o ocorreu dentro do pr�prio Jap�o. Os japoneses experimentaram largamente, e sugeriram mais de trinta tipos diferentes de pe�as num jogo chamado "grande shogi" e 21 pe�as no "m�dio shogi", comparadas �s apenas oito do shogi moderno, sete do xadrez chin�s, sete do xadrez coreano e seis do xadrez ocidental. Havia tamb�m o "grande shogi" e muitos outros tipos de shogi, v�rios dos quais gozaram de consider�vel popularidade em alguma �poca. O resultado final foi o jogo atual, tradicionalmente chamado "pequeno shogi", que cont�m muitas caracter�sticas que nenhuma outra forma popular de xadrez tem, inclusive o fato de as pe�as capturadas tornarem-se parte do ex�rcito inimigo, podendo reentrar no jogo, e de seis dos oito tipos de pe�as terem a possibilidade de ser promovidas a outra pe�a, uma vez que adentram o territ�rio inimigo. As pe�as japonesas tamb�m perderam sua cor e tornaram-se pentagonais em vez de circulares. Essas enormes mudan�as n�o podem ser explicadas por qualquer processo evolutivo, que normalmente � lento. A �nica explica��o poss�vel � o fasc�nio japon�s pela exerimenta��o e pelo aperfei�oamento de qualquer id�ia que se introduza em seu pa�s.

O xadrez chin�s tamb�m chegou � Cor�ia, mas relativamente poucas mudan�as foram feitas. Os nomes e caracteres chineses para as pe�as antigas permaneceram os mesmos: biga, cavalo e elefante. O movimento do elefante mudou radicalmente, contudo. Agora move-se como um cavalo gigante, tr�s para cima e duas para o lado, que � mais adequado para um elefante. As pe�as n�o s�o circulares, mas sim octogonais, e t�m as cores verde e vermelho em vez de vermelho e preto. A posi��o inicial do rei � uma casa para a frente, e o cavalo e o elefante �s vezes invertem suas posi��es iniciais entre si.

O xadrez tamb�m se disseminou em outras regi�es sujeitas � influ�ncia chinesa. Indo para o sul, ele entrou em Burma, no Laos, no Vietn� e no Camboja. Dali atingiu a Tail�ndia e a Mal�sia e atravessou para a ilha de Java, na Indon�sia, onde foram encontrados vest�gios do xadrez. (Chien Chun Ching, "Pesquisa em xadrez chin�s das dinastias Tang e Song", p. 86, Hong Kong, 1984 (em chin�s). Apesar de o xadrez chin�s ainda ser jogado tamb�m no Vietn�, outras variantes do jogo dominaram a maioria dos outros pa�ses. Algumas delas j� desapareceram ou, como no caso do xadrez malaio, sofreram mudan�as radicais em �poca recente com o intuito de se adequar melhor �s regras do xadrez ocidental moderno. ("Regras do Xadrez Malaio", Real Sociedade Asi�tica - Striates Branch Journal, Cingapura, No. 49, p. 87-92 (1907), tamb�m No. 8, p. 261 (1917)). Por�m, muitos, tal como o xadrez coreano, ainda s�o jogados com zelo fan�tico no pa�s onde se estabeleceram.

Finalmente, e possivelmente o �ltimo de todos, o xadrez chegou ao ocidente. Foi provavelmente levado de caravana atrav�s do deserto de Gobi at� o Uzbequist�o, onde as mais antigas pe�as conhecidas, inclusive um elefante "em p�" datado do s�culo 2 d.c., foram encontradas. De l� cruzou o Afeganist�o, chegando � P�rsia por volta do s�culo 7 d.c. Na �poca, a P�rsia tinha a cultura dominante na regi�o. At� a l�ngua indiana, o hindi, � substancialmente derivado do Persa. A hist�ria daquela regi�o nos diz que naqueles dias a maior parte das coisas passava da P�rsia para a �ndia, e n�o o contr�rio. O xadrez tamb�m atravessou da P�rsia para a Eti�pia, onde uma forma pouco conhecida do jogo, na qual ambos os lados se movem simultaneamente e o mais r�pido poss�vel, ainda � jogada. "Xadrez Et�ope", Jornal da Escola de Estudos Orientais e Africanos, Londres, 1912. (Suspeita-se, contudo, que isso na verdade n�o � xadrez como n�s o entendemos.)

H� base s�lida para afirmar que o xadrez ocidental � realmente a vers�o mais recente do jogo. O primeiro escritor s�rio de xadrez moderno que era capaz de produzir um bom jogo foi aparentemente Lucena, em 1497. (De fato, seus estudos de finais, tais como aquele famoso de torre e pe�o, se aplicavam igualmente bem ao xadrez medieval). Ruy Lopez, que claramente escrevia sobre a vers�o moderna do jogo em 1561, provavelmente n�o era melhor que um jogador de classe C pelos padr�es atuais. At� McDonnell, da fama de LaBourdonnais - McDonnell, talvez n�o estivesse acima da classe A, e isso foi em 1834 e ele era o melhor jogador da Inglaterra. � evidente que, antes de Morphy, em 1860, nenhum jogador na hist�ria do xadrez havia jamais atingido o moderno padr�o de grande mestre.

Em contraste, no Jap�o do ano de 1604 havia jogadores que, se vivos hoje, poderiam disputar o campeonato contra os maiores profissionais de shogi, sem necessidade de nenhum retoque nas aberturas. Similarlmente, no go, os melhores jogadores da hist�ria viveram h� mais de cem anos, n�o hoje. Veja, por exemplo, "Invenc�vel: Os Jogos de Shusaku, o maior g�nio japon�s de go que j� existiu", traduzido por John Power, The Ishi Press, Chigasaki, Jap�o, 1983. Apenas por ser o xadrez ocidental t�o novo � que existe a necessidade da mais nova vers�o da "Enciclop�dia de Aberturas de Xadrez" para que nos mantenhamos em dia com os �ltimos desenvolvimentos. Daqui a duzentos anos, o conhecimento das novidades em teoria de aberturas pode n�o ser mais t�o importante como � hoje.

SOBRE O AUTOR Sam Sloan, tamb�m conhecido como Mohammad Ismail Sloan, especialmente no Oriente M�dio, � um expert ranqueado em xadrez (ou candidato a mestre). Tamb�m � oficialmente graduado como shodan* em shogi (xadrez japon�s) pela Shogi Renmei (a Associa��o Japonesa de Shogi) em T�quio. Morou um ano no Jap�o, onde se associou � Ishi Press, Inc., uma das maiores editoras de livros de go, shogi e outros jogos orientais. Viajou bastante pela Rep�blica Popular da China, onde aprendeu a jogar xadrez chin�s, e pelo Paquist�o, Afeganist�o e �ndia. Bacharelou-se em lingu�stica na New York University, e � autor de um Dicion�rio Khowar-Ingl�s, que � um dicion�rio de uma l�ngua falada apenas no noroeste do Paquist�o, onde Sloan � famoso. Fala khowar, pashtu e espanhol, al�m de um pouco de persa, �rabe e chin�s mandarim. Esteve em 62 pa�ses, inclusive quase todos os mencionados aqui. � Presidente e Secret�rio Chefe Executivo da Berkeley Computer Chess, Inc. e tem tr�m filhos: Peter, Mary e Shamema.

Fonte: geocities.yahoo.com.br/xadrezvirtual/historia/


423884

12/17/2003
18:20:12

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Cuba � Campe�

Message:
Empate define Cuba campe� panamericana por equipes


Cuba sagrou-se campe� panamericana por equipes, ao empatar nesta tarde com o Brasil, e atingir os 10 pontos, classificando-se para o Mundial. O match decisivo teve os seguintes confrontos:

GM Henrique Mecking 1 x 0 GM Lernier Dominguez

GM Darcy Lima 0,5 x 0,5 GM Lazario Bruzon

MI C�cero Braga 0,5 x 0,5 GM Neyris Delgado

MI Everaldo Matsuura 0 x 1 GM Walter Arencibia

O Brasil, com 5 pontos, enfrenta amanh� o Equador(3), encerrando o Pan-Americano por Equipes.

Entre os eventos paralelos ao PAN, come�ou hoje pela manh� no SESC Copacabana o Torneio Internacional, com 10 jogadores, prosseguindo at� domingo.


brunosergiom

12/18/2003
09:23:32

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Judith Polgar

Message:
(1976 - ) Judith Polgar

Biografia:
Nasceu em Budapeste, Hungria. Ela foi a ca�ula de tr�s irm�s que se tornou grandemestra depois de seu pai trein�-las desde o seu nascimento para se sobressa�rem no xadrez. Ela alcan�ou o t�tulo aos 15 anos e se tornou a mulher mais bem ranqueada da hist�ria antes de chegar aos 10 melhores, por ganhar um "match" treino de 10 partidas contra Spassky em 1992. Em 1998 ela tamb�m bateu Karpov por 5-3 em partidas de 25 minutos para cada um. Ela lutou para chegar ao topo, somente competindo em eventos mistos, apesar de teimosa resist�ncia dos oficias Comunistas de xadrez em seu pr�prio pa�s, que tentou demilitar ela e suas duas irm�s para jogar em torneios femininos.

Estilo:
Polgar � uma jogadora agressiva que invariavelmente abre com 1.e4 e esfor�a-se pela iniciativa desde o come�o. 'Se tem uma boa op��o, eu sacrifico at� mesmo se leva risco, porque eu gosto de jogos bonitos, Mas eu tamb�m tento vencer' ela disse.

Fonte: www.webbusca.com.br/xadrez/polgar.htm


pereicel

12/18/2003
18:31:22

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Mais um refor�o no Conex�o...

Message:
Pessoal

� com grande alegria que informo o ingresso de mais um colaborador de peso em nosso time. Trata-se do MI Vinicius Marques que estar� jogando com o login patrick_bateman.

Gostaria que voces dessem boas vindas ao patrick_bateman. Voces podem fazer isso j� na nova p�gina do nosso time, a 8a.

Um abra�o e Bos sorte a todos.

Celso



pereicel

12/18/2003
18:51:53

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Abrindo nova p�gina - a 8a.

Message:
Pessoal

Estou abrindo mais uma p�gina para que n�s possamos apresentar nossos coment�rios, id�ias, not�cias, etc...

Eu, mais uma vez, vou pedir a todos que participem mais ativamente desse forum.

Um grande abra�o e boa sorte a todos.

Atualizem seus profiles com a 8a.pagina (link):

gameknot.com/fmsg/chess5/1456.shtml

N�o deixem de ler as mat�rias publicadas pelos colegas 423884 e brunosergiom

Abra��o

Celso





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